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História Corações divididos - Sakura e Itachi (Itasaku) - Ciúmes descabido


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???

Quero agradecer a todos que tem comentado a história, vocês tem uma importância muito grande no desenvolvimento da mesma! E é claro, não posso deixar de agradecer aos que favoritaram!!!

Gostaria de informá-los que a partir de agora vou ter um pouco mais de dificuldade de atualizar a fanfic, o trabalho está intenso e meu tempo diminuiu drasticamente. Mas isso não quer dizer, nem de longe, que deixarei de escrever pra vocês. Na verdade só significa que terei que me esforçar um pouco mais para postar, ao menos semanalmente, um capítulo da história.
Agradeço, desde já a compreenção de todos!

Bjs

Capítulo 13 - Ciúmes descabido


Notei uma leve pressão em minha cintura, me mexi um pouco e minhas costas bateram em algo. Abri os olhos devagar, sentindo uma pequena ardência neles por causa da sonolência. Abaixei o rosto, vendo uma mão repousada em minha barriga, por dentro da minha blusa de dormir. Soltei um suspiro risonho, esperando não estar sonhando com aquilo.

 Sabia que não deveria pensar nele de forma tão carinhosa, mas ele me surpreendia tanto às vezes que isso só fazia a vontade de tê-lo próximo a mim crescer. Me virei lentamente, tentando não o acordar. Seus cabelos estavam soltos, tapando um pouco seu rosto. Sua respiração era profunda e me fazia querer respirar naquele mesmo ritmo.

 Levantei a mão direita, para afastar os fios negros que caiam sobre sua face, mas antes de tocá-lo, prendi minha respiração por uns segundos, enquanto ele me puxava mais para perto, apertando ainda mais nossos corpos. Soltei um sorriso ao tirar seu cabelo do rosto, ele parecia uma criança dormindo. Estava ainda mais bonito do que eu me recordava que realmente era.

 Sua sobrancelha bem desenhada era o que destacava perfeitamente seu olhar magnificente, seus cílios grossos marcavam seus olhos de forma graciosa, como se tivesse passado lápis escuro. Suas linhas de expressões davam vida à minha imaginação, me fazia pensar que ele já sofreu um dia... e sua boca mediana parecia ter sido desenhada por mãos precisas.

 Aproximei meu rosto do dele ainda mais, colando nossos narizes. Ele cheirava a álcool, estava bebendo, com certeza, e isso fez meu coração se entristecer. Tudo nele era um mistério para mim e queria muito compreendê-lo. Cobiçava entender o porquê de ele ser tão carinhoso em um minuto e arrogante no seguinte. Observador e perspicaz, violento e obsceno... E apesar de nunca demonstrar emoções na frente dos outros, quando estava comigo parecia relaxar, e de forma um pouco dificultosa, mas não menos verdadeira, conseguia notar variações em seu humor. Eu realmente queria poder desvendar seus mistérios, Itachi.

 Presunçosa, selei meus lábios nos dele enquanto observava sua feição. Ele suspirou, parecendo cansado, e eu sorri sentindo meu coração disparar, ergui lentamente o braço dele que estava na minha cintura para que eu pudesse me levantar. Não sabia a que horas ele tinha chegado ou por que estava ali, mas fiquei feliz em senti-lo tão próximo novamente.

 Peguei minhas roupas e fui tomar um banho. A água que descia pelo meu corpo parecia inundar minha alma, tentei esvair minha mente de tudo. Fechei meus olhos e a única coisa que vinha em minha cabeça era a imagem dele, quando estávamos deitados embaixo da árvore. Ele estava tão sereno e sua mente parecia viajar a cada palavra pronunciada por sua boca, receptivo.

 Antes eu era tão solitária, minha vida era parada e desprovida de emoções, depois que ele apareceu... mexeu com meu mundinho particular. Quebrou e reconstruiu meu coração inúmeras vezes, em um espaço tão curto de tempo. E mesmo magoada, me sentia atraída por ele de uma forma que ainda não sabia explicar.

 Abri a porta do banheiro e fiquei olhando mais um pouco para aquele ser sombrio e misterioso que ainda dormia. Olhá-lo dessa forma me fazia querer questionar o porquê de ele ter feito o que fez, o porquê de ter destruído seu clã da forma que li nos registros de Konoha.

 Comecei a caminhar em direção à porta, pensando em como olharia para Ino hoje, já que ontem fiz o possível para me manter distante dela. E ainda tinha Kin, não podia nem imaginar o que ela faria se descobrisse que seu namorado estava na minha cama uma hora dessas, enquanto ela ficou esperando por ele a noite inteira.

 — Está indo aonde? — Senti um forte calafrio ao ouvir a voz dele, que ainda parecia sonolenta.

 — Vou tomar café e... — Fui interrompida por ele, que falava com os olhos fechados:

 — Fica mais um pouco, está cedo ainda.

 Eu não sei por que ele fazia isso comigo, mas não conseguia resistir às suas imposições. Ainda eram cinco horas da manhã e eu teria mais uma hora, pelo menos, até que todos acordassem. Trêmula e hesitante, me sentei na cama e, por mais que estivesse satisfeita com a forma que ele estava me tratando, ainda me sentia estranha perto dele.

 — Que horas você chegou? — perguntei em um sussurro, um pouco apreensiva, porque, na verdade, quando estava com ele tudo parecia fugir da minha mente, todas as questões mal resolvidas e dúvidas.

 Ele passou a mão nos cabelos, soltando um suspiro e logo em seguida me alcançou, me trazendo para perto dele. Itachi não respondeu minha pergunta e ficamos por alguns minutos apenas deitados. Ele me abraçando, de olhos fechados enquanto eu apenas o observava novamente. Já estava ficando incomodada com aquele silêncio.

 — Por que você veio para cá? — Precisava de respostas.

 — Porque eu quis.

 Fiquei decepcionada ao ouvir aquilo, suas ações me fizeram criar expectativas que não deveriam existir dentro de mim. Esperava escutar algo doce e gentil dos lábios dele, mas ele parecia ser incapaz de tentar agradar qualquer um que fosse. Frustrada, tentei me levantar, mas foi em vão, ele me prendeu em seus braços e me encarou sério.

 — Eu quero sair daqui — disse irritada, mas ele segurou minha cabeça e aproximou nossos rostos, soltando um daqueles sorrisos sarcásticos que eu repudiava.

 — Me dá um beijo primeiro.

 — Não, Itachi!

Ele me irritava demais e eu queria poder matá-lo às vezes. Mas com ele não tinha muita conversa, e eu não demorei muito para me lembrar disso, pois logo ele mordeu meu lábio inferior, causando arrepios por meu corpo. Fechei os olhos esperando mais dele, porém ele nada fez.

 — Vou ficar aqui mais um pouco — ele falou quase como se me pedisse para sair.

 Abri os olhos, sentindo aquela onda raivosa de ainda há pouco me invadir novamente, mas me amoleci por inteiro ao sentir seu carinho em meus cabelos, e seu rosto calmo, com os olhos ainda fechados. Talvez para ele não bastasse ser louco sozinho, devia estar querendo me enlouquecer também, e eu, como uma boba, entrava na dança dele sem hesitar.

 Fechei os olhos e selei meus lábios no dele, sentindo meu corpo tremular. Quando já ia me afastar, daquele que era para ser um beijo rápido, senti sua mão que estava em meu cabelo enlaçar minha cintura. Ele entreabriu seus lábios, quase arrastando os meus para o mesmo movimento e introduziu sua língua suavemente na minha boca.

 Um beijo calmo, mas ainda assim excitante. Desceu ainda mais sua mão até minha bunda, colando mais nossos corpos. Soltei sem querer um baixo gemido ao sentir seu membro rijo encostar em mim, e como resposta ele gemeu de volta, intensificando um pouco mais o beijo, enquanto eu o abraçava as costas. Não havia mais espaço algum entre nós.

 Apesar de aquilo tudo estar muito bom, já me sentia um pouco mal. Era estranho ter alguém se esfregando em mim enquanto eu estava menstruada. Encerrei o beijo, abaixando a cabeça e encostando minha testa em seu queixo. Fiquei um pouco sem graça de olhar para ele, com certeza devia estar fazendo alguma daquelas caretas por eu ter me afastado.

Contudo ao olhá-lo a única expressão que pude constatar era de calmaria, seus olhos emitiam um brilho que eu jamais havia notado. Ele tirou a mão da minha bunda, o que me levou a relaxar um pouco minha postura, e passou o polegar em meus lábios. Segurei sua mão e beijei-lhe a palma.

— Já vou — sussurrei me afastando, e ele apenas assentiu com a cabeça.

 Ainda podia sentir seu olhar em mim enquanto saía do quarto e fiquei imaginando o quão sério ele devia estar agora, ou se apenas manteve sua face serena. Era difícil saber. Fechei a porta, olhando para a maçaneta, evitando contato com aqueles olhos que me hipnotizavam.

 O corredor estava escuro e silencioso, queria saber onde eles haviam ido, mas não era uma boa ideia perguntar. Até porque acreditava que, se fosse algo relacionado a Konoha, Itachi teria dito. E pelo jeito todo mundo estava bem, pois não me chamaram quando chegaram. Eles parecem ser bem fortes pelo pouco que vi eles treinarem, e se algo acontecesse ainda tinha uma vantagem: ninguém ali me viu lutar e me esforçava para que continue assim.

 Vi a poucos metros Konan e Ino preparando a mesa para o café da manhã. Fiquei surpresa pela cozinha ainda estar vazia, pois todos costumavam já estar sentados quando eu chegava, mas isso se devia, provavelmente, ao fato de eu ter levantado mais cedo hoje. Me senti mais leve em ver minha amiga... eu tinha que recompensá-la de alguma forma por ontem, só não sabia como ainda.

 — Madrugou hoje, hein, Sakura. — A voz de Ino transparecia seu inigualável tom enérgico, para minha felicidade.

 — Olha quem fala — debochei dela, vendo-a me mostrar a língua. — Bom dia, Konan.

 — Bom dia — disse ela, enquanto colocava os pães na mesa.

 — Hoje foi você a ir buscar os pães? — Estranhei, já que ela disse que sempre era Sasori ou Deidara que fazia isso.

 — É que não consegui dormir depois que a gente chegou, então aproveitei para passar na casa da senhora que faz os pães. — Sua voz estava arrastada, parecia cansada.

 — Eu vou acabar engordando por causa dessa senhora, porque ela tem uma ótima mão! — disse Ino, arrancando uma lasca de um dos pães e colocando na boca.

 — Tem tempo que vocês chegaram?

 — Não... eu acho que deveria ser umas quatro da manhã.

 — Ah! — Queria saber mais, só que achei melhor ficar quieta.

 — Konan...? Você já percebeu como a Sakura amanheceu sorridente hoje? — Meu coração gelou com as palavras de Ino.

 — Está mesmo. Será que está assim por saudades de um certo... loiro? — Konan usou um tom brincalhão enquanto falava, arrancando sorrisos de Ino, e eu revirei os olhos. Mas era melhor ela ter falado isso do que qualquer outra coisa.

 — Nada a ver, gente. É melhor nós tomarmos café logo, porque, se vocês chegaram faz pouco tempo, então os garotos não vão acordar agora. — Tentei desconversar, mas Ino era persistente.

 — A festa vai ser na sexta que vem, e eu vi muito bem ele segurando sua mão ontem, tá, Sakura.

 — Para, Ino porca, você tem que se preocupar com o Sasori, não comigo — devolvi para ela.

 — É verdade — concordou Konan, se sentando.

 — Mudando de assunto. Onde está Asami? — perguntei.

 — Depois que ela e Kisame terminaram, ela está morando na casa da senhora que faz pão para a gente, mas ela sempre aparece por aqui — explicou Konan.

 — Ela é bem legal — Ino falou, dividindo um pão no meio e me oferecendo a metade.

 — Hum... — Konan mastigou avidamente, empolgada com algo que queria dizer. — Aconteceu um milagre!

 — Como assim? — perguntei, rindo, enquanto Ino, curiosa, chegava mais para perto com sua cadeira.

 — Nós todos havíamos combinado de nos encontrar em um bar depois da missão, já que ficava no caminho para cá. Quando Yahiko e eu chegamos, vimos Itachi sentado sozinho com Kisame, bebendo — cochichou, vermelha, mas eu não entendi nada. Até porque que o Itachi e Kisame bebiam não era novidade.

 — Mas o que isso tem demais? — Ino perguntou, tirando as palavras da minha boca.

 — É porque toda vez que nós passamos por esse caminho, a gente combina o mesmo. E o Itachi sempre está agarrando alguma mulher, e dessa vez não. — Ino arregalou os olhos, e eu fiquei um pouco sem graça com o comentário, mas ela continuou a falar: — Kisame falou que ele rejeitou! Disse que não estava muito a fim de conversa. Nós estamos achando que ele está começando a tomar jeito, porque parece ficar chateado com a Kin por qualquer coisa agora e antes ele não era assim.

 — Ou então, ele só estava cansado — começou Ino, fazendo uma cara de quem não acreditava no que ouvia. — Fala sério, gente, esse cara é maluco! Pessoas como ele são incapazes de amar. — Konan deu de ombros, e eu dei um sorriso amarelo para minha amiga, que me olhava.

 Ouvir tudo isso me fez ficar pensativa, era difícil saber o que poderia estar acontecendo. Por um lado, me senti feliz por descobrir que ele não esteve com ninguém. Daí fiquei um pouco triste quando Konan disse que achava que ele estava assim por causa de Kin, mas ao me lembrar dele, na minha cama hoje, descartei isso.

 Eu realmente não sabia se ele sentia algo por mim, às vezes achava que sim, mas quando pensava que ele ainda namorava, me sentia apenas um brinquedo à espera por descarte. 

 Aproveitamos a manhã para plantar algumas ervas medicinais. A terra daquele local era fértil, mas a maioria das coisas que podíamos encontrar ali eram árvores frutíferas e mato. Konan estava nos ajudando, até porque aquilo daria bastante trabalho: havia mais de quarenta mudas para plantarmos e devíamos agradecer isso a Sasori. Ele foi muito mais rápido do que havíamos imaginado. Quando dei a ideia de cultivar aqui mesmo, no terreno do abrigo, ele se prontificou de imediato a ajudar, disse que conhecia bem plantas, pois usava muitas delas para preparar venenos para usar em suas marionetes de combate. Apesar de tudo, e de qualquer coisa, ele parecia ser uma pessoa razoável.

 E também pareceu demonstrar um autêntico interesse em Ino. Falei isso para ela, mas ela pareceu reflexiva por um momento, disse depois que não tinha certeza se isso daria certo. E que estava com medo de se envolver com ele e acabar apaixonada. Foi uma surpresa ouvi-la falando isso, já que minha amiga sempre foi do tipo de garota que não gostava de ninguém na cola dela.

 Eu, por um lado, torcia para que isso desse certo e, por outro, ficava com medo de vê-la machucada e confusa, como eu estava. Queria o melhor para minha amiga, e agora que conversamos já tinha uma ideia de como levantar a autoestima dela e ainda ganhar uns pontos depois de tudo o que aconteceu ontem.

 Claro que a manhã não foi perfeita, pois Kin veio até nós e teve a ousadia de pisar na minha mão enquanto andava, esnobe. Eu respirei fundo e contei até três, tentando não piorar as coisas. Abri um sorrisinho de canto ao ouvir a cobra perguntando para Konan se ela sabia onde Itachi estava, mas recebeu um seco não como resposta.

 Ela gostava mesmo de me provocar, ficava o tempo todo rodeando a gente, me passando olhares debochados e, às vezes, falando afrontas, mas tanto eu quanto as meninas fingíamos não ouvir. Às vezes o desprezo era o pior castigo que uma pessoa poderia ter, ainda mais para alguém exibida como ela. Me contive, satisfeita em saber que o que ela queria estava comigo há horas atrás.

 Quando o almoço já se aproximava, conseguimos terminar, a verdade era que teríamos terminado bem mais rápido se não ficássemos batendo tanto papo. Mas foi divertido, aproveitei para me reaproximar de Ino, que, como eu imaginava, já não estava mais chateada comigo, só que em um momento ainda pude vê-la olhando para meu lábio, provavelmente procurando pelo corte. Me senti aliviada por ter tido a brilhante ideia de me curar; normalmente não usava minhas técnicas com machucados tão pequenos e superficiais, mas dessa vez foi bom.

 Konan contou para nós como ela conheceu Yahiko, e não imaginava que eles tiveram uma infância tão sofrida. Mas o importante era que eles superaram, estavam bem e juntos. Acho que nunca tinha visto pessoas que combinassem tanto, e pelo que fui levada a entender, ele parecia fazer de tudo por ela. Esperava poder vê-los do lado certo da justiça um dia...

 Enquanto a coisa mais traumática que já passei em minha vida foi ver Sasuke abandonando a Aldeia, essas pessoas pareciam ter passado por coisas realmente terríveis. Minha experiência de vida, próxima a deles, era comparada a de uma criança, não era à toa que eles, às vezes, assumiam uma postura séria e impaciente. Queria poder saber mais sobre Itachi, e se ele também teve algum problema que talvez o tenha levado a cometer o crime que o tornou um nukenin. Sabia que nada justifica o que ele fez, mas talvez ele estivesse arrependido...

 Não consegui sequer tocar na minha comida. Era desgastante ter que presenciar Kin se pendurando no pescoço dele, e o pior era que ele não estava fazendo nada. Ficava rindo de umas coisas com Kisame e Yahiko. Deidara se sentou ao meu lado, mas eu não estava para conversa, então fingi que nem o vi ali, entendia que ele não tinha nada a ver com meus problemas, mas realmente queria ficar quietinha no meu canto.

 Fiquei meio perdida com a atitude de Itachi. Talvez eu já devesse ter me acostumado com isso, ou melhor; largado ele para lá. Em um determinado momento o vi olhar em direção ao meu prato e me encarar em seguida, como se pedisse para que eu comesse. Aquilo foi o fim para mim, me levantei da mesa e saí.

 Aproveitei o resto das raízes de alcaçuz que eu havia colhido no dia que minha garganta estava doendo e fiz uma pílula. Dessa forma a raiz ficaria conservada por um tempo maior e não haveria desperdício. Enquanto guardava as pílulas em um vidro vazio que tinha na prateleira da sala médica, Deidara me surpreendeu, parado na porta.

 — Ei, Sakura.

 — Ei! Está precisando de alguma coisa? — falei, retribuindo o sorriso caloroso que ele me deu ao me ver.

 — Na verdade, eu gostaria de saber se você poderia me ajudar com uma coisa. — Ele estava com as bochechas vermelhas, parecia envergonhado.

 — Bom, se estiver ao meu alcance...

 — É que o Sasori estava comentando que você conhece muito sobre ervas medicinais e venenos também. — Acenei positivamente, enquanto fechava a porta da sala e começava a caminhar para o lado de fora do esconderijo. — Já tem um tempo que quero começar a treinar meu corpo para rejeitar ao menos os tipos mais básicos de peçonha. Mas não me sinto seguro em fazer isso sozinho.

 Fiquei pensativa por alguns instantes, lembrando de Itachi dizendo que não queria me ver com ele, mas não via nada demais em ajudá-lo. Ele era meu amigo, por assim dizer, e Itachi não tinha o direito de querer intervir na minha vida ou com quem conversava. Ele se achava no direito de ficar se esfregando com a Kin, porque eu não ajudaria Deidara com uma coisa tão simples? Ao chegarmos do lado de fora do esconderijo, vi os dois pombinhos. Bufei de raiva, e Itachi já estava enchendo a cara de novo, não sabia como ele conseguia beber tanto.

 — Eu vou ver o que posso fazer para te ajudar. Mas agora eu quero dar uma olhada nas ervas e depois tenho que arrumar minhas coisas. A gente pode começar na semana que vem, já que mais tarde eu vou embora. 

 — Perfeito! — Fiquei paralisada, minhas bochechas arderam ao senti-lo depositar um beijo no lado esquerdo da minha face e em seguida entrar de novo na instalação.

 Meu coração parecia que sairia do peito ao ver Itachi me olhando, raivoso, mas não era apenas isso, parecia também um pouco decepcionado. Num lapso nervoso, o vi empurrar Kin quando ela se aproximou dele, e resolvi que era hora de sair dali e cumprir logo meus afazeres para poder ir embora.

 Não entendia por que ele estava tão irado por causa de um beijo na bochecha, eu não fiz nada de errado, o errado era ele, que não se contentava em ter uma mulher só e fica atrás de mim. Mas ele estava muito enganado se pensava que iria me ludibriar desse jeito, não ia mais admitir ser feita de idiota por ele. Era muito fácil querer me afastar de Deidara, mas continuar com a namorada dele.

 E o que mais me tirava do sério era perceber que, dentro de meu coração, eu me sentia culpada demais, mas por quê? Eu era solteira, ele que devia se sentir culpado, não eu. E ainda ficava me lembrando de quando ele me disse para esquecer da namorada dele, mas como eu poderia me esquecer de algo assim? Ainda mais se a todo momento ela me perturbava por coisas do passado, ou pior; tinha de encarar os dois se agarrando.

 O problema era que eu já sabia da verdade, sabia que ele me queria apenas como um passa tempo... como um entretenimento para ele. Enquanto a atração principal que ele dava realmente valor era a que estava em seus braços agora.

 E quanto à maneira que ele tinha me tratado, apostaria que era apenas para me conquistar, para me levar para cama. Talvez ele me visse sempre estudando e procurando coisas úteis para fazer e me considere uma nerd desinformada do mundo real por conta disso. Mas eu era muito mais que uma garota estudiosa, eu era muito mais forte, eu sabia disso.

Nervosa, enfiei uma nova estaca no chão, que eu estava usando para demarcar o lugar onde as mudas de ervas estavam. Itachi não merecia nenhuma lágrima minha mais, se ele achou que eu era uma qualquer e que poderia simplesmente me iludir, ele estava errado, e iria provar isso.

 Depois de terminar de fazer o pequeno cercado, entrei o mais rápido que podia, evitando olhar para cara daqueles dois. Mas ainda conseguia ouvir as risadas exasperadas de Kin, eles pareciam estar se divertindo bastante. Procurei Ino pela cozinha, mas não a encontrei, então resolvi ir no seu quarto, mas ainda no corredor pude avistar ela e Konan conversando.

 — Ei, gente. Ino, estava te procurando.

 — A gente também, onde você estava? — Ino perguntou.

 — Eu fui terminar de pôr o cercado na área de plantação, achei que vocês duas iam ajudar.

 — Eu acabei cochilando, estava há mais de 24h acordada — Konan respondeu envergonhada.

 — Ah... eu até ia te ajudar, mas estava conversando com Deidara e ele me contou que você vai ajudá-lo com o lance dos venenos, é verdade? — Ino perguntou, eufórica.

 

 — É, sim. Mas nem adianta querer fazer disso um problema, ele é só meu amigo — adverti, mas as duas riram como se eu tivesse dito uma piada. — É sério, gente!

 — Sei... sei! — Ino falou, colocando a mão na barriga de tanto que ria. Não sabia onde ela via tanta graça.

 — E o Sasori? Conversou com ele hoje? — Resolvi mexer na ferida para ver se ela parava com aquela besteira!

 — Eu falei um pouco — disse voltando a ficar séria e um pouco vermelha. Era ótimo vê-la daquele jeito. Ino com vergonha... nem dava para acreditar!

 — Ai, gente, isso seria legal. Eu e o Yahiko, Ino e Sasori, Itachi e Kin, você e Deidara e só falta agora Asami e Kisami se resolverem — Konan falou toda meiga, mas eu não gostei de ouvir nada daquilo.

 — Olha, gente, não quero estragar as loucuras de vocês duas, mas é melhor, Ino, a gente arrumar logo nossas coisas, senão vamos chegar muito tarde em casa — falei, já indo em direção ao meu quarto, batendo os pés no chão com força.

 Olhando por um outro ângulo, até que seria bom se eu me apaixonasse por Deidara, pelo menos pelo período em que tivéssemos que cumprir essa missão. Já não tinha Sasuke tatuado em meu peito mais, e Deidara era gentil, alegre, amigável e fofo. Se eu estivesse com ele, não estaria passando por tantas situações desagradáveis. Sem contar que, se algum dia alguma coisa rolasse mesmo entre Itachi e eu... como isso seria? Porque ninguém ia aceitar, o mais provável era que eu teria que viver escondida para sempre. Isso nunca daria certo, mesmo se ele fizesse por onde.

 — O que estava fazendo com ele, Sakura?

Suspirei indignada, seria possível que ele não tivesse mais nada o que fazer além de ficar entrando no quarto dos outros escondido?

 — Eu que pergunto o que você está fazendo aqui, no meu quarto — disse em alto e bom tom, mas ele não pareceu ligar se alguém escutaria.

 — Está falando como se não gostasse de quando eu fico perto de você — ele falou e segurou em meu braço direito.

 — Para de ser idiota, Itachi. — Seu olhar era tão assustador que eu preferi olhar para o lado que encará-lo. — Me solta!

 — Então me responde.

 — Não é da sua conta — falei irritada.

 — Você se faz de boazinha, mas você é que nem as outras. — Sua voz estava mais baixa, e a decepção era o único som que ela emitia. Ele me soltou, dando um sorriso sarcástico enquanto olhava para a parede.

 — Então você pode ficar com sua namoradinha, e eu não posso sequer me aproximar de um outro garoto que você já fica todo irritadinho. Você não tem nada a ver com minha vida, posso ficar com ele na hora que eu quiser. — Tentei ser o mais debochada possível, havia dito a mim mesma que não deixaria ele pisar em mim mais.

 — Ah... então quer dizer que você e ele já estão juntos. É isso? — Ele se aproximou, me olhando de cima como se já estivesse perdendo o controle.

 — Não é isso. Ai, que droga!

Coloquei minhas mãos no rosto. Eu estava tentando me segurar ao máximo, mas ele era a pessoa mais difícil de lidar que já encontrei em toda minha vida. Comecei a sentir as lágrimas teimosas rolarem pelo meu rosto. Eu não queria chorar, queria enfrentar ele com todas as forças que tinha, mas não conseguia. Não bastasse estar menstruada, toda aquela situação me sensibilizava demais. Eu queria tê-lo, mas ele era impossível. Conseguiria manter um relacionamento momentâneo com qualquer um daquele lugar e o único com quem jamais deveria me envolver era justo o que eu escolhia. Devia ter alguma coisa de errado comigo.

 Senti um arrepio com o toque de seus dedos em minhas costas, ele estava me abraçando, e senti meu choro silencioso se abrandar no mesmo instante. O toque dele era doce a ponto de fastar ao menos as mais pungentes de minhas dúvidas.

 — Só não quero você perto dele — Itachi sussurrou no meu ouvido, e sua voz parecia triste agora.

 — Por quê?

 — Porque eu quero você só para mim — ele falou, afastando nossos corpos, e puxando minhas mãos que permaneciam em meu rosto para que eu pudesse olhá-lo.

 Se eu não soubesse quem ele era poderia dizer que estava tão triste quanto eu, mas tinha minhas dúvidas... Ele encostou o dedo médio e o indicador na minha testa, e eu quase fiquei tonta com aquilo. Não entendi muito bem o porquê desse gesto, mas logo ele abriu um sorriso, que sabia... era falso. Quero dizer; não era possível que ele estivesse chateado também, eu não acreditava, não podia cair mais nessa...

 — Eu tenho que ir — sussurrei, e ele apenas assentiu com um gesto de cabeça e se pôs para fora do quarto pela janela.


Notas Finais


É isso aí gente!!!!

Espero que tenham gostado do capítulo!

Bjnnn


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