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História Corações divididos - Sakura e Itachi (Itasaku) - Te esquecer


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???


Quero aproveitar para agradecer a todos que tem favoritado a fanfic, vocês são muito importante para o crescimento da história. E também, a todos os que me mandam incríveis comentários... Vocês alegram meus dias!

Bjs

Capítulo 20 - Te esquecer


Quando somos crianças, nosso pensamento com relação a tudo é diferente. As pessoas são sempre legais e boas e uma simples balinha da mais baratinha nos faz esquecer de machucados enormes e doloridos. Porém, depois que crescemos, ficamos calejados e, quando nos machucamos, o perdão não vem de forma fácil e acabamos por descobrir que as pessoas só são boas mesmo quando estão apaixonadas.

 Eu comecei a perceber isso de várias formas e não só pela minha pequena experiência. Sempre que via alguém apaixonado, podia notar a transformação que essa pessoa sofria, e comigo foi assim também. Meus ideais, apesar de falhos, sempre foram fortes e inquebráveis, até que o amor transformou minha forma de pensar, em vários aspectos.

Algumas pessoas costumam dizer que o amor é cego, mas ele também pode abrir seus olhos se você for capaz de enxergar atentamente os detalhes. Uma pessoa que ama a outra costuma dar sinais de seu sentimento, assim como de seus defeitos. O correto a se fazer é pôr tudo isso em uma balança e pesar com precisão. Pois nem sempre a paixão compensa os erros.

 Em vários momentos acreditei que Itachi gostava de mim, mas em outros ele me fazia sofrer de forma horrenda e, se eu permitisse que isso continuasse, acabaria passando o resto da minha vida triste e amargurada. Sempre quis um herói montado em um cavalo branco, mas dessa vez errei feio, e ao invés do herói, recebi apenas o cavalo.

Ele me fazia retroceder e sempre acabava me sentindo uma criança frágil e indefesa em seus braços.

Enquanto ele me carregava, depois de praticamente me raptar da festa, eu acabei cedendo e me enterrando em meus pensamentos, tentando criar forças para deixá-lo de vez, e Itachi sequer olhou para mim. Acabei adormecendo por conta da dor imensa que sentia em meu peito, sem ele, sentia como se jamais pudesse ser feliz novamente. Porém se eu continuasse com ele, minha vida certamente seria destruída.

Era um dilema e tanto ter que escolher o que fazer numa situação dessas. O amor é um sentimento confuso e até perigoso, parece uma doença que devasta o indivíduo portador desse “tal vírus” de dentro para fora e tudo o que você quer é se jogar de cabeça, se permitir sentir e experimentar todas as situações, mas ao mesmo tempo fica se sentindo burra e frágil, como uma taça de cristal.

 Normalmente acordo sonolenta, preguiçosa e as coisas demoram a se formar concretamente na minha cabeça, porém, dessa vez, foi bem diferente. Apertei meus olhos, já sentindo as lágrimas amarguradas se formarem. Senti-lo tão perto de mim, me abraçando, enquanto sua respiração calma aquecia minha nuca, era algo tão doloroso que até explicar como realmente me sentia seria difícil.

 Sua mão me abraçava fortemente e seu peito se enchendo e esvaziando com o ar que inalava ditava o ritmo das batidas do meu coração. Mas agora eu não poderia mais voltar atrás com minha palavra e ser a fracassada que Kin me julgava. Esse era o momento perfeito para que eu o esquecesse e apagasse todas as memórias que criamos juntos.

 Sabia que não seria fácil, mas tudo passa. Segurei em seu pulso e o coloquei por cima do corpo dele, estávamos de conchinha, ele sempre gostava de ficar assim. Abri meus olhos e me sentei lentamente na cama de casal em que estávamos, dei uma boa olhada ao redor, sentindo pontadas em minha cabeça. Minha perna estava enfaixada, com certeza ele deve ter limpado e cuidado do ferimento — eu me lembro de ter acordado por um instante enquanto ele cuidava de mim, mas o cansaço da minha decisão pesava demais para que eu permanecesse consciente.

 Não sabia onde estava, mas isso não deveria me importar muito. O quarto era grande e muito bem planejado, com uma porta que levava a um banheiro. E a outra, do outro lado, era a que devia usar para ir embora. Meus sapatos estavam no chão, ao lado do criado mudo, os peguei, porém não os calcei. Pelo que me lembrava, ele correu bastante para chegar até aqui.

Olhei para Itachi por uma última vez nesse dia. Ele estava tão lindo, dormia feito um anjo, era como se todos os seus pecados fossem apagados durante seu sono. E aquela cama, que tinha seu cheiro, fez uma lágrima escorrer de meu rosto. Foi inevitável pensar em quantas mulheres deveriam ter se deitado ali, com ele.

 Respirei fundo, apertando as tiras da sandália em minhas mãos, e saí dali com cuidado, para que ele não acordasse. A porta deu de encontro a um pequeno corredor e havia mais um quarto ali e, do outro lado, uma sala. Mais à frente havia uma cozinha e uma copa espaçosa. O lugar era limpíssimo e organizado. Passei a mão sobre o armário e depois rocei o dedo indicador no meu polegar, mas não havia uma poeira sequer.

Uma foto estava virada para baixo, ao lado de um vaso de flores no pequeno muro que dividia a cozinha da copa. Eu a peguei com cuidado e me espantei ao ver Itachi, ainda criança, com Sasuke em seu colo. O porquê de ele guardar essa foto era algo misterioso para mim, mas tudo nele era. Balancei a cabeça negativamente ao perceber que estava reparando suas feições congeladas naquele porta retrato. Devolvi a peça com cautela ao seu local de origem.

Foi difícil acertar o caminho para poder ir embora, mas o problema não estava em minha orientação geográfica, e sim no inconveniente que atormentava minha mente, como uma espinha enorme no rosto, que não dá para disfarçar. Me sentia tonta e perdida, meus pés pareciam andar pelo vício muscular, e não por minha vontade própria. Tudo era como nuvens densas atrapalhando minha visão

Meu fim de semana foi caótico e mentiroso. Enquanto estava com meus pais fingia estar bem e feliz, mas, quando ia para o meu quarto, me derramava em sofrimento e solidão. Minha vida parecia quebrada e sentia que não seria mais feliz. Lembranças rodeavam minha mente, como num filme, e por mais que tentasse reprimir tudo aquilo, não conseguia. Meu consolo era saber que em algum momento aqueles sentimentos escorreriam para longe.

 Quando fui entregar meu relatório a Tsunade, pensei em pedir para ser exonerada daquele trabalho, mas minha teimosia falou mais alto. Fui à casa de Ino depois disso. Na verdade, o que eu queria mesmo era me trancar em meu quarto e nunca mais sair de lá, mas eu não poderia me esconder do mundo para sempre.

Minha amiga contou com detalhes que nem queria saber sobre como ficou com Sasori, e o quanto ele a surpreendeu. Senti meu coração gelar quando ela mudou drasticamente de assunto, me perguntando com o semblante caído, se eu ainda pensava em Sasuke. Fiquei apreensiva, mas respondi que sim.

 Ela me afirmou, com toda a certeza do mundo, que o que tinha com Sasori era apenas coisa de pele. E se ela estivesse certa, só torcia para que não acabasse iludida como eu, pois uma vez cheguei a pensar que meus sentimentos por Itachi também não passavam disso; desejo. Porém era bem mais que isso.

 Estudei, assisti a filmes, treinei, mas esse final de semana não parecia acabar nunca. E tirar ele de minha mente era mais complicado do que eu poderia imaginar. Quando pensava em Sasuke, me sentia conformada pelas ações dele, mas com Itachi era diferente... sentia raiva, frustração e muitos outros sentimentos, um mais perturbador do que o outro.

 De volta à instalação descobrir que, graças à confusão que Kisame arranjou na festa, ninguém percebeu minha ausência, a não ser Deidara, que disse que queria ter ficado ao menos mais um tempo comigo.

Depois de cumprir alguns deveres do dia, tentando ao máximo parecer normal com todos na instalação, fui para meu quarto e me surpreendi ao vê-lo lá, me esperando. Mas com forças, que nem sei de onde vieram, fechei novamente a porta e voltei para a sala médica. Não sabia bem se ficava triste ou feliz por ter feito isso, então minha consciência deu um jeito de me atormentar. Passava horas me xingando mentalmente por não ter ouvido o Itachi, ao menos para saber o que ele queria. Mas depois ficava mais algumas horas arrumando justificativas, que apoiavam minha atitude.

 Foram apenas alguns poucos segundos, porém, ainda assim, consegui ver seus olhos, sua expressão de despreocupação estampada no rosto, enquanto estava com um dos braços enfiados dentro da capa que usava. Esse gesto antes me fazia rir, mas agora não significava mais nada para mim. Na verdade, nada mais me importava.

 A comida parecia não ter sabor, a leitura não me interessava mais como antes e eu já não ria sinceramente. Me sentia uma flor que havia sido deixada de ser regada por algum tempo e agora exalava seu cheiro para todos os lados, anunciando estar morrendo por falta de atenção e cuidado.

 Quando o via com Kin, a vontade que tinha era de sair correndo daquela instalação e nunca mais voltar. A garota continuava com suas provocações e antes eu fingia que não ligava para o que ela falava, ou fazia, mas quanto mais o tempo passava, mais difícil era para mim continuar aturando toda sua petulância e falta de respeito. E o mais doloroso era ver que Itachi não mais a ignorava tanto quanto antes. Vira e mexe o via com seus braços na cintura dela, e isso mexia comigo demais. Aquelas mãos que eu adorava sentir em minha pele, na verdade nunca haviam me pertencido verdadeiramente. Kisame, às vezes, me pegava olhando para Itachi e isso era extremamente constrangedor.

 Asami ficou uma semana sem ir no esconderijo depois de toda a comoção da festa, disse para Konan que não conseguiria olhar na cara de seu ex por um bom tempo. Pelo que fiquei sabendo do ocorrido na festa, Kisame estava dançando com uma garota, mas quando a viu dançando com um outro homem ficou maluco e partiu para cima do cara, dizendo; "sai de perto da minha namorada". Abri um sorriso imaginando a cena: não entendia o motivo de algumas pessoas imaginarem outras como posse. Era ridículo.

Os dias se arrastavam lentamente e não houve mais nenhuma tentativa de reaproximação da parte de Itachi. Um lado meu estava contente com isso, mas o outro estava arrasado e desconsolado. A vontade que eu tinha era de dar o troco nele, por tudo o que havia me feito, mas eu apenas estaria correndo o risco de me magoar ainda mais.

 Seus olhos fulminavam quando me via com Deidara, que agora estava muito mais próximo de mim. Mas isso com certeza era apenas um capricho do Uchiha, que não deve ter aprendido como perder dignamente. E agora a chance que ele teve comigo passou, e eu estava tentando, ao máximo, me concentrar em qualquer coisa que não fosse ele.

 Mais um final de semana chegou e depois, a segunda...  agora já era terça feira, outra vez. Minha vida voltou a ser aquilo que era antes de eu tê-lo conhecido. Nunca fazia nada de especial, nunca acontecia nada de especial e eu não me sentia especial. Todos os meus sonhos se esvaíram de minha mente e meu coração agora estava triste, vazio e gelado.

 — Por que você não assume logo? — falei, tentando consolar a garota que estava raivosa em meu quarto.

 — Assume o quê? — ela perguntou.

— Ai, amiga, você deveria parar de birra e conversar logo com ele — Ino disse, me surpreendendo. Já que, na concepção dela, homem nenhum prestava.

 — Eu não vou falar com esse traste. Vocês estão malucas? — Asami disse chateada. Mas Konan sorria com aquilo.

 — E Sasori, Ino? Por que sinto que vocês estão se distanciando? — questionou Konan, depois de muito tempo sem ter dito uma palavra sequer.

 — Ah, gente, qual é. A gente só está se pegando, ele não é meu namorado para eu ter que ficar seguindo ele para todos os lados. — Konan arregalou os olhos, impressionada com o que ouviu. Mas eu já estava ciente de que Ino falava a verdade.

 — É isso mesmo. Não dá mole, esses caras não prestam — Asami falou eufórica, recebendo um aceno sorridente de Ino como resposta.

— Ai, Asami, você não tem jeito mesmo! — disse essas palavras, quase que me arrependendo depois. Quem eu queria enganar ali? O desejo que tinha era que Itachi ao menos demonstrasse um pouco de sentimento por mim, como Kisame demonstrava pela garota. Pelo menos assim eu ainda teria alguma esperança.

 — O aniversário da Sakura está chegando e nós temos que fazer alguma coisa — Ino disse empolgada.

— Ah... nem pensar — falei sem medir minha indignação, enquanto me levantava da cama. A última festinha que Ino inventou causou problemas demais para mim e ainda estava tentando me recuperar deles.

— Por que não? — Konan perguntou confusa. — Uma data como essa não pode ser deixada em branco.

 — Tá, gente, mas eu não estou nenhum pouco afim — falei.

— Sakura, eu realmente não sei mais o que eu faço com você. — Ino começou a falar, me olhando séria. — Ultimamente você anda distraída e desanimada com tudo. Está certo que você nunca foi um poço de empolgação, mas já está passando dos limites. — Engoli em seco todas aquelas palavras. A minha amiga estava completamente certa, minha vida estava passando e eu estava deixando todas as coisas de lado.

— É só impressão sua, Ino porca — disse caminhando até a janela e dei língua para ela.

Olhei para as árvores que rodeavam o lugar, pensando na mentira que havia acabado de contar. E as garotas já cochichavam algo sobre um bolo, mas nada daquilo me interessava. Estava próxima de completar dezessete anos, mas ainda me sentia uma criança. Me fazia de forte, porém isso de certa forma não passava de uma capa.

 Acreditava que poderia mudar o jeito que Itachi pensava, que com o passar do tempo poderia ir influenciando o comportamento dele e seu modo de pensar. Mas a verdade é que não podemos mudar ninguém, uma pessoa é o que é, e ponto. Ele estava apenas querendo me usar, como fazia com todas as garotas que ficava por aí.

No entanto, mesmo sabendo de tudo isso, ainda sentia sua falta, sentia a falta de dormir em seus braços e sentir seus beijos. Já faziam duas semanas, já era sexta, e ao invés de tê-lo esquecido, só me sentia ainda mais atraída por ele. Mas não ia baixar a guarda, não ia fazer algo que me rebaixaria ainda mais perante ele.

 Tentava, a todo custo, me conformar com nossa separação, com o fim de algo que nunca chegou a começar realmente. Só que ter que fazer isso enquanto o via diariamente era doloroso demais. Sentia como se tudo no mundo conspirasse contra mim, era como se todos tivessem um plano para seguir, uma ideia em mente, enquanto eu ficava aqui, só esperando essa dor passar.


            Feeling used. But i'm still missing you, and i can't see the end of this. Just wanna feel you kiss against my lips.

 

 Nossos momentos juntos foram tão curtos, porém tão intensos, que agora já não sabia mais quem eu era sem ele. Tentei te transformar em quem eu queria que você fosse, Itachi, mas quem acabou sendo mudada nesse processo, fui eu. O mundo à minha volta parecia ter outras cores e os olhares que recebia das pessoas pareciam terem outros significados.

Tentava descartar tudo o que passamos de bom e me lembrar apenas dos momentos ruins, para ver se assim conseguia sentir raiva dele. Mas o efeito disso veio como um tiro no escuro que bateu em algo e ricocheteou de volta para mim com força total. E em meus sonhos, ele me pegava no colo e me chamava de amor, mas depois acordava e via que tudo não passava de uma ilusão criada pela minha mente.

 Precisava dele perto de mim. E quando via seu sorriso, sentia vontade de rir junto, mesmo sabendo que seus lábios não riam mais para mim. Às vezes, pensava estar ficando obcecada, mas, não, eu estava consciente e o mundo continuava girando à minha volta, só nós dois que estávamos parados nos devaneios de uma garotinha perdida.


        And now all this time is passing by, but i still can't seem to tell you why it hurts me every time i see you. Realize how much i need you.

 

Deidara estava buscando uma aproximação mais íntima comigo, mas não podia fazer com os outros aquilo que Itachi fez comigo. Ser iludida e usada era devastador, e o pior era despertar e perceber que você esteve o tempo todo certa, mas preferiu ignorar. Os olhos azuis e cabelos loiros que o garoto tinha era um contraste perfeito entre os dois. Um anjo e um demônio, a luz e a escuridão — e eu não queria nenhum, mas desejava intensamente aquele que mais do que nunca era a representação do mal.

Tudo com Deidara era mais fácil, era mais doce e meigo. Não tinha medo nem dor, apenas seu sorriso dengoso para mim. Suas mãos, por vezes, tocavam as minhas, tão delicadamente que poderia jurar que ele tinha vindo de outro mundo. Sua vontade de me agradar era tão grande que me fazia ficar sem graça, mas nada disso era suficiente.

 Como amar e odiar alguém ao mesmo tempo é possível? Às vezes me pegava de olhos fechados imaginando o toque de Itachi em minha testa, um gesto tão simples e estranho, quase que como um tic... mas era o seu gesto. Ficava magoada comigo mesma por pensar tanto nele ainda, enquanto alguém que realmente me queria estava à minha espera pacientemente.
           

I hate you, i love you. I hate you, i love you. Don't want to, but i can't put nobody else above you.
                     

Eu sentia a falta dele em todos os momentos, via-o em todos os lugares, sentia-o em todos os olhares. E quando tudo parecia ter desaparecido da minha mente, ao menos por alguns minutos, vi-o com Kin na instalação... e tudo começa de novo, todas as tediosas e enjoativas histórias se repetiam de novo, de novo e de novo em minha mente.

 E o pior era passar por ele no corredor; o silêncio parecia se intensificar e meu coração parecia que saltaria de meu peito. A vontade que tinha nesses poucos minutos era de pegá-lo pelo braço e dizer várias verdades. Mas o que é a verdade? Existem dois lados em cada moeda nesse mundo. A minha verdade poderia não ser a dele.

E quando as coisas apertavam e a vontade de chorar era muito grande, eu procurava a pessoa que mais queria poupar disso tudo. Ia atrás de Deidara. Ele me fazia rir, me distraía, mas ainda não foi capaz de me fazer esquecer de Itachi. Ainda tinha esperanças, acreditava que tudo uma hora poderia simplesmente acabar, como foi com o Sasuke.


     All alone i watch you watch her. Like she's the only girl you've ever seen. You don't care you never did. You don't give a dann about me. 

 

 Deidara me ensinou sobre seu jutsu, me contou sobre seu treinamento quando mais novo. Falou sobre como se tornou um terrorista e até admitiu se arrepender de muitos dos seus atos. Ele era como um livro aberto para mim e eu estava apenas usando toda a informação que ele me passava, em confidência, contra ele.

  Esse era o meu trabalho, desde o início, e eu deveria estar preparada para executá-lo. Mas tantas coisas aconteceram desde que cheguei aqui, que às vezes pensava que jamais voltaria a ter paz. Ele me cativou e, quando você se sente amigo de alguém, saber que essa pessoa já sofreu e o que ela passou a levou para um lugar ruim, é terrível.

 Eu sempre me importei com os outros, mas nem todos se importavam comigo. Eu não costumava me importar com isso, mas as coisas foram mudando com o tempo: quando se ama alguém, o desejo que se tem é de ser querido também. Eu desejava sentir tudo o que sentia por Itachi, mas por Deidara. Ele, sim, parecia ser maleável, ele, sim, parecia poder me dar o amor que eu tanto queria e precisava, mesmo que por um curto período de tempo.

  — Sakura? — A voz de Deidara soou como um eco em minha cabeça, fazendo com que eu despertasse de minhas maluquices.

   — Oi? Algum problema? — perguntei, enquanto jogava as luvas que havia usado essa noite, durante o tratamento de Deidara, fora. Minha mente tinha viajado tão longe e por tanto tempo nessa madrugada fria, que ainda agora me sentia solitária, mesmo depois de ter tomado café com ele.

   — Comigo não, mas eu acho melhor você ir descansar um pouco — ele disse se aproximando de mim e desferindo um beijo em minha bochecha. Corei imediatamente com seu ato e me distanciei enquanto olhava em seus olhos.

   — Vou fazer isso agora. — Sorri para ele, e como sempre ele devolveu meu sorriso amigavelmente e se retirou da sala.

Voltei a guardar os materiais e a dispersar os descartáveis. A vida já não estava fácil para mim, se eu continuasse sendo pega em sustos logo começariam a pensar que estava ficando doida. Tirei meu jaleco e o pendurei no cabideiro que tinha dentro da sala. Deveria lavá-lo, mas era sexta e só queria fazer o necessário para depois ir para casa.
 
    Yeah all alone i watch you watch her. She's the only thing you've ever seen. How is it you never notice. That you are slowly killing me.

 

— Sakura? — Meu corpo tremeu por inteiro ao ouvir a voz dele. Ergui a cabeça e pisquei algumas vezes, contendo a ardência que invadiu de imediato meus olhos, e me virei lentamente.

— O que você quer? — falei ríspida, enquanto ele adentrava a sala.

— Você é muito marrenta mesmo — ele falou com um sorriso nos lábios, parando a um passo de mim.

— E você é um idiota — disse séria, o máximo que podia, mas meu coração estava acelerado demais e era difícil encará-lo depois de tanto tempo.

— Idiota é o Deidara... se pensa que algum dia vai conseguir tirar você de mim — Abri minha boca para rebater suas palavras, mas o que senti foi sua mão apoiando minhas costas e me puxando para ele. Nossos corpos ficaram colados e nossos olhos estavam tão próximos que sentia que poderia entrar em sua alma se quisesse.

— O que você está fazendo? — perguntei baixo, com a voz falha.

Meu corpo estava mole, como sempre ficava em suas mãos, era como se meus pés nem tocassem o chão, tamanha leveza que sentia, e percebi que nossos corpos se encaixaram com perfeição, como se estivesse gravado em nós como podíamos nos complementar.

 — Pegando de volta o que é meu — ele disse encostando sua testa na minha, ofegante. — O que eu nunca deveria ter deixado ir.


                           I hate you, i love you. I hate you, i love you. Don't want to, but i can't put nobody else above you.
                    

 Seus lábios tomaram os meus em um beijo calmo e excitante, suas mãos me apertavam contra seu corpo. Eu sequer acreditava que aquilo era real. Tudo agora parecia ter parado, como em uma fotografia. Seu sabor parecia ser muito melhor do que eu me lembrava que realmente era, e tudo em mim parecia completo outra vez. Em momento algum senti vontade de empurrá-lo ou de brigar, apenas me entreguei aos anseios do meu coração.


Notas Finais


É isso aí pessoas... espero que tenham gostado!

E se você se identificou com minha escrita, saibam que lancei uma Sasusaku, e conto com os fãs do casal!
Sasusaku: https://spiritfanfics.com/historia/a-acompanhante--sasusaku-7107335


E também tenho um Kakasaku.
https://spiritfanfics.com/historia/quase-sem-querer-sakura-e-kakashi-kakasaku-6635848

Música usada no capítulo:
I hate u, i love u (Feat. Olivia O'Brien)
Gnash
Compositor: Gnash e Olivia O'Brien
Bjnn


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