História Coral - A Filha de Coraline - Um Pouco da Verdade

Coral já estava perto de casa, ela pode ver a luz ao longe de sua janela no alto. Só conseguia pensar na bronca que sua mãe lhe daria. Coral ficaria de castigo até completar 80 anos, era o que ela imaginava a medida que saia da floresta e avistava sua grande casa rosa.
— CORAL!! – a voz de Coraline estava desesperada e ela correu para abraçar a filha quando a viu. — Onde você estava? Você... não sabe... o que imaginei.
— Eu estou bem mamãe. – Coral falou e sentiu os braços de seu pai e seu irmãozinho Toby lhe segurando.
Agora Coraline olhava furiosa para Coral. Agora que ela sabia que ela estava bem não podia deixar isso barato.
— Você estava na floresta?
Coral não responde.
— Entre. Agora.
Todos entraram e só agora Coral percebia que olhos curiosos estavam nas janelas da casa observando toda a cena.
Coral estava indo direto para seu quarto, mas sua mãe lhe fez voltar. Pediu para Wybie por Toby pra dormir enquanto ela teria uma conversa com Coral.
— O que você estava pensando?
Coral não estava interessada, só conseguia pensar em ir dormir.
— Olhe pra mim Coral. Responda. O que você estava pensando?
— Eu conheci a Outra Mãe. – Coral falou sem pensar e se arrependeu amargamente no minuto seguinte.
Coraline estava com os olhos arregalados, sua respiração parou.
— Você... como? Como você entrou?
— Eu segui o gato.
Coraline ficou ainda mais espantada. E depois de longos segundos, apenas falou:
— Vá dormir. Já está bastante tarde.
Coral não entendeu, mas quando sua as escadas para ir pro quarto olhou para trás e viu sua mãe desabar na cadeira, as mãos sustentando a cabeça, em uma forma de bastante preocupação, ou era de derrota? Mas Coral lembrou que a última vez que viu sua mãe assim, foi quando sua Avó, mãe de Coraline, havia morrido.
Coral finalmente pulou na cama, depois de ter tomado um banho rápido. Estava mais do que preparada para dormir e esperava não sonhar aquela noite, já estava casada o suficiente, mas como sempre, seus sonhos não lhe obedeciam.

“Coral estava na frente de sua casa, sentada na grama, estava um dia lindo, verde no chão e azul no céu. Ela via umas crianças saírem de dentro da floresta alegremente, como se estivessem brincando lá dentro. Quando se aproximaram, Coral percebeu que eram as Duas Amanda’s e o Balt.”
“— Ei, você. – eles se aproximaram dela. — O que estão fazendo no meu sonho?”
Os três sentaram-se diante de Coral, fazendo uma pequeno círculo.
— Soubemos que você visitou A Outra Mãe. – uma Amanda falou, mas Coral não soube qual delas.
— Sim. Ela me contou a história dela.
Balt sorriu de uma forma irônica e olhou pra floresta por cima do ombro.
— Claro que ela contou. – ele falou.
— Mas, devo dizer: Não acredite no que ela diz. – dessa vez Coral viu que quem falou foi Amanda F.
— Porque não? Ela me pareceu muito convincente.
— Ela está enganando você.
— Atraindo você para sua teia.
— Então, porque vocês não me falam a verdade?
As três crianças se entreolharam.
— Essa não é uma tarefa nossa. – os três falaram juntos.
— Mas a verdade vai aparece. – Amanda S. falou.
Coral pensou por um segundo e depois falou.
— O que minha mãe veio fazer aqui? Depois que os avos de vocês morreram?
— Ela veio nos proteger. É isso que ela faz. Ela era a única adulta do sangue que restou. Quando nossos parentes morreram, ela veio. Ela sempre vinha.
— Do sangue? – Coral estava muito confusa.
— Do sangue dos escolhidos para proteger.
— Somos crianças, Coral, somos a refeição favorita da Outra Mãe. – Balt falou tristemente.
— Quanto mais jovem, melhor.
Coral balançou a cabeça, estava confusa. Não queria mais acreditar em nada daquilo, não queria mais estar ali.
— Isso é só um sonho. – Coral murmurou.
— O sonhos são bons. Sim, sim. Eles podem lhe ajudar. – Amanda Forcible falou.
— Mas eles também podem ser ruins, podem ser usados pela Outra Mãe, mas só se você deixar ela entrar. – Amanda Spink falou.
— Não deixe ela entrar Coral. – Balt falou por fim.
De repente, o vento começou a ficar forte todos olharam para o céu, as nuvens ficaram pesadas.
— Ei, vocês!
Os quarto olharam para a voz. Um garoto estava parado a uns 10 metros de distância deles. Amanda, Amanda e Balt abriram um grande sorriso quando viram aquele garoto. Eles pareciam não acreditar no que estavam vendo.
— Você!! – os três falaram juntos e correram para dar boas-vindas para aquele garoto.
Coral não tinha idade ainda para sentir coisas pelos garotos, mas aquele garoto a fez sentir pela primeira vez. Ele era lindo e os olhos eram tão verdes que pareciam aquela grama que estava pisando.
— Quem é você e porque está no meu sonho? – ela falou tentando não ser chata.
— Ele vai... – Amanda começou a falar, mas o garoto misterioso estalou os dedos três vezes e todos os outros sumiram, restando apenas ele e Coral ali na frente da casa.
— O que aconteceu? O que você fez com eles?
— Não se preocupe, eles estão bem. – ele colocou as mãos nos bolsos. Deveria ter uns 14 anos, mas era mais baixo que o Balt. — Algumas coisas só devem ser faladas na hora certa.
— Quem. É. Você. – Coral estava furiosa. Aquele garoto parecia ser muito metido.
— Calma ai garotinha, eu já estou indo.
E antes que Coral pudesse falar algo, ele simplesmente sumiu e ela acordou.
Provavelmente, aquele foi o sonho mais estranho que ela já teve e mesmo assim decidiu não acreditar nele. Foi apenas um sonho com meias verdades.
Ainda estava escuro, mas ela não queria voltar a dormir, levantou e olhou pela janela, lá fora estava muito sombrio e o vento balançava o capim verde. Por um segundo, entre as arvores da floresta Coral pensou ter visto um vulto de um garoto desconhecido, mas olhando bem, era apenas uma arvore magrela. Ela não queria pensar sobre aquilo, nem sobre aquele sonho e então deitou na cama, olhando para o teto, sem pensar em nada, esperando o dia amanhecer.