História Coralee - Parte VII

Parte VII

Coralee 02/03/2019

Rua de Sant Joan de la Salle 

Na faculdade 

Não consigo deixar de pensar nessa madrugada, foi tão… perfeita, é incrível pensar que tudo isso aconteceu a poucas horas atrás, até agora não consegui dormir, cheguei em casa às cinco da manhã e tinha que vir para a faculdade às sete. Sem falar também na minha preocupação com o Gabriel, ele estava em minha cama, deitado com a mãe dele, quando sai agora para vir eles ainda estavam dormindo, minha vontade era de acordar os dois só para saber o que aconteceu, mas eles pareciam tão cansados, e para o Gabriel vir ao meu apartamento assim e ainda trazer companhia é por que o caso é grave. 

Meu celular começou a tocar no meio da aula, eram os pacientes do escritório, o caso da Kahlen se espalhou tão rápido que fiquei até famosa em minhas redes sociais, antes eu tinha 505 seguidores, hoje já estou nos 20k, tem foto minha no consultório que tem mais de mil curtidas, na primeira semana fiquei assustada, mas agora já estou tranquila com isso, em pensar que tudo na minha vida foi melhorando por conta do caso da Kahlen, a tristeza de uma menina me trouxe “felicidade” em vários aspectos, é horrível pensar nisso dessa maneira, mas não tem como pensar de outra forma. Falando na Kahlen, vou ligar para ela, já estou com saudades dela, muitas mesmo e ainda não tive notícias sobre o julgamento do Alex. Pedi licença ao professor e me levantei para falar com ela, a conversa foi rápida, mas marcamos de sair semana que vem, só eu e ela para o shopping e sobre o julgamento nem ao menos elas tiveram notícias, a advogada se quer ligou alguma vez e eu não ficarei de braços cruzados esperando uma resposta, assim que sair daqui da faculdade vou falar com ela. Quando parei para focar na aula de Neuroanatomia novamente começou a chegar várias mensagens, de novo, mas dessa vez me chamou a atenção, era Talulah, queria me ver, pediu para sairmos juntas hoje, topei, podemos nos ver durante a noite, confesso que fiquei meio nervosa por conta do ocorrido no banheiro a último vez que nos vimos, não dormi noites.

No trabalho quase não cheguei a ver o Maxon, ele precisou entrar em uma reunião que durou o meu expediente todo, não gostei muito, mas acho que foi melhor assim, não sei como agiria na frente dele, ainda é muito estranho, principalmente chamá-lo de Maxon. E no meu almoço liguei logo para o meu amigo maravilhoso, Gabriel, ele vai passar uns dias lá em casa com a mãe pois o pai dele tentou matar ela de novo. Ai Ai mais um processo para acompanhar e deixei claro para o Gabriel que nem ele ou a mãe dele irão voltar para casa com aquele homem dentro dela, fiquei até meio nervosa de sair com Talulah e deixar os dois sozinhos nessa, mas ele disse que precisava de um tempo para ficar com a mãe sozinho. Botei um vestido simples, bonito e leve (foto em cima), hoje não é um dos melhores dias para me produzir toda ainda estou preocupada com o Gabriel, com a Kahlen e com o meu beijo no Sr. Holan, que é o menor dos meus problemas.

Talulah veio me buscar de moto, subi toda boba, amo andar de moto, ainda não sabia para onde iríamos, mas ficamos umas meia hora na estrada direto até chegar em um estacionamento que dava acesso a praia, cheguei a não acreditar.

Fui correndo para a areia.

Pov. Talulah

Ver a Cora correndo para a areia e brincando como se fosse uma criança que acabou de ganhar um doce, fez ter sentido esse dia todinho, só de ver o sorriso dela me senti ótima e era isso que eu queria, vê-la bem, sabia que ela iria precisar de um momento de distração dos estudos, do trabalho e principalmente dos estresses que vem acontecendo. 

Corri até ela

Cora: Obrigada 

E recebi o olhar mais lindo, junto do sorriso mais sincero e ali percebi que encontrei o que eu tanto procurava.