História CORRIDA DO AMOR - Jeon Jungkook ( BTS) - Proposta

POV's S/N 

— Entregue  — meu pai diz estacionando o carro em frente a empresa. Lancei um meio sorriso a ele e me despedir saindo do carro e indo em direção a empresa.

Depois do ocorrido na madrugada de ontem, meus pais fizeram de tudo para dá um dia calmo e tranquilo para que eu pudesse me recuperar. Isso realmente foi bom para mim, não imaginava que eu precisava tanto de um descanso como ontem, pois parece que agora as coisas estão mais claras em minha mente e eu estou com mais ânimo para voltar ao trabalho.

— Best, que bom que você chegou — Lívia me abraçou de imediato assim que as portas de vidro se abriram — Eu fiquei tão preocupada com você. Você já está melhor ? — A loira se desvencilhou do abraço colocando as mãos em meus ombros, com o olhar preocupado.

— Sim, eu já estou melhor. Só foi um susto — respondo o mais calma possível 

— Então o que foi isso na sua testa ? — as orbes castanhas da loira ficam atentas ao pequeno curativo que estava no canto de minha testa e de imediato coloquei a mão tentando inventar alguma desculpa plausível para isso.

— Ontem meu pai pediu para que eu o ajudasse a colocar um quadro um pouco grande na parede. Bem, você sabe. Eu acabei me desequilibrando e a moldura caiu em cima da minha cabeça. Doeu, mas foi engraçado depois  — falei fingindo me lembrar do ocorrido, com um pequeno sorriso no rosto. 

— Hum…— Livia cruza os braços com os olhos semicerrados, me deixando um pouco tensa — Bem, eu só sei que eu queria ter visto essa cena — expiro de alívio e balanço a cabeça para os lados fazendo loira rir junto a mim. 

Detestava mentir, principalmente para meus amigos e família, mas não queria preocupar ela com os meus problemas agora.

— E as novidades?Ontem foi muito cansativo ou tranquilo? — questiono mudando de assunto e logo Livia me segue em direção ao elevador, onde eu aperto no botão do painel para ele descer. 

— Sobre isso , ainda bem que você voltou. S/N, parece que todo mundo descobriu que você não viria ontem e decidiram marcar uma série de reuniões. Jin estava nos nervos com tudo isso. 

— Ele não conseguiu administrar tudo ontem? — pergunto quando entramos no elevador e Lívia suspira apertando no botão do painel para irmos ao segundo andar.

— Não, longe disso. Consegui remarcar algumas reuniões para semana que vem, para você  não voltar com um monte de trabalho nas costas e as que deram passei para o Jin e ele foi te representar. E tudo com maestria. Inclusive esta semana você provavelmente não o verá, pois ele foi te representar nos Estados Unidos — sorri ao final, percebendo que já estávamos em frente ao meu escritório 

— Obrigado — suspiro — Bem, eu vou começar a trabalhar logo, tenho que por algumas coisas em dia — Digo, mas quando estava prestes a abrir a porta de minha sala Livia me chamou.

— Espera! — me viro para ela  que estava com uma expressão um tanto apreensiva. 

— O que foi?

— Antes de você entrar, saiba que eu pedi para ele esperar para falar com você em outra hora, mas ele insistiu — somente a lancei um olhar suspeito e abri a porta de meu escritório vendo Jungkook andando de um lado para o outro , aparentemente nervoso.

— Jungkook — na mesma hora o castanho parou de andar percebendo a minha presença no local

— Bom dia S/N —  se pronunciou com um semblante um pouco tenso 

— Bom dia — respondi deixando minha bolsa em cima do sofá e cruzei os braços com a expressão um tanto confusa — Aconteceu alguma coisa para você estar aqui? Pelo que eu sei você não foi solicitado hoje — questionei me encostando na mesa atrás de mim vendo que o castanho suspirou pesado

— Eu...eu queria pedir desculpas pelo meu vacilo no dia do teste, mesmo eu já tendo falado com sua mãe não consegui dormir direito pensando em como eu fui imprudente. Agora você realmente deve pensar que eu sou um completo idiota — Jungkook falou de uma forma tão afoita e desesperada que eu  comecei a rir de sua forma de falar — Eu falei algo errado? — apontou para si mesmo com uma feição confusa, o fazendo ficar um tanto fofo

— Jeon — balancei a cabeça para os lados ainda rindo — Eu não acho que você seja um babaca por causa do que aconteceu antes de ontem. Na verdade, acho que você só agiu de acordo com a situação. Allen estava te provocando desde o início e até eu acho que o soco foi bem dado.

— Então você não estava com raiva de mim?

— Não. Não tenho motivos para isso — suspiro — Além disso, só ficaria com raiva de você se agisse como um idiota e isso você não é, pelo menos foi o que percebi até agora 

— Mais mesmo assim, não tem como eu me redimir com você ? — indaga

— Somente pare de “errar” e pedir diversas vezes desculpa, isso particularmente me irrita — fiz aspas com as mãos quando disse “errar”

— Okay chefinha, mas eu quero fazer melhor — Jungkook pegou o celular do bolso e começou a procurar algo no mesmo, enquanto eu franzi as sobrancelhas não entendendo o que ele queria dizer 

— Como assim?

— Eu conversei com sua mãe no dia em que você passou mal e ela me contou que tudo isso foi por causa de uma trauma que você passou a um ano atrás — disse enquanto digitava algo em seu aparelho celular 

— Eu vou matar você Dona Pietra — digo a mim mesma bem baixinho, fechando os olhos para tentar conter o meu desapontamento com a mais velha. Ela não tinha o direito de contar isso a Jeon, nem sequer somos tão próximos para ele saber de algo tão sério que ocorreu na minha vida — Ela por acaso te contou o que foi esse trauma? — ele direcionou o olhar a mim

— Não. Ela me disse que isso era algo que você mesma deveria me contar, mas relaxa não irei te pressionar em relação a isso. Já passei por traumas e sei como é quando não nos sentimos confortáveis em tocar no assunto — dá um pequeno sorriso, mas que no fundo demonstrava tristeza. 

Nunca achei que escutaria Jeon falar dessa maneira. Para mim ele era somente um piloto um pouco imaturo, que só pensava em si mesmo e mulherengo, mas hoje conhecer esse outro lado dele que mostrava aos poucos ser o oposto do que eu pensava, me deixava um pouco intrigada em relação a ele. Isso é a prova de que não podemos julgar sem conhecer.

— Hum...então o que você tem em mente para me ajudar? Até porquê não é como se você tivesse uma bola de cristal que me  fizesse  esquecer de todos os meus traumas — arqueio a sobrancelha.  

— Nisso você tem razão, mas na forma humanamente possível eu posso te ajudar a superá-los se deixar eu fazer tudo da minha forma — propõe

— E por que eu aceitaria isso? Nós nem nos conhecemos direito. Além disso, como você vai me ajudar se nem os especialistas mais experientes do país não conseguiram?  — questiono desacreditada com a proposta do mais novo

— Como eu já disse, eu também tenho traumas, mas com a ajuda de algumas coisinhas consegui melhorar...

— Está dizendo que usou drogas? — o interrompo um tanto espantada, não achava que ele era disso

— O que? Não — respondeu um tanto sem jeito — Por que acha isso?

— Bem , é que você falou coisinhas e fica meio difícil de não associar — Jeon começou a rir de minha pérola — Argh desculpa , não precisa rir assim — reclamo o vendo rir mais , agachando um pouco e colocando as mãos no joelho

— Ah desculpa, é que eu não sei como você consegue ser uma chefe tão confiante e ao mesmo tempo tão ingênua — enxuga as lágrimas que foram causadas pelo riso me fazendo ficar um pouco envergonhada por pensar algo assim dele — Enfim, eu não usei drogas, somente contei com a ajuda de pessoas para melhorar. Minha irmã mais velha é psicóloga e isso me ajudou muito, já que ela sabe fazer muito bem o trabalho dela — quando eu ia me pronunciar ele me cortou — E não venha dizer que psicólogo é coisa de louco. Isso é uma visão errada que muitas pessoas têm desses profissionais

— Eu não ia dizer isso — suspiro — Somente que ir ao psicólogo não vai adiantar em muita coisa. Já fui em alguns e não mudou nada —  me sento no sofá falando com a entonaçao desanimada

— Uma psicóloga como a minha irmã  você nunca foi. Aquela Jeon não desiste tão fácil antes de conseguir  ajudar os pacientes — Jeon fala da irmã com tanta admiração que até mesmo eu fiquei curiosa em conhecê-la, mas será que ela é realmente tudo isso?

— Não sei não Jeon. Eu não quero me iludir novamente com uma possível chance de sair desse pesadelo — mordo os lábios — Acho melhor não  — na mesma hora Jungkook se agachou na minha frente e pegou em minhas mãos, olhando diretamente em meus olhos com uma feição calma  

— Escuta o que eu vou te dizer agora. Você está certa de que nós não somos tão próximos ainda para você confiar tanto em mim, mas eu sei como é difícil passar por traumas que te deixam mal a cada segundo de sua vida.Então ,me deixe te ajudar a superar tudo isso, ninguém merece passar por algo assim, muito menos mulheres incríveis que nem você que luta pelos sonhos com muita perseverança. Já parou para pensar que talvez eu esteja destinado a te ajudar ? Que talvez eu seja sua esperança ?

Todas aquelas palavras que foram ditas pelo castanho me fizeram refletir em tudo o que eu passei e principalmente na conversa que tive a alguns meses atrás com Dylan:

—  Eu sei, mas se acalme. Alguém vai conseguir te tirar disso completamente - afirma me fazendo da um sorriso desacreditado com as palavras do loiro 

"Não precisa ser fácil , só precisa ser possível "

Eu não acreditava muito na possibilidade de que alguém conseguiria me tirar daquilo, mas talvez lá no fundo eu queria acreditar que realmente Jungkook seria a pessoa certa para me retirar desse mar escuro que eu fui laçada. Não  aguentava mais viver com essas alucinações, precisava seguir em frente e ser feliz.

— E antes antes de responder, saiba que a persistência é uma característica bem presente no sangue Jeon. Não vou aceitar um não como resposta — acabo rindo da fala do castanho que me lança um sorriso muito bonito.

— Que escolha eu tenho não é mesmo — suspiro — Muito bem Jeon Jungkook, eu aceito a sua ajuda , mas com uma condição.

— Diga. 

— Você vai ter que fazer de tudo para se da bem com Allen — proponho vendo Jeon revirar os olhos quando toco no nome do britânico. Definitivamente ele detestava o Allen.  

— Tudo bem. Por você eu faço isso, mas não prometo nada em relação a ele querer se dar bem comigo.

— Sem problemas, se pelo menos você ficar tranquilo, já vai ser menos uma dor de cabeça — sorri, mas logo parei quando percebi que Jeon me olhava intensamente — O que foi? — indaguei envergonhada pela insistência que suas orbes amendoadas insistiam em se concentrar em mim.

— Nada. Só parei para pensar que não irei desistir até te ver todos os dias com esse mesmo sorriso tranquilo e bonito no rosto — assim que ele ditou tais palavras parecia que o mundo tivesse parado instantaneamente. Como ele conseguia fazer isso? De toda forma não importa, pois saímos do transe assim que o meu telefone do escritório começou a tocar.

Jeon pigarreou e se levantou tentando se recompor, e comigo não era diferente.

— Bem, eu vou deixar você trabalhar agora. Amanhã trago ela aqui para começar nossa missão — sorriu — Tchau chefinha  — acenou e se retirou da sala me fazendo morder os lábios com um meio sorriso

“Será que isso realmente dará certo?”