História Corrupted - Nothing happened here

~HINATA ON~ 

Um som extremamente irritante soava do despertador. Confesso que minha vontade, foi jogar ele contra a parede com toda minha força.

Mas, infelizmente eu preciso me levantar. 

Com um bocejo, e a cara provavelmente amassada, eu me levantei e abri a janela. 

Pude ouvir pássaros cantando, algumas risadas de crianças que passavam ali perto, e pensei até ter ouvido alguém cantando alegremente.

Porcaria. Enquanto eu estou toda acabada, o mundo brilha ao meu redor. 

Sabendo que possivelmente passaria o dia todo de mal humor, decidi ir tomar um banho e me arrumar.

Não tenho como fugir de meu cruel destino, afinal. 

Já vestida com uma roupa simples, prendi meus cabelos- agora longos-, em um rabo de cavalo, e desci as escadas rumo a cozinha.

Haviam duas cozinheiras ali, elas preparavam o café da manhã e me cumprimentaram quando me viram. 

Eu apenas sorri e acenei para as duas. Peguei dois bolinhos e sai pela porta dos fundos, depois de pedir para que avisassem ao Hiashi que sai mais cedo. 

Caminhava calmamente pelas ruas de konoha, e tudo ali era tão calmo...

As pessoas sorriam uma para as outras, e conversavam animadamente entre si. Claro que algumas me encaravam com um olhar julgador, mas não me importava com isso. 

Ao longe, avistei Itachi-nii. Ele usava uma roupa parecida com a que ele usava antigamente, quando fazia parte da Anbu. 

Ele caminhava com a garota da noite passada, e ela por sua vez, sorria tímida para ele. Provavelmente haviam se resolvido. 

- Ohayo, Itachi-nii.- Me aproximei sorrindo. 

A garota pareceu meio incomodada com minha aproximação. Seria ciúmes? 

- Ohayo, Hinata.- Ele disse sorrindo, e bagunçou meus cabelos. Ele apontou para a moça ao seu lado, e nos apresentou.- Essa é Uchiha Izumi. Izumi, essa é a Hinata. 

- É um prazer conhecê-la! Itachi-kun falou bastante de você!- A sua cara de ciúmes se desfez ao ouvir meu nome, e ela sorriu abertamente.

Se Itachi havia falado sobre mim, obviamente ela entendeu que somos como irmãos. 

- Eu digo o mesmo! É bom saber que meu Nii-san já está namorando.- Eu disse maliciosa, e os dois coraram. 

É, vou me divertir bastante nas custas desses dois. 

- Você é má, Hime.- A voz de Naruto soou em meus ouvidos. Ele me abraçou de lado, deixando um beijo em minha testa. 

- Ei.- Nos viramos para Itachi, e ele estava com o sharingan ativado. Naruto estremeceu e fez menção de se afastar, mas eu o impedi.- Se afasta, pirralho. 

- Nem começa.- Eu disse o olhando brava. Meu byakugan se ativou, e vi o moreno arregalar levemente os olhos. 

Ele desativou seu sharingan, e levantou as mãos como sinal de rendição. Eu sorri, agora já mais calma, fazendo com que meus olhos voltassem ao normal. 

Izumi deu uma risadinha da reação do moreno, e olhou pra ele com deboche. Sabia que estava rindo dele, por ele ter medo de mim.

Eu já gostei dela, é das minhas! 

Itachi a olhou indignado, e eu pude ver em meio aqueles olhares, que existia algo entre os dois. 

Eles pareciam se gostar. Mas se eles ainda não estavam juntos, eu daria um empurrãozinho. 

- Naruto-kun, me acompanha até o hospital?- Eu perguntei ao loiro. Ele afirmou e nós fomos caminhando, deixando os dois sozinhos.- Itachi-nii gosta dela. 

- Sério?- O loiro perguntou confuso.

Coitadinho, é tão lerdo as vezes... 

- Ah, Naruto, as vezes você é tão lerdinho.- Eu disse abraçando a cintura dele enquanto caminhavamos. Seu braço ainda estava por cima de meu ombro, me mantendo próxima de si. 

- Mas você gosta.- Ele disse orgulhoso e beijou minha bochecha, me fazendo corar levemente. 

- É, eu gosto.- Não havia a necessidade de mentir, ele já sabia afinal. 

- Hime, eu...- Ele ia falar algo, mas foi interrompido. 

- Ei casal, já marcaram a data do casamento?- A voz de Sasuke atrás de nós, chamou nossa atenção.

Nos viramos, e vimos o moreno se aproximar com Sakura ao seu lado. Ela parecia radiante, e extremamente feliz.

Tenho certeza que algo aconteceu entre esses dois. 

- E você, emo revoltado? Quando vai assumir o namoro com a Sakura?- Eu perguntei debochada.

Sasuke apenas resmungou, com o rosto levemente corado. Já a rosada ao seu lado, quase explodiu de tão vermelha que ficou. 

- Não seja inconveniente, baixinha.- Disse uma voz atrás de mim.

Meus olhos se arregalaram, e eu me virei tão rápido, que quase fiz Naruto voar pra longe. 

Meus olhos pousaram sobre o homem mascarado, e eu corri em sua direção, pulando em seus braços e o apertando em um abraço de urso.

Ele retribuiu meu abraço me erguendo do chão, e pude ouvir sua risada baixa. Ele parecia bem, não pareciam haver mais nenhum machucado. 

- Obito-kun! Você está bem!- Eu disse olhando em seu único olho visível.- Mas porquê ta usando essa máscara? Pensei que já tivesse revelado sua identidade. 

- É complicado.- Ele disse baixo. Percebi Naruto se aproximar de nós, e ele estava emburrado.- Acho que o loirinho tá com ciúmes de você. 

- Naruto-kun, vem cá, deixa eu te apresentar direito.- O loiro parou ao meu lado, e eu entrelaçei nossas mãos.- Esse é o Obito-kun, ele é um de meus senseis, e me ensinou muita coisa quando eu era mais nova. E Obito-kun, você já conhece o Naruto! 

- Seu quase namorado.- O loiro disse sério. O que deu nele? Era realmente ciúmes? 

- Quase namorado?- Obito perguntou, com humor na voz. 

- É.- Naruto afirmou ainda sério. Eu juro que não to entendendo essa reação dele. 

- Tudo bem, então...- O Uchiha disse. Logo ele se virou pra mim e continuou a falar.- Estou indo falar com a Hokage. Recebi uma carta dela, e pelo que parece, iremos ficar aqui. Os outros estão em uma casa na floresta, não muito longe. Se quiser vê-los, eu te levo lá mais tarde. 

- Claro, assim que eu sair do hospital, eu e Naruto te encontramos, pode ser?- Eu perguntei, e ele apenas assentiu, seguindo na direção do prédio da Vovó. 

- Não íamos ao Ichiraku mais tarde?- O loiro perguntou.

Nós voltamos a ir em direção ao hospital, e vi que Sasuke e Sakura haviam simplesmente evaporado. 

- Ah, é que eu queria te apresentar a eles.- Eu disse envergonhada. 

Eu queria muito que Naruto conhecesse minha família. 

- A-ah, entendi.- Ele parecia meio receoso.

Mas quem não estaria, afinal? São criminosos. 

- Se não quiser tudo bem.- Disse meio insegura.- Sei que pode ser ruim se encontrar com criminosos... 

- Não é isso.- Ele disse parando de andar, e me encarou nos olhos, sorrindo daquele seu jeito sem graça.- Meu medo é eles serem super protetores, igual ao Itachi. Imagina se todos tentarem me matar?! 

- Não se preocupe.- Eu disse rindo.- Eu prometo que vou te proteger. 

- Me sinto bem mais seguro agora.- Ele deu de ombros rindo, e voltamos a caminhar. Logo chegamos na portaria do hospital.- É... Boa sorte pra você. 

- Obrigada, vou precisar.- Eu disse desanimada.

Quando dei um passo em direção ao hospital, Naruto segurou levemente o meu braço. Me virei para encará-lo, e ele estava emburrado, fazendo um biquinho fofo. 

- Não tá se esquecendo de nada não?- Ele perguntou, com o rosto um pouco corado. 

- Acho que não.- Disse e coloquei a mão no queixo, como se estivesse pensando. Ele me olhou indignado, e eu dei uma risadinha de sua reação. 

Me aproximei, passando meus braços pelo seu pescoço. Ele abraçou minha cintura, e eu fiquei na ponta dos pés para selar nossos lábios. Querendo ou não, ele ainda era mais alto, mas isso era algo que eu gostava. 

O beijo não foi longo, logo nos separamos e ele fez um carinho em minha bochecha, sorrindo levemente. 

- Nunca me canso disso.- Ele disse, deixando um selinho em meus lábios. 

- Nem eu.- Eu baguncei seus cabelos retribuindo seu sorriso, e me afastei acenando.- Te vejo mais tarde, loiro. 

Adentrei o hospital e fui até a recepção, onde uma mulher de cabelos castanhos e olhos pretos, com aproximadamente uns quarenta anos- bem mal encarada diga-se de passagem-, me analisou dos pés a cabeça. 

- Posso ajudar?- Disse com a voz entediada. 

- Sou Hyuuga Hinata, vou trabalhar aqui por tempo.- Eu disse distraída com um enfeite do balcão, mas percebi quando ela arregalou os olhos ao ouvir meu nome. 

- A-ah, claro! A nova médica.- Ela disse, parecendo nervosa. 

Só depois de alguns segundos, me toquei do que ela disse.

Médica?! Pensei que no máximo, trabalharia como enfermeira! 

- Pera ai, médica?! A velhota não disse nada disso!- Eu cruzei os braços, e franzi o cenho.

Ao ver minha cara, a mulher rapidamente explicou tudo, enquanto tremia um pouco. 

- A H-hokage-sama, disse que a senhorita trabalharia como médica na clínica. Como os casos são mais leves, ela disse que a senhorita daria conta. M-mas só estou passando as ordens dela, é claro!- Ela disse tudo isso rapidamente, quase ficando sem fôlego. 

- Entendi. Sabe onde a Sakura está?- Perguntei por fim.

A mulher me disse onde ficava o consultório da rosada, e eu fui até lá. 

Caminhei pelos corredores, até achar uma porta com o nome "Haruno Sakura" escrito. Não achei que seria necessário bater, então apenas entrei.

A cena que vi, me fez querer rir e esconder meu rosto ao mesmo tempo. 

Sakura estava sentada em sua mesa, e todas as coisas que eram pra estar na mesa, estavam no chão. 

Ela e Sasuke se beijavam, e o Uchiha passeava suas mãos pelo corpo dela. Ele estava entre suas pernas, e a cena estava um tanto quanto indecente. 

Pigarreei, chamando a atenção dos dois, que se afastaram rapidamente. Com seus rostos corados, eles tentavam arrumar suas roupas amassadas e os cabelos bagunçados. 

- Desculpe atrapalhar, não sabia que estava rolando uma cena de icha-icha aqui.- Eu disse com humor na voz. 

Sasuke parecia querer me matar, e Sakura não sabia onde esconder o rosto. 

- Nada aconteceu aqui, Hyuuga.- Disse Sasuke, caminhando até a porta. 

Quando ele passou por mim, eu fiz um sinal como se estivesse passando um zíper pela boca, sinalizando que não ia dizer nada. 

O Uchiha saiu, e eu ajudei a Haruno a pegar suas coisas do chão. Assim que colocamos tudo novamente sobre a mesa, ela se sentou em sua cadeira. 

Seu rosto ainda vermelho, e mostrava o quanto ela estava envergonhada, mas seu olhar confuso e perdido ao encarar um ponto em sua mesa, me intrigou. 

- Ok, pode ir falando.- Eu disse, me sentando na cadeira de frente para ela. A Haruno me encarou, erguendo uma sobrancelha em questionamento.- O que tá te incomodando, Sakura? 

- Eu...- Ela parecia em dúvida se contava ou não, mas por fim suspirou e decidiu falar.- Estou confusa em relação ao Sasuke. Quer dizer, nós dançamos ontem na festa, e quando ele me levou pra casa, pediu desculpas por tudo, e nós nos beijamos. E hoje, bom, você viu o que aconteceu.- Ela ficou mais vermelha ao dizer essa última frase.- Mas eu não sei se ele gosta de mim. Tenho medo que ele só esteja me usando, sabe? Eu esperei por ele todo esse tempo, guardei meu primeiro beijo para ele e neguei todas as investidas que outros garotos tentavam. Mas eu não sei se ele gosta de mim, tanto quanto eu gosto dele. 

- Olha, se quer minha opinião, eu acredito que você devia falar com ele.- Eu disse, segurando a mão de minha amiga sobre a mesa. 

Ela estava com os olhos marejados, e parecia realmente triste com tudo aquilo.

Se ela soubesse que o Uchiha mais novo estava aos seus pés... Só faltava ele latir pra ela. 

- Não há nada que uma boa conversa não resolva. Se vocês dois conversarem, pode dizer o que sente por ele, e vai saber o que ele sente por você.- Disse calma, tentando lhe passar conforto e segurança.- Eu sei que o Sasuke é um idiota, mas não acho que ele brincaria com seus sentimentos. 

- Obrigada. Eu vou conversar com ele!- Ela secou os olhos, sorriu confiante e se levantou.- Vem comigo, eu vou te mostrar seu consultório. 

- Meu consultório?- Eu perguntei confusa. Me levantei, e segui a rosada até o corredor.- Primeiro descubro que vou trabalhar como médica, e agora eu até tenho um consultório? 

- Tsunade-sensei sabe da sua capacidade. Ela disse que você seria de grande ajuda pro hospital. Eu concordo com ela, você vai ajudar muito aqui, Hina.- Ela disse sorrindo. 

Depois de caminharmos um pouco, paramos em frente a uma porta com meu nome. 

- Mas eu não sou tão boa quanto vocês. Nem chego perto!- Eu franzi o cenho, encarando a Haruno. 

- Não vai pegar casos graves e nem fazer cirurgias Hinata, vai atender casos mais simples. Tenho certeza que você dá conta. Você sabe ninjutsu médico desde quando éramos gennins!- Ela sorriu pra mim, abriu a porta e fez sinal para eu entrar. Eu entrei no cômodo, e antes de fechar a porta, ela disse.- Seu primeiro paciente já vai entrar, tem um jaleco na sua mesa e qualquer coisa pode procurar por mim. Nos vemos na hora do almoço! 

Ela fechou a porta, e pude sentir seu chakra se distanciar.

Dei uma boa olhada na sala. Havia uma mesa grande com, duas cadeiras na frente. Atrás da mesa, tinha uma cadeira que provavelmente era a minha. Ela parecia ser bem confortável. 

Tinha uma maca, e alguns aparelhos e equipamentos médicos. Eu sabia como usar todos, então isso não seria um problema.

Havia uma porta do lado direito, que eu abri e vi que era um banheiro. Na parede atrás da mesa, havia uma grande janela de vidro com longas cortinas brancas, que dava vista para a rua. 

Eu admito, gostei da sala. Mas não sei se vou aguentar ficar presa aqui dentro o dia todo. 

Vesti o jaleco, e peguei as fichas que estavam sobre a mesa. Eram muitas, o que significava que seriam muitos pacientes. 

Pedi para que o primeiro entrasse, e me preparei mentalmente para um dia, que com toda certeza, seria estressante e cansativo. 

~

Nunca estive tão certa na minha vida. Uma luta contra Itachi, Kisame e Hidan ao mesmo tempo, me cansaria menos. 

Estou exausta. O dia todo atendi inúmeras pessoas, e eram coisas do tipo: "Estou sentindo uma dor no dedo mindinho, o que pode ser?",  ou então: "Meu gato me mordeu, e eu acredito que vou morrer. Tenho certeza que peguei alguma doença terminal!" 

Juro que não aguento mais! Não sei como Sakura consegue lidar com isso todos os dias!

Falando nela, nesse exato momento, estávamos nós duas saindo do hospital. Conversávamos sobre coisas aleatórias, e eu estava imensamente feliz por ter uma amiga para poder falar sobre qualquer coisa. 

Eu nunca tive alguém da minha idade pra conversar. Na Akatsuki eu tinha Konan, mas ela mais era como uma irmã mais velha. E nos últimos anos, quem mais me fez companhia foi Matatabi. 

Então ter a companhia de Sakura, era muito bom. Eu sabia que podia confiar nela, e espero que ela saiba que pode confiar em mim também. Mesmo que tivéssemos ficado separadas por três anos, ainda continuamos muito amigas. 

Saímos pela porta, e vi Naruto já me esperava. Ao lado do loiro, estava Sasuke, e eles pareciam discutir sobre algo, como sempre.

Assim que eles nos viram, ficaram quietos e se aproximaram. Eu fui até Naruto, abraçando o mesmo.

Ele retribuiu meu abraço, e percebi o quanto ele estava cheiroso. Seu cabelo ainda úmido, indicava que havia tomado banho a pouco tempo. 

Pude ver de canto de olho Sakura, sorrir abertamente para o Uchiha. O mesmo sorriu de canto pra ela, e disse algo que não consegui ouvir. 

- Vamos?- Eu perguntei ao loiro, que afirmou com a cabeça. Me virei para Sakura e sorri.- Até amanhã, Sakura-chan! Não se esqueça do que eu te disse, tá? 

- A-até! E pode deixar!- Ela disse com o rosto corado.

Realmente, quando se trata de um certo Uchiha, ela fica parecendo uma garotinha tímida e apaixonada. 

Acenei para os dois, e Naruto e eu nos afastamos deles. Nossas mãos estavam entrelaçadas, e acredito que isso já tenha virado um costume, mesmo que recente. 

Eu me concentrei tentando achar o chakra de Obito, para ver se ele ainda estava na vila, e o achei junto ao chakra de Kakashi.

Parei de caminhar de repente, e Naruto me olhou como se perguntasse o que havia acontecido. 

- Acho que não devemos ir até o Obito. Vamos direto pra floresta, e de lá eu procuro o chakra de algum deles.- Eu disse encarando o loiro, e sorri para não parecer suspeita.

Ele apenas concordou, e começamos a caminhar em direção a saída da vila. 

- Hime, acha que vão gostar de mim?- Ele perguntou, parecendo nervoso.- Porque o Itachi... Bom, parece que o Itachi me odeia! 

- Itachi-nii é apenas muito protetor. Não acho que ele te odeie, Naruto-kun.- Eu disse, sorrindo carinhosamente para ele. 

- Acho que se tivesse a oportunidade, com certeza ele me mataria.- Ele pareceu ter sentido um calafrio ao dizer isso, e eu apenas ri da reação dele. 

- Eu já disse, qualquer coisa eu te protejo.- Bati meu ombro de leve no seu, arrancando um sorriso dele.