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História Fúnebre - Desfecho feliz


Escrita por: Wicch e Dyryet

Notas do Autor


(Sim eu fiz a Dona morte de da turma da Monica que normalmente é mulher e o Puro osso de Billy Mandy na mesma obra por que a entidade da morte não tem um gênero ou sexo especifico para mim, e justamtne por isso pus os 2. Neste cap farei um ping pong com as narrativas para mostrar tudo e tem um hot levinho ok? É praticamente uma insinuação, mas voltado ao estilo Addams ou seja mais “macabro”.)

Capítulo 4 - Desfecho feliz


Fanfic / Fanfiction Fúnebre - Desfecho feliz

Durante o caminho o mordomo explicou que a fortuna ali escondida estava sobre o nome do dono, ou seja Gaspar, entretanto logicamente este não desejava a usar para nada.

De fato era uma fortuna de cair o queixo, muito maior que a da minha família que a gerações não precisava trabalhar, maior que tudo que jamais vi. Mas também não era o dinheiro dele que me impressionava. Não. Era o poder e o foco da escolha de seu uso.

Ele era capaz de fazer tudo aquilo e escolheu ter uma vida comum de um garoto ao invés de… bem eu também não teria ideia do que fazer com tamanho poder.

De fato, a única coisa que parecia fazer falta para Gaspar era um coração pulsante.

 

Ele que estava distraido de costas se vira espantado pela minha preseça ali, seus cabelos eram dourados como fios de outros luminosos que refletiam a luz do sol, enqanto que sua pele era tão alva que aprecia nunca ter sido tocada por qualquer luz e seus olhos eram negros como um abismo profundo.

Fiquei totalmente sem reação ao ver ele desta forma.

 

E ele tomou a dianteira como sempre; caminhou até mim, mas tudo que podia fazer era o olhar da cabeça aos pés.

Trajava uma jaqueta preta com uma camisa branca simples por baixo, as calças jeans azuis o davam um com comum e o tenes branco era quase imperceptível, mal notei a singela gravata de coloração vinho escuro que o deixava com um tom elegante.

― Você está vivo? ― Questionei atônita não evitando tocar sua face e a sentir quente e macia. ― Como pode?

― Pinóquio não pode pedir ser um menino de verdade? ― Brincou. Sua voz era idêntica à que sempre foi; um borboletear que atingia direto na alma.

Eu não conseguia acreditar.

Parte de mim estava desapontada por ele ter se tornado um garoto loirinho e todo bonitinho como os de revistas adolescentes, mas outra estava muito impressionada por ter conseguido fazer isso.

― Você… escolheu essa aparência? ― Pergunto ao passar o polegar sobre sua bochecha e testar se era mesmo real, ao cortar lhe de leve seu rosto sinto o sangue quente molhar meu dedo e o levo aos lábios sentindo o sabor de sangue constatando ser mesmo real.

 ― Não gostou? ― Ele parece surpreso. ― Eu... não escolhi a aparência de nada. Tudo só ficou assim. ― Explica ao voltar a sacada pondo a mão sobre o corte. Então ele seria assim? Ou foi um subconsciente? ― Esta diferente.

― Eu que estou? ― Indago e ele ri sem graça. ― Eu só cresci. Passou alguns anos desde que nos vimos. Mas até o mesmo corte e estilo de roupas eu uso. Já você… por outro lado...

― Eu sei. Você... parece desapontada. ― Diz sem graça, evitando olhar para mim.

Ele estava com vergonha. Mas do que?

― Acho que realmente não leu minha carta. ― Murmurei olhando em volta. Acho que ele estava certo; o lugar parecia apenas ter sido reformado e limpo. Ele não modificou uma parede ou quadro de lugar. ― Vou ter que me acostumar com essa cara de anjinho? ― Pergunto tranquilamente, mas ele parece se espantar muito e logo cora.

Cora de verdade e não azula como estava acostumada.

― Melhor a aparência de bebe? ― Ele pergunta de uma forma meio sem graça ao coçar a nuca e fazer uma careta engraçada. Seus cabelos pareciam muito sedosos e se moviam fácil com o vento que entrava ali e mais ainda com esse movimento.

― A de bebe podia ficar muito aterradora. ― Correspondo cruzando os braços. ― Esta faz o que de bom?

Mas como deve imaginar ele não me responde com palavras, aproveita nossa proximidade e deposita um selinho em meus lábios.

De onde ele tirou essa ideia?

 

Isso foi como beijar um pedaço de gelo.

Não pela dureza mas… pelo frio que me arrebatou.

Na essência ainda era ele. A sensação que me tomou foi igual quando nos tocamos pela primeira vez, ele ainda era gelado, essa camada inexplicável de aparência mortal não escondia isso.

Mas pensando bem… Gaspar nunca foi um fantasma pois nunca morreu, e justamente por isso não tinha como voltar à vida.

Era o meio termo perfeito. Mas... como nomear?

 

oOoOoOoOoOoOo

 

Sei que avancei o sinal, mas eu sempre li que as meninas gostavam disto: Um cara de atitude, que “chega”.

Mas ela se afastou e ficou me olhando incrédula.

Droga.

― D-desculpa. ― Exclamei voltando a me afastar querendo a dar espaço.

Droga!

Vivo ou morto ainda dava mancada com as garotas…

 

― Calma. ― Ela disse com aquele costumeiro tom inexpressivo ao segurar minha mão. ― Como você se afoba fácil. ― Completou ao se aproximar e deixar o rosto tão próximo do meu que pude sentir sua respiração. ― Só não me diz que fez tudo isso por minha causa. Isso… seria difícil de lidar.

― N- não. Não foi. ― Respondi o mais breve que consegui, mas estava mesmo com vergonha desta reação dela.

O que eu deveria fazer agora? Tem algum protocolo a se seguir? Uma cartilha?

Qualquer coisa!

 

Não era uma mentira total.

Eu realmente tinha muitos motivos para fazer o que fiz: a raiva que meus tios me fizeram passar foi só a última gota, e isso tinha mais haver com eles do que com ela.

― E planeja dividir essa “vida” com alguém? Como funciona o seu até que a morte os separe? ― Ela pergunta seria e nem sei direto o que responder.

― Eu... não sei. ― Preferi ser honesto.

― Essa foi a resposta para qual pergunta?

As perguntas dela estavam me deixando muito constrangido. Chegava dar calor.

O que tem haver vergonha com esse calor todo?

― Soltando a gravata? ― Comenta ao ver meu gesto. ― Não está mesmo acostumado a lidar com um corpo. ― Não sei por que este complemento me fez sentir as batidas do meu coração cada vez mais fortes, e assim ela põe uma das mãos sobre meu peito. ― Calma. Assim você vai enfartar. ― Comenta como se divertisse com tudo aquilo, passando as mãos pelo meu pescoço, me abraçando e debruçando o próprio corpo sobre o meu. ― Quer continuar de onde paramos? Pra você deve ter sido ontem não? A última vez que estivemos juntos, a carta; tudo.

Quase.

Foi pelo menos uma semana ou um mês.

 

Mas sim, eu queria isso.

Ficar com ela desta forma; não como simples amigos.

― Wednesday… você está brava? Por… eu não ser mais um fantasma. ― Pergunto temendo sua resposta, sem entender muito suas atitudes.

― Como voce é… burro. ― Murmura. ― Esse nivel de ingenuidade é burrice. Você não deixou de ser um fantasma, por que nunca foi um. Além disso, só está com essa aparência. acho que você pode escolher entre as aparências já que tecnicamente nunca morreu pra ser considerado um fantasma. ― Diz ao se desatrelar de mim. ― Você é algo novo, sem uma classificação oficial. ― Completa, mas como seu tom de voz nunca mudava era dificil saber o que sentia. ― Mas me desculpe. Perdi totalmente o interesse em você. Essa aparência não me atrai nem um pouco. ― Completa se virando e saindo. ― Podemos ser amigos, mas… a verdade é que para ter algo “a mais”, precisa de uma atração.

― E você se atrairia por aquela forma? ― Questionei revoltado e ela sorriu. Um pequeno e quase imperceptível sorriso no canto dos lábios.

― Um bebe gigante mais parecendo um feto abortado? Claro que não.

Já ouvi falar que as mulheres eram cruéis na hora de dar foras… mas isso.

Ai.

 

― Eu sinto muito Gaspar. Mas o nosso estilo não condiz. ― Ela para de andar tentando me explicar. ― Você é meigo e fofo; não quer ser assustador. Podemos ser amigos, e nada além disso.

Com isso tenho um estalo.

 

Na verdade ser… horripilante para ela era algo normal, e até bem visto, não só por ela mas por todos os seus familiares e amigos. Eu não a assustava e não seria algo ruim. 

Meu ponto era apenas não assustar os viventes ou incomodá-los. Então neste caso…

 

oOoOoOoOoOoOo

 

― Eu sinto muito Gaspar. Mas o nosso estilo não condiz. ― Explico vendo sua expressão mudar. ― Você é meigo e fofo; não quer ser assustador. Podemos ser amigos, e nada além disso. ― Lógico que sabia que essas palavras seriam duras. Mas na vida é sempre melhor tirar o curativo de uma vez, ao invés de ficar enrolando com a dor.

Afinal nos conhecemos a anos atrás e ele parecia preso nesta ideia, como um bom fantasma deveria fazer. Claro que também fiquei pensando nele, e justamente por isso tinha de terminar com essa idiotice de uma vez por todas e fazer com que nós dois seguíssemos em frente.

Gaspar era...

Interessante.

Não disse que ele era o melhor pretendente apenas por ser um fantasma, mas por que ele realmente me entretia e cativava muito mais que os demais; entretanto não me acendia essa chama da paixão que tanto lia. E justamente pela falta desta atração que não tinha como ser mais do que simples amigos.

 

Mas eu acho que… ele deve ter pensado a mesma coisa que eu.

 

Pois na hora que me virei para me despedir decentemente ele estava de cabeça baixa reflexivo; uma corrente forte invadiu a janela fazendo seus cabelos finos e maleáveis dançarem com ela, admirei uma última vez aquela pele macia digna de um anjo e logo ele levantou o rosto e olhou fundo em minha alma com os olhos tomados por uma escuridão total.

Sim levei um susto, e foi a deixa perfeita para ele me atacar.

Sim. Me atacar.

Gaspar deu um urro aterrador que deformou seu rotinho anjelical de uma forma horrenda, seus olhos totalmente negros possuiam apenas um brilho ao fundo como se algo se escondesse no final de um longo e escuro corredor. E quando dei por mim ele já estava perto demais... 

Me agarrou com firmeza e me contrapôs a parede; meu corpo todo arrepiou e não soube dizer se foi realmente de medo. Afinal, não esperava algo assim dele.

E em falar dele…

Se tornou horripilante. Seu tom voltou a cor desumanamente branca e pálida e seu corpo alongou-se, suas mãos ficaram tão descomunalmente grandes que podiam me segurar entre os dedos. Senti ele me envolver com apenas uma das mãos e me prender ali parando a minha frente analisando minha reação como uma fera que deseja atacar.

Gaspar era um fantasma muito bonzinho. Ele teria parado se eu simplesmente pedisse.

 

― Gaspar… ― Murmurei com a voz trêmula ao acariciar sua face fria.

Sabe quando os fantasmas fazem aquela coisa com a língua? Normalmente traz um certo nojo por que eles têm uma aparência suja e costumam ter uma gosma negra escorrendo de sua boca. Mas Gaspar era bem limpinho.

Nos beijamos apaixonadamente e me senti como sua pequena vítima em meio a suas garras, como se ele fosse me destroçar a qualquer momento. Foi incrível. Ele me apertou e me tomou para si.

Eu sei que muitas narrativas resumem estes momentos íntimos dizendo: ele me possuiu, mas… No meu caso realmente foi isso que aconteceu.

 Assim que afastamos os lábios e tentava recuperar um pouco de ar depois de um beijo daqueles, ele invadiu meu corpo; assim mesmo, sem pedir ou avisar. Me senti ser tomada é dominada; ele se deliciava com meus sentidos e o prazer que o meu corpo podia desfrutar.

Será que posso chamar isso de preliminares?

 

Eu não sei como, mas logo senti meu corpo cair em uma cama.

Acredito que em meio a seu controle ele me trouxe a este quarto, o seu quarto.

As cobertas aveludadas e os lençóis macios tocavam minha pele arrepiada, e logo ele deixou meu corpo em um solavanco, parando sobre mim como um predador rendendo sua presa aflita.

Mas eu não estava aflita.

 Posso sentir meus trajes serem puxados de mim por uma força invisível aumentando o contato da minha pele com o tecido da cama. Senti mais uma vez o corpo arrepiar e se aquecer, como se ele tivesse deixado um caldeirão fervente dentro de mim e este transbordava e escorria.

Isso que era sentir desejo?

 

oOoOoOoOoOoOo

 

Claro que eu queria, mas era difícil entender os sinais dela.

Wednesday era muito mais complicada que qualquer garota que você conheça, e seus sinais não eram muito claros e eficazes. E creio que não demorou para ela se dar conta da minha dificuldade. 

Ela não sorria para fazer aquele sorriso sapeca de canto de boca. Não. Ela me olhava séria com um tom superior que arrepiava até mesmo eu que era um fantasma.

Se eu tivesse sangue acredito que ele teria ido todo pra… o sul, com o que ela fez.

 

Wednesday simplesmente se sentou na cama e retirou o sutiã exibindo aquelas orbes perfeitas. Fiquei quase sem reação olhando aquela visão do pecado, equanto ela me olhava séria e analítica como sempre.

Será que estaria esperando pela minha reação? Que tomasse a iniciativa?

 

Voltei a tomar seus lábios, acariciando seu corpo macio e cheiroso.

Wednesday tinha o mesmo perfume que a Dama da Noite, um cheiro marcante que dominava o cômodo todo e me embriagava.

Então me livrei daquela última peça de roupa que me atrapalhava e a tomei para mim. Sentir seu corpo junto ao meu foi... indescritível. O gosto de seus lábios eram viciantes, e tocá-la…

 

Queria poder parar o tempo neste momento, e desfrutar para sempre.

 

oOoOoOoOoOoOo

É...

Nós nos amamos.

Mas não foi como nada que imaginei.

Foi muito melhor.

 

Não doeu nada e ainda fui inundada de várias ondas de puro prazer enlouquecedor.

E o melhor de tudo é que só parou quando ficamos completamente satisfeitos; o que levou não sei quanto tempo. Olhei através das cortinas esvoaçantes da janela e pude perceber que já era noite, mas não tive a mínima vontade ou forças para ver se alguém tinha me ligado; até porque tinha de descobrir onde tinha ido parar meu aparelho celular.

― Un… esta sua capacidade de mudar para a forma que quiser… é muito vantajosa pra mim. ―  Comento olhando para o teto e ele volta a “azular” como antes. ― Como “isso” pode acontecer? Você existir… e poder fazer tudo isso? Vamos resumir a milagre até seus pais voltarem com uma resposta melhor? 

 ― É a única escolha que temos. ― Corresponde deitado ao meu lado.

Estava de bruços com os lençóis sobre suas costas e os cabelos desgrenhados, tinha voltado a “essa forma” de príncipe encantado; acho que ele realmente gostava mais dela. Bem… desde que ficasse em uma mais “interessante” quando formos ficar juntos como amantes tudo bem por mim.

― Fica comigo? ― Pede ou pergunta com um tom meigo e gentil.

― Quer se casar comigo? ― Pergunto, afinal seu pedido não ficou nada claro.

― Querer eu quero, mas nunca nasci; não tenho documentos para poder nada. ― Murmura escondendo o rosto no travesseiro macio e neste momento percebo que ele fazia peso ali; diferente de quando morei naquelas paredes e ele não parecia pesar sobre a cama. 

Eu já tinha lido sobre almas capazes de se materializar completamente, e desta forma subir em sua cama a noite e você acordar com o peso delas do seu lado, ou fazer barulho andando pela casa. Mas até onde esse poder ia? Até onde ele evoluiu sem nem mesmo perceber?

Creio que de alguma forma Gaspar aproveitou muito mais este tempo que ficamos afastados que eu, que apenas estudei.

 

Aproveitei que estava debaixo das mesmas cobertas e o abracei. Ele deu um pulo tímido muito fofo e voltou a azular, deveria estar cansado de mais para corar.

― O-o que está fazendo? ―  Pergunta tímido enquanto sentia minhas mãos deslizarem em seu corpo desnudo.

― Como ainda tem vergonha depois de tudo que fizemos hoje? ― Pergunto o sentido arrepiar por debaixo das minhas mãos. ―  Seu corpo me deixa muito curiosa.

Falo o abraçando ele logo me envolve com seu corpo e posso o sentir me cobrir; tinha mesmo o corpo perfeito que via nas revistas que Parker adorava enfiar na minha cara. Seu suor tinha o aroma de velas, não velas perfumadas, velas normais; era um odor muito agradável.

 

E assim dormimos abraçadinhos.

Só quando acordei graças a fome que descobri que na verdade se passaram alguns dias.

 

Levantei preguiçosa e tomei um bom banho, percebendo que meu aparelho celular havia descarregado por completo; deixei carregando e quando o liguei para pedir alguma comida me dei conta do tempo que haviam se passado.

― Passamos três dias na cama? ― Questionou incrédula olhando a data e vendo as ligações de meus pais e amigos. Provavelmente muito preocupados com meu desaparecimento, e ele parou ao meu lado olhando a tela.

Não era atoa que tinha ficado tão exausta e faminta.

― Ok… precisamos impor tempo limite se não você pode me matar com essa empolgaçao toda. ― Disse ao deixar o banheiro e procurar minhas roupas para me trocar e ir apaziguar minha família.

―  Eu realmente sinto muito. ― Diz todo tímido e sem graça, “tilintando” entre esta forma e a que o conheci de tanto nervoso ainda sentado a cama fazendo com que o lençol atravessa seu corpo entre as mudanças involuntárias.

―  Eu sei que foi sem querer. Justamente por isso precisamos controlar melhor… É algo perigoso, se eu não fosse uma Addams poderia ter morrido por exaustão e falta de alimento. ― Digo enquanto me vestia o vendo ir se banhar.

Até que eu poderia me acostumar com essa visão.

Esse corpo não era tão ruim assim. Só meio sem graça, mas não era nada mal.

 

 oOoOoOoOoOoOo

 

― Me deixa te levar para casa. ―  Digo e ela me olha surpresa ao pentear e trançar os longos e negros cabelos novamente.

A verdade é que eu não sabia muito o que fazer agora, mas não podia ser deselegante.

 

Então logo chegamos a sua casa, ela foi o caminho todo falando ao telefone com sua mãe, contou que estava comigo e eu fiquei mudo de vergonha sem saber como reagir. Ela não revelou o que fizemos, mas contou que tinha ido me visitar e perdeu completamente a noção do tempo graças as minhas habilidades; contou como eu estava mudado e também o que fiz com a casa.

― Fico feliz que esteja bem. ― É a mãe dela quem nos recebe, apesar de ser aquele homem enorme quem abre a porta. ― Foi mesmo um grande susto que pregou nem nós. Fiquei verdadeiramente em pânico imaginando que algo terrível pudesse ter acontecido com você. Obrigada.

Acho que nunca vou entender este geito Addams…

Aceitar? Já até gosto, mas entender é outro assunto.

 

Mas mesmo que sejam diferentes, nesta parte até que eram bem tradicionais.

Gomes me chamou de canto para falar sobre as minhas intenções com sua filha, mas ele não foi nada intimidador e na verdade parecia muito feliz e saudoso com a nossa relação e não demorou a aprovar.

E a partir daí nossa vida juntos começou.

 

Passamos um bom tempo namorando e nos conhecendo melhor, não que tivesse muito mais do que conhecer; mas é sempre bom passar mais tempo juntos.

As amigas dela eram bem legais e me surpreendi quando uma delas disse conhecer a Dona Morte, e junto com a dona de um “livro dos mortos” elas pareciam ter mais respostas para o meu caso.

 

“Se tornar um” era a forma de romantizar o ato sexual se referindo ao fato de gerar um filho que teria parte dos dois, mas muitas pessoas também se referiam à união das almas quando se tratava de um casamento. E mesmo que as ideias das garotas sejam apenas teorias infundadas era muito legal debater com elas estes assuntos.

Afinal, pra mim, descobrindo ou não como eu posso existir e o que eu era, não mudava em nada minha... vida? Existência. Eu continuaria sendo eu e fazendo tudo o que posso fazer, descobrindo capacidades novas todos os dias.

Acredito que muito do que sou devo ao fato de onde nasci e quem estava ao meu redor, afinal terrenos mágicos que fazem mortos voltarem à vida são muito famosos; e estranhamente em sua maioria são cemitérios. Seja eles malditos ou não.

 

 oOoOoOoOoOoOo

 

Ele não mudou nada, continuou uma pessoa extremamente sociável e gentil logo se tornando um grande socialite indo a festas e chamando a atenção por onde ia.

As revistas o apelidaram de Riquinho graças a fortuna exorbitante que possuía e esbanjava sem pudor algum indo a festas ou com suas diversões de grande ostentação. Gaspar não tinha muita noção das coisas e parecia não se importar também; sua fortuna parecia não ter fim ou vir do próprio Hades.

 

Mas esse jeito dele não me incomodava como achei que iria.

Como percebi ao conhecer Parker, o mundo em preto e branco que vivi não me entretia tanto quanto o dourado e opulento dele. Apesar de não gostar de trajar estas cores berrantes e me manter como sempre fui, gostava muito de admirar o mundo colorido que ele me levava a conhecer.

As pessoas falavam de nós nos jornais como “opostos perfeitos” e tal título me alegrava, não podendo negar ao o ver gargalhar e brincar com os convidados das festas que íamos. E quando completei trinta e cinco anos nos casamos em uma cerimônia Addams que não exigia documentação e tudo foi televisionado para seus seguidores cativos.

Só não me pergunte como dois anos depois tive meu primeiro filho e no ano seguinte o segundo demorando mais uns três anos para ter o último.

 

Mamãe e papai ficaram radiantes em ter um neto de seu próprio sangue, coisa que deixou o meu irmão Feioso bem enciumado, e por conta disso logo ele começou a importunar o Gaspar para o ajudar a pagar uma barriga de aluguel.

Lógico que ele não tinha nada contra ajudar o genro, e assim meu segundo sobrinho nasceu; e mesmo assim eles não deixaram essa vida de nômades que viajam de lá pra cá.

Nossa família crescia forte e feliz e isso era perfeito.

Graças à cidade onde minha família morava o clã Addams achou um lugar para viver sem ser perseguidos, e graças a este poder cativante de Gaspar tínhamos um ótimo representante para explicar sobre nossos costumes e apaziguar as pessoas que deixavam aos poucos de nós temer, para se tornarem fãs curiosos e cativos.

 

E bem…

Tempo, isso é uma coisa que realmente não faz muita diferença para nós.

Ate que a morte nos separe?

Ela foi no nosso casamento e até chorou. Duvido que ela queria separar alguma coisa.

 


Notas Finais


(Hades era o deus das riquezas e pensar que só passa pelo barqueiro pagando se tem uma ideia. A ideia é q tudo que uma pessoa acumulou em vida e quis levar parar o pós vida esta em Hades; então imagina o quando Gaspar é riquinho kkkk Sim fiz isso para dar uma leve explicação na riqueza anormal do personagem Riquinho que fiz ser a forma humana dele. Dama da noite é uma flor muito comum em cemitérios, mas tem um perfume muito bom e muita gente gosta de ter elas em casa por causa disso. Eu mesma queria \o O perfume delas realmente domina a noite que é quando ela abre. Lembre-se que Gaspar viu ela ler e sabia que ela gostava deste tipo de coisa (tacar na parede etc); chegar e agarrar e que ela já tinha dado sinais que gostava dele só faltava sentir atração e vontade. Então pfv nunca faça este tipo de coisa com qualquer garota. Antes fale com ela se ela gosta, não custa nada. Shi ou quatro é o número da morte no japão por isso parei neste número. Espero que tenha gostado deste curta, mesmo que tenha deixado cada cap com a media de 4K ^_^ E a técnica é o posto o que o Denny Fanton faz com um toque especial do Aladin da Disney, ou seja é magia sem uma explicação mais aprofundada. Não tinha onde por algo maior para explicar, iria alongar a obra de mais, e parecer encheção de linguiça; entao bora aproveitar da piada q n se explica Addams.)


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