História Coven Aula extra. - Nott

Com a ajuda dos medicamentos Draco se sente muito melhor e parece se recuperar aos poucos todos os dias; os fantasmas de sua vida ainda o perseguiam, mas agora não os via nitidamente a seu lado como antes; apenas se recordava em completo martírio por seus erros.

Pensava que talvez... Se fosse mais corajoso e enfrentasse seu pai poderia ter ficado desde o primeiro dia de aula com a mulher que sempre amou.             E mais do que isso. Teria lutado para o pai se desvencilhar daquela seita. Teria dito algo a Alvo Dunboldore, e ate mesmo ajudado Hermione e o Trio de outro.

Seu amigo atrapalhado estaria vivo...
 

Eram tantos arrependimentos, mas pelo menos agora eles o assombravam de uma forma lúcida. Ovira falar sobre o vira tempo, e sonhava em poder aconselhar a si mesmo e mudar toda sua historia, mas ao mesmo tempo que se agarrava a esta vontade temia; temia por desaparecer, temia por ter um destino ainda pior.
 

Mas isso não importava, porque sabia que se tratavam mais de devaneios do que idéias solidas, no fim não tinha coragem de tomar tal atitude mesmo que quisesse muito.

E alem disso o que mais lhe preocupava em um assunto real que deveria tratar o mais rápido possível e não conseguia, e não devanear sobre causas passadas; o caso era que a ultima conversa ainda estava engasgada entre o casal que tentava limpar todos os escombros que os separavam.

Se amavam sim, mas isso seria suficiente? Eram diferentes em tudo.
 

Hermione buscava uma forma de o responder sobre o caso de Valdemort e a guerra.

E também buscava uma resposta para este exílio que os bruxos viviam. Compreendeu que o medo de se mostrar era constante e ela nem sequer havia se dado conta disso de tão encantada que estava em conhecer este mundo.
Mas mais do que isso queria uma forma de conseguir debater o assunto com o noivo sem brigar.

Não queria o ofender, mas também não iria permitir ser ofendida pelo mesmo; entendeu em fim o que se passava na mente daqueles que apoiaram o lorde das trevas e ate quis saber mais sobre este assunto, temendo apenas ser mal interpretada por seus amigos, que poderiam achar que ela estaria enlouquecendo ou mudando de lado pelo convencimento de Draco.                                  E por um segundo ela se questiona se realmente não estava.
 

Pensou então em um plano oposto.

Não poderia ficar parada apos perceber tamanha injustiça para toda uma raça. E ao invés de subir na carreira política nos bruxos subiria entre os trouxas e faria esta ponte. Pensou e planejou por dias antes de comentar com qualquer um suas idéias, logo imaginando que seria mais fácil se conseguisse uma função entre o governo bruxo antes e assim sendo uma figura de poder em ambos e podendo assim fazer esta união. E com isso sua mente ficava indo e vindo sobre qual lado dar foco primeiro, se enchendo de planos futuros e sonhos dourados.



 

Mas por outro lado era a vez de ele surtar por estar mesmo noivo de Hermione Granger.
 

Com os remédios começando a fazer efeito, ele voltava a começar a ter controle sobre sua mente e se da conta de que seu noivado era real, e de que todos a seu redor agora sabiam de seus sentimentos pela sangue ruim.

                                                       Se alegrava na mesma medida que sentia uma imensa vergonha.

E por conta disso a evitava, mas esta estava tão concentrada em seus planos futuros que nem mesmo se dava conta do fato.

Nunca se viu como uma pessoa tímida em matéria do sexo oposto, mas não conseguia evitar o efeito que a castanha fazia nele. Parecia ate um feitiço.

Arrepiava-se por completo, sentia o coração querer sair pela boca e os pulmões travarem. Talvez não fosse tímido antes por não se importar com as demais moças com quem já se envolveu e agora levar a serio. Ela o deixava nervoso.
 

---- É. Não posso negar que “ela” esta te fazendo bem. ---- o moreno senta-se a seu lado na praça onde ele costumava se manter afastado do mundo para pensar; o tirando de seus devaneios conscientes. ---- Esta com uma cara bem melhor. E... ---- diz ao apontar para seu braço coberto. ---- ...parou com aquilo.

Mas ele por sua vez quase não se recorda do que fazia com a marca em seu braço tendo de fazer força para lembrar das broncas do amigo e da noiva.

---- Por que não diz o que quer dizer. ---- é direto e reto como sempre e o moreno apenas sorri balançando a cabeça, feliz por ter plena certeza que o amigo nunca mudaria, não importava o ocorrido de sua vida.

---- A casa inteira só fala de você com uma sangue ruim. ---- ele diz serio ao se levantar e ficar de frente ao louro de modo a não o permitir esquivar da conversa. ---- Antes você estava muito louco pra conseguir entender as conseqüências disso. Mas agora...

---- De novo. Vai direto a poha do assunto. ---- diz ríspido cortando a fala do amigo que já esperava este tipo de atitude.

---- Olha. Como amigo eu fico feliz por você conseguir ficar com uma pessoa que sempre gostou. E de ela ter te aceitado e visto que você não é tão babaca assim. ---- pontua tão firme quanto o louro que se mantinha na defensiva. Quem os visse de longe, com toda certeza pensaria que iriam sacar suas varinhas e iniciar um denso duelo; por conta de suas posturas. ---- Mas também tenho o dever de te avisar que isso não vai ser tão tranqüilo quanto esta imaginando. A casa toda esta comentando e com certeza isso já saiu das paredes da escola. ---- diz serio ao impedir que ele desse atenção a qualquer outra coisa. ---- Legalmente é impossível que te punam por isso, mas o circulo interno com toda certeza vai te expulsar.

---- A... só isso? Achei que fosse algo serio Blásio. ---- diz ao se erguer e por a mão sobre os ombros do amigo preocupado. ---- Eu não to nem ai pra isso. ---- confirma com um largo sorriso confiante.

E o amigo por sua vez se espanta muito com o ato e apenas sorri feliz por perceber o amigo liberto de suas amarras.

---- Realmente esta garota esta se fazendo muito bem.
 

Passaram então à tarde inteira conversando sobre a sangue ruim e os trouxas, sem nem mesmo ver o tempo passar.

Blásio se preocupava com tal envolvimento tirar o amigo dos “bons costumes”, mas Draco continua afirmar que nunca mudaria por ninguém, mesmo que isso não fosse o suficiente para convencer o moreno que já percebia muitas mudanças no louro.

---- A Granjer já esta ate compreendendo o por que sangues ruins sãos chamados assim. ---- ele diz confiante, mas o moreno apenas o observa de soslaio, quase dizendo que o louro estava era sendo levado por ela e não o posto, mas prefere se calar.

Draco contou então sobre seus estudos sobre a farmacologia trouxa e seu interesse verdadeiro em estudar isso assim que se formasse em Hogwarts em uma faculdade trouxa, comenta ate já ter visto alguns cursos rápidos para fazer durante este tempo, mas que preferia muito mais fazer o curso completo, para assim mesclar os conhecimentos deles as poções que tanto nutria carinho.

Blásio por sua vez não pode negar ser uma boa idéia apesar de se preocupar com o amigo se envolver tanto com trouxas. Mas confirma que esta idéia poderia realmente render uma vida muito farta de riquezas e muitos apertos de mão no futuro e que o louro era mesmo inteligente.

Mas era impossível fugir do assunto mais forte. A castanha dos cabelos revoltos que tinha trazido todas estas mudanças ao louro.

Ela era sim uma mulher forte em todos os aspectos, e nenhum dos dois conseguia negar o tipo de intimidação que isso lhes causava. Sempre foram acostumados a mulheres mais calmas e ate mesmo submissas; este era o costume aceito, e ambos sabiam muito bem que Hermione Granjer jamais seria desta forma.
Este detalhe ate fazia subir um sorriso travesso aos lábios do louro.             E Blásio ria e debochava constantemente deste fato.

Entretanto mesmo com tudo isso o moreno se preocupava muito com o amigo, o afirmando estar em um caminho tortuoso e quase sem volta. ---- Não posso negar que sangues ruins são um vírus... Mas se eu já estou completamente contaminado o que mais posso fazer? Já fingi por muito tempo não estar e não adiantou nada.

---- Vai assumir sua doença? ---- o outro cutuca e o louro da de ombros, apenas espantando com um olhar feroz os curiosos que fofocavam ao seu redor.

---- Vou sim. ---- completa ao se levantar e seguir em direção a sua casa sendo seguido pelo amigo confuso que o vê retirar a faixa que usava para cobrir a marca que lhe trazia tanta vergonha e remorso. ---- Fui um comensal. Isso não vai sumir da minha ficha e nem do meu corpo. Não adianta fingir... E isso serve pra o caso dela também.

---- Posso ver esses remédios trouxas que esta tomando? ---- ele pergunta preocupado já querendo por as mãos nos bolsos do apressado amigo que possuía passos céleres.

---- Eu estou bem. Não tem que se preocupar. ---- diz ao segurar o frasco querendo evitar que o amigo lesse os avisos no mesmo, sobre ser algo de tarja preta, temendo ser zombado por isso.

---- É justamente por isso. Desde quando os trouxas tem magia? ---- comenta inconformado com a melhora quase mágica do amigo, sabendo de tudo o que passou e como isso tinha o afetado profundamente.

---- Eles têm armas que explodem em forma de cogumelos e derretem pessoas. Um medicamento não é menos... fantástico. ---- completa a frase quase que obrigado e o moreno logo ergue uma sobrancelha e esboça um leve riso. ---- Ah. Vai se...

---- Nem disse nada.

---- Não precisou. ---- da de ombros voltando a andar.

---- Mas não posso negar. As descobertas que eles fazem são fantásticas e assustadoras. Por que eles sempre preferem as usar para fazer mal uns aos outros. Pólvora? Fizemos o pó de flu e eles? Canhões, armas, etc...

---- Os trouxas mesmo muito são bizarros. ---- afirma ao acompanhar o raciocínio do amigo. ---- Mas... nada me impede de aprender coisas úteis e incorporar a nos.

---- Ca ra lho. ---- o moreno para de andar no mesmo estante, o olhando com um semblante completamente assustado. ---- Você esta muito contaminado. ---- diz ao dar um passo para traz.

De fato tal afirmação tinha comprovado o quanto a mente dele estava contaminada pela sangue ruim, ou ate mesmo pelo remédio que tomava.

Mas de toda forma preferia isso a voltar à tortura mental que vivera antes.
Despediu-se então do amigo visivelmente assustado e seguiu seu caminho desta vez mudando o curso para a biblioteca onde sabia que encontraria sua noiva.

---- Minha noiva... ---- diz em baixo tom afim de assimilar tal fato mais uma vez. Parando em frente à porta do local sem a mínima coragem de a encontrar.

                   Em sua mente ainda estava impregnada sua relação anterior com a moça.
Todas as vezes que foi rude com ela, e tudo o que já falou e fez para a mesma.

Não conseguia imaginar como alguém como ela que lutou contra o lorde das trevas com tanta coragem poderia o ver como homem. Alguém tão medroso, fraco e desonrado como ele.

Hermione Granger era incrível em todos os aspectos.

Inteligente, devotada, corajosa e muito, mas muito poderosa.

Como “ele” com tantos defeitos nítidos poderia estar a altura de tal mulher?