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História Crash and Burn - Confie em mim


Escrita por: ArsLilith_

Notas do Autor


Oslaaaaaaaaaaaa

Bom dia a todos e a todas hihihi

Esse capítulo foi o mais demorado para att e peço desculpas, mas eu estava envolvida com os papéis da faculdade genti aaaaa mas agora estoy de volta compartilhando os surtos pq essa semana eu tô só o surto em pessoa KKKKKK

Espero que gostem e já digo q esse é um capítulo importante para os devidos fins da fanfic, então prestem atenção no detalhes hihihi


Boa leitura.

Capítulo 12 - Confie em mim


 

Os passos apressados invadiam o corredor e a aproximação da porta deixava o alfa mais insatisfeito naquele momento. Não queria ter abandonado sua pequena conversa com um dos sócios majoritários da montadora japonesa apenas para tentar contornar sua situação com o marido. 

Wonpil tinha ótimos planos para aquela viagem e já havia organizado boa parte das suas tarefas para aquele dia. Seu plano era levar seu querido ômega para um jantar em que poderiam conversar mais abertamente e, assim, ele poderia se desculpar pelo seu deslize, um equívoco feito por si em meio a um desequilíbrio emocional.

O fato era que Wonpil sentia-se um tanto ameaçado. Não sabia explicar decentemente a sensação, mas precisava muito falar com Jinyoung.

Quando abriu a porta do quarto seus olhos correram pelo ambiente. Adentrou o cômodo notando a ausência do Ômega e por fim as roupas que eram dele.

Sentiu um leve tremor pelo corpo, um nervosismo dilacerante. Passou a mão pelos fios de modo descontrolado buscando entender como o mais novo havia saído dali.

Seu corpo moveu-se rapidamente, indo até o guarda-roupas e notando que nada ali do acastanhado tinha ficado. Seu desespero foi a maior quando percebeu que nada dele se encontrava tanto ali, quanto no banheiro. Não havia sinal de arrombamento e, tampouco, Jinyoung poderia chamar alguém, já que o telefone do quarto estava sem cabo e os corredores, vazios.

— Mas que merda! — Vociferou cheio de raiva batendo a mão na porta com força.

Wonpil respirou fundo, olhou mais uma vez ao redor notando que realmente ele não estava mais ali. Não sabia expressar decentemente o que estava sentindo no momento, era uma mistura de raiva com descrença. Não conseguia acreditar realmente que Jinyoung havia ido embora, mesmo cortando todas as fontes dele fazer aquilo.

Ficou um tempo sentado na cama tentando entender em que momento tudo estava começando a desandar. Certamente já não era mais a mesma pessoa quando o conheceu.

Não tinha mais o mesmo desejo de antes, a mesma forma de pensar. Jinyoung era como um bálsamo para si, alguém que certamente lhe faria crescer de todas as formas que poderia imaginar. 

Todavia, no momento seus sentimentos estavam conflitantes. Estava com raiva pelo fato de, simplesmente, um Ômega como o Park ter lhe deixado ali, sozinho no meio de uma conferência que era tudo para sua carreira como advogado. 

Havia dito que era importante a presença dele consigo, mas bastou virar as costas para que Jinyoung sumisse sem lhe dar as devidas explicações. Não era daquela forma que um Ômega deveria se comportar e Jinyoung aprenderia quem mandava naquela relação.

Kim Wonpil não era alguém que deixava simplesmente por estar uma situação daquelas. Sabia que tinha errado ao perder o controle, mas porra, Jinyoung precisava drenar toda aquela vontade de formar uma bela família, quando na verdade, ele mesmo era o culpado de toda aquela incompetência, culpado de tudo. Arrumou o terno bem alinhado no seu corpo saindo do quarto às pressas e indo em direção ao hall do hotel.

O esbarrão que sofrera fora breve. Ambos os corpos colidiram de frente com outro e quando os olhos se encontraram foi como se algo quisesse ser dito naquele momento.

Jackson estava a sua frente, olhando-lhe da cabeça aos pés, uma leve vertigem, nojo entalado na garganta — conforme ouvia o outro falar um pedido de desculpas — se formou, cresceu sem controle algum. Queria gritar com o mesmo, mas sabia que naquele momento tinha que pensar em Jaebeom que, certamente, já estaria arquitetando algo e, principalmente, deveria pensar na maior vítima — e única — daquela história. Park Jinyoung.

— Está procurando alguém? — Wang o olhou brevemente, a voz calma, polida de uma paciência que custou muito a obter. Mal aguentava ficar tanto tempo a encarar aqueles olhos tão mentirosos e ordinários.

— Não! Só estou dando uma volta antes de voltar ao quarto. — Fingiu um sorriso, ajeitando o cabelo por fim.

— Pretende ir ao jantar hoje à noite?

— Certamente, é um jantar muito importante. 

— Que bom. Esperarei você lá, então.

— Ótimo. Levarei algumas coisas para Jaebeom assinar. — Falou, já tendo Jackson de costas para si.

Viu o momento em que o chinês virou-se em sua direção. Os olhos amendoados lhe fitando e um sorriso pequeno no canto dos lábios deixavam o ambiente um tanto suave e desconfiado para o Kim.

Jackson Wang nunca fora receptivo consigo e não seria naquele momento que iria ser.

O fato era simples: Wang era uma pedra em seu sapato e Wonpil não via a hora de se livrar do mesmo.

— Jaebeom precisou voltar para a Coréia assim que terminou o discurso.

— Voltar? Como assim? Ele tinha uma reunião de apresentação do novo projeto… 

— Sim, mas houve um imprevisto mais urgente a ser resolvido. — Arrumou a manga do terno. — Eu o representei na reunião.

— Você? 

— Sim. — Sorriu orgulhoso. — Afinal, sou o advogado dele. O mais importante. — Disse por fim, deixando dois tapinhas leves no ombro esquerdo do Kim.

— Jaebeom confia muito em você. — Murmurou, fingindo um contentamento que não passou despercebido pelos olhos atentos de Jackson.

— Certamente. Jaebeom e eu temos uma parceria muito boa. Algo inabalável, muito difícil de ser quebrado, entende? É como se fôssemos irmãos. Eu sei tudo sobre ele e ele, tudo sobre mim.

— Uma relação assim é muito boa no mundo dos negócios. 

— Acho que você não entendeu: não digo nos negócios e, sim, na vida. Como disse antes, somos quase irmãos. E, isso, negócio algum coloca em jogo. 

Saiu de perto, indo em direção aos elevadores e deixando para trás um Kim a engolir a sensação a seco.

Wonpil odiava aquilo, aquele tom de superioridade para cima de si, ainda mais vindo de Jackson Wang!

Vamos ver até quando vocês serão como irmãozinhos.

Puxou o ar com certa força, voltando sua atenção ao celular no bolso. Precisava se certificar primeiramente onde Jinyoung estava, para assim, dar um jeito no Wang.

Park Jinyoung não poderia ir longe. Estava com o passaporte do mesmo, o celular e os cartões. Ele sequer poderia sair do país, mas algo em si lhe dizia que tudo estava propenso a piorar.

Saber que Jaebeom havia voltado para a Coréia não era algo bom ao seu instinto que lhe dizia coisas que gostaria de não acreditar. 

Não entrava em sua cabeça que Jaebeom, porventura, poderia ter ajudado ao Park. Não fazia sentido. Jinyoung sequer gostava da companhia do Im. Ele detestava Im Jaebeom e Wonpil sabia disso.

Senhor Kim? — A voz do outro lado do aparelho fora suave. 

— Preciso que encontre Jinyoung para mim.

Como? Ele não está com o senhor?

— Tivemos um pequeno desentendimento e eu não consigo achá-lo.

O senhor já tentou o celular dele? — Soou compreensiva e naquele momento Wonpil apenas suspirou alto. 

— Se eu estou mandando você procurá-lo é porque eu não tenho nenhum meio para falar com ele. Faça seu trabalho e pergunte menos! — Desligou o aparelho rapidamente, colocando-o novamente no bolso. Estava irritado.

Certamente aquela não seria uma noite fácil para si. Todavia, não podia perder a chance de crescer com seu escritório. Deixaria Jinyoung e sua criancice momentânea para o depois. No momento, precisava focar em sua carreira profissional.

Jinyoung, com toda certeza, depois que visse a burrada que fez ao sair do hotel sem nada, voltaria correndo para si.

 

Bom, era o que tinha em mente até receber de sua secretária no dia seguinte, por volta das três da tarde, aquela maldita mensagem:

 

Senhor Kim, perdoe-me por não conseguir encontrar o seu marido. Hoje veio um oficial de justiça no escritório procurando pelo senhor. Ele informou que Jinyoung o denunciou por violência doméstica e o caso está sendo apurado. Se o caso vier a público, sua imagem correrá riscos de ser manchada.

 

Kim Wonpil sabia que tudo aquilo não poderia se passar de uma tremenda brincadeira consigo, no entanto, diante do anexo recebido, viu que tudo era a mais pura verdade. 

E por tudo que era mais sagrado, Park Jinyoung não tinha o direito de fazer aquilo consigo.

 

[...]

 

— Jaebeom, eu não consigo. — Fora a primeira coisa que disse antes de dar o primeiro passo para adentrar a sala em que faria o exame de corpo de delito.

— Você consegue sim, querido. — Massageou os ombros dele, passando segurança. — Você consegue tudo o que quer, uh.

— Nã-não… e-eu não consigo. Me tira daqui, por favor. — Pediu, virando-se para encarar o alfa. 

Jinyoung não queria passar por aquilo, por aquela invasão de algo vivido com pouco tempo de história. Seu peito doía e o coração estava acelerado em meio a um nervosismo palpável. Sentia-se quebrado, tolo o bastante para acreditar que durante aquele caminho até a delegacia conseguiria ter coragem para ir até o final.

Não conseguia. Não achava que podia.

— Jinyoung, olha para mim. — Jaebeom se aproximou mais, segurando o rosto alheio com as duas mãos. — Confia em mim? — Soou calmo, os olhos sinceros diante daquele pedido velado.

O ômega balançou a cabeça calmamente, em um acordo mútuo de que, sim, confiava no Im. 

— Você vai fazer isso. Por você, por todos aqueles que não tem a oportunidade e a coragem de fazer, e que acabam por se calar diante desse tipo de violência. Você é forte, é corajoso e isso você vai vencer, porque você pode, consegue.

— Jaebeommie… — Deixou as lágrimas caírem aos poucos, sentindo-se acolhido diante daquelas palavras, de toda aquela confiança que o outro depositava em si. 

— Eu vou estar contigo. Vou ficar com você o tempo inteiro. Eu prometi, não prometi? — O ômega balançou a cabeça rapidamente. — Então, vai ser tranquilo. Eu vou cuidar de você. Tudo vai ficar bem.

— Prometi? 

— Eu prometo tudo o que você quiser, meu amor. 

— E-eu vou fazer… — Engoliu seco, limpando as lágrimas do rosto.

— Isso. — Incentivou-o.

Jinyoung lhe deu um sorriso, buscando passar determinação naquele ato. O mais velho depositou um beijo em sua testa, alegando que tudo seria rápido. Confiou nele. Confiou em cada palavra, em cada gesto, em cada olhar. Confiava em Im Jaebeom.

 

A parte mais difícil daquele momento era deixar que outras mãos estivessem sobre seu corpo. Mesmo que fossem betas, era algo extremamente constrangedor e humilhante para si. No entanto, com todas as insistências para se manter ali dentro, perto de si, Jaebeom estava consigo, lhe passando toda confiança e alegando sempre que não era para se envergonhar.

Os flashes depositados em sua direção lhe deixavam levemente agoniado. Ser fotografado com aquelas marcas em seu braço, o rosto inchado e em tons roxos lhe deixava extremamente machucado, mais do que aquilo gravado em sua pele.

As perguntas vieram de como tudo aconteceu. Lembrar lhe trazia incômodo, lhe deixava nervoso e o choro se estendia por minutos até que conseguisse se acalmar. 

Parecia que duvidavam do que dizia, como se sua palavra não fosse validada, como se não fosse nada para eles.

Tinha raiva consigo quando lhe questionavam se realmente tudo aconteceu, ou eram só coisas da sua cabeça, distúrbios do cio, ou perseguição sua. Ali, Jinyoung entendia que, porra, o mundo realmente era cruel em níveis incalculáveis com ômegas.

Eles sempre eram os questionados, excluídos, colocados de lado. Eram submissos. Tinham que ser.

Nunca pensou que por fora da sua bolha que fora colocado, poderia ter algo de muito ruim ao seu redor. Nunca precisou fazer tantas coisas, seu nome já era o suficiente para conquistar o que quisesse. Claro que, muitas das vezes, no seu trabalho precisou mostrar que tinha capacidade diante das questões impostas por clientes ou críticos, mas nada a um nível tão absurdo, tão repulsivo como naquele momento.

O pior, era ser julgado por um alfa delegado que parecia não se compadecer nenhum pouco com sua dor e com as provas que escancarava perante ele. Era ridículo o fato de ser um alfa a lhe julgar. 

Um alfa. Alguém que claramente não entendia merda nenhuma do que se passava na vida de um ômega.

— O senhor faça o favor de ouví-lo primeiramente, e depois, o questione com devidas perguntas de como tudo aconteceu e não em o porquê ele deveria se portar de tal forma e não fez. — Jaebeom soou sério, sentindo o sangue ferver diante de tudo aquilo.

Certamente não deveria se meter no depoimento, mas ver Jinyoung daquela forma, sendo posto contra a parede, quase acusado, sendo que ele era a única vítima da história lhe fez crescer um sentimento de revolta muito grande dentro do peito.

— Eu peço que o senhor não se meta no depoimento dele. 

— E eu exijo que faça o seu trabalho direito. — Olhou-o sério o bastante para passar toda a confiança que existe em si.

— Sabe com quem está falando?

— Claramente com um alfa que não está fazendo o seu trabalho direito. E eu acho que está cometendo um grande engano. — Inclinou-se um pouco sobre a mesa, deixando suas mãos apoiadas sobre ela. — É o senhor que não sabe com quem está falando. 

Jaebeom sabia do poder que tinha, das coisas que o dinheiro poderia comprar e que, claramente, ele tinha. E tinha muito.

Uma simples opinião sua ou palavra era capaz de mudar muitas coisas em inúmeros lugares tudo ao mesmo tempo. E naquele momento, nunca agradeceu tanto por todo aquele poder, todo império atrás de si, capaz de fazer muitos apenas seguirem as suas regras, o seu jogo, a sua vontade.

O delegado se mexeu na cadeira incomodado com aquele tom, mas sabendo perfeitamente com quem estava à sua frente, calou-se. Afinal, quem não conhecia o grande e inabalável, Im Jaebeom?

 

— Prosseguiremos… — Pigarreou, voltando sua atenção ao ômega encolhido na cadeira. — Apenas digo que é muito arriscado você fazer tais acusações sem um advogado para lhe orientar, senhor Park. — Avisou-o, com um olhar cínico.

— Ele tem advogado. — Jaebeom reforçou, ganhando o olhar de Jinyoung. O ômega o olhou confuso, não entendendo coerentemente do que ele falava. — Eu sou o advogado dele. E pode ter certeza que estou o orientando muito bem. 

Jungsu entendeu no momento que nada poderia fazer. Jaebeom tinha uma determinação irritante em tudo que o compunha, seja na voz, ou no jeito com o qual ele se posicionava. Ele sabia atacar como ninguém. E era impossível ir contra ele. 

Mesmo a contragosto o delegado fora obrigado a abrir um inquérito sobre violência doméstica. Tudo sob os olhos atentos do alfa a sua frente. Jinyoung sentia-se mais confortável com o outro ao seu lado. Estava mais confiante, determinado naquele momento a ir até o fim, mesmo que soubesse que no fundo e no fim não obteria os resultados que queria e que realmente eram justos. Porque Kim Wonpil era um ótimo advogado e certamente se safaria de qualquer uma de suas acusações.

— Não sabia que você atuava como advogado. Achei que tinha parado. Mark apenas disse que você havia se formado em direito. — Comentou brevemente, assim que adentraram no carro.

Demorou poucos minutos após a prensa que Jaebeom deu no delegado. Jinyoung sentia-se muito mais aliviado naquele momento, sem estar dentro daquelas paredes que praticamente lhe sufocavam, lhe oprimiam.

— E eu não atuo. — Disse, colocando os óculos escuros e logo dando partida. Jinyoung lhe olhou rapidamente. — Não atuava até hoje. — Olhou-o, o sorriso desenhado nos lábios deixavam Jinyoung estranhamente calmo.

— Po-por que fez isso? 

— Não sei, sinceramente, eu não sei. Ultimamente não estou sabendo de muita coisa. — Murmurou a última frase.

— Suas empresas são clientes do Wonpil. Não será nada bom você ser meu advogado.

— Não estou muito preocupado com elas. Estou mais preocupado com você. Só quero te cuidar. — Deixou sua mão pousar na coxa alheia, um carinho singelo deixado nela conforme prestava atenção no trânsito. — Já teve a sensação de estar fazendo algo completamente contra o que você acredita? — Olhou-o de relance, buscando cuidar o semáforo fechado.

— Quando eu conheci você… soube que não deveria ter te apresentado aqueles quadros quando me pediu. — Soltou baixinho, olhando para a mão firme lhe acariciando levemente. Seus dedos foram até ela, deixando um afago calmo na pele. 

— E eu não devia nem sequer ter olhado você. — Disse por fim, tomando o trajeto até a cobertura onde estavam.

— Arrependido?

Nem por um segundo. 

Jinyoung se acomodou melhor no banco, um sorriso pequeno dançando nos lábios. Agitou o coração do Ômega ouvir aquilo, não podia negar, mesmo que tentasse reprimir. 

Quando chegaram, Jaebeom o questionou o que gostaria de comer, Jinyoung pediu qualquer coisa, tudo que queria era um bom banho e passar o resto do dia apenas acolhido por cobertas e coisas quentes. 

E fora estranho ter Jaebeom do seu lado, fazendo exatamente aquilo consigo. 

A tarde passou juntamente de filmes e chocolates quentes, com pipocas derramadas sobre a cama. 

Jaebeom parecia concentrado no filme, intrigado com o desfecho dos personagens, enquanto Jinyoung apenas se mantinha admirando a face bonita sendo iluminada apenas pela luz da televisão. 

Os traços de Jaebeom eram únicos e Jinyoung estava gostando de decorá-los conforme o olhava. Aproximou-se mais, se é que aquilo era possível. Estavam tão juntos um do outro que desconfiava que poderia estar mais perto. 

O fato era que o conforto dos braços dele eram surreais. Não conseguia acreditar que podia se sentir tão bem diante de um abraço e de uma tarde regada de filmes ruins — segundo a visão de Jaebeom, que detestava filmes românticos, mas estava mais interessado que Jinyoung, quem os escolheu.

— Ele é muito burro, meu deus! 'Tá na cara que ele gosta dela! Deixa de ser animal, seu imbecil! — Irritava-se com o personagem e o ômega só pode rir daquele momento.

— Para quem disse que não gostava… você parece mais interessado que qualquer adolescente iludido. — Soltou uma risadinha, ganhando a atenção de Jaebeom brevemente, que logo voltou os olhos para a tela. 

— Não gosto, mas gosto de ver o desfecho da desgraça alheia. — Enfiou mais pipoca na boca, soltando alguns palavrões ao ver o personagem fazer mais uma besteira. 

— Você é péssimo! — Deu-lhe um tapa fraco, rindo em seguida.

— Ainda não acredito que passei a minha tarde inteira olhando filme de adolescente apaixonado e fazendo merda. — Olhou o celular, desbloqueando a tela e constando as horas e as notificações.

— Não obriguei você a nada. 

— Imagina… 

Jaebeom soltou o aparelho, tirando as cobertas de cima do corpo e sentando na beirada.

— Onde você vai?

— Vou arrumar algo para comer. Não dá para viver de pipoca e porcaria.

— Não, não… fica aqui. — Pediu rapidamente, colocando-se de joelhos e se aproximando do Im.

— Jinyoung eu ‘tô com fome. — Choramingou, deixando Jinyoung um tanto desconcertado por falar de uma maneira muito… fofa na visão do mais novo.

— Eu também! — Ficou em pé sobre a cama, dando alguns passos até Jaebeom. — Você vai cozinhar para mim? 

— Sim! — Estufou o peito.

— O que vai fazer?

— Descongelar algo que tenho no congelador. — Jinyoung riu alto, e Jaebeom por breves momentos sentiu-se envolto por aquela risada.

Gostava de Jinyoung rindo, sorrindo como se o Sol desse as boas vindas para si.

— Para o seu interesse, eu sei fazer o melhor descongelado do mundo! — Avisou-o, trazendo o mais novo junto a si pela cintura. 

— Eu estou pagando para ver esse jantar.

— Está duvidando dos meus dotes culinários? 

— Jamais, Chef Im. — Brincou.

— Você vai ver só. — Virou-se, Jinyoung logo entendeu o que deveria fazer.

Prontamente subiu nas costas alheias, sendo segurado pelas coxas conforme Jaebeom saía do quarto. Jinyoung o segurava firme pelos ombros, os braços passando pelo pescoço do Im e tomando cuidado para não o sufocar.

Fora colocado sentado sobre a mesa americana e logo vislumbrou um show de palhaçada à sua frente à medida que Jaebeom buscava entender onde ficava as coisas na sua própria casa. Até tentou se meter, mas o alfa disse que tudo estava sob o controle. O Park quis acreditar naquilo, mesmo que desconfiasse. No entanto, fora surpreendido pelo alfa que realmente parecia saber o que estava fazendo. No final, não havia prato algum congelado, apenas uma comida caseira, muito bem feita e que Jinyoung jurava serem melhores que as premissas que sua mãe fazia. 

Certamente, qualquer coisa seria melhor que a comida dela.

Sua mãe detestava a cozinha.

— Jaebeom… você acha que a denúncia vai dar em algo? — Perguntou baixo, mexendo a comida com o garfo.

— Claro que sim! A uma hora dessas aquele infeliz já deve estar voltando para a Coréia. — Bebeu um pouco de água. — Pedi urgência com a intimação.

— Você vai mesmo fazer isso?

— Isso o quê?

— Ser o meu advogado.

— Você não quer? — Olhou-o atentamente.

— Não é isso… é só que… Wonpil vai surtar quando descobrir que o maior cliente dele abriu um processo contra… contra ele. 

— Não fui eu que abri. Foi você e eu só estou lhe auxiliando com tudo. Não se preocupe, ele terá o que merece. — Garantiu e Jinyoung desconfiou de que o outro estava falando de justiça.

— I-isso não vai complicar para você?

— De que maneira?

— Não sei… mas, Wonpil não vai gostar de saber disso.

— É impressão minha ou você está arrumando motivos para desistir do processo? — Largou os talheres, relaxando as costas na cadeira.

— Não, de forma alguma. É que… 

— É que o quê, Jinyoung? 

— Wonpil pode fazer algo contra você. Ele tem muita influência.

— E eu tenho mais. — Falou suave, confiante demais. 

— Você não entende… 

— Então me explique. — Jinyoung suspirou levemente diante do pedido, ajeitou-se melhor na cadeira, olhando para Jaebeom no momento. Podia confiar nele. Sabia que podia.

— A família do Wonpil é muito poderosa, sabe? Eles sempre tiveram escritórios de advocacia e sempre muito prestigiado no país. O senhor Kim assumiu o controle dos negócios assim que o avô do Wonpil morreu. Ele era muito novo ainda, e perder o avô foi muito difícil. Depois disso, Woohyung tornou os escritórios Kims em uma grande demanda, tendo os melhores advogados. Eles têm muitos contatos. Woohyung é um grande amigo do meu pai, ele nos ajudou quando perdemos tudo.

— Nunca entendi como vocês conseguiram perder uma fortuna tão grande. — Soou baixo, chegando em um assunto de seu interesse.

— Nem eu… — Falou cabisbaixo. — Meu pai amava a vida que levava. Todo marquês ama, mas acabou fazendo investimentos errados e tudo foi perdido. Woohyung sempre o instruiu a fazer as coisas certo, mas eu não entendo… 

— Não entende o quê?

— Como um bom advogado como Woohyung consegue fazer o melhor cliente e o melhor amigo perder tudo? — O tom era inconformado. — Meu pai diz que é neurose da minha cabeça, mas eu sempre fico pensando nisso, sabe? Eu não entendo muito de contabilidade, o pouco que sei é o que aprendi com Mark na galeria... — Voltou o olhar para Jaebeom. — Aish, desculpe! Eu não queria encher você com isso.

— Não, não… pode falar, se te deixa confortável.

— Obrigado, obrigado por me ouvir e ficar aqui comigo. — Soou sincero.

— Não precisa agradecer.

— Você não tem motivo nenhum para fazer isso.

— Será que eu não tenho? — Sorriu maliciosamente, Jinyoung riu jogando alguns grãos sobre o outro.

— Idiota.

— Sabe Jinyoung… — Disse após um tempo. — Você tem razão quando diz que eu não tenho motivo algum para te ajudar. Mas eu gosto de fazer isso, mesmo que eu não deva.

— Por que você não deve? Você às vezes fala algumas coisas que eu não entendo. Sei que começamos muito errado, mas parece que é mais errado para você do que para mim. — Tentava entendê-lo acima de tudo, no entanto, desvendar Im Jaebeom era complicado. — Você tem alguém? 

— Não! Não… meu deus, eu não tenho ninguém não. — Disse apressado, rindo um pouco. Jinyoung pareceu relaxar o corpo no momento. — Eu só… esquece isso. Só não estou acostumado. — Balançou a cabeça levemente.

— Amigos fazem isso… ajudam um ao outro.

— Já disse que não sou seu amigo. 

— Você é o meu amante… por favor, Jaebeom! — Estalou a língua no céu da boca, levantando-se e pegando seu prato para colocá-lo na pia.

— E se eu quiser ser algo a mais? — Chegou por trás, sussurrando e deixando Jinyoung completamente arrepiado. 

— Jaebeom… 

— Adoro quando você me chama assim, todo manhoso. — Deixou um beijo no pescoço, descendo mais um pouco até o ombro. 

— Para com isso… — Pediu de olhos fechados, deixando a cabeça pender para o lado e aceitando de bom grado as carícias. 

Jaebeom virou o corpo alheio, abraçando a cintura com um dos braços e levando a mão livre até a lateral do rosto dele. Seus lábios roçaram vagarosamente sobre os do Park, como se pedisse permissão para prová-los, algo que não demorou a acontecer, já que fora o ômega quem tomou a iniciativa do ato. 

Jinyoung deixou suas mãos ansiosas apertarem os músculos firmes dos braços do alfa, os dedos presos na pele enquanto a boca moldava a do outro com gosto, com saudade daquele carinho. Ofegou surpreso ao ter o corpo levantado e logo ser colocado em cima do mármore da pia. Jaebeom logo ficou entre suas penas, sendo inevitável não abraçar o corpo dele, o trazendo mais para si.

Gemeu baixo com os beijos sobre a pele, fechando os olhos com a forma como Jaebeom lhe deixava molhe em mãos. Não sabia lidar com as investidas dele. Era demais para controlar.

— Jae-Jaebeom… 

— Uh?

— Pa-para… eu não quero… — Falou baixo, sentindo-se envergonhado no momento.

Jaebeom se afastou levemente, notando o tom diferente. Olhou Jinyoung tão próximo de si, os olhos brilhosos e a boca avermelhada, certamente uma das melhores visão já vistas.

— O que foi? 

— Nã-não quero fazer isso… não me sinto bem para a gente… tran-transar. — Sentia o rosto queimar em vergonha.

— Tudo bem, a gente não faz nada. — Deixou um sorriso acolhedor nos lábios. — A gente não vai fazer nada que você não queira, amor.

— Nã-não me chama assim.

— Por que? Achei que você gostasse de alfas carinhosos.

— Não combina com você e isso me deixa nervoso. — Saiu rapidamente de cima da pia, desconsiderando mentalmente que aquilo não combinava com o Im, porque, porra, combinava e muito.

— Eu te deixo nervoso é? — Caminhou atrás do mais novo, sorrindo feito um idiota.

— Não! 

— Não?

— Não! — Reforçou, arrumando a cama rapidamente e se enfiando para debaixo das cobertas. 

— Você disse que eu deixo sim.

— É mentira. — Se tapou por inteiro. Jaebeom riu da atitude, logo se deitando ao lado do ômega.

— Você é um péssimo mentiroso Park Jinyoung.

— Você é um idiota!

Jaebeom riu, buscando desligar a televisão que havia ficado ligada toda aquele tempo que se mantiveram na cozinha. O quarto ficou com um silêncio apreciável. A falta de iluminação deixava o ambiente mais confortável para o sono vir. No entanto, Jaebeom desacreditava que realmente conseguiria dormir. 

Ajeitou melhor o corpo, correndo a mão para a cintura de Jinyoung e abraçando ele. As costas dele ficaram colados em seu peito e em nenhum momento Jinyoung negou a aproximação.

— Só quero te dizer que você é a pessoa mais linda que eu conheço. — Sussurrou, deixando um beijinho na nuca dele. 

— Desculpa… eu só não estou no clima. — Redimiu-se outra vez.

— Você não tem que me pedir desculpas de nada. Sabe disso, não é? Só não quero que você se sinta inseguro por causa dos seus hematomas. Você é lindo. Sempre vai ser.

— Como… você… — Não terminou a frase.

— Eu também não sei como, só sinto sua insegurança com tudo o que está acontecendo. Mas não se preocupe, eu não irei deixar que nada mais te aconteça e te machuque. Eu prometo. — Apertou mais o corpo contra o seu.

— Você é tão canalha… tão cretino… por que eu acredito em você? — Questionou, virando-se e se aconchegando no peito alheio.

— Porque você, no fundo, bem lá no fundo, gosta de mim. 

— Muito iludido você.

— Falo apenas a verdade.

— Tá bom, Jaebeom. Vai dormir. — Foi a sua vez de apertar o corpo em um abraço.

Colocou a perna na região da cintura, deixando-a ali e tendo o corpo quase todo em cima de Jaebeom.

— Você vai me esmagar assim. — O alfa reclamou.

— Você é um travesseiro muito confortável Im Jaebeom. — Constou entre risos.

— Ai, Jinyoung… você me paga. — Murmurou, nem fazendo efeito no citado que apenas intensificou o abraço, deixando Jaebeom praticamente imóvel.

Não era do seu feitio, mas quando deu por si, sua mão já estava nos fios castanhos, num carinho gostosinho na visão de Jinyoung. Era bom, era calmante no momento e Jinyoung gostava daquela sensação. Aos poucos, sem muito esforço, se rendeu ao sono, confortável nos braços dele.

 

— Eu ‘tô fazendo tudo errado. — Murmurou depois de algum tempo, ligando o abajur ao seu lado.

Seus olhos foram em direção a Jinyoung, o rosto sereno e tudo nele parecia tão lindo, tão impecável. Jaebeom achava extremamente tudo injusto nele.

— Eu preciso seguir o plano… antes que ele mesmo faça.

 


Notas Finais


Eu tô muito felizzzzzzz
Passei na federal genti, por isso o surto e claramente, esse empenho fenomenal para escrever o capítulo em um dia, quando na verdade eu demoro de três a 4 dias KKKKKKK

AI queria deixar vcs felizes tbm com essa att pq quero todo mundo surtando.

Crash and Burn chegou aos 150 favs e eu tô muito feliz por isso. Obrigada por todo o carinho, surtos e comentários. Vocês são tudo para mim aaaa

Kissus na bunda e até a próxima loucura 😘😘


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