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História Crash and Burn - Prioridades


Escrita por: ArsLilith_

Notas do Autor


Aaaaaa estou de volta

Se demorei, demorei
Se não demorei, é pq eu não demorei SKSKSKSKSKPAREI

MANO EU TO TIPO SKDKFKFMDMSKCOFOEKDMCKDODKEKSOCORRO COM ESSE CAP AI PQP


vou parar de surtar


Nos encontramos nas notas finais hihihi

Capítulo 18 - Prioridades



O amanhecer veio de Sol fraquinho comparado aos outros dias, uma temperatura boa, do jeitinho que Jinyoung gostava. Sentia o corpo inteiro ansioso para os próximos momentos. Não estava se sentindo muito bem desde que saiu da cama. Sentia-se zonzo, enjoado, tudo graças ao nervosismo que lhe dominava.

O barulho das palmas chamou atenção dos sentados à mesa. Jinyoung puxou o ar rapidamente por entre os lábios, ansioso por ver Jaebeom antes de irem para a delegacia.

— Eu atendo. — Junghyun levantou-se, caminhando até a porta e a abrindo.

Cumprimentou o homem à sua frente, dando passagem para que ele entrasse e assim, fez.

— Bom dia a todos. — Jackson cumprimentou, fazendo as devidas reverências.

Jinyoung caminhou até o Wang, esperando que Jaebeom entrasse em seguida, mas não fora o que aconteceu.

— Cadê o Jaebeom? — Olhou-o sério, mal escondendo a aflição na voz.

— Ele não pôde vir.

— Mas e-ele disse que viria, que estaria aqui comigo! 

— Ele vai estar, mas nos encontraremos direto na delegacia. 

Jinyoung ponderou, mordendo o lábio na tentativa de procurar um meio de não se abalar por aquela notícia. Queria vê-lo, falar com ele, abraçá-lo acima de tudo. 

Soltou o ar por entre os lábios, seu pai logo convidou Jackson para que se juntasse à mesa, mas o rapaz negou. Por fim, Jinyoung mal tocou na comida, ganhando um sermão do homem mais velho, que desde que chegou à cada dos pais, ontem pela manhã, parecia estar lhe tratando de forma diferente, sempre averiguando se estava bem e se alimentando.

Junghyun sempre era preocupado consigo e com todos ao seu redor, por isso não ligava tanto aos cuidados do pai, todavia, a forma como ele lhe olhava deixava-lhe intrigado.

— Vamos, meu filho. — Junghyun terminava de colocar o casaco, enquanto Chayeon ajeitava o cabelo.

Jinyoung olhou para os pais, buscando entender toda aquela agitação de ambos. Sua irmã havia saído para o trabalho cedo demais e, claramente, se estivesse ali, estaria ao seu lado para lhe ajudar a manter os mais velhos dentro de casa.

— Vocês não estão pensando em ir junto, né?

— Mas é claro que iremos! — Chayeon olhou-o sério.

— Que dúvida, garoto!

— Mãe, pai… não precisa ir. Não quero vocês em um lugar como aquele. Por favor.

— Não adianta pedir, choramingar e nem nada do tipo, nós iremos e ponto final. — Chayeon deu o veredito. — Agora vamos, pois não podemos nos atrasar. 

Jinyoung, irredutível àquilo buscou por resmungos tentar reverter aquela situação, no entanto, seus pais sequer lhe deram ouvidos e quando deu por si, já estavam no carro, a caminho da delegacia.

Jackson dirigia calmamente, os dedos batucavam no volante vez ou outra enquanto conversava coisas esporádicas com o Park mais velho sobre negócios e investimentos. 

Jinyoung sentia os dedos delicados da sua mãe passarem vagarosos e cuidadosos em sua mão, como um carinho, um cuidado. 

Estava agitado, nervoso com o que poderia acontecer. E, mesmo que fosse apenas necessário retomar o que havia falado na primeira vez que pisou ali, sentia-se estranho, desamparado.

— Merda! — Ouviu o xingamento baixo vindo do Wang, levando seus olhos para a janela, onde viu o acúmulo de fotógrafos e jornalistas parados em frente a delegacia.

Jinyoung sentiu o estômago agitar o pouco que havia comido. A ânsia parou na garganta, deixando-lhe zonzo por segundos enquanto Jackson tentava estacionar. 

A mídia certamente queria arrancar tudo que podia daquele seu momento, afinal, ainda era o filho de Park Junghyun, um marquês que sempre esteve estampado nas maiores revistas da Coréia do Sul, representando a história da monarquia e dinastia coreana. E, além do título, Park Jinyoung era casado com Kim Wonpil, o herdeiro dos maiores escritórios prestigiados de advocacia do país. Certamente aquilo era um escândalo, rendendo inúmeras manchetes em revistas da alta sociedade e sites de fofocas.

O barulho dos flashes e do falatório trouxe à tona uma sensação já vivida muitos anos atrás. Enquanto era protegido pela barreira pequena que Jackson e seu pai buscavam fazer, agarrado a sua mãe prosseguiu até a entrada da delegacia.

— Park Jinyoung, quais razões levaram você a tomar essa atitude? — Olhou o homem a frente, que lhe direcionava um gravador.

— É verdade que o empresário Im Jaebeom está diante da sua defesa?

Jinyoung sentia-se zonzo, acuado com o tanto de pergunta que vinha em sua direção.

Quando passou por toda aquela aglomeração, suspirou em alívio ao finalmente poder contemplar o silêncio dos flashes e de todas aquelas questões, nas quais se perguntava como haviam parada nas mãos de todos aqueles jornalistas.

— Cadê o Jaebeom? — Era a única coisa que lhe importava no momento.

— Ele irá chegar, tenha um pouco de paciência. — Jackson pediu o mais claro possível.

Jinyoung começava a criar paranóias na sua cabeça, como as que Jackson deixava bem claro o quanto não gostava de si. Por breves segundos quis rir em puro nervosismo daquilo, notando o alfa andar de um lado para o outro, um pouco distante de onde estava, com o celular próximo a orelha. Ele parecia aflito. Perguntava-se mentalmente se ele poderia estar tentando entrar em contato com Jaebeom e, que, em algum momento, o moreno simplesmente o diria que não iria aparecer.

Jinyoung não gostava de pensar na possibilidade de promessas quebradas, mesmo que seu pai sempre estivesse ali para lhe dizer que nem tudo poderia ser cumprido. Aquilo não cabia a Jaebeom, não quando ele lhe passava tamanha confiança que lhe fizesse acreditar em tudo que ele dizia. Jaebeom poderia falar a mentira mais doce que fosse e Jinyoung certamente acreditaria. 

— Como juntou tanto jornalista assim? — Junghyun questionou assim que Jackson chegou perto.

— Bom, Jaebeom está defendendo esse caso. Um caso contra um dos advogados mais famosos do país que é casado com o filho de um marquês. Talvez não seja tão difícil descobrirem, mas confesso que também estou surpreso. — Olhou o relógio, logo ajeitando a gravata na tentativa de dispersar qualquer que fosse a irritação que começava a se alastrar pelo corpo. 

— Para que horas está marcada o depoimento?

— Às 9. — Informou, mais uma vez olhando para o relógio.

— Falta pouco tempo. — Jinyoung murmurou baixinho, totalmente inquieto.

— Se ele não chegar, eu irei lhe representar como advogado. — Olhou-o de soslaio, pois sabia completamente que aquele seria o seu papel a partir daquele momento.

Jinyoung ficou em silêncio, absorvendo aquelas palavras enquanto Jackson pedia a um policial para que dessem um jeito nos fotógrafos que adentravam o corredor. 

Aquele sentimento da noite anterior voltou a assolar Jinyoung. Jaebeom não viria. Não gostava de pensar naquilo. Jaebeom viria, acreditava nele, pois o mesmo lhe prometeu que estaria consigo.

— Eu… irei pegar uma água. — Avisou, caminhando para longe dos três que pareciam exalar preocupação no momento.

Dobrou o corredor, olhando curioso para todos os cantos na tentativa de achar algo que lhe distraísse. Adentrou a porta que sustentava o adesivo informando sobre o banheiro. Soltou o ar pela boca, aproximando-se da pia e jogando água no rosto na tentativa de aliviar a tensão em si. Passou a mão molhada na nuca, pousando-a por segundos ali, mantendo os olhos fechados, sentindo-se relaxado com aquela sensação gélida no local.

Ergueu o tronco, deparando-se com seu reflexo no espelho. Queria perguntar a si mesmo onde havia iniciado o seu erro para estar ali, fazendo pessoas que amava estarem passando por aquele constrangimento. Seus pais não mereciam estar ali, mais uma vez, depois de tudo que passaram anos atrás, que por uma infeliz coincidência, também era resumido a si.

Puxou o papel toalha com vagareza, não tinha pressa no momento. Queria pensar que tudo não passava de um sonho ruim, uma experiência que sequer teria a vontade ou prazer de experimentar outra vez.

Quando virou-se para sair, o corpo pareceu ficar preso ali. Seus olhos foram de encontro ao homem à sua frente, fazendo-lhe engolir uma sensação ruim. Os batimentos pareciam triplicar dentro do peito, junto da respiração que se tornava pesada. Uma leve pontada na cabeça sentiu, fechando os olhos instintivamente enquanto era observado por ele.

— Você realmente vai seguir com essa loucura, Jinyoung?

— Me deixa passar. — Pediu baixo, dando um passo para trás quando Wonpil avançou.

— Sabe que independente de quem lhe defender, você jamais vai ganhar, não é? E que tudo isso não passa de uma grande perda de tempo?

— Você tem que pagar pelo que fez. — Enfrentou-o pela primeira vez, desde que tudo havia acontecido.

— Eu consigo sentir o seu medo. — Riu baixo, desviando o olhar enquanto caminhava pelo banheiro. — Você sabe que isso não vai levar a lugar algum e só está, ainda aqui, porque não quer dar o braço a torcer.

— Se é o que pensa… continue aí. — Caminhou até a porta.

— Ele vai acabar com você, Jinyoung, e não importa o que ele lhe disser… — Jinyoung parou, voltando a olhar o outro. 

— Você não sabe o que diz.

— Eu sei o que vejo. — Voltou a dar passos, aproximando-se do Park. — Ele se aproveitou de você, da crise que estávamos passando. Ele quer algo de você, será que não consegue perceber?

— Não seja patético!

— Você que está sendo! — Soou um tanto mais alto. — Acha mesmo que alguém com a relevância de Im Jaebeom se interessaria por alguém como você? — Soltou ardiloso, deixando o olhar alheio desestabilizado, sabia muito bem em qual ponto atingi-lo para obter o que queria. — Jaebeom vai te usar e te descartar como fez com os outros que já se envolveu. Você não é diferente deles, Jinyoungie. Você, no final das contas, é descartável como todos. — Sussurrou próximo ao ouvido dele. — Não se sinta especial quando ele lhe disser que é o único para ele. Você é o único em mais tantos únicos que ele tem. — Olhou-o uma última vez, gostando de saber o quão estabilizado ele ficara com aquilo. Se antes tinha dúvidas sobre o que tinham, agora, não havia mais.

Park Jinyoung havia lhe traído e a maior prova daquilo, nem era os olhos cheios de águas, marejados e entristecidos. Aquele maldito cheiro… aquele maldito cheiro doce.

— Você… você está… — Seus olhos se arregalaram aos poucos por um momento. Olhou-o dos pés a cabeça, mas sequer concluiu seu raciocínio. Antes que o fizesse, a porta fora aberta, trazendo tensão ao ambiente.

— Que porra você ‘tá fazendo aqui? — Jaebeom soou estridentes, puxando Jinyoung para trás do seu corpo.

— E não é que você apareceu! — Sorriu ardiloso, ainda sustentando o olhar sobre o ômega. — Engraçado você aparecer nesses momentos, não é? 

— Sai daqui.

— Vai me bater se eu não sair? — Havia desafio no seu olhar e Jaebeom sequer negou respondê-lo a altura.

— Acho que você ainda não se olhou no espelho depois da surra que eu te dei ontem, não é? Quer continuar aqui e ir direto para o hospital? — Foi segurado por Jinyoung quando tentou dar um passo à frente.

— Vai me bater dentro de uma delegacia, Im Jaebeom? E a sua reputação, como fica?

— Ao contrário de você, eu não ligo porra nenhuma para ela.

— Jaebeom… para. — Jinyoung pediu, puxando o alfa para longe das provocações do Kim.

Wonpil quis rir naquele momento, mas segurou-se, engolindo a vontade de acabar com ambos ali mesmo. Passou por eles, olhando-os e deixando evidente que aquilo jamais ficaria daquela forma.

Jinyoung fechou os olhos, sentindo o corpo inteiro agitado. Temeu que eles entrassem em outra briga, ainda mais naquele lugar.

— Vem aqui. — Jaebeom pediu baixinho, puxando o ômega para os seus braços e o abraçando com força. 

— Achei que não iria chegar.

— Me desculpe, precisei resolver uns problemas.

— Carro quebrado outra vez? — Jinyoung o olhou e Jaebeom sabia muito bem que ele não havia acreditado naquela desculpa esfarrapado de ontem a noite.

— Jinyoung… 

— Desculpa… é… só que… eu não sei o que está acontecendo comigo. — Soltou baixinho, sentindo-se culpado por querer cobrar algo de Jaebeom que sequer ele lhe devia. — Estou um pouco enjoado… acho que esse depoimento vai acabar comigo. — Reclamou manhoso, esfregando o rosto levemente no pescoço do alfa.

Jaebeom riu soprado da inocência do mais novo, voltando a abraçá-lo mais forte. 

— Está tudo bem, uh? Eu estou aqui agora. Pode ficar calmo… eu estou aqui. — Deixou um selinho nos lábios cheinhos, ganhando um sorriso bonitinho em troca. — Vamos sair daqui. 

Entrelaçou seus dedos aos do outro, puxando-o para fora do banheiro. Caminharam até estarem próximos aos Parks, que se mantinham atentos ao filho que chegava. Jinyoung sequer notou os olhares dos mais velho quando parou perto deles. Mantinha-se bem juntinho de Jaebeom, buscando se acalmar com a forma como ele lhe deixava um carinho gostoso nos fios. 

— Será que vocês podem se comportar como cliente e advogado? — Jackson olhou ambos com uma feição nada contente.

Jaebeom o entendeu, afastando-se minimamente de Jinyoung. Não houve tempo para interpor, logo, o nome do ômega era chamado pelo escrivão. 

Jinyoung respirou fundo, ganhando o apoio dos pais ao se encaminhar até a sala em que falaria com o delegado do caso. Eram as mesmas perguntas, os mesmos desabafos, mas Jinyoung sentia-se melhor naquele momento, diferente da primeira vez que ali esteve.

Era um depoimento de apoio ao primeiro, avaliação ao que fora dito anteriormente e, mesmo com certo nervosismo pelo corpo, Jaebeom o informou que ele havia ido muito bem.

— O caso já foi encaminhado para o juíz. Seu marido irá responder por violência doméstica e cárcere privado.

— Quando… quando será a audiência?

— Bom, essa parte já não é comigo. Eu apenas encaminho o caso. Um oficial de justiça irá até sua casa, lhe informando o dia e horário.

Jinyoung balançou a cabeça levemente, ganhando dois papéis para assinar. Olhou para Jaebeom por cima do ombro, ganhando a confirmação para assinar.

Terminou as assinaturas, o delegado lhe deu um breve aceno e, logo, já saíam da sala. 

Jinyoung caminhou a passos apressados até os pais, ganhando um abraço forte e caloroso. Sentia-se protegido com eles ali consigo e era bom tê-los naquele momento. 

— Vou levá-los para casa. — Jackson avisou, olhando para o relógio enquanto Jaebeom se mantinha afastado o mínimo que conseguia.

— O que acontece agora? — Junghyun perguntou, olhando para os dois advogados.

— O caso vai a processo. Wonpil vai respondê-los sem direito a revogar em primeira instância. Só precisamos de data e a hora para isso. Tomarei as providências para que o oficial apareça ainda essa semana na casa dos senhores. — Seu tom era cálido, profissional de um modo que Jinyoung ainda não havia presenciado. — Quanto mais rápido o processo acontecer, melhor será. Jinyoung não pode se estressar. 

— Bom… muito bom. — Junghyun parecia pensar nas palavras que usava, todavia, olhou para o filho e apenas se limitou a sorrir.

— Vamos indo. — Jackson chamou-os. 

— Eu… eu vou ficar e falar com Jaebeom. — Jinyoung olhou-os, intercalando entre os mais velhos e o Im.

— Você deveria descansar um pouco, Jinyoungie.

— Eu vou papai, mas preciso resolver algumas coisas, uh?! 

Junghyun ponderou, não queria Jinyoung fora de casa em uma situação como aquela, mas cedeu quando olhou para o lado e viu a esposa lhe sorrir pequeno. Despediu-se do caçula, alegando para que se cuidasse e que Jaebeom ficasse de olho nele.

Jackson pareceu soar um aviso com o olhar a Jaebeom, que engoliu uma sensação ruim no momento. Seus olhos se encontraram com o do ômega a sua frente, no entanto, quando mencionou se aproximar dele, viu o momento em que ele teve o braço puxado, sendo afastado de si com rapidez.

— Se você pensa que isso vai ficar assim, está muito enganado, Park Jinyoung. — O alfa vociferou, assustando o mais novo. — Eu vou acabar com vocês. — Empurrou-o fortemente. 

Jinyoung foi amparado por Jaebeom, que rosnou cheio de raiva por aquela atitude. 

— E, você, Im Jaebeom terá o que merece. 

— Vai em frente. Vamos ver do que você é capaz. 

— Se eu fosse você não iria querer saber do que eu sou capaz.

— Você não é nada, Kim Wonpil. Não passa de um covarde, um verme sem escrúpulos. — Afastou-se minimamente do Park. — Eu disse para você não tocar nele, mas você insiste em tocar no que não te pertence, não é? 

— 'Tá defendendo ele por quê? — O sorriso presunçoso adornava os lábios do loiro. 

Porque eu defendo aquilo que é meu. — Os olhos cruzaram-se, vibrantes, ameaçadores. — Eu só não acabo com você aqui e agora, porque ele está assustado, mas inventa de aparecer na minha frente ou cruzar o meu caminho pra vê se eu não termino de te quebrar. — Afastou-se, não esperando resposta. 

Estendeu a mão para Jinyoung, o tirando dali o mais depressa possível.

Enlaçou o braço ao redor da cintura do ômega conforme saíam, sendo engolidos pelos inúmeros repórteres que se mantinham próximos a saída, buscando captar cada mera expressão dos dois.

Foi difícil chegar até o carro e quando conseguiram, Jaebeom abriu a porta do carona e instruindo Jinyoung a adentrar. Deu a volta, tomando seu lugar no banco do motorista e arrancando dali o mais rápido que pode.

Soltou o ar pela boca em alívio apenas tempos depois, olhando o retrovisor e certificando-se de que ninguém os seguia. 

Jaebeom olhou para o lado, contando Jinyoung quieto e com o olhar baixo, deixou sua mão chegar até a coxa do garoto, apertando com leveza, chamando sua atenção.

— Vai ficar tudo bem. Confia em mim.

— E se não ficar? — Deitou a cabeça no banco, olhando para Jaebeom, os olhinhos marejados, assustados com tudo aquilo.

— Vai ficar, baby. Eu prometo para você que vai ficar tudo bem.

— Há um lema na família Park… nem sempre as promessas podem ser cumpridas. — Murmurou baixo.

— Acredite quando digo que irei cumprir todas. 

— Você me ama ou só está brincando comigo? Porque eu posso ser uma diversão… pra você deve ser divertido… 

— Do que você está falando? — Jaebeom intercalou o olhar entre o ômega e a estrada.

— Se você estiver brincando comigo é como se você se igualasse a ele… 

— Jinyoung… — Jaebeom tentava processar aquelas palavras. Puxou o ar com certa dificuldade, procurando um local para estacionar.

O barulho do motor cessou, ambos sentiram o peso do silêncio cair diante deles.

— O que Wonpil falou para você? — Livrou-se do cinto, se ajeitando melhor no banco para fitá-lo. 

— Nada. 

— Você é péssimo mentindo. Diga o que ele lhe falou.

— Jaebeom, eu quero ir para casa. — Queria sair dali, daquela situação que sua maldita insegurança havia lhe colocado. 

— Nós não iremos sair daqui enquanto não me disser o que o desgraçado do Kim te disse. — Olhou-o sério, determinado. 

Jinyoung mordeu o lábio, logo, soltou o ar por entre eles, impaciente. Desviou o olhar do outro, não gostava da forma como Jaebeom conseguia lhe intimidar com tão pouco. 

— Você vai me deixar… me trocar como sempre faz quando todos perdem a graça. — Soou baixinho, envergonhado enquanto olhava para suas mãos em seu colo. 

— É isso que você acha que eu irei fazer?

— Jaebeom… 

— Você acha isso? — Retomou, segurando o queixo alheio e o fazendo Jinyoung lhe olhar.

— Nã-não.

— Então por que está dando ouvidos a ele? 

— E-eu não sei, eu já disse para você… não sei o que está acontecendo, eu só quero chorar. — A voz era embargada, Jinyoung mal se entendia e Jaebeom buscou segurar o sorriso.

— Vem aqui. — Pediu, abrindo o cinto do garoto.

Jinyoung demorou alguns segundos até obedecê-lo, aproximando-se do alfa que logo lhe colocou sentado no colo dele.

— Não quero que pense sobre isso, uh? Esqueça o que Wonpil lhe disse. Estou aqui com você. — Acariciava as costas alheias com vagareza, carinho velado a cada toque enquanto tentava o acalmar. 

— Você deve estar me achando patético! — Reclamou, aninhando-se melhor no colo do alfa. Jaebeom riu baixinho, levando o carinho até os fios castanhos.

— Não acho não. — Deixou um beijo na bochecha, roçando os lábios sobre ela com cuidado. 

Jinyoung gostou do carinho, quase ronronando sobre o outro enquanto ganhava toda a atenção que precisava. 

Logo sentiu os lábios de Jaebeom virem em cima dos seus, vagarosos, sem pressa alguma para lhe experimentar. Ofegou baixinho com o ósculo, segurando o terno caro pelos ombros, conforme tinha a boca explorada pelo alfa. Jinyoung jamais poderia dizer que qualquer beijo no mundo poderia ser comparado aos beijos de Im Jaebeom. Nada poderia ser comparado a ele, ou que chegassem aos pés dele.

Jaebeom era bom no que fazia, principalmente na arte de lhe envolver por inteiro em um momento como aquele, lhe tirando das situações de problema que coloca em si. Inclinou o pescoço levemente, soltando suspiros baixos confirme ganhava beijos pela pele que aos poucos se tornava mais aquecida com as carícias. 

— Você é lindo, sabia? — O tom rouco lhe fez arrepiar, deixando um sorriso sobre os lábios entreabertos.

Jinyoung amava elogios e Im Jaebeom parecia ter decorado aquilo como ninguém. Cada palavra dita a si era como uma lenha colocada em uma fogueira, ajudando a incendiar casa vez mais. 

— Me leva para sua casa. — Pediu todo manhoso, tendo o corpo abraçado mais firmemente. 

— Eu estou cheio de trabalho, Park Jinyoung. 

— Eu juro que é só por hoje. 

Jaebeom sabia muito bem dos seus compromissos e que, claramente, arrumaria uma grande e monstruosa dor de cabeça se fizesse aquilo que lhe era pedido. No entanto, era Park Jinyoung e sendo ele, jamais o negaria algo.

— Não posso te levar para a cobertura. — Soou baixo, lembrando que poderia encontrar o homem que nem em sonho deveria encontrar Jinyoung consigo. 

— E por que não?

— Digamos que estou com uma visita. — Fingiu um sorriso, ganhando os olhos curiosos sobre si. 

— Que tipo de visita?

— Não é nada que você está pensando, Park Jinyoung.

— Não pensei nada. — Deu de ombros. — Mas me diz, quem é?

— É um familiar… — Soou baixo. — Não o via há muito tempo. 

— Você deveria estar fazendo companhia a ele, então.

— Eu sei, mas nós acabamos nos desentendendo pela manhã, acredito que ele não queira me ver hoje.

— Eu sinto muito… 

— Tudo bem. Eu resolvo essa situação rapidinho. — Alegou, buscando acreditar nas próprias palavras. 

Jinyoung sorriu, acariciando o rosto do Im lentamente. Beijo-o vagaroso, do jeitinho que gostava de ser beijado.

— Nós podíamos ir em um lugar. — Ressoou baixo, roçando os lábios na pele do rapaz enquanto movia o corpo de forma lenta. 

— Que lugar?

— Eu nunca fui em um… — Soltou um riso nervoso enquanto escondia o rosto já curva do pescoço alheio. — Você podia me levar… 

— Te levar aonde?

— Queria ir no Dallas, você poderia me levar lá… — Soou sem pretensão alguma, mesmo que estivesse cheio dela.

— Jinyoung, é quase meio-dia e você quer ir em um motel? — Olhou-o desacreditado.

— E o que tem? Eu quero conhecer… meu amigos sempre falam dele. Me leva lá? — Insistiu baixinho, em tom provocativo, cheio de manha. Jaebeom riu fracamente, apertando as coxas do garoto.

— Você não tem jeito! 

— Você vai me levar? 

— E eu tenho opção? 

— Tem… você pode dizer não. 

— Se eu disser, você vai ficar emburrado e com um bico de metros.

— Não é verdade.

— É sim. Agora senta ali e coloca o cinto. — Mandou, dando um tapa leve na coxa do garoto.

Jinyoung riu acatando a ordem e se ajeitando no banco enquanto Jaebeom ligava o carro.

— Vou passar na farmácia antes, tá? — Avisou, tomando a avenida principal.

— Uhum.

O tráfego naquela hora estava movimentado, ambos escutavam uma música baixa enquanto Jaebeom estava focado no sinal vermelho a frente. Park Jinyoung mal conseguia conter o agito pelo corpo, sentia-se quente e completamente intencionado a ter os toques de Jaebeom em si. 

— O que você comprou? — Olhou-o assim que ele adentrou o carro com uma pequena sacola.

— Nada demais. Vamos? — Sorriu ao mais novo, ganhando um aceno positivo.


Jinyoung passou as mãos pelas pernas, tentando amenizar certo nervosismo que caía em si conforme se aproximavam do Dallas, um motel famoso pelos serviços oferecidos, de grande porte e luxuoso. Sempre teve a curiosidade de conhecê-lo e naquele momento sua curiosidade parecia ultrapassar todos os cenários inimagináveis. 

— Que suíte você vai querer? — Jaebeom ia parando o carro aos poucos, conforme chegavam próximos ao local que informavam os quartos.

— Eu não sei… — Pareceu pensar, sentindo o rosto esquentar. — Você escolhe. 

— Okay… — Jaebeom virou o rosto, informando o que queriam ao jovem a sua frente. Pegou o cartão que dava acesso à suíte e seguindo para a garagem do prédio.

— O que temos? — Jinyoung perguntou, assim que saiu do carro e ouvia o barulho do alarme sendo ativado.

— Temos uma suíte presidencial e uma tarde inteira para nós comemorarmos. — Aproximou-se, roubando um beijo do rapaz em meio a um riso curto do mesmo.

— Isso parece bom.

— Muito bom, eu diria. — Puxou-o para adentrarem o elevador. Jaebeom apertou o botão para o último andar, sentindo Jinyoung abraçar sua cintura enquanto lhe deixava beijos pelo pescoço. — Você está muito apressado. — Riu baixo, devolvendo o abraço.

— Estou com saudade.

— Nos vimos ontem, Jinyoung.

— Mas eu estou com saudade de outra coisa. — Sussurrou, deixando um chupão sobre a pele bronzeada.

Jaebeom deixou a mão firme sobre a cintura alheia, suspirando pesado com as investidas que sofria. Seguiu o ritmo do mais novo, pegando-o mais forte e o colocando contra a parede metálica. Seus lábios foram com urgência sobre os alheios, puxando o inferior entre os dentes enquanto tinha-o de olhos fechados, apreciando cada segundo daquela loucura que davam início.

As portas se abriram e Jaebeom foi arrastado pelo outro para fora do elevador. Trocaram beijos no meio do corredor silencioso, vez ou outra esbarrando pelas paredes até que chegassem na porta correta. Jaebeom riu enquanto tentava passar o cartão e era tentado pelas mordidas fracas em seu pescoço.

Instantes passaram até que finalmente conseguiu abrir a porta, deixando Jinyoung passar por ela. Seus olhos observaram o ômega andando pelo cômodo, enquanto deixava seu celular e a sacola da farmácia sobre o pequeno balcão em vertical próximo da porta. 

— Isso é… muito lindo! — Tinha um sorriso gigante no rosto enquanto tirava os sapatos e deixava-os na entrada. Andou pelo espaço amplo, constando tudo que tinha conforme Jaebeom se livrava do terno e o deixava sobre a cama.

— Tem hidromassagem… — Olhou para a mesma, próxima a vista que o andar dava para todo o centro da capital.

— Podemos beber dentro dela! — Soou animado, já se encaminhando ao frigobar.

— Não, não, não… — Jaebeom o puxou levemente, tirando a garrafa de suas mãos. — Não vamos beber.

— Por que não?

— Porque… — Umedeceu os lábios, pensando em algo rapidamente. — Porque você não comeu ainda, e… e eu também não. — Pigarreou. — Não é bom beber sem comer algo, ainda mais a uma hora dessas.

— Jaebeom, deixa de besteiras. — Insistiu. — Eu já estou acostumado a beber nesse horário, ou você esqueceu que o meu pai tem uma loja de vinhos e é um apreciador nato deles?

— Eu sei, baby… mas, acho que… acho que a partir de agora você não vai poder beber mais. — Olhou-o de forma calma, buscando soar o mais sucinto possível.

— Do que você está falando? 

— Estou falando que você tem que tomar mais cuidado agora. — Chegou mais perto, deixando um carinho leve na bochecha.

— Jaebeom… — Jinyoung o observou de modo estranho, sem entender do que ele estava falando. O viu sorrir para si, como se compreendesse aquela sua confusão toda.

— Fica aqui. — Falou, afastando-se rápido. Jinyoung girou o corpo levemente, acompanhando os passos do homem para próximo da porta. Viu ele voltar com a sacola da farmácia. Parou a sua frente, dando-a para si.

Jinyoung a pegou, o cérebro buscando entender o que raios estava acontecendo. Quando a abriu, puxou as duas caixas de dentro, piscando os olhos rapidamente. Uma sensação inexplicável lhe acometeu. Seu coração parecia acelerar os batimentos conforme a respiração pesava e seu corpo sentia todos os arrepios possíveis.

— O que… o que é… por que… — Tentava  formular algo, puxando o ar por entre os lábios. — Que tipo de brincadeira de mau gosto é essa, Jaebeom? — Olhou-o sério, os lábios tremendo aos poucos conforme processava as duas caixinhas em mãos. 

— Não é nenhuma brincadeira, Jinyoung. — Explicou o mais rápido que pode, chegando perto, mas o outro recuou assim que pode. — Me escuta: seus enjôos, suas tonturas… isso… 

— Para! Para de falar! — Saiu de perto dele. — Você não… não tem o direito de brincar com isso! — Jogou os testes sobre a cama, indo até a porta.

— Espera! — Jaebeom o segurou por trás, abraçando o corpo que se encaixava perfeitamente em seus braços. — Só me ouve, uh? — Pediu baixo, deixando um beijo próximo a orelha. — Faz o teste, só quero que você faça o teste e de… 

— Eu não vou fazer merda nenhuma! — Tentou se soltar. — Você só pode estar zoando com a minha cara!

— Eu não estou! Por que acha que eu faria isso com você? — O virou para lhe encarar.

— Eu não sei! Eu não sei, mas… mas eu não estou gostando dessa brincadeira, Jaebeom. — Falou baixo, os olhos marejados. — Não brinque com isso.

— Não estou brincando, baby. Eu não estou. Confia em mim, uh? — Segurou o rosto com as duas mãos, olhando nos olhos do garoto e buscando passar toda a confiança naquele momento.

No entanto, mesmo que Jaebeom o provasse mil vezes, Jinyoung não iria confiar naquilo, justamente confiar em algo que já estava decretado que jamais aconteceria. Im Jaebeom não tinha o direito de brincar com algo daquele tipo. Não tinha.

— Você realmente não vai fazer? — O alfa perguntou após um tempo. 

— Eu já sei a resposta. Isso não é necessário. — Limpou a lágrima teimosa que caía. — Eu não posso ter filhos.

— O que você está falando é uma grande besteira, Jiny… 

— Você que está falando uma grande besteira, Im Jaebeom! Você não tem o direito de fazer isso, não tem o direi… 

— Eu tenho direito sim! — Soou mais alto. — Você vai fazer esse teste agora, Park Jinyoung, ou eu te coloco no ombro e te arrasto para o primeiro hospital que aparecer. E eu não estou brincando. Você escolhe como quer descobrir. — Foi sério, deixando Jinyoung sem respostas para si. — Anda, Jinyoung. Já escolheu o que vai querer? 

— Você é um ogro! — Falou choroso, caminhando até a cama e pegando os testes.

— Faz isso de uma vez, então você vai poder aproveitar esse quarto inteiro, porque enquanto você não fizer, não irá desfrutar de nada.

— Idiota! — Resmungou baixinho, buscando pelo banheiro.

— Eu ouvi! 

— Idiota! — Soou mais alto, batendo a porta com força.

Jinyoung olhou ao redor, caminhando até a pia e deixando as duas caixinhas sobre ela. Olhou-se no espelho, procurando coragem para fazer aquilo. Sentia como se a qualquer momento fosse perder as forças nas pernas de tão trêmulas que elas estavam. Pegou as embalagens depois de segundos pensando e tentando se acalmar, abrindo a primeira e tirando um teste que outrora já havia feito.

“É muito complicado para você ter um filhote. A queda que você sofreu agravou seu estado e o comprometimento de poder gerar. Digo que é quase impossível você ter uma criança, por isso para o bem da sua saúde mental, seria bom que não se iludisse com possíveis enjôos… sintomas da gravidez. Muitas das vezes, como no seu caso é apenas algo psicológico. Irreal.”

Jinyoung fungou baixinho, logo, sendo impossível segurar o choro. Amparou as mãos sobre a pia, buscando por apoio enquanto mantinha a cabeça abaixada e as lembranças daquela notícia sendo exposta em sua mente.

— Jinyoung? — Ouviu a voz abafada do Im.

— Eu não consigo Jaebeom! Eu não consigo! Eu não quero fazer isso. — Proferiu em meio as lágrimas.

— Amor, confia em mim. Só confia em mim, por favor. — O pedido era tão calmo e seguro que Jinyoung se sentia tentado a aceitá-lo.

Respirou fundo, mordendo o lábio enquanto abria a outra caixa e tirava o segundo teste, que também já havia feito em outros tempos. Jinyoung poderia listar todas as marcas dos testes de cor e salteado, desde o fabricante até a cor que eles tinham. Durante anos foram tantos, tantos só para lhe iludirem e fazerem um mínimo de esperança crescer em si.

Seguiu as instruções já muito bem conhecidas por si, respirando fundo o tempo todo. Sabia que Jaebeom lhe esperava no outro lado da porta e assim que abriu ela, com os testes em mãos, olhou para o outro a sua frente. 

— Eu disse que isso era uma grande besteira. — Passou por ele, deixando os testes sobre o peito alheio.

Jaebeom os pegou rapidamente, tentando os entender. Correu até as caixas, pegando o pequeno manual que havia ali e lendo o que lhe interessava enquanto voltava ao quarto e via Jinyoung vestindo os calçados. 

— Você tem que esperar três minutos… diz aqui. — Constou, mostrando o pequeno papel.

— Não vou esperar porra nenhuma. — Amarrou o primeiro sapato, puxando o ar com certa dificuldade ao abaixar o tronco.

Jaebeom continuava lendo, tentando entender o que raios eram aquelas duas linhas parecendo, mesmo que no fundo não precisasse delas.

— Ah, sabia! — Exclamou, cheio de sorrisos. — Volta aqui, Park Jinyoung. — Chamou-o, rapidamente, se colocando na frente da porta antes que o outro saísse.

— Sai da minha frente agora!

— Não saio.

— Se você não sair eu vou te chutar, seu imbecil! — Buscava se manter o mais calmo possível, mesmo que no fundo, talvez não tão fundo, a vontade de chorar era maior que qualquer coisa. Mas Jinyoung tinha um orgulho que sustentava o corpo por inteiro e no momento, era ele quem lhe mantinha em pé.

— Você não vai querer ver os resultados? — Soou risonho, ganhando um tapa do Park no braço, precedido de mais tantos outros.

— Você é um idiota. Eu não quero nunca mais olhar na sua cara, seu insensível! Seu merda! — Vociferou, sentindo as lágrimas voltarem. Sentia-se machucado. Jaebeom tinha mexido justamente na ferida que sequer havia curado. Ela jamais curaria.

— Nem se eu te disser que eu sou o pai do seu filho? — Falou rápido, tentando se esquivar dos tapas. Viu Jinyoung lhe olhar absorto, os olhos levemente arregalados e a mão suspensa no ar.

— O que… 

— Dois riscos. — Disse baixo, pegando o papel e procurando o pequeno parágrafo onde explicava o que significava. Jinyoung sequer prestou atenção no que o outro lia. Ele falava sem parar enquanto Jinyoung tirava da mão dele os dois testes. — No caso, aqui diz que a primeira linha é mais forte para vê se o teste ‘tá funcionando, mas tipo, não entendi. — Falou confuso, nem notando Jinyoung a sua frente. — Ah, diz que a segunda linha é mais fraca porque depende dos hormônios… hormônios da gravidez… bom, não entendi nada, mas se tem duas linhas é porque é positivo e, no seu caso deu posi… Jinyoung? — Olhou-o, averiguando o garoto completamente parado a sua frente. — Jinyoung… você… 

— I-isso não… não pode, não pode ser real. 

— Bom, se levarmos em conta que nós fodemos ‘pra caralho e não usamos camisinha… é bem provável que seja real. — Explicou simples, ganhando um olhar reprovador do Park. — Quê?

— Você é um idiota.

— Vai continuar me chamando de idiota até quando?

— Até parar de ser um! — Falou por fim, virando de costas e voltando a olhar os testes. — Isso não deve estar funcionando. Deve estar errado… erro de fábrica. — Soou baixinho, procurando não acreditar naqueles malditos dois riscos. 

— Sim, Jinyoung, é erro de fábrica dois testes diferentes darem positivo, não é?

— Te-tem casos que sim. 

— Para. Para de ser doido. Vem aqui. — Puxou-o pela cintura. — Você vai ser pai, eu vou ser pai, nós vamos ser pais. Deu para entender? — Tentou soar o mais sucinto possível, mesmo assim, Jinyoung pareceu não entender, negando com a cabeça veementemente, fazendo Jaebeom rir nasalado. — Amor, nós… eu e você, vamos ter um filho… um filhotinho, uh? — Soou mais baixo, deixando beijos pelo rosto do ômega.

— Eu não… 

— Acredita em mim. 

— Esses testes… eles não… 

— Eles estão corretos, uh? Para de paranóia.

— Não é paranóia! — Afastou-se com brusquidão. — Eu quero outro teste.

— O quê?

— Mais testes, Jaebeom. Agora!

— Não tem testes de gravidez em serviço de quarto de um motel, Jinyoung.

— Dá o seu jeito! Eu quero mais testes! — Sentou na cama, os braços cruzados e o semblante fechado.

Jaebeom diria que ele estava extremamente fofo daquele jeito, no entanto, Jinyoung não parecia brincar no momento. Riu baixo, balançando a cabeça e pedindo para a recepção levar alguém até a farmácia mais próxima e comprar quantos testes existissem no setor. Enquanto esperavam, Jaebeom ofereceu ao outro uma garrafa d’água, sendo prontamente acolhida pelas mãos trêmulas. 

 — Fica calmo.

— Não me peça calma, Jaebeom. — Soou entre dentes, bebendo o líquido transparente rapidamente.

O silêncio caiu sobre eles e Jaebeom não era louco de o quebrar naquele instante. Sabia das inseguranças de Jinyoung, mesmo que ele não as dissesse em voz alta, era nítido o certo complexo que ele carregava consigo. Entendia que em um momento como aquele, após muitas dúvidas de que um dia iria conseguir ter um filho, ele certamente estava em um conflito sobre acreditar no que seus olhos estavam vendo, ou em que sua mente mandava-no acreditar.

A batida na porta fez os dois se olharem. Jaebeom abriu-a e rapidamente pegou a sacola que logo foi tirada das suas mãos por um Park apressado e de bexiga cheia. Tentou acompanhá-lo, mas a porta do banheiro foi fechada com tanta rapidez que sequer conseguiu se aproximar e obter êxito.

— Jinyoungie… — Chamou rente a madeira polida. — Você sabe que não precisa fazer todos, não é?

— Jaebeom, me deixa! — Ouviu o tom choroso e o barulho das embalagens sendo abertas. Suspirou, afastando-se e sentando na enorme cama. Afrouxou a gravata enquanto esperava pelo garoto.


Caos. Talvez, no calor daquele momento fosse a melhor palavra para lhe descrever. Park Jinyoung passava a manga da camisa o tempo todo na região dos olhos, certificando-se de que não era sua vista embaçada pelas lágrimas que lhe faziam enxergar duas linhas em todos aqueles testes. Não sabia o que sentir ali, nem o falar ou o que fazer.

Pensou que quando soubesse daquele resultado pularia de alegria e estaria gritando aos quatro ventos o quanto estava sendo abençoado. No entanto, o sentimento de incredulidade caía com força em seu colo, lhe distanciando daquela etapa de comemoração. Jinyoung não acreditava, mesmo com tudo quase gritando na sua cara o quão real aquela situação estava sendo.

O barulho da trinca sendo aberta fez com que Jaebeom olhasse para a entrada do banheiro, notando o ômega parado na porta, com alguns testes em mãos e os olhinhos miúdos, vermelhos de tanto chorar.

— Ei… — Jaebeom se levantou indo até o garoto e sendo surpreendido pelo abraço forte que ele lhe dera. Ouviu o choro alto, descontido, talvez aliviado soar pelo grande cômodo. — Shhi… shhi… — Tentava o acalmar como podia. — Está tudo bem, não precisa chorar, baby. 

— Jaebeom-ah… — Puxava o ar mais vezes que o necessário, soluçando alto enquanto sentia Jaebeom lhe envolver nos braços de maneira protetiva, o cheio dele sendo instaurado ali, acalmando-no aos poucos de uma forma irredutível.

— Está tudo bem… — Segurou o rosto do garoto com as duas mãos, olhando-o enquanto tentava o assegurar de que tudo estava realmente bem.

— I-isso… isso é real? — Perguntou baixinho, o olhar abaixado, não queria encarar Jaebeom naquele momento.

— É real sim, muito real. — Deixou um selinho nos lábios alheios, como carinho, como cuidado. — Você… e eu… — Deixou mais um selinho, ajoelhando-se em frente ao rapaz. Puxou a camisa clara para cima, deixando Jinyoung trêmulo e ansioso. — E o nosso filho. — Beijou com cuidado a barriga. Jinyoung fechou os olhos, soltando o ar pela boca devagar, enquanto as lágrimas caíam mais grossas.

Jaebeom voltou a ficar em sua frente, deixando beijos calmos pelo rosto do mais novo. Era tão cuidadoso que Jinyoung desconfiava que o outro achava que quebraria com um toque mais firme. Talvez não fosse tão mentira assim, pois a cada selar sentia-se como se a qualquer instante fosse derreter diante das mãos dele.

— A partir de hoje, vocês são a minha única, eu digo, única prioridade.




Eu amo você, Park Jinyoung.

 


Notas Finais


EU ODEIO O JAEBEOM PQP PQ ELE TEM QUE SER TÃO PERFEITO INFERNO AAAAAAAAAAAAA SOCORRO


DESCULPA, AUTORA DESCONTROLADA NO MOMENTO

F#D@S3 AAAAAAAA

NÃO TENHO MAIS CONDIÇÕES PARA ISSO MEU DEUS


BEIJO NA BUNDA E EU VOU SURTAR


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