História Crazy In Love - My Boyfriend

Quebra De Tempo – 3 semanas depois

Lilianne Grier

Nash alugou uma chácara com piscina por um dia inteiro e metade do anterior – Hoje é sexta, amanhã é sábado e pede um refresco. Estou com as chaves do local na minha bolsa, ele as deixou comigo após afirmar que poderia perdê-las ou esquecê-las aqui em casa. Somos precavidos, aceitei de imediato.

São aproximadamente sete horas da noite, e já deveríamos estar lá. Mas, imprevistos acontecem sempre, não é?

Brooke me aguardava decidir entre dois biquínis, ela já tinha o seu debaixo do traje casual.
— Vermelho ou o preto? — perguntei revelando ambos em minhas mãos.
— Eu gosto do preto. Você vai ficar diva em todos eles.
— Divassoura, né?
— Lilianne Grier, inimiga do humor.
Se já estava sorrindo, gargalhei.
O celular dela vibrou e ela o atendeu.
— Oi Mary, já está pronta? — houve-se uma pausa misteriosa — Ah, mas... Como assim? Então você vai com ele? Certo. Tchau, até depois.
— O que foi?
— A Maryanna irá com o Shawn. Eu vou te esperar lá embaixo enquanto assalto a sua geladeira. Estou com fome.

[...]

Nos dividimos em três carros.
Alex, Hayes, Brooke, Nash – que conduzia o carro –, eu e Skylynn que foi sentada no meu colo. Cameron, Taylor, os Jack's foram juntos no carro de Cam. E por fim, Shawn, Mary, Samantha e Matthew foram no carro do Mendes.
— Estou com tanta fome que comecei a alucinar — Hayes resmungou, como se não tivesse dado cabo em uma pizza praticamente inteira. — Quase nem comi.
A cara nem treme!
— Você acabou de comer, Benjamin. Vou passar a lhe chamar de buraco negro — Brooke caçoa e meu irmão a repreende. Ele detestava que o chamassem assim.
— E o que importa?
Minha amiga pediu para ligar o rádio e Nash o fez no mesmo instante.
Alphabet Boy tocava na rádio.
— Ai, credo, muda isso logo!
Hayes é muito incoveniente, e se alguém gostar da melanie? Brooke mudou a sintonia para a música All About Us.
— Essa, de tanto eu ouvir, enjoei! — reclamou novamente Hayes.
— No Type é boa, deixa ela!
E repentinamente Nash começa a cantar e Hayes o olha horrorizado.
— Que horror, ele canta tão mal e desafinado que se tivéssemos uma taça de vidro ela se quebraria em mil pedaços.
Sky se manifestou em uma risada fofa.
Alex retirou os fones e voltou a interagir.
No Type acabou, e em seguida começou Crying in the club.
— É a minha música! — Brooke soou animada, enquanto dublava e gesticulava com as mãos.
— Puts, é como sair do espeto e cair na brasa. Um pior que o outro.
— Cala-te Hayes!
— Não, mas esse caralho dessa rádio não colabora conosco.
— Ei, não pode falar palavrão, é feio!
— Tá vergonhoso pra você, irmão, a pequena te ralhando. Tem mais consciência que você.
— Quem tava cantando que nem uma gralha foi você, maninho.
— Se eu não estivesse dirigindo você levaria um pescotapa bem forte.
— Ai ai, quero ver ter coragem.
Nash iria rebater e isso se tornaria uma briga generalizada à pouco, mas passamos por um edifício de ballet e Skylynn mudou de assunto.
— Quero começar logo.
— Você vai ser a bailarina mais linda.
— Hum, que fofa, será que teremos uma bailarinazinha na família?
— Teremos, Brooke?
— Ah, Hayes, no grupo de amizades, você entendeu!
— Ela já se considera da família. — riu Alex.
— Não tem nada a ver!
Ela ficou sem graça, mas flagrei Nash e Brooke trocando olhares, e ele sorriu de lado. Se isso não é um sinal, eu não sei o que é.
— Por quê vocês falam no diminutivo? Parece que eu sou uma bebê! — Sky fez biquinho. Senti vontade de apertar.
— Não falo mais, Skylynn, de agora em diante é Skylinda, melhorou?
— Ela é uma bebê ainda! — ela o fitou com os olhinhos semicerrados, tentando intimida-lo. O máximo que vai conseguir é um aperto na bochecha. Hayes o faria para se "vingar" do beliscão que levou no braço quando estávamos nos separando entre os carros.
— Não sou, não!
— Ah, bebê, então você é o quê?
— Pré adolescente, dã!
Hayes soltou uma risada alta o bastante para causar eco. Nash fingiu que se engasgou com sua própria saliva, e Brooke — na intenção de ajudar pois achou que fosse de verdade — estapeou o carro na nuca. Meu irmão ainda ria, só não entendo se fora do ato de desespero da garota ou de Sky, que dizia ser quase uma adolescente ou jovem.
— Você ainda é criança, Sky. Não precisa ter pressa para crescer. Aproveite bem a sua infância, certo? — indaguei-a.
— Uma bebezinha que ainda faz xixi na cama! — como o Hayes adora colocar "lenha na fogueira", tá amarrado.
— Não faço, para Hayes, seu chato!
— Quem te disse?
— O menino da minha sala disse que eu sou pré adolescente. Ele também é. Várias pessoas falaram.
— Que menino? — Nash ignorou completamente a frase, focando-se apenas no dito cujo.
— Ele é meu namoradinho. Me compra lanche do recreio e andamos de mãos dadas.
Quê?
Meu queixo caiu. Nash também parecia espantado.
— Desde quando pirralhas como você namoram? Nem eu namoro, garota. Olha, o mundo está virando de cabeça para baixo mesmo — Hayes fizera o que é mestre, reclamar.
Nash fez movimentos bruscos e encostou com o carro, quase o arranhando próximo aos pneus.
— Mas que p... O que é isso, Skylynn?
— Eu acho que é normal. Porque vocês podem e eu não?
— Eu até faria uma piadinha para descontrair, mas tô com medo do Nash me jogar pra fora do carro.
— E jogaria mesmo, Hayes! Não é normal, Skylynn. Você é só uma criança e não deve se importar com isso. Namorar não é coisa pra sua idade.
— Ele tem razão, nos escute.
— Pode parar com essa palhaçada, ou eu mesmo vou conversar com esse moleque pessoalmente. Tem a sua idade?
— S-Sim.
— Deve ser só uma brincadeirinha, Nash — se intrometeu, Brooke — Você nunca brincou de família com os amigos? Crianças não sabem direito o que é namoro. Viu só? Ele compra comida pra ela e andam juntos, apenas isso.
— Eu sei sim! — sussurrei um 'fica quietinha que você está errada' em seu ouvido e ela bufou.
— Não é. Estou te avisando, Skylynn. Você escolhe qual Nash vai querer ter. Se eu for à escola te garanto que não saio de lá até encontrar esse moleque e os pais dele!
— Ele também é uma criança, Nash. E você não pode encostar um dedo nele sequer, senão corre o risco de ser processado!
— Argh!
— É sério isso, Sky, vai brincar. A infância é uma fase boa da vida, que você sentirá falta se pular. As lembranças ficarão. E você vai se arrepender quando for adulto e se desiludir com a vida porque suas expectativas não foram alcançadas, você foi uma criança frustrada e um adulto sem registros de quando era criança.
— Para com isso, sad boy. Vai traumatizar a pequena! Não liga pra ele, lindinha, não sabe bem o que diz. Mas nós não podemos ir atropelando fases, na tentativa de amadurecer mais cedo. Você pode continuar amiguinha dele, vocês podem brincar juntos e ele pode continuar te comprando mimos.
— Ele é só seu amigo, não é Sky? Repita.
— Tá, que besteira isso.
— Boa garota.
— Humpf. E um beijinho no rosto, pode?
— Viu, eu não falei?
— De amigos sim.
— O problema será se ela beijar alguém de língua.
— Cala a boca, Hayes Grier!
— Tá, tá, é sempre eu!