História Crazy Love - Escapadinha, parte 3

Narrado por Anne Brooke

-Justin, se alguém nos pegar eu te mato!!- rosnei baixo enquanto o seguia em direção a ala restrita, não me pergunte como aceitei isso! Depois daquele episódio tivemos uma pequena discussão sobre minha voz, mas deixamos esse assunto de lado por enquanto. Bom, eu o convenci de que estava ficando tarde, mas ele falou que tinha uma coisa para me mostrar e curiosa como sou, eu aceitei, mas não sabia que ele iria para a área restrita da clínica.

-Calma, ninguém vai nos ver- respondeu relaxado enquanto abria uma porta grande, engoli a seco e ele passou por ela, olhei atentamente e vi que dava para fora da clínica.

-Justin você é louco?!- perguntei chocada o fazendo rir. Nunca que eu sairia, ele quer nos matar?!!

-Vem logo, ou quer que eu vou aí te buscar?!- perguntou divertido dando um sorriso malicioso, senti minhas bochechas esquentarem e bufei passando pela porta, olhei ao redor e vi que estávamos em um campo aberto, os prédios da clínica estavam ao redor dando uma sensação desconfortável.

-Onde você vai me levar?- perguntei me virando pra ele, ele lambeu brevemente os lábios e passou por mim seguindo em frente. –Me espera!- rosnei baixo e fui a passos até alcança-lo andando ao seu lado.

-É uma surpresa- murmurou olhando em meus olhos me fazendo estremecer. “Por que um simples movimento seu me causava tantas sensações? Será mesmo que eu estava mesmo me apaixonando? ”. Parei assim que passamos em frente a um lindo jardim com várias flores de todas as cores, sorri largo e estiquei minha mão para pegar uma roxa, mas Justin me impediu segurando delicadamente em meu braço.

-Tem espinhos, deixa que eu tiro- assenti me distanciando um pouco para que ele pegasse a flor, ele puxou com delicadeza, mas como ele disse havia espinhos e um deles perfurou seu dedo indicador. –Aqui, foi fácil- murmurou sorrindo fraco depois de fazer uma careta de dor, peguei a rosa de sua mão e me abaixei colocando rapidamente a flor no chão, assim que voltei a ficar em pé peguei sua mão esquerda e passei a barra de minha blusa que ia até meus pulsos em seu dedo indicador limpando o sangue que escorria do mesmo.

-Prontinho- murmurei satisfeita e beijei a pontinha do mesmo para que sarasse, o encarei vendo que ele me olhava diferente, alguma coisa em seu olhar me chamava e eu não gostava nada disso.

-Voc...- ele foi interrompido assim que uma forte luz foi jogada em nossos rostos, tremi de medo e tinha quase certeza de que era o vigia.

-Justin! Como vai? Faz tempo que não vem aqui- o homem falou abaixando a lanterna para o chão, ele parecia ser um senhor já de idade, usava uma farda azul escuro e um pequeno rádio em seu ombro esquerdo.

-Olá Phil, essa é a Anne. Eu queria mostrar o lugar para ela- Justin falou enquanto eles faziam um cumprimento com as mãos, o senhor me avaliou e sorriu fraco.

-Tudo bem, mas não demorem- advertiu sorrindo largo, sorri sem graça e ele passou uma chave para Justin indo embora logo depois, olhei confusa para o garoto ao meu lado e ele riu.

-Pensei que era proibido os pacientes saírem dos quartos de madrugada- murmurei desconfiada o fazendo rir mais, não entendia o motivo da graça mas acho que ele havia mentido para mim.

-Phil é um velho amigo- deu de ombros acompanhando meus passos, assenti me sentindo um pouco sem graça. -Estamos quase chegando, você vai ter que fechar os olhos- parei de supetão assim que ele falou, o olhei desconfiada e ele riu chegando mais perto. –

Você confia em mim?- perguntou olhando diretamente em meus olhos fazendo com que meu coração disparasse, um pouco hesitante assenti o fazendo sorrir largo. -Não farei nada com você, fique tranquila- me tranquilizou, sorri pequeno e fechei os olhos um pouco nervosa, o que seria?

                                                                             [...]

-Aí!!- guinchei nervosa assim que tropecei novamente em uma pedra, Justin riu enquanto segurava meus braços me ajudando a me firmar para continuarmos a andar. Já fazia um bom tempo desde que Justin me mandou fechar os olhos, e até agora não chegamos a lugar algum!...

-Calma mocinha, já estamos quase lá- proferiu divertido me fazendo bufar, senti suas mãos tocarem em minha cintura fazendo com que meu coração se agitasse ainda mais.

-Estou ficando impaciente, e olha que eu tenho muita, muita paciência, senhor Bieber!- ameacei enquanto fechava minhas mãos em punho, ouvi sua risada rouca e respirei fundo tentando controlar meus sentidos.

-Só mais alguns passos e a gente chega- bufei revirando meus olhos fechados, continuei andando atenta a suas instruções e pude ouvir um barulho de água caindo, como uma cascata...

-Está ouvindo?- perguntei continuando a andar cuidadosamente.

-Ouvindo o que?- Justin perguntou confuso, mas pude sentir que no fundo de sua voz havia um tom de diversão, senti seu aperto em minha cintura me forçando a parar. -Espere aqui- pediu um pouco ansioso e logo pude ouvir seus passos apressados, ouvi um barulho de grade e logo algo sendo destrancado.

-Já posso abrir os olhos?- perguntei cansada de esperar enquanto sentia a ansiedade me tomar por completo.

-Espera!- repreendeu-me fazendo com que eu bufasse irritada, eu até abriria os olhos mas com certeza ele ficaria irritado já que demoramos tempo demais até chegarmos aqui, e eu abrindo os olhos estragaria sua surpresa.

-Vem...- senti suas mãos em minha cintura assim que sua voz se aproximou, dei alguns passos e seguimos reto, conforme mais eu andava, mais eu podia sentir o ar ficar úmido. Justin me avisou que eu teria que subir alguns degraus, com um pouco de receio ergui meu pé esquerdo enquanto tentava achar o degrau, assim que achei subi e já ergui o outro pé, mas errei o local e tropecei brevemente fazendo com que Justin risse.

-Desastrada- sussurrou fazendo com que eu sentisse seus lábios em minha orelha, senti um arrepio percorrer meu corpo e suspirei rindo um pouco sem graça. Conforme fui subindo os degraus senti o ar se tornar mais úmido me dando uma boa sensação, assim que terminei de subir os degraus suspirei em alivio.

-E agora?- perguntei colocando minhas mãos na cintura, mas as retirei assim que toquei suas mãos sentindo meu coração tropeçar levemente.

-Agora você tem que virar- falou baixo enquanto girava minha cintura, me virei e institivamente segurei em seus ombros para poder me firmar, ri um pouco e ouvi sua risada me acompanhando, de repente ele parou de rir e fiquei um pouco confusa mas continuei de olhos fechados. Senti seu corpo ficar tenso e sua respiração ficar mais próxima de meu rosto, engoli a seco enquanto sentia meu coração acelerar ainda mais.

-O que está fazendo, Justin?- perguntei confusa, eu sabia o que ele estava querendo fazer, só não sabia o que motivava ele a continuar com tudo isso.

-Nada- senti suas mãos serem tiradas de minha cintura e suspirei um pouco aliviada. -Preparada?- perguntou um pouco ansioso e sorri fraco enquanto assentia, senti suas mãos novamente em minha cintura enquanto ele se posicionava atrás de mim, engoli a seco sentindo borboletas no estomago. -Certo... abra os olhos- sussurrou enquanto esfregava levemente seus lábios em minha orelha esquerda, senti meu coração errar algumas batidas enquanto mais borboletas voavam em meu estomago.

Lentamente abri os olhos e me surpreendi com o que vi. Estávamos no segundo andar de uma enorme estufa de vidro, arregalei os olhos e sai de seus braços indo até a grade do segundo andar me escorando na mesma enquanto encarava admirada o local.

-Gostou?- Justin perguntou se escorando na grade ao meu lado, o olhei maravilhada enquanto sentia uma felicidade enorme me preencher. Enfim eu sentia a felicidade, como nunca havia sentido antes, era tão pura e tão grande!...

-É incrível!- falei enquanto me voltava para a visão do andar de baixo. No meio da estufa havia uma enorme fonte de um casal enquanto tinha alguns cisnes que jorravam água pelo bico ao redor do mesmo, ao lado havia um belo jardim com uma pequena cascata, mais a frente havia coqueiros e outros tipos de plantas e rosas incrivelmente lindas, era tão incrível!!

-Se me deixar entrar no seu coração, posso te dar muito mais que isso- murmurou baixo fazendo com que eu o olhasse, seus olhos estavam serenos enquanto em seus lábios um pequeno sorriso predominava. “ Será mesmo que o amor pode te dar tudo? ”.