História Creepy Night - Ensaio

Capítulo 9 - Ensaio 

POV. OFF

O estúdio de gravação da PSC, fica no 3º andar do Prédio, eles se dirigem ao elevador para enfim realizar esse ensaio que o Ruki faz tanta questão. Entre as conversas enquanto esperam o andar chegar Ruki diz que montou um novo setlist para a turnê, com pequenas alterações no encore.

O elevador chega e todos descem, seguindo na direção da sala do estúdio, nesse andar também tem outras salas de gravação de áudio, as salas de percussão, onde tem os aparelhos para ajustar e afinar os sons das guitarras e baixo. No corredor eles caminham até a sala ampla que tem uma mesa digitalizadora com vidro enorme do lado, isolado acusticamente os equipamentos já estão montados para eles ensaiarem as músicas que o  Ruki separou.

Todas são conhecidas, eles sabem os ritmos e as melodias, mas ordem dessa sequência é bem inusitadas, ficou bem misturada e o acordes entre a bateria e as guitarra tem que ter uma certa sincronia para não destonar na troca das músicas.

Cada um deles toma suas posições, Uruha pega sua guitarra tenta acertar com o retorno, Aoi faz o mesmo testando o som do seu instrumento, Reita com seu baixo já está esperando, já colocou o retorno e testou o monitor. Kai está conferindo os pedais e se os pratos estão alinhados, com as baquetas começa um ritmo para avaliar os tambores, microfones estão funcionando e alinhados em algumas músicas eles fazem o back vocal. Ruki confere se o áudio tá saindo agudo sendo estridente ou grave demais.

Tudo pronto o ensaio, eles vêem a sequência no papel que Ruki distribui a todos, e começam com as músicas escolhidas para o primeira parte.

Vortex,

Agony

Akai One Piece

Sugar Pain

O vocal do Ruki é mesmo incrível como ele muda a voz normal para gutural sem se perder na música, nem faz esforço. Uruha apesar do sono é perfeito na guitarra, às vezes faz sincronia com a bateria do Kai, em alguns momentos ele durante as músicas faz parceria de guitarra com Aoi, mais algumas vezes eles balançam a cabeça muito empolgados seguindo o ritmo da Bateria. Reita completa com som do baixo, com solo com bateria ou quando chamado pelo vocalista para fazer um adendo juntos aos outros.

A segunda metade do setlist das músicas do ensaio são composta por ritmos diferentes e alguns mais calmos.

The Suicide Circus

Chizuru

Cassis 

Last Heaven

Completando com músicas estilo balada, para encaixar no ritmo e melodia de Dogma que logo é a música que começa a ser cantada, trazendo um toque mais dark para próxima metade da seleção antes do encore. Ruki pega o microfone começando a cantar, e outros acompanham seguindo o ritmo.

Fuhai shita bakenokawa

Tsumi wa suitai no yo ka

Obitadashiku korogaru douzoku wa yoku no shigai

I deny everything

I deny all of it

I deny everything

Yami o matoi koko wa gi ni mukau

Soko ni shinjitsu ga aru to

Quando terminam de recitar o último verso da música a possessão é ativada, novamente estão com os olhos inteiramente pretos e suas feições estão maliciosas, com ar de maldade e desejo assim como na floresta diante da fogueira. 

Dogma continua sendo o gatilho, eles continuam cantando e o pessoal da produção atrás do vidro ficam extremamente assustados.

Han kyouran no bouto shisou kurai

"Mazaranu kuro" de nuritsubusu

Rinen no taigen mure o hazure kami ni somuku

I’ll be a brain-dead God

Chi o hau mirai yami to mae

Guzou to nari kakushin e

Suas orbes estão brilhando parecendo labaredas de fogo, no instante seguinte ao refrão da escuridão, são interrompidos pela produção do ensaio causando microfonia nos retornos por conta da parada brusca, fazendo eles voltar ao normal.

Entretanto eles ficam sem saber o motivo da parada do ensaio e se entreolham tentando descobrir o houve, então vêm o pessoal atrás do vidro com uma cara espantada parecendo que tinham visto fantasmas ou demônios do jeito que os encaravam.

Ruki bate no vidro, fazendo um movimento com ombro de insatisfação com a parada brusca, o profissional que está na mesa de som abre o microfone dizendo que ficaram assustados com o modo que eles estavam tocando a música.

_ O que ele disse Ruki ?_  Kai pergunta ainda sentado na bateria.

_ Que ficaram assustados sobre como estávamos cantando Dogma. _ Ruki responde sem entender, porque eles estavam tão pálidos?

_ Pergunta o que aconteceu._  Uruha fala baixinho e um pouco rouco no fundo do estúdio ainda segurando a guitarra com força, se sentia estranho.

_  O que vocês viram, podem nos contar? _  Ruki pergunta para o rapaz atrás do vidro.

Ele abre o microfone e fala que estávamos todos com olhos negros e o jeito que cantávamos era muito assustador, semelhante a filmes de terror onde pessoas são possuídas por demônios.

_ Vocês ouviram? Será que o pesadelo é real? _ Aoi fala apreensivo.

_ Aquilo já passou, é apenas uma mera coincidência. _ Reita fala tentando desviar do assunto.

_ Já tocamos várias vezes essa música, nunca tivemos problema._ Ruki diz olhando para o demais acenando com a cabeça.

_ É uma música conceitual, um pouco dark gótica, mas é só uma música._ Kai expressa sua opinião sobre a criação da música mesmo que seu coração batia desesperado.

_ Mas sua letra foi usada num ritual com uma fogueira, onde pessoas morreram. Não é mais só uma música, é um feitiço. _ Uruha fala friamente com uma voz que não parece sua, deixando todos com olhos arregalados.

Ruki e outros se entreolham e ficando analisando o que Uruha disse, sorte que o áudio da sala estava fechado, os rapazes atrás do vidro não ouviram a conversa deles que ficou bem estranha. Não haviam contado para ninguém o que aconteceu nos EUA. O tradutor e os câmeras só sabem do sonho, mas só deram risada não levaram a sério. Uruha continua parado em posição para tocar apenas olhando para a guitarra, alheio a tudo a sua volta.

_ Chega de besteira pessoal. Já começamos tarde esse ensaio, assim ninguém almoça hoje. _ Ruki fala quebrando o clima estranho e tenso que tinha se formado.

_ Já estou mesmo com fome, vamos logo isso _ Aoi fala pois só tá com café da manhã.

_ Vamos começar de novo do início._ Kai dá o ritmo com a baquetas fazendo outros entrarem juntos e Ruki começar a gritar.

Fuhai shita bakenokawa

Tsumi wa suitai no yo ka

Obitadashiku korogaru 

douzoku wa yoku no shigai

I deny everything

I deny all of it

I deny everything

Após esse refrão, um solo com a guitarras é deveria ser feito na próxima estrofe da música. Mas novamente algo inusitado e estranho ocorre. Uruha está parado mas o acordes da sua guitarra estão fora do tom, fazendo eles repreenderem ele para prestar mais atenção.

Yami o matoi koko wa gi ni mukau

Soko ni shinjitsu ga aru to.

O som da guitarra do Uruha são apenas acordes estridentes agudos, ele está alheio as vozes ao seu redor, fazendo eles interromper novamente a música. Ruki está falando com ele, mas não está surtindo efeito, Uruha parece uma estátua viva, apenas parado ali, somente os seus dedos se mexem com aquele acorde que dói os ouvidos.

Ruki deixa o microfone de lado e vai até ele por estar mais perto, sendo acometido de susto quando encosta no braço, leva uma descarga elétrica que o faz pular para trás na hora, tanto com o choque quanto o barulho de estalos que o contato faz, os cabelos ficam arrepiados.

_ Me acudam aqui!! Uruha, tá levando choque do equipamento._  Ruki fica muito nervoso. _ Rápido, desliga a guitarra dele!_

Aoi larga imediatamente sua guitarra, pulando os fios quase derrubando o Reita no caminho, chega até Uruha a cena é muito chocante ele levanta a cabeça e o que vemos é um nada profundo como se sua alma estivessem saindo do corpo, suas orbes são profundas e habitadas por uma escuridão imensurável, ali parado é somente uma casca oca sem vida.  

 Seu corpo dá leve espasmos, seus cabelos estão arrepiados, respiração curta e dos dedos energia transitando entre a guitarra para sua mão. 

_ Uruha!! Fala comigo, o que tá acontecendo??_ Aoi leva sua mão no ombro esquerdo onde tem a tatuagem e sente ela fritando, o calor queima sua mão e uma faísca o repele também fazendo ele se afastar. 

_ Madeira! Precisamos de madeira para usar como isolante!!_ Reita fala levando as mão até a cabeça em desespero.

Presos dentro daquela sala, com fios e metal para todo lado e o amigo levando choque, eles temem por sua própria vida mais uma faísca tudo pode pegar fogo em questão de segundos.

Kai se levanta da bateria e olha para mãos, naquela confusão e angústia tinha esquecido suas baquetas eram de madeira. Num pulo vai na direção do amigo, a fim desligar sua guitarra.

_ Pessoal, aqui minhas baquetas são de madeira! Aoi fica atrás dele, vou segurar o cabo do conector e puxar com força. _ Kai encaixa as baquetas no cabo de metal puxando conseguindo desligar o equipamento. 

Um alivio grande ocorre na sala, quando Uruha se mexe caindo para atrás, mas sendo amparado pelo namorado. Naquele instante, a sua alma parece ter voltado ao corpo, ele estava bem novamente, aquela sensação de medo e vazio tinham sumido, seus olhos estavam normais, ele respirava alto, ofegante e um pouco assustado, mas parecia bem. Kai pensou rápido e ele não recebeu uma descarga elétrica maior que pudesse causar algum dano mais sério.

_ Shima?! Tá tudo bem!? Tá machucado? _ Aoi segurando Uruha pergunta meio nervoso, mas ele não responde apenas olha com os o olhos parecendo dos pires de porcelana, a pele pálida.

_ Gente, ajudem aqui, para a tirar a guitarra dele._ Kai que está do lado dele chama os amigos para ajudar.

Ainda amparado por Aoi, Uruha movimenta os braços para Kai enfim tirar sua guitarra, Uruha tenta ficar de pé com ajuda mas suas pernas fraquejam, Kai e Aoi o seguram novamente.

_ Calma aí ! Não tente fazer movimentos rápidos, nem sabemos o quanto você foi afetado._ Reita fala se aproximando do amigo que parece em estado de choque. 

_ Uruha, você me deu um susto e tanto. Se tivesse coração fraco tinha infartado. _ Ruki fala dando uma risadinha nervosa para melhorar o clima _ Se sente melhor?_

Uruha ainda não consegue responder com palavras, mas faz gestos curtos. Isso deixa Aoi preocupado, será que sua voz foi comprometida ou somente ainda está tentando processar o que aconteceu ali? 

Ruki encosta sua mão no pulso dele seus batimentos parecem como de um gato assustado, ele não está mais ofegante como estava, mas ainda não respira normalmente. Kai coloca a guitarra do lado e volta olhar as reações do amigo, que ainda tá perdido com todos a sua volta.

_ Vamos sair daqui, você precisa tomar um ar e uma água com açúcar _ Aoi diz segurando Uruha com as mãos na sua cintura com medo que ele caia.

_ Acho que todos nós, precisamos! _ Diz Reita dando uma risada meio tosca, pois ainda parece bem nervoso.

_ Yuu…. _ Uruha tenta dizer algo, a voz trêmula e embargada, respira fundo encostando a cabeça no ombro de Aoi _ … Eu… vi..._

_ Shima,  não tô entendendo. Fala com calma..._ Aoi e os outros ficam olhando para ele que força a falar novamente .

_ Eu …. vi … _ Suspira forte e os batimentos ficam descompassados, sua pele volta a esquentar _ Ele... em... perigo… Yuu!…_ 

Nesse momento seu corpo quente amolece, ele perde os sentidos desmaiando nos braços de Aoi , sendo acudido por Kai que ajuda a segurá-lo. Ruki e Reita ficam sem ação, o amigo estava bem e do nada ele perde os sentidos quando tenta falar. Quem será que está em perigo, além dele mesmo?

Os rapazes atrás do vidro, presenciaram tudo o houve, correm até a porta da sala para ajudar a socorrer Uruha. Outros eventos sobrenaturais acontecem assim que Uruha perdeu seus sentidos. As luzes começam a piscar rapidamente, e algumas estouram as faíscas e os vidros caem sobre eles. Faíscas são vistas saindo dos equipamentos, que é muito estranho, pois eles tinham desligado tudo. 

Aoi coloca um dos braços do Uruha no seu ombro e Kai ajeita o outro braço no seu ombro, ele é muito alto e mas ainda é magro. Os Staffs já abriram a porta, Ruki saiu primeiro abrindo caminho, eles saem praticamente saíram correndo de lá dentro, arrastando Uruha até chegarem na sala com o sofá grande deitando amigo nele. 

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Havia passados alguns minutos que eles estavam na sala, Uruha fora deitado no sofá ainda estava desacordado, Aoi estava com papel na mão abanando ele, já tinha seu soltado seu cinto da calça e tirado sua gargantilha para respirar melhor, um paramédico fora chamado mais ainda não tinha vindo. Kai estava com uma toalha pequena molhada na testa do amigo e a cabeça dele estava voltada para o seu lado, suas pernas foram elevadas para cima dos braços do sofá. Ruki estava testando a pulsação dele, que parecia baixa mas estável, ele estava respirando e isso era o importante. Reita estava com as mãos na cabeça andando de um lado para o outro muito nervoso.

_ Shima, está me ouvindo aqui?_ Aoi está mantendo diálogo esperando alguma reação do namorado _ É o Yuu abre olhos para mim, Kou._

_ Uruha, estamos preocupados com você. _ Kai também fala com ele, que parece começar a se mexer _ Tenha calma amigo, sem pressa._

_ Ele tá acordando, pessoal! _ Reita já entrando em desespero com Uruha desacordado no sofá._ Uruha, nossa! Não faz mais isso cara, sou sensível._ umas lágrimas são vistas escorrer no rosto do Reita molhando sua faixa, ele seca com as mangas da camiseta.

_ Vamos tentar sentar ele para respirar melhor. _ Ruki fala soltando o pulso, junto com Kai tenta levantar Uruha, que olha assustado para todos a sua volta ainda meio mole.

_ Pessoal, o que tá acontecendo? Por que vocês estão me olhando assim? _ Uruha parece não lembrar de nada._ Reita, isso é lágrima nos seus olhos? Quem foi que abriu minha calça? Que vergonha! O que está acontecendo? _ Uruha rapidamente fecha a calça e se encolhe de vergonha.

Nesse momento o paramédico entra na sala, eles respiram aliviados abrindo caminho para ele atender Uruha, que está sem saber por que chamaram um médico para ele. 

_ Posso medir sua pressão, Takashima-san?_ Uruha acena com a cabeça e estende o braço. _ Agora está normal, deve ter sido uma queda de pressão. Vamos ver seus reflexos._

_ Alguém pode dizer me dizer o que houve, Yuu? _ Uruha está sentado no sofá, Aoi está do seu lado e o médico do outro, checando seus sinais vitais._ Tô bem gente, não tem necessidade de um médico._

_ Uruha, não se lembra de levar um choque, no estúdio e depois desmaiar? _ Ruki fala olhando para ele que está incrédulo com aquela movimentação em torno dele._ Aoi e o Kai arrastaram você até aqui no sofá._

_ Como assim desmaiei? Nós estávamos tocando e do nada abro olhos tô aqui no sofá com vocês tudo me olhando assustados._ Uruha ainda tá perdido continua os olhando espantado.

O médico checou sua pulsação, ouviu seus batimentos e prestou atenção na respiração, passou uma lanterna nos seus olhos. Tudo parece estar bem, nada fisicamente foi afetado.

_ Takashima-san, tem se alimentado direito? Tem dormido bem ou tem tido insônia? _ O médico pergunta para saber o que possa ter causado o desmaio.

_ Comi um lanche que o KAi trouxe._ Uruha responde pensativo _ Eu tava dormindo muito bem, até o Ruki ficar ligando para acordar, então sai de casa sem comer, ele que tem insônia._ Aponta para o Ruki. 

_ Liguei mesmo, você sempre atrasa para os ensaios._ Ruki retruca em sua defesa. _ Mais não muda de assunto. Você nos deu susto, se sente melhor?_

_ Tá tudo bem comigo! Dr. pode confirmar para eles?_ Uruha pergunta esperando a resposta do médico.

_ Clinicamente, parece que está tudo bem. Nenhuma lesão ou machucado. Deve ter ocorrido uma queda de pressão. _ O médico dá o seu parecer _ Tente se alimentar melhor e nos horários certos._ 

_ Verdade! Vamos almoçar, pessoal. Esse susto me deixou com mais fome ainda. _ Aoi diz olhando para Uruha que ainda tá incomodado com todo esses olhares sobre ele.

O médico se despede dele, pede para ficarem observando ele. Uruha acha isso um absurdo, mais não contesta seus amigos estavam muito assustados e preocupados, até o Reita que se diz forte tinha umas lágrimas nos olhos, que ele afirmou ser só uma irritação.

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Passado o susto, eles se encaminham para o refeitório do prédio que fica no térreo, o ensaio estava arruinado mesmo, o jeito era comer e se preparar para reunião sobre a turnê e o Países que iriam fazer show. 

Ficariam só mais 4 dias no Japão e ainda tinham que ir numa entrevista da Rádio e depois num coquetel.

 Muito trabalho em pouco tempo, descansar estava sendo difícil com agenda cheia.