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História Crianças Aniquiladas (Hiatus) - Chapter Two


Escrita por: JSommer

Notas do Autor


introdução a personagens importantes hj meus amores 😆💕

Capítulo 4 - Chapter Two


Fanfic / Fanfiction Crianças Aniquiladas (Hiatus) - Chapter Two

2019

Peterson/ Condado de Fillmore/ Minnesota/ Estados Unidos

Campo de Contenção de Poderes de Peterson

    

  Cassandra Clarke:


  Nós estávamos separados nas nossas classes, os sobreviventes de cada nível estavam em diferentes salas, realizando os afazeres que eles te obrigavam a fazer; como progetos de armas, e outros só serviam como cobaias para estudo.


  Disseram para mim que alguns de nós não suportavam os testes e acabavam morrendo, mas para evitar tantas mortes, eles utilizavam cada sobrevivente apenas uma vez e depois passavam para outro do mesmo poder para terminar o estudo. Eles faziam isso para criarem armas que pudessem realizar as mesmas coisas que os nossos poderes faziam, mas para isso precisavam primeiro saber como os nossos poderes funcionavam.


  Theodore foi levado para o estudo semana passada, eles estavam estudando Intangibilidade dessa vez. Theo disse que as coisas que eles fazem naquela sala são torturantes. Eles fazem testes e realizam torturas básicas para saber até onde as nossas habilidades são capazes de ir. Compreendê-las os daria a capacidade de desenvolver armas capazes de realizar o que nós fazemos, e é claro, os sobreviventes são o exército particular do governo.


  Como Intangibilidade era o estudo das duas últimas semanas, e acabaria neste fim de semana, ainda faltavam mais umas 4 pessoas para servirem de cobaias para aqueles babacas. Theo disse que viu o meu nome como um dos últimos na lista de escolha para testes. Confesso, isso me apavorou por dentro.


  O nosso plano de fuga estava pronto desde o início da semana, mas faltava um coisa para realizá-lo: a oportunidade; e aparentemente, essa oportunidade chegaria hoje.


  Eu estava ajudando uma das armas que seria capaz de ficar intangível com o toque daquele que não for o indivíduo da qual a arma tem a digital, isso é bizarro e inteligente. Se tivéssemos uma dessas, e não tivéssemos as coleiras, conseguiríamos sair sem muito esforço.


  - Cassandra Clarke. - Falou um dos guardas se aproximando da mesa em que eu estava com meu macacão preto de prisioneira.


  Haviam dois guardas prontos para me levar para a sala de estudos, mas eu não estava nada pronta para isso. Sabia que se fizesse escândalo para que eles não me levassem seria pior, então apenas olhei para o Theo e o Tim, com um olhar que implorava por ajuda, e eles lamentaram com o deles.

  Pelo menos o estudo de Invisibilidade seria semana que vêm e nós já não estaríamos mais aqui para o Timothy ser torturado.


  Os guardas vieram até mim, colocaram os meus braços atrás das costas e algemaram as minhas mãos. Eles me acompanharam até a sala de estudos, que ficava na ala Oeste do Campo de Contenção.

  Eu observei tudo quando passamos pelo corredor a céu aberto que passávamos todos os dias nos intervalos de turnos de trabalho. Com a Telecinese do Bryan, se ele lembrasse como se usa pelo menos, nós poderíamos passar pelos muros levitando e sair correndo quando estivéssemos do lado de fora.

  Tudo o que eu tinha que fazer, era fugir daquela sala exatamente na troca de turnos, quando o Bryan e a Tiff estivessem passando por aqui para fugirmos juntos. Esta troca não demoraria muito, já que eram 11h00 da manhã e eles saíam às 12h00.


  Os guardas me empurraram até chegarmos na sala. Sua porta era metálica, com um pequeno quadrado de vidro que estava meio sujo. Ao abrirem a porta e me empurrarem para dentro da sala, vi que ela era um tanto grande, com vários aparelhos tecnológicos. Tinha uma maca como a sala do Dr. Wilow, uma mesa com materiais médicos, outra com aparelhos relacionados ao cérebro, mais uma ainda especificamente para os instrumentos de tortura. Ah, merda! praguejei comigo mesma.


  Eles então tiraram as minhas algemas e as guardaram em seu traje com coldres, e armas e tudo mais. Eu quero um desse, desejei internamente.

  - Soldado Wilder. - Chamou um dos guardas que me levaram até lá. - Tire a coleira dela. - Ordenou e eu fiquei me sentindo um animal com o uso da palavra "coleira" nessa frase.


  O tal soldado veio até mim e digitou uma senha na parte da coleira que ficava na minha nuca, e então a mesma caiu e ele a segurou, tirando ela de mim. Nunca pensei que a sensação de poder mexer o pescoço fosse tão boa. Os guardas saíram da sala após minha Coleira de Contenção ser removida, me deixando sozinha com o cientista e o torturador, que era o homem que vinha me observando desde que fui trazida para cá.


  - Eu sou o Dr. Montgomery - se apresentou o cara de jaleco branco. Não gosto de pessoas com jalecos brancos, pensei receosa. - Vamos fazer alguns testes com os seus poderes, mas vai acabar logo, tudo bem? Agora deite-se na maca, Srta. Clarke. - Eu respirei fundo, em sinal de intensa aflição, mas permaneci imóvel.


  - Deite-se na maca, agora! - ordenou o torturador, vindo até mim e me deitando na maca, onde prendeu meus tornozelos e pulsos com as proteções de metal.

  Quando veio até o meu rosto para prender o meu pescoço com a proteção, pude ver uma tatuagem no seu pulso esquerdo quando a manga da camisa de mangas compridas se levantou levemente. Estava escrito "King's Powers" em letra cursiva preta. O quê é King's Powers? me perguntei curiosa, mas esqueci isso quando ele se afastou e o cientista se aproximou com uma agulha enorme.


  - Isso não vai doer, Srta. Clarke. - Ele disse com a agulha levantada. - É só não se mexer.


  Minha respiração e batimentos ficaram acelerados, me ocorreu uma falta de ar e era como se as saídas estivessem se fechando para mim. Eu estava em agonia. E tudo piorou quando o maldito Dr. Montgomery injetou sabe-se lá que merda tinha naquela seringa no meu sangue. Isso só fez com que minha agonia aumentasse e eu começasse a me debater naquela maca, enquanto gritava de dor.


  Tempo se passou e foi como se eu estivesse há uma eternidade naquela sala infernal. Eu gritava e me debatia, e em um momento eu até desmaiei. O torturador não precisou fazer muita coisa até agora, apenas me deu choque algumas vezes para influenciar o meu poder de "Intangibilidade" a fluir, o que, é claro, não aconteceu. Eu seria descoberta logo, e sabia disso. Precisava fugir antes, mas não conseguiria fugir daquelas algemas.


  - 30 minutos em experimento e ainda não obtivemos o resultado desejado. - Informou o cientista ao torturador que fumava e não tirava os olhos de mim, como se observasse cada movimento e ação minha, como se me estudasse com o olhar. - Farei a tomografia mais uma vez, para ter certeza de que tudo está nos eixos do cérebro dela.


  - Não... - falei com dificuldade, entre tosses e lágrimas. - Por favor, não... - implorei vendo as luzes da sala completamente branca de forma embaçada.


  - Sinto muito, Srta. Clarke. Mas não vejo outra opção - lamentou falsamente o doutor e eu comecei a gritar, sem saber o que fazer.


  Os meus gritos eram altos e estridentes. Eu estava desesperada. Se fosse descoberta pela tomografia novamente, seria morta. Eu apenas gritava, como uma criança inocente que não quer ser levada para longe dos pais em um exame médico.


Conforme os meus gritos foram saindo numa sonoridade mais alta e desesperadora, a sala foi sofrendo variações em seu estado. As luzes começaram a piscar. O ar, que já era frio pois a sala possuía ar condicionado, foi ficando tremendamente frio, tipo próximo de 0°C. As plantas que ficavam em vasos na sala, para os testes com os sobreviventes que possuíam Fitocinese, começaram a crescer descontroladamente. Os objetos começaram a levitar e os aparelhos tecnológicos davam choque caso se aproximassem. O doutor estava prestes a pegar o seu caderno de anotações, mas ele pegou fogo e então o cientista se afastou, espantado, incrédulo e admirado; olhando para mim como se eu fosse a maior descoberta da História da Humanidade.


  - Isso... - disse o Dr. Montgomery, admirando tudo o que acontecia ali, causado apenas pelos meus gritos descontrolados. - Isso é impressionante!


  - É, é sim. - O torturador apenas concordou.

  Eu vi o que ele fez quase que de imediato. Enquanto o cientista observava tudo de forma admirada com sua fonte de estudo, o torturador encostou em uma das facas que flutuava e a lançou em direção em uma das máquinas que era percorrida por eletricidade, bantendo na mesma e indo com força e velocidade até o doutor, acertando a sua clavícula e o eletrocutado com intensidade, fazendo com que ele caísse desacordado no chão.


  Assim que Montgomery caiu, parei de gritar por conta da surpresa do ato, e as coisas que levitavam caíram no chão. O ar voltou a sua temperatura normal. As plantas pararam seu crescimento acelerado. As máquinas pararam de liberar eletricidade...


  O meu espanto foi grande, mas não tanto quanto quando o torturador se aproximou de mim e tirou as proteções que me prendiam à maca. Olhei para ele desconfiada, mas ele parecia com pressa para me tirar dali.


  - Saia daqui e vá até os seus amigos. - Ele disse enquanto eu me sentava na maca, confusa. - Vocês planejavam fugir, não? Então, fujam! - Eu desci da maca e comecei a me afastar, ainda pasma com o qur estava acontecendo. - Há muitos guardas por aqui, vai precisar disso. - Ele sacou uma arma do coldre que possuía em sua cintura e jogou para mim. - Tem doze balas. Se bem que eu acho que não vai precisar, depois do que fez aqui. - Olhou ao redor, depois voltou para mim. - Agora vai! E não volte nunca mais.


  - E porquê eu voltaria? - perguntei irônica, mas séria, e ele riu.


  - Tem razão. - Disse sorrindo. - Agora, vai! Tem pessoas te esperando fora daqui.


  Eu assenti, agradecendo em parte (já que ele me torturou), virei as costas e saí da sala, onde encontrei os dois guardas que me levaram para lá. Assim que me viram, vieram para cima de mim, na intenção de me imobilizar. Quando se aproximaram para me golpear, eu abaixei e um deles socou o outro. Eu me afastei e chutei o soldado Wilder para cima do outro, derrubando os dois no chão e matei eles com apenas uma bala, que atravessou a cabeça dos dois. Peguei as armas de cada um deles e coloquei todas as três nos bolsos do meu macacão.


  Olhei para trás e vi que o torturador me observava pelo quadrado de vidro da porta da sala de estudos, era estranho. Depois de apagar os guardas, não foi difícil chegar à sala onde guardavam pertences dos sobreviventes, tive que derrubar uns 5 ou 6 guardas para chegar lá, mas manipulei outros 5 para me garantirem proteção. Entrei na sala e peguei um moletom rosa, uma legging preta, um boné preto com as iniciais de Nova York em branco e um tênis branco que e contrei jogado numa caixa vermelha. Peguei também roupas para os outros do meu grupo, coloquei numa mochila com estampa camuflada, onde coloquei as armas e alguns alimentos que encontrei na sala ao lado.


  Depois de pegar tudo, saí da sala e, antes de entrar no corredor que me levaria ao pátio a céu aberto, passei em frente a um espelho e vi que minha pele estava extremamente branca e meus olhos mudaram de verde-escuro para um tom de cinza. O experimento do Dr. Montgomery deve ter me afetado mais do que eu imaginei, supus e logo continuei o meu caminho.


  Quando chegamos no pátio, e os outros guardas da troca de turno me viram, começaram a atirar. Ordei os guardas que estavam comigo a atirar e os sobreviventes se abaixaram para não serem atingidos pelos tiros. Eu me abaixei e corri até eles, de uma forma inexplicável, eu estendi as minhas mãos em frente ao meu corpo e puxei elas com uma certa dificuldade para lados opostos; isso fez as Coleiras de Contenção de todos os sobreviventes serem desativadas e caírem no chão. Eu não sei como fiz isso, só sei que fiz.


  Enquanto os tiros rolavam soltos pelos ares, corri entre os adolescentes até os meus amigos e eles me olharam incrédulos.


  - Como fez aquilo? - perguntou Tiffany, espantada.


  - Eu não sei. - Falei simplesmente. - Temos que sair daqui, agora. Vamos - chamei e eles correram comigo para longe dos tiros. - Bryan, tira a gente daqui. - Falei quando chegamos no canto dos muros.


  - E-eu... eu acho que eu não consigo. - Ele disse, amedrontado pelo barulho alto dos tiros.


  - Você consegue, eu sei que consegue. - Falei sorrindo e respirei fundo, entrando na mente dele e ativando as lembranças do uso de seus poderes.


  Quando saí da cabeça dele, o moreno me olhou e assentiu com a cabeça. Com um pouco de concentração, Bryan Hudson começou a fazer cada um de nós cinco levitar e passar por cima dos muros.


  - Tiffany, cuidado! - alertou Theodore quando viu um dos guardas lá dentro atirando na direção dela. O moreno abraçou a ruiva e ativando o seu poder, fez a bala atravessar ambos e se perder no ar.


  Peguei uma das armas que tirei dos guardas e mirei no homem que atirou em nós. Apertei o gatilho uma vez, mas ele desviou da bala. Apertei mais uma vez, antes de passarmos pelo muro e atingi a perna dele, fazendo o mesmo cair no chão, gritando de dor.


  Eles se separaram e olharam um nos olhos do outro. Um casal fofo! pensei e sorri discretamente. Logo eles coraram e a Lewis disse:


  - Hã... valeu. Valeu, Jake. - A ruiva chamava o Theodore pelo apelido do sobrenome dele. Fofo!


  Não demorou muito para que Bryan descesse a gente, já do outro lado da rua. Ele teve bastante trabalho, pois além de nos levitar para fora do Campo de Contenção, ele fez barreiras telecinéticas para as balas dos guardas não nos atingirem.


  - Vamos, temos que sair daqui! - apressou Timothy e nós entramos na floresta.


  Ouvimos o som de motores se aproximando de nós, e olhamos para a entrada do CCP, vendo carros vindo até nós. Tim quase que imediatamente ficou invisível e me deu a mão, deixando a mim invisível também. Ele podia expandir o seu poder através do contato físico, isso era muito útil, tenho que confessar.


  O Sullivan também segurou no braço do Theodore, deixando ele invisível. Quando os carros começaram a se aproximar de nós na rodovia, Tiffany fez com que os pinheiros da floresta se tornassem extremamente flexíveis e atacassem os carros, batendo e amassando todos os três carros, e tudo o que tinha dentro deles.


  Outro carro com soldados, que estavam voltando agora para o complexo, apareceu vindo do outro lado da rodovia. Quando viram que nós estávamos "atacando" o pessoal deles, eles voltaram o carro na nossa direção e aumentaram a velocidade para nos atropelar. Quando estavam perto de conseguir, Bryan usou sua Telecine para parar o carro e o lançou encima dos que foram atingidos pelas árvores.


  - Podemos ir agora? - perguntou Tim Sullivan e nós soltamos uma risada, aliviados por finalmente estarmos fora daquele inferno.


      Alguns dias depois


  Nós fugimos para o mais longe que conseguimos daquele maldito CCP de Peterson! Não paramos desde então, assim como eu fazia com os meus amigos da Inglaterra. A propósito, eu estava procurando eles por aí.


  Com todo este tempo que passamos juntos, cada um de nós contou a sua história de vida antes de ir parar naquele lugar; e todos eles admitiram que a minha parecia a mais triste e bizarra, por ter sido treinada para isso.


  Nós nos viramos muito bem por todo esse tempo que passamos juntos. Estava lidando com amigos com poderes diferentes dos que os antigos tinham, mas ainda assim eram muito úteis.


  Nós estávamos em Huntsville, no Alabama. Estava amanhecendo e nós paramos em uma loja que estava vazia, é claro. Invadimos sem dificuldade alguma, sem disparar alarmes, porque o Theo nos fez atravessar a porta; nem fomos pegos pelas câmeras de segurança, já que Tiffany levou umas sementes de plantas trepadeiras e jogou no chão, fazendo elas se desenvolverem e cobrirem as câmeras.


  Nós pegamos roupas e aproveitamos para darmos uma pausa e comermos o que pegamos numa mercearia noite passada. Nós estávamos sentados em um dos corredores, conversando sobre como eu tinha mudado desde que fugimos.


  No segundo dia depois que saímos do CCP, nós invadimos uma loja como essa e eu resolvi mudar o meu visual, já que havia fugido de um Campo de Concentração e fora isso matado alguns guardas de lá, seria bom não estar totalmente igual à como eles me conheciam. Com a pele branca, e não bronzeada como antes; os olhos cinzas, não mais verde-escuro; isso já era meio caminho andado. Com esse pensamento, eu peguei a primeira tinta de cabelo que encontrei e pintei os meus cabelos castanhos, que agora se encontram apenas com a raiz castanha e o resto rosa-claro. Pois é, para alguém que não gosta de rosa, isso é um desespero.


  - Ouviram isso? - perguntou o Jacobs e nós fizemos silêncio para escutar. Era o barulho de um carro. E nós conhecíamos muito bem o barulho daquele carro em específico, que vinha nos perseguindo desde que fugimos.

  - Caçador de Recompensas. - Sussurrou a Lewis e eu assenti.

  Os Caçadores de Recompensas, como o próprio nome diz, vão em busca dos sobreviventes que o governo julga "valiosos" em busca de dinheiro. Eles andam em carros ou motos prateadas, e quando encontram quem estão procurando, levam de volta para o CCP e não se importa com o que vão fazer com ele.

  E bom, eles estavam atrás de mim dessa vez. Não sei se todos eles, mas a maioria estava. Afinal, que governo não gostaria de ter uma aliada para o seu exército que é capaz de reunir todos os poderes? 


  - Temos que sair daqui agora. - Falou Bryan e nós assentimos, nos levantando com cautela.


  Pegamos nossas coisas, as mochilas com as roupas e as armas que conseguimos com os últimos soldados do CCP que lutamos, e saímos pela porta dos fundos, sorrateiramente.


  - Ei, espera. - Repreendeu-nos Theodore e nós paramos de andar. - Olhem lá, perto daquela árvore. - Apontou e nós olhamos.


  - Um carro da CCP. - Disse Timothy, ao ver a minivan onde eles nos carregavam, e veio até mim, me abraçando, com medo de ser levado de volta.


  - Não se preocupem, vamos passar por eles. - Garanti ao moreno de cabelos cacheados. - Conseguimos todas as outras vezes, vamos conseguir agora. - Ele olhou para mim e sorriu, e eu retribuí. Eu amo esse garoto!


  - Espera um pouco - disse Bryan, em tom de voz baixo. - Olhem lá, no vidro do carro da CCP. - Falou o moreno e nós cerramos os olhos para conseguir enxergar.


  Era mesmo algo estranho. Havia uma garota ruiva no volante, uma adolescente; ou seja, uma sobrevivente dirigindo um carro do governo. Havia também uma outra garota no banco do passageiro, uma morena.


  - Isso não é normal. - Comentou Tiffany.


  - Não, não é. - Concordei pensativa.


  - E agora? - indagou Tim. - O que fazemos?


  - Calma, eu vou pensar em alguma coisa. - Falei respirando profundamente.


  - Só não demora, tem um Caçador de Recompensas atrás de nós também. - Observou Theo e eu assenti.


  - Dêem as mãos. - Pediu o Sullivan e nós todos demos as mãos, ficando invisíveis para nossa própria proteção.


  - Não consigo pensar em nada. - Admiti começando a ficar preocupada.


  - Posso esmagar a minivan com a árvore, se quiser. - Sugeriu a Lewis.


  - Não, são um dos nossos. - Negou Bryan.


  - Podem ser conspiradores, aliados do governo - retorquiu Theodore.


  - Ou da O.P.A. - Acrescentou a ruiva.


  O.P.A. é a Organização de Proteção Adolescente. Até onde sabemos, ela acolhe sobreviventes andarilhos como nós e cuida deles, em troca de você colaborar com eles para deter o exército do presidente que estabeleceu os Campos de Contenção. Eles já tentaram nos recrutar, mas nós fugimos. Ir com eles e não sermos mal tratados me pareceu uma boa idéia, mas o que iria nos garantir que era mesmo diferente do CCP?


  Suspirei pensativa.

  Timothy então voltou ao normal, nos deixando visíveis.


  - Tim, o que tá fazendo? - perguntou Tiffany, aflita, quando ele soltou as nossas mãos e começou a ir na direção da minivan. Ele não disse nada, apenas foi, como se estivesse sendo... manipulado.


  Olhei novamente na direção do carro do governo e vi a ruiva fazendo contato visual direto com o Sullivan, manipulando ele. Ela é do nível 5, concluí. E uma que já controla muito bem as suas habilidades, a propósito, já que aqueles que não controlam precisam do toque para manipular as pessoas.


  - Ele está sendo manipulado pela ruiva da minivan. - Falei para os três que ainda estavam comigo.


  - Ah, droga! - exclamou Bryan.


  - O que foi? - indaguei preocupada.


  - O Caçador de Recompensas. - Falou apontando para o carro prateado, que agora ia em direção ao Timothy.


  - Andem! - gritou um voz distante e nós olhamos na direção da minivan preta. Era a morena do banco do passageiro, que agora estava com a cabeça na janela do motorista, que estava abaixada. - Entrem aqui!


  - Devemos confiar neles? - indagou Tiffany, ainda parada comigo e os outros.


  O carro do Caçador de Recompensas acelerou na direção da minivan, e estava quase alcançando o Timothy, quando a morena estendeu a mão para fora da janela e fez o carro travar. Uma nível 4, talvez? me perguntei curiosa. Talvez ela pudesse manipular tecnologia, como o Dylan.


  - Entrem logo nessa merda de carro! - ordenou a ruiva, apressada e impaciente, e nós corremos na direção da minivan.


  A ruiva virou o carro numa manobra um tanto radical, deixando as portas da parte de trás viradas na nossa direção. Quando nos aproximamos, elas foram abertas por um casal muito parecido, de cabelos e olhos castanhos.


  - Entrem. - Pediu a garota, ajudando o Timothy e a Tiffany a entrar.


  O garoto era um gato, eu cofesso. Pele clara, cabelos curto, alto, magro... de repente eu ouvi.


  - Não vou aguentar por muito tempo! - gritou a morena e o garoto estendeu a mão para mim. Eu a segurei e ele deu um sorriso de canto, me ajudando a entrar no carro.


  Depois de mim ele ajudou o Theodore a entrar e a garota, por fim, ajudou o Bryan, e logo todos estávamos no carro e ele começou a andar.


 

A morena deve ter destravado o carro, pois ele começou a vir na nossa direção. Nós havíamos sentado no interior da minivan e logo ouvimos o barulho de tiros. Olhei para fora e vi o Caçador de Recompensa com o braço para fora da janela do carro.


  - Ryan, me ajuda! - pediu a garota que ajudou a Tiffany a entrar no carro. Ela era linda e parecia muito legal.


  O garoto e ela passaram por nós e foram para próximo das portas da minivan.


  - Hilary, ajuda aqui! - ordenou o Garoto Gato e a morena do banco da frente foi até eles.


  O garoto e a garota parecidos deram as mãos e a morena segurou eles pelo braço. Os dois se inclinaram para frente e estenderam as mãos livres na direção do carro prateado. Eles se concentraram por alguns segundos e logo o vento lá fora se tornou uma ventania devastadora, que fez o caçador perder o controle do seu carro e ficou ziguezagueando pela rua. Em pouco tempo, se abriu uma fenda no asfalto no sentindo horizontal a nós, fazendo o Caçador de Recompensas cair com o seu carro lá dentro.


  Depois disso, a ventania foi se dissipando e voltou ao normal. Os três voltaram para o interior no carro, e os dois ficaram conosco na parte de trás, enquanto a morena voltou para o banco do passageiro.


  - Vocês estão bem? - perguntou a garota.


  Ela tinha cabelos compridos castanhos-claros, olhos da mesma cor, pele clara e era magra. Igualzinha ao garoto.


  Nós apenas assentimos.


  - Quem são vocês e porquê nos ajudaram? - perguntei séria.


  - Eu sou a Melissa - se apresentou a garota bonita e legal. - Esse é meu irmão gêmeo, Ryan - o garoto deu um sorriso labial lindo. Eu sabia que eram gêmeos! - Aquela ali na frente é a Hilary - a morena fez um gesto de soldado com os dedos na cabeça. - E a ruiva é a namorada do Ryan, a Lauren. 


  - De nada, por salvar a vida de vocês, vadias! - falou convencida, com um batom vermelho-cheguei nos lábios, e deu um sorriso orgulhoso. Não gostei dela!


  - Eu sou o Tim - se apresentou o Sullivan, ainda abraçado à mim, e Melissa sorriu acenando para ele. - Aqueles são Bryan - o Hudson acenou -, Theodore - o moreno de cabelos cacheados acenou com a cabeça -, Tyffany.


  - Oi! - saldou a ruivinha.


  - E essa aqui é a Cassie. - Me apresentou o Sullivan.


  - Para vocês é só Cassandra, por enquanto. - Falei ainda séria. - Porquê nos ajudaram? - perguntei novamente.


  - O nosso líder mandou. - Falou Hilary.


  - Vocês têm um líder? - indagou Theo, surpreso, e ela assentiu.


  - É o nosso pai. - Informou Melissa, com uma feição normal.


  - Qual o nome dele? - perguntei irritadiça e o Ryan respondeu:


  - Lawrence James. - E eu fiquei perplexa, mas um tanto aliviada. 



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