METRÓPOLIS
CASA DE BRUCE WAYNE
05:40
Dei um beijo no rosto de Bruce que ainda dormia, ele havia voltado de Gotham ontem a noite e ainda estava cansado da viagem. Saio do quarto e desço as escadas, não vejo Alfred em nenhum cômodo da casa,melhor pra mim, assim eu não precisaria explicar nada, ele sabia que eu saia pra correr quase toda manhã. Saio pela porta da frente e sinto a brisa gelada bater na nuca exposta já que eu usava um rabo de cavalo. Me abaixo para apertar o cadarço do meu tênis e arrumo o casaco de moletom no meu corpo.
O começo da trilha não ficava muito longe dali, então consigo chegar lá em menos de vinte minutos. O inicio da trilha era de mata mais aberta, e ia fechando aos poucos até que de tantas árvores tão juntas que a luz do sol mal ultrapassava e fazia o lugar ficar um tanto escuro se não fosse pelos feiches de luz que atravessavam as folhas sorrateiramente.
Depois de andar quase quatro quilômetros e soar feito uma porca chego até o fim da trilha, onde seria impossível alguém ir mais a diante sem se perder, e se perder ali era assinar seu próprio atestado de morte. Me apoio na primeira árvore que tinha a minha frente e logo me arrependo por tal feito, sinto algo pegajoso na minha mão e a tiro de lá imediatamente, olho pro musgo nojento e verde em minha mão e quase vomito a maçã que comi antes de sair. Passo a mão n minha legging preta que depois eu teria muito nojo em limpar aquilo. Sinto uma picada no meu pescoço e bato com a palma da mão no local, por que eu não marquei em outro lugar? Ah, pra ficar mais fácil pra Hera.
-Hera você me paga!- Murmuro pra mim mesma, já que eu ainda não havia a visto em nenhum lugar.
-Podemos resolver isso depois.- Ouço a voz rouca e feminina pronunciar logo atrás de mim. Me viro e dessa vez dou de cara com os cabelos ruivos com a cor mais viva que já vi bagunçados de um modo selvagem e atraente. O corpo coberto por pequenas raízes e folhas assim como no primeiro dia que a vi no Arkham só que dessa vez as plantas pareciam mais vivas assim como ela.
-Porque tudo que você fala soa como algo sexual?- Pergunto indignada.
-Impressão sua doutora.- Ela responde.- Parece exausta!- Ela comenta se aproximando e passando por mim indo até minhas costas e passando suas mãos de dedos finos e longos pelos meus ombros os apertando em um tipo de massagem. Acabo fechando os olhos mesmo que sem querer, então lembro do motivo que vim até aqui e me desprendo de seus braços me virando de frente pra ela. Hera me olha como se não entendesse.
-Eu não posso ficar muito tempo aqui.- Digo baixo, como se alguém mais pudesse escutar, mesmo só estando eu e ela ali.- Eu vou ser direta.- Espero ela dizer algo mas ela apenas franze o cenho em questionamento.- Preciso de um favor...
-Pode dizer.
-Se eu te der uma boa quantia em dinheiro você iria a Gotham pra mim?- Pergunto em tom inocente.
-Claro.- O que? Eu não precisei suplicar nem nada?
-Como assim? Assim tão fácil?
-Eu não tenho muita coisa pra fazer, e estou entediada.- Ela fala enrolando uma mercha do cabelo com o dedo.- Quando eu vou e por que eu vou?- Ela parecia até animada com a idéia.
-Preciso que procure uma pessoa pra mim.- Digo como se passasse uma missão secreta, e era quase isso.
-Quem seria?
-Uma mulher chamada Candice...- Antes que eu pudesse acabar de falar ela me interrompe.
-Procurar uma mulher especifica com um nome comum em uma cidade grande como Gotham?
-Me deixe terminar por favor.- Eu estava um tanto estressada já.- Procuro uma mulher que seu provável sobrenome é Napier, e registros de um homem chamado Jack Napier. Se conseguir algo sobre ambos e conseguir trazer até mim eu mesma vou até Gotham procurar mais a fundo.
-Fácil.- Ela fala despreocupada.
-Eu vou agendar um vôo pra você pra hoje a noite, pode ser?- Pergunto.
-Acho que não tenho compromissos hoje a noite.- solto uma risada nasalada com sua falha tentativa de fazer graça.
-Tem documentos falsos?
-Me chamo Melanie Wallace no momento.- Me aproximo dela para abraça-la para me despedir, mas a mesma recua.
-Wow! Acho que pra sua segurança é melhor não chegar muito perto.
-Me desculpe.- Passo a mão pelo cabelo pondo alguns fios desarrumados para trás.- Eu tinha esquecido. Preciso ir!- Ela apenas confirma com um aceno de cabeça enquanto viro de costas já começando a andar, ponho as mãos nos bolsos do moletom e sinto algo gelado ali.- Merda!- Volto para onde Hera ainda estava me olhando com o cenho franzido por eu estar voltando.
-Já está com saudades?- Ignoro sua pergunta. E tiro a chave do meu bolso pra entregar a ela?- Pra que isso?
-É o meu armário da rodoviária, eu guardo algumas coisas lá que eu não curto guardar em casa.- Ela sorri maliciosa com o que eu falo possivelmente imaginando o que tanto tinha lá.- Não é nada disso que está pensando!- Sua boca se forma em um bico de falsa tristeza.- Enfim... Tem o número do armário na chave. Eu deixo uma mochila com roupas e algumas informações que você vai precisar, também com uma boa quantia de dinheiro.- Será que eu estava confiando demais em Hera? Provavelmente ela apenas fugiria com o dinheiro, mas valia a pena arriscar. A curiosidade matou o gato, mas se eu matar a curiosidade antes...
-Então eu fico com as roupas?- Afirmo com a cabeça.- Mesmo se você dissesse um “não” eu ficaria.
-Você que sabe... Eu que corro o risco de você apenas pegar o dinheiro e fugir.
-Ainda não aprendeu a confiar em mim?- Olho no relógio de pulso e já ia dar sete e meia, eu voltaria antes que Bruce acordasse.
-Ótima conversa Hera.- Digo.- Mas preciso ir?
-Harleen!- Ela me chama quando já estou alguns passos longe. Apenas viro meu pescoço para observa-la- Porque está interessada nesse tal Jack?
-É apenas um velho amigo!- Falo alto para que ela escute, então volto a andar com meus pensamentos a mil. Eu sei que buscar esse assunto novamente é brincar com fogo, mas infelizmente Coringa despertava uma curiosidade em mim como nunca aconteceu antes. Eu temia descobrir o que não devia. Aquele nome estava cravado em suas costas, deve ter algum significado, ou teve algum dia. Eu estava disposta a saber de tudo, mesmo que pelas costas de Bruce e confiando isso tudo a uma criminosa fugitiva.
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