História Criminal - Day 27- Just three days more

*27 de Junho de 2016*

Ruggero Pasquarelli’s Point Of View

3 dias, só mais três dias tendo a certeza que ao acordar poderia olhar para o lado e ver a Ka dormindo tranquila, e mesmo que se ela não estivesse, estaria em algum lugar do apartamento ou passeando pela cidade mas de qualquer forma perto de mim.

Me assustava pensar que daqui poucos dias voltaríamos para nossas realidades, com um oceano nos separando e o pior fatos de todos, ela estaria junto ao pai dela. Parte de mim sabe que nosso contato acaba assim que ela voltar a pisar em Nova York, mas a outra parte segue confiante que não seria o final.

A Karol apareceu de uma forma tão inusitada, em um uber, em um dia qualquer e desde então mudou tanto em mim, é como se eu não estivesse completo até aquele dia e quando ela apareceu tudo ficou no lugar certo.

- Ta tudo bem? – Dei literalmente um pulo ao ouvir a voz da Karol. – Olha, eu sei que talvez eu não seja a pessoa mais gata quando acordo, mas não é pra tanto.

- Não foi isso, você sempre ta linda, eu só tava viajando muito.

- Viajando pra onde?

- Pro escritório, e para as inúmeras coisas que eu tenho que fazer sendo que eu só queria ficar o dia todo com você.

- Eu posso ficar no escritório com você, nós dois sabemos que isso não é um problema e que eu não me incomodo.

- Eu sei, mas de certa forma você vai ficar sozinha, acho que nem o Agustín vai pra lá hoje.

- Eu não to reclamando, nem sei por que você tá.

- Nunca que eu vou ganhar uma discussão contra você.

- O que será que os seus inimigos achariam disso?

- Eles provavelmente iriam te contratar pra me derrubar.

- Só eu mesmo pra conseguir isso. – Disse jogando o cabelo e andando para fora do quarto.

13h40

- Eu avisei que ia ser um dia totalmente sem graça.

- Coloca sem graça nisso, nem pra aparecer um maluco aqui pra causar uma briga e eu assistir. – Disse se olhando no espelho do banheiro antes de fechar a porta.

- Oi Rugge. – Ergui os olhos vendo a Malena andar em minha direção. – Fiquei com saudades. – Ela e sua mania de se inclinar na minha mesa na intenção de mostrar seu decote.

- Eu não, e nem sei como te deixaram entrar.

- A Maria sempre nos aprovou como casal, todos aprovam.

- Todos menos eu, olha que triste. Some daqui.

- Quem ta aí? – Disse Karol saindo do banheiro. – Ah você, na verdade eu não sei quem é você mas lembro que você tem uma voz muito irritante. – Disse parando ao meu lado, a abracei pela cintura e a puxei mais para mim.

- Eu sou a Malena...

- Eu falei que lembrava da voz irritante. – Karol disse rindo cortando a frase de Malena.

- Se você, menininha irrelevante, me deixar terminar. – Eu e Ka reviramos os olhos juntos, a sincronia é linda. – Sou a Malena que se não fosse por você estaria namorando o Rugge e ainda seriamos o melhor casal dessa cidade se você não tivesse chego.

- Que pena não? Mas sabe de uma coisa? – Karol fez uma pausa dramática. – Eu to pouco me fodendo pra você e pro seu draminha. – Segurei a risada ao ver a cara de chocada da Malena.

- Olha só, eu realmente achava que você era só mais uma putinha sem caráter e sem palavra própria que esse aí arrumou pra passar o tempo.

- E eu realmente não me importo com o que você achou ou deixou de achar.

- Essa sua máscara de mulher forte e sem medo, tudo isso é insegurança? O que o meu Rugge falou sobre mim pra te deixar tanto na defensiva.

- Não quero te decepcionar e muito menos te tirar desse mundo cor de rosa que você vive, mas você só é importante nele, o Ruggero nunca nem mencionou seu nome, e de coração u não faço questão nenhuma de saber.

- Vocês se merecem mesmo. Viver de máscaras pode até ajudar em certo ponto, mas e quando elas caírem, vocês tão preparados para o que vem depois? - Karol arqueou a sobrancelha claramente sem entender o que tudo aquilo significava, doía o fato de eu saber.

- Acho que você já nos fez perder tempo demais não acha Malena? – Disse me levantando.

- Eu vou embora, não porque você ta pedindo mas porque cansei de ficar olhando pra cara de gente sem graça.

- Tchau querida, e não volta porque ninguém te quer aqui. – Eu já falei que amo a Karol?

Karol Sevilla’s Point Of View

Já havia escurecido e ainda estávamos no escritório de Rugge, Agustín já tinha passado por aqui, Caro já passou por aqui, até a ex do Ruggero veio dar um oizinho. Eu sei que a decisão de vir junto foi minha, mas nem dava pra mentir que não estava arrependida e preferiria estar deitada ou jogando vídeo game.

- Vou naquela padaria aqui perto comprar um pedaço de bolo pra gente. – Disse levantando e pegando minha bolsa.

- Vai lá pequena, cuidado e qualquer coisa me liga.

- Rugge, é só virar uma esquina e atravessar uma rua. – Ele me mostrou a língua (pior que criança) comigo rindo fraco e saindo da sala.

Bolos comprados, moeda perdida ou talvez roubada pelo moço do caixa que me jurou não ter visto onde ela caiu, já seguia meu caminho de volta pro escritório quando vi um topete loiro de aproximando, que dia alegre.

- Princesa, que surpresa maravilhosa te ver aqui.

- Pode até ser, mas te ver sempre vai ser uma surpresa horrível.

- Ta afiada hoje? Normalmente você correria.

- Eu queria muito inclusive, mas quero garantir que meu bolo chegue inteiro, prioridades sabe.

- Então vai, não vou atrasar sua hora do bolo, só vou deixar avisado, você ainda vai ser minha, em todas as interpretações que essa frase possa ter.

- Sonha mais que ta pouco Ferro. – Disse e segui meu caminho tranquilamente, realmente hoje eu tava afiada e nem eu mesma entendia isso.

Cheguei no escritório e Agustín estava lá junto ao Rugge, comemos nosso bolo que não há palavras para descrever o quão delicioso ele estava, amém confeiteiros de Roma. Ficamos mais algumas horas até que Ruggero terminasse tudo que precisava fazer e fomos embora, deixando Agustín no apartamento dele.

Jantamos um macarrão que Ruggero fez rapidamente, e ficamos assistindo Supernatural antes de dormir, voltar a assistir essa série sozinha vai ser muito triste e talvez eu nem esteja preparada pra ficar um oceano de distância desse homem.