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História Criminal Love - Second Season - Beautiful Mistake


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


chegueeeeeeeeei
preparem os corações por que vem muita coisa por aí hahahah não me matem! sério, não me matem!
quero só ver o que dirão disso, estou com medo e preparando minha passagem só de ia para as montanhas hahaha
bom, vamos lá
Boa leituraaaaaa <333

Capítulo 8 - Beautiful Mistake


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Second Season - Beautiful Mistake

Beautiful Mistake — Belo erro.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

SÁBADO, 17H45

— Não quer mesmo que eu te leve em casa? — Rafael pergunta.

— Não precisa, não se preocupe — sorrio.

— Não quer que eu descubra onde está morando? — ele me olha apertando os olhos e com um sorriso de canto.

— Não é eu, é ele — reviro os olhos.

— Ah então estão morando juntos mesmo? — ele cruza os braços me olhando querendo explicações.

— Rafael — digo manhosa colocando as mãos em seu peito forte — Ele só cuida de mim, não estou morando com meus pais, na verdade eles nem sabem que estou de volta.

— Espero que seja só isso mesmo — ele diz sério.

— Ciumento.

Uma fofura esse jeitinho dele. Mesmo dizendo que não, eu sei que ele está se mordendo de ciúmes e isso me deixa contente, não nego.

— Não quero nem te imaginar na cama de outro — revira os olhos nervoso.

— Para de graça — aliso a muralha de músculos deliciosos de seu peito. Ai que fogo.

Vejo o carro se aproximando de nós. Ele para, um homem de terno desce e abre a porta de trás para mim.

— Vejo que ele cuida bem de você — ele diz erguendo uma sobrancelha enquanto acompanha com as lindas íris azuis o movimento do carro.

— Me dá um beijo logo, para de graça — o puxo pela gola da camiseta e fico na pontinha do pé.

— Volta, viu — ordena de um jeito mandão.

Ele me toma nos braços e nos despedimos com um beijo rápido. Entro no carro o olhando e logo saímos dali.

Entro em casa, falo com Jack e seus capangas e subo para o quarto. Tomo um banho de banheira bem relaxante, depois desço para comer alguma coisa. Estou tão cansada. Rafa em chamou para sair, mas acho que irei ligar para desmarcar.

 

JACK CARTER POINT OF VIEW

DOMINGO, 10h12

Ela acordou e assustou-se a me ver sentado ao seu lado.

— Está fazendo o que aqui? — diz apoiada nos cotovelos me olhando ainda muito sonolenta e com os cabelos curtos desgrenhados.

— Bom dia — a olho.

— Fala logo o que você quer, Jack — ela diz impaciente.

Jogo um embrulho de papel na cama. Ela se senta e o pega.

— Um teste de gravidez? — diz rindo me olhando com a caixinha em mãos.

— Seus enjoos matinais, suas dores nas costas, suas vontades estranhas, sua barriga, garota! Isso não é gordura.

Aceita que dói menos.

— Sabe muito bem que tenho enjoos por causa do remédio para dormir, eu perdi quilos quando fui para Nova York e agora eles voltaram em dobro.

Reviro os olhos discordando de tudo que ela disse.

— Okay — cruzo os braços — Então vá lá e me traga um belo negativo — digo apontando em direção ao banheiro.

Ela me olha nervosa e vai para lá. Sete minutos depois ela aparece novamente na porta, com a caixa em mãos e a cara vermelha. Ela vem até mim já chorando novamente e deita-se em meu colo, me abraçando, me pegando totalmente desprevenido e sem esperar.

— Cara, eu estou muito fudida — diz me olhando com lágrimas nos olhos, com voz de sono e choro misturada — Eu terminei de estragar minha vida — ela chora.

— É dele?

Ela fica em silencio apenas chorando. Aliso seu belo cabelo espalhado pelo meu colo.

— É. Só transei com ele nos últimos três meses.

— Então pode ser que você já tenha até mais que dois meses de gravidez, pelo que aconteceu no cativeiro. 

Sim, eu sei de exatamente tudo que aconteceu com ela. Tudo. Foi um dos critérios para hospedá-la. Michael me passou a ficha de cada pessoa próxima dela para que eu conhecesse caso algo acontecesse. Aquele Salviatti ficou entalado na minha garganta, quis estourar os miolos dele.

Ela me olha assustada e passa a mão na cabeça exasperada.

— Cara, eu estou muito fudida — ela coloca as mãos na boca e desata a chorar de novo.

— Vamos tomar café da manhã, venha.

Levanto-me e lhe estendo a mão tudo na maior tranqüilidade.

— Café, Jack?! Descubro que estou grávida e você quer me dar café?! — ela grita me olhando indignada de braços abertos.

— Quer leite então? — digo segurando a risada. Ela ainda vai me bater.

Entendi sua pergunta, claro, mas sou filho da puta, desculpa Lola. Ela urra de raiva e lança em mim uma das almofadas.

— Vamos tomar um banho então?

— Sai daqui, Jack! — me joga outra almofada e então saio dali rindo.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

Eu estou muito fudida. Não paro de repetir isso em minha cabeça. Ele foi o único com quem tive relações nos últimos tempos, por mais que quisesse, não tem como não ser dele. Eu estou muito fudida. Porra, eu bebi tanto, fumei tanta maconha enquanto estive em Nova York e pode ser que por todo aquele tempo eu já estava grávida. Lembro-me do que conversamos enquanto estávamos presos naquele cativeiro com a certeza de que morreríamos.

"— Ter sido pai! Imagina um moleque com meus olhos! Ia comer mulher demais! — nós dois rimos juntos — Mas não sei se levo jeito para ser pai, sempre me protegi tanto pra não engravidar nenhuma por ai. Queria ser pai, mas acho que agora não seria bem-vindo, sabe."

Solto uma risada junto com choro e levo as mãos à cabeça dentro da banheira. Não sei se fico feliz, não sei se fico triste. Rafael leva uma vida movimentada, ele mesmo assume que não sabe se seria um bom pai. Qualquer uma por ai. Dói. E lembrar que ele mesmo disse que não seria bem-vindo dói mais ainda.

— Lola? — ela diz, e choro ao ouvir sua voz.

— Tina, eu preciso muito conversar com você — digo em prantos.

— Você está bem, Lola?! O que aconteceu, me fala logo, ta me deixando assustada! — ela diz preocupada.

— Eu estou bem, eu estou bem, só preciso conversar.

[...]

— Mas e então? O que precisa me contar? — ela me olha.

Estamos na beira da enorme e luxuosa piscina de Jack sentadas em uma mesa bebendo suco na sombra de um guarda-sol.

— E-eu nem sei como começar — digo de cabeça baixa e depois a olho — Eu estou grávida — digo e então começo a chorar.

Ela leva um tempo para entender, mas então corre até meu lado e me abraça, me beija e começa a gritar.

— Lola! — ela diz feliz me olhando — Eu deveria dizer que é cedo, mas olha pra mim! — aponta para a barriga ainda pequena — Daqui a pouco estou parecendo uma baleia.

Nós damos risada e ela seca minhas lágrimas.

— Eu estou tão feliz, amiga — ela diz me olhando nos olhos e alisando meu rosto sorrindo — Tão feliz que não vou sofrer sozinha — lhe dou um tapa no braço e rimos muito.

— Diz ai, quem é o pai? Me diz que não é aquele bonitão lá dentro — ela me olha com cautela e percebo que torcendo muito para que não seja de Jack mesmo.

Não se preocupe, Rafael. Esse filho não vai atrapalhar sua vida.

[...]

— Não acredito que você falou pra ela que eu sou o pai do seu filho — Jack diz quase nervoso, mas se divertindo com a situação me olhando sentada ao seu lado no sofá — Ela me deu parabéns!

Ele dá uma gargalhada e balança a cabeça. E sei que errei mentindo pra minha melhor amiga, mas não sei o que aconteceu, apenas não consegui dizer a verdade que ficou entalada na minha garganta. Eu errei muito. Cara, errei muito, nossa. Mas não sei, parece que se eu contar a Valentina, Rafael de alguma forma vai saber. É estranho, por que Valentina jamais contaria isso a ninguém se eu pedisse.

— Não acho que esse filho será bem-vindo na vida dele — digo sentindo um nó na garganta.

— Ele merece saber, Lola.

— Não, não vai saber.

[...]

Já é noite, 19h25 e estou na cozinha fazendo nosso jantar com Jack, já que ele mandou a cozinheira e as empregadas embora. Quero ver quem vai cuidar dessa mansão. Sério, esse lugar é enorme.

Meu celular sobre o balcão começa a tocar. Rafael.

— Hey — digo sorrindo.

Tudo bem? — diz calmo e isso me derruba.

— Tudo e você? — respiro fundo.

Bem também. O que acha de sairmos hoje?

— Sair? — olho para Jack.

Ele faz sinal com a mão enquanto sussurra um “vai, vai”.

— Não estou me sentindo muito bem, acho que irei ficar em casa mesmo.

Jack abre os braços revirando os olhos e me dá as costas.

Quer que eu vá ai cuidar de você? — ele diz com certa indecência na voz.

— Não — digo rindo envergonhada — Não se preocupe.

Sai dali da cozinha.

Estou com saudade.

— Mas nos vimos ontem! — digo rindo.

É, mas ontem foi ontem e hoje... É hoje — reviro os olhos rindo — Mas o que você tem?

— Ah sei lá, uma dor de cabeça forte, cansaço. Vou ficar por aqui mesmo.

Tem certeza que não quer companhia?

— Tenho, Rafael — sorrio.

Então qualquer coisa me liga, se mudar de ideia principalmente — ele não desiste.

— Tudo bem então. Se cuida — digo sorrindo.

Beijos, amor — sua voz suave e calma me faz arrepiar.

— Beijos.

E ei... Eu amo você, ta — ele diz sereno novamente.

Isso acaba de uma só vez comigo. Eu o amo, muito, mas eu não sei, não quero fazer mal para ele, também não quero que ele me faça mais mal. Por que as coisas precisam ser tão complicadas?

— Também te amo, Rafael.

 

SEGUNDA-FEIRA, 10H00

— Acorda, tranqueira — Jack diz abrindo as cortinas e então a luz adentra o quarto e ofusca meus olhos.

— Nossa, muito carinhoso você na hora de acordar as pessoas — digo irritada.

— Bora, obstetra hoje — ele bate uma mão na outra enquanto caminha até minha cama.

— Ah pronto — sento-me na cama rindo — Virou o que?

— Alguém que está tentando te ajudar.

Me dá um beijo na testa e depois joga o roupão em meu rosto. Oito ou oitenta esse Jack. Vai entender.

[...]

Droga. Minhas pernas estão tremendo tanto que daqui a pouco até a cama vai tremer junto. A médica vem, levanta minha blusa, abaixa um pouco o cós da minha calça e então passa aquele gel. Meu coração já bate tão rápido. Estou com medo, mas ansiosa.

E então ouço seu coraçãozinho batendo tão rápido. É um barulho estranho, mas é minha bolinha. Ela me mostra ele na tela do computador. Tão pequeno, tão inocente, tão indefeso. Parece um feijãozinho. Eu começo a chorar imediatamente, parte por alegria que não sei de onde veio por que ainda estou em choque, parte por tristeza por saber que essa criança talvez não tenha um pai, se tiver, talvez ela não tenha uma vida normal, cresça no meio de um mundo sujo que o pai carrega nas costas.

Jack filma tudo.

— Olha isso papai! — a médica diz apontando para a tela.

— Não, eu não sou o pai! Sou o titio — ele diz rindo.

Ele é um cara tão frio, mas está aqui se derretendo vendo essa coisinha dentro da minha barriga. Coisinha que não é bem mais uma bolinha, ela disse que com 11 semanas, três meses, ele tem pequeninos bracinhos e perninhas, quase dez centímetros e pesa entre 40 e 45 gramas. É insano. Três meses de gravidez e eu vim descobrir agora. Pior de tudo é saber que eu engravidei a primeira vez que transei com Rafael. Erro de principiante.

[...]

— Isso foi demais, Jack! — digo pulando ao seu lado enquanto caminhamos lado a lado na calçada. Uma alegria tão grande tomou conta de mim quando eu vi aquela coisinha na tela que nem acreditei que está dentro da minha barriga!

— Eu sabia que você estava grávida — ele diz e me olha sorrindo de canto.

— Isso é louco demais. Tem um coração batendo dentro de mim! — digo com um misto de preocupação e felicidade.

— Você queria que fosse ele no meu lugar, não é? — ele me olha.

Abaixo a cabeça e fito o chão enquanto caminho com o braço enlaçado no dele.

— Não sei.

— Você precisa falar pra ele, Lola.

Não vou poder esconder isso por muito tempo, e sei lá, de certa forma queria que ele fosse o primeiro a saber, mas bem, isso não aconteceu, e parece que ver nosso filho, ouvir o coraçãozinho dele me deu forças para contar.

— Já sei como vou fazer isso então — disse quando passamos em frente uma loja de bebê.

[...]

É uma caixinha quadrada branca, com uma fita dourada envolta formando um laço bonito sobre a tampa. E dentro, bom, dentro um par de sapatinhos de linha vermelhos e uma cartinha também. Deixei meu lado meloso tomar conta, até demais.

A boate ainda está fechada. Abro a porta de seu escritório e coloco a cabeça dentro. Ele está sentado atrás da mesa em sua poltrona olhando um notebook usando um óculos quadrado de leitura que lhe caiu muito bem e alisando o queixo. Uau, ele fica gato desse jeito. Porra, como esse homem consegue ser tão perfeito assim?

— Cheguei! — digo sorrindo.

— Hey! Entra! — ele diz levantando-se sorrindo e tirando o óculos. Não queria que tirasse, estava tão lindo.

Vem e me dá um beijo rápido, mas capaz de me tirar o fôlego. Ele me abraça, me envolvendo. Está tão cheiroso. Amo a forma como seus braços fortes e seu peito quente me acolhem de uma forma tão boa.

— Está tudo bem? — ele torna sentar-se na poltrona e me puxa para que sente em seu colo, e assim faço.

— Está. Só estou planejando algumas coisas — diz um pouco estranho e sei que não são coisas boas.

Ele mexe no notebook e minimiza as páginas, me impedindo de ver do que se trata. Safado.

— Mas então, o que queria conversar comigo? — digo o olhando.

Ele ergue as sobrancelhas suspirando fundo e por essa expressão sinto que não vem coisa boa por aí.

— Vamos pro sofá.

Levantamos e seguimos para lá. Sentamos um de frente para o outro.

— Eu nem sei como começar — ele me olha um pouco sério.

Continuo o olhando já me sentindo preocupada pela sua expressão. O que tanto ele quer falar comigo?

— Rafael? — ouço alguém o chamar e então Aline aparece bem animada na porta da sala — Oh. Lola — ela diz fechando a cara a me ver, fazendo aquela típica ridícula de desgosto.

Nossa, eu juro que se pudesse matava essa mulher agora.

— Você já disse a ela? — diz o olhando me apontando o dedo. Odeio que me apontem o dedo.

— Estou tentando — responde sem ânimo.

— Dizer o que? — pergunto sem entender escondendo minha preocupação pelo fato de sentir que Aline sabe o que ele me falará.

Olho para ela já se aproximando e ele passando a mão na cabeça.

Que vamos ser papais — ela diz sorrindo muito.

Minha cabeça deu girada básica, será que eu ouvi isso mesmo, porra? Eu paraliso. Sinto uma coisa ruim se revirar dentro de mim, remoer. Sinto uma dor no coração e um arrepio percorrer meu corpo. É tudo muito rápido. Aline senta-se no braço do sofá ao lado dele e passa a mão em suas costas. Ele mantém as mãos na cabeça.

— Sai daqui, Aline, por favor — ele diz tirando o braço dela de suas costas — Vai — ele diz sério e um pouco grosso. Não nego que gostei disso.

Não consigo nem imaginar ele transando com ela, eu não consigo imaginar isso. Rafael, o homem que eu amo dando prazer pra essa coisa que se acha mulher. Não consigo e nem quero imaginar os dois juntos. Ela tocando nele, beijando-o. Só de formular isso meu estômago agora mais que sensível se embrulha, e sinto minha boca ficar mais úmida, indicando que vem vômito por ai, mas me seguro.

Ela sai saltitando, gargalhando da minha cara de taxo e nos deixa a sós. Sinto um nó enorme na minha garganta enquanto aperto a caixinha branca nas mãos, amassando-a. Sinto uma vontade enorme de gritar, de chorar, mas me controlo de uma forma absurda me mantendo impassível do lado de fora. Isso é loucura. Um verdadeiro cafajeste.  

— Aconteceu — ele enfim me olha — Eu estava com ódio de você, bêbado, foi depois que você se foi.

— E-eu... Nem sei o que dizer — digo sorrindo amargamente o olhando — Você foi pra cama comigo... — passo a mão no cabelo.

— Lola, eu não gosto dela! Mas aconteceu! — diz me interrompendo me olhando — Eu quero ficar com você, não com ela! Ela só carrega meu filho, filho esse que nunca quis ter, você sabe!

Ele não quer um filho.

Isso doeu muito.

— Olha... — ele diz se aproximando — Isso não vai mudar nada — ele passa o polegar em meu pulso me olhando.

Aperto ainda mais a caixinha nas mãos já a amassando, me segurando para não gritar de ódio. Levanto-me sentindo uma lágrima escapar e a limpo rapidamente sem que ele perceba.

— Por mais que tente dizer que não vai mudar nada, e-eu não consigo, não sei — digo o olhando.

Sinceramente. É sério que terei que dividir o meu homem? Basicamente isso, já que assim ela vai ficar bem mais próxima dele. 

— O que é isso? — ele pega a caixinha que deixei no sofá quando me levantei. Droga.

Vou até ele rapidamente, tento a pegar, mas ele a levanta, a afasta, me impedindo.

— Me dá, Rafael — digo séria.

— O que tem aqui dentro que não posso ver? — diz me olhando com uma expressão engraçada.

Ele puxa o laço, o desfazendo.

— Eu juro por Deus, Rafael, se você abrir essa merda de caixa você nunca mais me verá — digo muito grossa que até me assustei comigo mesma.

— O que tem aqui dentro, Lola? — ele diz um pouco mais sério com a testa franzida, os cotovelos apoiados nos joelhos e ela na mão.

Eu o olho em pé assustada, quase implorando que ele não ceda à curiosidade.

— Abra e nunca mais olharei na sua cara — digo séria e firme num tom baixo e bem ameaçador.

Ele olha a caixa, a remexe nas mãos e então me devolve. Saio dali pisando forte, pego minha bolsa sobre sua mesa e saio, logo descendo as escadas correndo.

— Lola! — o ouço me chamar.

Corro até a porta já sentindo as lágrimas tomarem conta do meu rosto. Esbarro em alguma coisa, ou alguém, e quando abro os olhos pelo susto vejo dois pares de olhos escuros me olhando assustado e me segurando pelos braços. Saio dali correndo sem dar a chance do homem me perguntar o que houve. Entro no carro rapidamente e arranco dali.

Como pude ser tão estúpida de não ter me cuidado mais. Também, depois de tudo que aconteceu quem se lembra de tomar remédios? Foda-se tudo, agora já foi. Ele vai ter um filho com uma das mulheres que mais odeio, filho que ele não esboça nenhuma felicidade em ter, imagina se souber que tem outro.

Entro em casa correndo e subo direto para o quarto. Entro, bato a porta e me jogo na cama em prantos. Nem sei como cheguei em casa.

 

RAFAEL SALVIATTI POINT OF VIEW

Aline tinha me dito antes mesmo de Lola voltar que estava grávida. Eu cedi. Nunca transo sem usar preservativo, até porque nunca tive uma mulher só, e por burrice agora serei pai. Juro que quando me dei conta da merda que fiz corri para uma clínica fazer uma puta bateria de exames para ver se não contraí nada daquela vaca. Mas graça aos céus, estou limpo!

Aquela caixa de Lola me instigou, eu estava morrendo de curiosidade, mas ela disse tão seriamente que nunca mais olharia na minha cara que preferi não abrir.

Ligo para ela, mas ela não atende.

— Porra! — bato na mesa.

Olho na janela. Valentina e Lucas chegaram e vejo Dante próximo deles. Desço correndo.

— Valentina — digo indo em sua direção. Ela já me olha sem entender — Me fala, onde é a casa que Lola está morando?

— E-eu não sei — ela gagueja e percebo claramente que mente. Ninguém consegue mentir para mim.

Aproximo-me mais. Lucas coloca a mão em meu ombro e Dante no outro.

— Eu sei que você sabe. Me fala, Valentina!

— Eu não sei! — ela diz nervosa.

A olho com tanta fúria, e ela me olha assustada. Lanço-lhe um olhar, viro as costas e torno a subir. Irei descobrir por bem ou por mal.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

TRÊS DIAS DEPOIS — QUINTA-FEIRA, 13H45.

Rafael me procurou nesses três dias, mas eu apenas conversei com ele por mensagem, nada além do básico, mas não quis o ver.

— Puta merda, tinha alguém me seguindo.

Jack diz adentrando a sala e joga a arma e as coisas na mesinha.

— Ah, e você veio pra casa, parabéns — respondo e continuo lendo minha revista sobre gravidez.

— Consegui despistar — se joga ao meu lado — Até esqueci-me de perguntar sobre antes de ontem. Deu a caixa pro trouxa lá?

Diz me olhando com os braços cruzados.

— Ele vai ter um filho com uma das mulheres que mais me odeia e que não gosto também — digo o olhando — E ele disse com todas as letras que não quer um filho, se não quer um, imagine dois! — balanço a cabeça nervosa.

— E você acha que vai conseguir esconder essa pança ai até quando?

— Nem começou a ficar tão na cara ainda. Vou malhar um pouco e tentar deixar sarada, usar faixa pra apertar, sei lá — digo irritada.

— Amanhã começamos o treino então.

 

SEXTA-FEIRA, 08H10

Já estou na academia da mansão com Jack. Ele preparou um treino para mim e já estou no projeto esconde bolinha.

Depois de duas horas, subi para tomar uma ducha. Coloquei uma roupa leve. Falando em roupa, Mike está fazendo um tráfico das minhas coisas para cá. Hoje o verei.

Desço e encontro Jack com uma moça na sala.

— Lola, venha cá conhecer nossa nova funcionária.

Cumprimento-lhe. Ela é simpática, deve ter em média uns trinta e seis anos, bem conservada. Seu nome é Madalena. Conversamos um pouco e ela começará na segunda.

— Irei almoçar com meu irmão, okay? — digo olhando Jack.

— Tome cuidado, baby — me dá um beijo na testa e me levanto.

— Até segunda, Madalena — despeço-me dela e saio de casa.

O motorista já me espera. Entro e digo aonde vamos. Um tempo depois já estamos em frente a um restaurante distante de todos os lugares possíveis onde posso encontrar alguém conhecido.

[...]

Meus pais ficam em casas diferentes, mamãe está num apartamento e papai e vovó em casa. Mike está namorando com Federico, mas não se assumiram ainda. Ele me disse também que Felipe está desaparecido desde que fui embora e eu não fazia ideia disso!

Nós já almoçamos, já estou atualizada de tudo que aconteceu, e hora de atualizar Mike.

— Mike — pego sua mão sobre a mesa — Eu tenho uma coisa para te contar — digo o olhando — Pode ser que você não goste, mas quero que saiba que estou muito feliz — digo já sentindo as lágrimas brotarem em meus olhos.

— Tenho até medo — faz careta.

Dou uma gargalhada e seco as lágrimas. 

— Eu estou grávida.

Mike me olha com uma expressão estranha no rosto. Ele larga minha mão.

— Acho bom você me dizer que não é daquele bandido, Lola — ele diz sério.

Começo a chorar baixo com as mãos no rosto.

— E-eu não acredito — ele diz e eu o olho.

Ele está visivelmente decepcionado comigo. Ele passa as mãos no rosto exasperado enquanto balança a cabeça.

— Que futuro essa criança vai ter? Han, me diz!

— Mike, não me crucifique! — digo baixo, mas nervosa — Em toda minha vida, tudo que fiz foi ficar do seu lado nas piores merdas que fez na sua vida, por que agora não consegue fazer isso por mim?! — digo sentindo a ira me percorrer.

— Por que é impossível! Lola, pelo amor, você carrega um filho de um... Bandido! — diz baixo curvando-se sobre a mesa.

— Sim, um filho que não tem culpa de nada.

— Você é inacreditável, Lola — ele diz me olhando com desdém enquanto dá uma gargalhada.

Isso me machuca no meu mais profundo ser, onde poucas coisas conseguiram me machucar.

— Não vou ficar aqui ouvindo isso — pego minhas coisas e saio rápido do restaurante.

Ele nem se deu o trabalho de vir atrás.

— Vamos para casa — digo após entrar no carro onde o motorista já me esperava.

[...]

— Jack! — entro gritando — Jaaack! — grito com todas minhas forças.

Ele aparece e me olha sem entender. Corro para seus braços, ele me aperta neles enquanto eu desabo em lágrimas e mais lágrimas. Eu grito, eu me debato nos braços dele, o bato, ele apenas me segura enquanto tento esvair a raiva de mim.

— Eu não quero esse filho! Eu não queroo! — grito enquanto bato em seu peito — Ahhhhhr! — grito tão alto que minha garganta dói.

Caio novamente nos braços de Jack e nos abaixamos ao chão. Ele se senta e me puxa para um abraço. Alisa meu cabelo com a cabeça em seu peito para que eu me acalme, e assim faço.

 

JACK CARTER POINT OF VIEW

Lola sempre me assusta quando começa a me chamar gritando. E eu odeio isso, e parece que ela sabe e sempre faz para me irritar. Ela está inconsolável. Vejo que o irmão sabe que será titio. Madalena ainda está aqui e observou tudo. Pego Lola nos braços e a levo para sua cama no segundo andar. Sento-me ao seu lado e ela coloca a cabeça em meu colo e continua a chorar.

— Eu quero morrer, Jack — diz entre soluços.

— Não diga besteiras.

Tudo desde que Lola chegou mudou. Sempre vivi sozinho, e me sinto bem assim, mas essa garota mudou minha rotina, mudou tudo, sinto que está me mudando também. Lentamente, mas está.

Sinto-me um pouco desconfortável ao pensar isso, então a tiro do meu colo e levanto-me. Passo as mãos na cabeça, não sei o que fazer com ela. Madalena bate na porta. Faço um sinal para que entre e vejo que ela carrega uma bandeja.

— Me desculpe senhor Carter, mas a vi e não pude deixar de trazer algo para ela.

Entrega-me a bandeja com um chá que pelo cheiro é de camomila e um copo com água.

— Obrigada, Madalena.

Deixo a bandeja ao lado da cabeceira. Dou um beijo demorado na testa de Lola.

— Qualquer coisa estou lá em baixo — digo baixinho e saio acompanhando Madalena.

 

VALENTINA DUARTE POINT OF VIEW

Rafael está me assustando. É só Lola sumir que ele se torna uma pessoa que não tenho vontade de conhecer melhor.

Depois que praticamente me casei com Lucas, nós não saímos do morro. E agora não é diferente, estamos na casa do chato e da Fernanda. Os garotos jogam vídeo-game e eu e Fernanda estamos ao lado conversando e comendo besteira.

Meu celular começa a tocar. Um número desconhecido.

— Alô? — atendo.

Valentina?

— Quem está falando?

Jack.

— Jack? — digo e Lucas e Rafael me olham.

Ele resmunga.

O cara com quem Lola mora, sabe? — diz nervoso.

— Oh. Sim! Alguma coisa aconteceu? — levanto-me e saio dali para poder conversar melhor.

Sim. Preciso que venha para cá agora.

— Agora, tipo, agora? Me diz o que aconteceu.

Daqui vinte minutos uma Range Rover preta vai passar pra te pegar onde achar melhor.

Disse a ele um lugar e combinamos. Volto para a sala batendo o celular na mão pensando um pouco no que pode ser. Será que é alguma coisa da gravidez? Ai Meu Deus, preciso ir ver minha amiga.

— O que foi amor? — Lucas me pergunta me tirando de meus devaneios.

— Ahn, nada — digo — Acho que irei para casa descansar um pouco.

— Quer que eu te leve? — ele pergunta.

— Não, não precisa, eu pego um taxi.

— Eu te levo — Fernanda diz.

Despeço-me dos meninos e saímos. Subimos na moto dela e então pouco tempo depois já estou onde marquei com Jack. Vejo a Range e peço que Fernanda pare.

— Por favor, não fale para ninguém — digo lhe entregando o capacete.

— O que é isso, Valentina? — diz olhando sem entender para o motorista já do lado de fora do carro.

— Não estou traindo Lucas, não vou fugir e não estarei em perigo — já lhe respondo suas possíveis perguntas.

— Mas pra onde vai nesse carro, Tina? — ela pergunta evidentemente preocupada e sem entender.

— Eu não posso contar. Mas irei ver Lola, ela precisa de mim, rápido.

— Qualquer coisa liga, então — diz desconfiada.

Lhe agradeço, e então caminho até o carro. Entro e logo saímos dali.

[...]

— Ela está lá em cima — Jack diz abrindo a porta para mim e então eu subo a enorme escada.

Subo e entro em seu quarto. Uau, é enorme e muito luxuoso. Ela está deitada jogada na cama. A chamo, mas ela não responde então continuo entrando.

— Lola — mexo nela — Lola! — a chamo mais alto.

A viro ao contrário para ver seu rosto. Vejo uma caixa e uma cartela inteira de remédios vazia debaixo dela. Ela está desmaiada, pálida. Pego sua mão e ela está gelada. Oh, no.

Corro até a porta.

— Jaaack! — o grito com todas as forças. 


Notas Finais


SCORRRRRRRO NÃO ME MATEM!
ai meldelsss, quero só ver o que acharão disso, ai to ficando com medo de vocês...
obrigaaaaaaaaaaaada pelos comentários, ainda não respondi todos, mas estou tentando arrumar um tempo pra isso, eu irei responder! haha
Bom, fiquem aí com a pulga atrás da orelha até o próximo capítulo
amo vocês!
beeeeeajos <33333


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