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História Criminal Love - A Mask Ball? Indeed.


Escrita por: Senara

Notas do Autor


Aqui está! Espero que gostem, porque eu estou me divertindo demais escrevendo esta fic! XOXO

Capítulo 3 - A Mask Ball? Indeed.


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - A Mask Ball? Indeed.

Maria Antonieta? Sério?
Erika tinha deixado claro ás suas empregadas:
- Quero uma fantasia que revele o meu “eu” interior.
Aquilo era algum tipo de piada? Só porque ela estava traindo seu marido com Usui? Usui... Ah, aquele garoto, ainda que inexperiente, sabia das coisas. E ela sentia seus pelos da nuca se eriçarem só de se lembrar dele sussurrando palavras doces e quentes aos pés do seu ouvido. Um arrepio percorreu sua espinha. Por um breve segundo, ficou alheia a presença das empregadas, mas se lembrou que, se quisesse impressionar, ia ter que ser muito mais do que uma Maria Antonieta apaixonada se quisesse que Usui a levasse para cama. Talvez se usasse uma de suas artimanhas de sedução... isso lhe arranjara um bom e rico marido para casar, talvez ainda tivesse o jeito de conquistadora.
- Quero uma fantasia vermelha, que posso mostrar a cor do amor, mas também da paixão.- Ela explicou, enquanto gesticulava, sonhadora, e rodopiava pelo closet gigantesco, passando em disparada pelo armário de sapatos Armani. – Foi isso que prometi ao meu... pretendente. – Uma risadinha maléfica ecoou de seus lábios carnudos.
- Vermelha, Erika-san? – Uma das empregadas fitava o chão e esfregava as mãos com nervosismo.
Erika rangeu os dentes e andou calma e ameaçadoramente até a pobre garota. O ar pareceu rarefeito, de repente, tinham dificuldades para respirar, e o ambiente pareceu escurecer para um vermelho sangue. Enquanto ela se arrastava pelo quarto, dando seus passos lentos de cobra, as outras três gatinhas uniformizadas deram alguns passos para trás, receosas.
- Você está com algum problema de audição, Mira, querida?
- Meu nome é Mei... – Ela sussurrou, evitando os olhos carregados de poder que aquela mulher tinha.
- Tanto faz. – Erika abanou a mão com irrelevância. Por que haveria de saber o nome de todas suas cinco empregadas? Era desgastante. – O que eu quero saber é se você entendeu o que foi solicitado.
Os olhos castanhos de Erika penetraram tão fundo os orbes da pobre empregada, que ela não conseguiu desviar antes que fosse tarde demais. Entrou em um abismo fundo. Não tinha como escapar dali. Caia e caia... sem ter como fugir. Como escapar? Não tinha jeito. Uma vez que você olhava para dentro dos olhos de Erika, só lhe restava uma coisa a fazer: Perecer.
Mei começou a chorar. Frágil como era, o que mais poderia fazer diante de tal ameaça?
As outras quatro empregadas pegaram-na pelos braços e recuaram alguns passos.
- Erika-san, por favor, perdoe-a. – Pediram, humildemente e evitando seu olhar de desprezo.
Seu ego inflou e ela expirou o doce ar da vitória e da submissão de seres inferiores. Não havia nada melhor – talvez, levar Usui para cama, mas isso não vem ao caso.
- Só porque eu sou muito misericordiosa. Agora, se não me arrumarem uma fantasia vermelha em duas horas, estarão despedidas.
As garotas se apressaram em sair do quarto, levando a pobre Mei, que choramingava, ainda com medo de nunca chegar ao fim do abismo.
Erika suspirou e se espreguiçou. Ah! Como era bom ter um homem lindo e maravilhoso as suas mãos! O que a lembrou... Foi saltitando até um armário mais escondido, que ficava entre os vestidos de baile e as calças jeans. Neste armário escondido, várias lingeries se escondiam, esperando a hora certa para agir. Uma mais provocante que a outra. Cada uma com a estampa e desenho mais ousados. Erika decidiu que vestiria uma lingerie hoje.
Mas qual delas? Havia tantas... Como escolher uma só entre tantas peças? Ahá! Então ela encontrou a perfeita. Uma lingerie branca de renda, que mais lembrava um collant transparente e encantador. Aquilo faria contraste com a sua fantasia, ela tinha certeza. Isso, se as inúteis conseguissem a roupa da cor que ela solicitou. Erika suspirou. Como será que Usui estaria? Irresistível, com certeza. Só aquele pensamento já a deixava excitada. Para que a sua noite fosse perfeita, só precisava achar de um jeito de despistar seu marido. Como ela poderia...?
- Erika? – Sakakibara Hyuuga, seu ilustríssimo cônjuge a chamou da suíte de luxo.
- Sim, querido? – Ela chamou, fingindo ansiedade na voz. E guardando a lingerie dentro do armário novamente.
- Eu estive pensando... talvez pudéssemos combinar nossas fantasias. – Ele sugeriu, do quarto. Pelos barulhos que fazia, Erika pode deduzir que ele tinha acabado de almoçar e estava se preparando para sua soneca da tarde, antes de se sentar em frente a uma mesa, e a virar um zumbi, digitando e calculando até de madrugada.
- Hã, é melhor não... só gente cafona faz isso. – Ela tentou se livrar. Conhecia Hyuuga muito bem, e só o fato de estar casada com ele por nove anos, implica ao fato que ela já sabe o que ele iria sugerir. “Vamos de Bonnie e Clyde? Ou Ana Bolena e Henrique VIII? Ou Anna Karenina e Conde Vronsky?”
- Ah, sim, entendo... – Ele pareceu um pouco decepcionado, mas Erika não estava com pena dele. Provavelmente, só queria chamar a atenção. Ele não se importava mais com ela.
A ruiva andou até o quarto e espiou a cabeleira loira se destacando em meio aos cobertores cor de carmim. O tecido subia e descia devagar, o que compassava perfeitamente com a sua respiração. Ele parecia tão bom, tão angelical quando estava calmo e sereno, deitado e indefeso daquele jeito. Erika se lembrou de que, apesar de tudo, ainda gostava dele, mas não o amava, nunca o amou e certamente nunca esteve apaixonada por ele. Ela era muito jovem quando se casaram, apenas dezenove anos. Apesar de não ser ninguém na vida, decidiu usar seu corpo e sua aparência para nunca mais precisar trabalhar ou se esforçar. Seduziu e convenceu Hyuuga a se casar com ela. Parece que, durante os anos, o marido realmente desenvolveu um sentimento de amor por ela, diferente da própria garota, que as vezes se considerava uma meretriz.
Não aproveitou sua adolescência. Não esteve com vários garotos e tampouco aproveitou sua fase dourada como queria. Por isso que quando Usui apareceu, ela não pode resistir.
- Qual é a sua fantasia, querida? – Ele perguntou, ainda de costas a Erika, a arrancando de seus devaneios.
- Eu ainda não sei, meu bem. Estou esperando as empregadas voltarem com ela... - Ela tentou manter uma conversa saudável, o que era bem difícil. – E a sua?
- Eu acho que vou de Zorro.
Zorro? É por isso que ela não gostava de aparecer com ele em público. Parecia mais uma criança desenvolvida.
- Mas que... original. – Ela se obrigou a achar um elogio para a maldita fantasia.
- Obrigado. – Eles ficaram em um silencio constrangedor durante algum tempo, até que ele falou: - Acho que vou dormir agora, afinal, temos um longo dia pela frente.
É verdade. Ela tinha se esquecido que hoje ele não passaria a noite em claro na frente de sua mesa deserta no escritório. Hoje teria o baile, e ele tinha sido obrigado a ir.
- Sim, claro. Descanse um pouco, depois peço para Mike acordá-lo. – Ela disse, saindo do quarto e indo para sala, estava louca para ligar para Usui.
- Sim, faça isso. – Foi tudo o que ele falou depois disso, deixando que sua esposa descesse as escadas para a sala e que fosse ao telefone, ficar algumas horas conversando com o seu amante declarado.

*****
Estava tentando, com todas as forças, não rir.
Misaki nunca foi uma pessoa muito divertida, mas as fantasias – apesar de bem trabalhadas e com detalhes impressionantes – valorizavam bem cada um deles.
Ayuzawa estava vestida de Julieta – por incrível que pareça, ela tinha adorado a fantasia e se sentia muito bem ali. Não precisou usar um salto alto, só foi necessário uma sapatilha rosada, que não machucava nem um pouco. Uma máscara pendente era levada em uma de suas mãos. Achou aquilo bom, porque assim, não precisaria ficar cobrindo o rosto a noite inteira. Cobriria sua face só para falar com as pessoas ou quando fosse procurar quem quer que estivesse procurando.
Sakura estava vestida de gueixa. Uma linda e delicada gueixa, com tintura no rosto, peruca, vestido de várias camadas, leque e tudo mais, de modo que ela não precisou de uma máscara. Do jeito que ela mexia o leque na frente do rosto, era como se fizesse um convite para que você se arriscasse a olhar mais de perto, para tentar ter um vislumbre de seu rosto encantador. O leque era sua máscara.
Yukimura estava usando uma roupa de Sherlock Holmes. O que era até irônico, já que eram todos detetives. Mas Yukimura tinha uma estatura pequena, um corpo que deixava a desejar, um rosto parcialmente afeminado e uma beleza sutil. Digamos que ele não foi feito para ser um detetive durão e com pinta de famoso. Mas ficou até que encantador, e o seu cachimbo soltava fumaça de vapor d’água porque Yukimura não se sentiu a vontade para usar um de verdade. Uma máscara simples e preta lhe cobria o rosto.
Shizuko estava trajando um genuíno vestido de dançarina de Can-Can. Chegava a ser cômico. Ela era a mais tímida e a mais discreta de todos eles e a sua fantasia chamava muita atenção. Toda vermelha e preta, com babados exagerados e um corte extenso, que revelava sua perna magra. Ela estava com muita vergonha, de modo que seu rosto também estava vermelho. Sakura fez um penteado sensual em seu cabelo peculiar e curto, e substituindo seus óculos de grau por uma máscara que não tampava muito, mas era o bastante para deixar qualquer um com vontade de ver muito mais do que seus olhos obscuros e castanhos.
Kanou estava fantasiado de coelhinho. Misaki não entendeu muito bem aquela parte, mas Sakura explicou que, assim que viu a touca com as orelhinhas escuras e com o interior rosado na ponta, não conseguiu vê-la em qualquer outro lugar que não fosse cobrindo a cabeça azulada de Kanou-kun. Disse que a vendedora, Liesel, concordou com ela, após ver uma foto do amigo. De fato, ele tinha ficado muito fofo, mas nenhuma mulher admitiria aquilo em voz alta. Ele usava um terno preto de seda. Seus óculos foram substituídos por uma máscara, assim como Shizuko, mas era uma máscara azul-marinho. E para completar, a touca, que deixava claro que ele era um... coelho-mordomo-fofo-e-nerd.
Estavam na sala de Ayuzawa. A detetive chefe estava sentada, enquanto os outros se encontravam de pé. Os detetives se olhavam e tentavam analisar o máximo possível da roupa de seus companheiros. Afinal, era aquilo o que faziam. Analisavam.
Misaki ficou surpresa com a criatividade de Sakura, e como ninguém mais se pronunciou, ela intercedeu:
- Bem, já que estamos todos vestidos e prontos, acho melhor irmos. – Ela se colocou de pé e deu dois passos em direção a Sakura. – Agradeço pelos disfarces em nome da agência, Sakura.
- Ah, imagine! – Ela exclamou, fazendo charme com o seu leque. – Foi muito divertido confeccioná-las!
Misaki apenas sorriu e continuou:
- Vamos recapitular o plano, tudo bem? – Ela estudou cada um dos rostos. Não era preciso ser uma renomada detetive como ela para saber que estavam nervosos. – Yukimura?
- Eu e o Kanou-kun vamos ficar perto das entradas e saídas, para informar sempre que Ele for avistado. – Apesar de terem acesso a foto, ninguém na equipe, além de Misaki sabia o nome do bandido que estavam perseguindo, e o chefe Hanabusa achou melhor que continuasse assim. Logo, só tinham conhecimento de sua aparência, e passaram a se referir a Usui como Ele. Yukimura esfregava as mãos, tentando controlar o nervosismo.
- Se avistarmos qualquer tipo de movimentação suspeita da parte dele, devemos alertá-la imediatamente. – Kanou completou, enquanto olhava incomodado para suas orelhas.
- Correto. Lembrem-se: Não tentem nada sem o meu consentimento. – Ambos assentiram, sérios e Misaki se virou para a dançarina. – Shizuko?
- Vou ficar de olho no Hyuuga-san para me assegurar de que ele não vai achar sua esposa em flagrante, porque se ele fizer isso, Ele foge, e não conseguiremos completar nossa missão. – Ela tentou ajeitar os óculos, mas percebeu tarde demais que eles não estavam mais lá.
- Exato. – Misaki assentiu e tentou ficar com a postura rígida, o que é bem difícil quando se esta vestindo uma fantasia que lhe mostra como uma amante irreparável. – Sakura?
- Ficarei observando Erika de perto, ver se consigo fazer com que ela me leva até Ele. – A garota confirmou, arrumando sua peruca.
- Sim. Todos já sabemos nossas partes do plano. – Antes que alguém perguntasse, ela continuou: - Eu procurarei por Ele, e se eu o achar, emitirei um chamado de urgência e vocês devem vir imediatamente, não importa onde estejam, entendido?
- Entendido. – Concordaram em uníssono.
- Ótimo. – Misaki soltou o ar. Só pelo fato de estar dividindo uma missão importante com seus amigos já lhe arrancava um grande peso das costas. – Iremos separados em dois carros. Irei primeiro com Sakura, e vocês devem ir depois de meia hora no máximo.
- Já falei com o motorista, sairemos daqui depois de exatos quinze minutos que o seu carro partir. – Afirmou Kanou, escondendo um celular em suas vestes... aquilo lembrava...
- Ah, sim. Mantenham seus celulares ligados e consigo o tempo todo, para que possamos nos comunicar. – Ela guardou o seu em um bolso quase que invisível se você não o está procurando e foi até a porta, seguida de Sakura. - Façam todos, um ótimo trabalho.
- Não vai nos desejar “Boa Sorte”? – Shizuko ergueu uma sobrancelha, claramente temerosa.
Misaki sorriu com desdém, aquilo era lenda urbana.
- Eu não acredito em sorte. Acredito na justiça.
Com esta feliz declaração, ela saiu da sala, seguida por uma gueixa chorona e emocionada, que se controlou para não borrar a maquiagem.

*****
Mais de vinte tipos de entradas. Trinta tipos de pratos. Vinte e sete tipos de sobremesa. Cinquenta e nove sabores de bebidas... mas nada de uísque. Que legal.
Usui acabara de sair da pista de dança e chegara ao bar. Ele se perguntou o que tinha para atrair tantas garotas. Mais de quinze lindas donzelas quiseram dançar com ele nos passados trinta minutos. Agora que tinha chegado ao bar, se sentou em uma cadeira e pediu por um Bourbon, descansando seus instintos de dançarino, por ora. Mas, adivinhe só? Sem Bourbon para Usui.
- Pode ser conhaque, então.
- Sim, Romeu. – Quem o estava atendendo era uma mulher, na casa dos trinta anos. Cabelos louros encaracolados, olhos castanhos e um corpo de dar inveja a qualquer mulher e a dar satisfação a homens como Usui. Seios gigantescos, percebeu Usui, que estão escondendo um colar de ouro branco, que será meu até o final da noite. Melody, esse é o nome que está escrito no crachá, o olhou de um jeito engraçado e continuou:- Eu saio ás 02h00.
Usui sorriu de lado. O tipo de sorriso que mataria qualquer garota.
- Eu te pego as 02h15.
Ela soltou um suspiro. Usui não se surpreendeu, costumava ter este tipo de efeito nas mulheres. Estava para nascer alguma que resistisse ao charme e a boa aparência dele. A música maçante soava tão alto pelo salão que parecia que seu coração retumbava ao som da valsa italiana. Por um momento bêbado, ele fechou os olhos e passou a movimentar a cabeça ao som da música, parecendo um idiota. Mas decidiu fazer isso porque sim. Conseguia ouvir o som das pessoas falando baboseiras sem sentido, homens e mulheres rindo, casais flertando, o salto alto delas fazendo um barulho viciante no chão... a luz irritava um pouco o seu cérebro. Estranho. Será que já estava bêbado? Mal tinha começado a beber...
Alguém se sentou ao lado dele.
Usui virou a cabeça devagar e se deparou com uma mulher linda. O rosto estava coberto por uma máscara branca, mas ele conseguia distinguir seus olhos. Eram mais belos e mais âmbar que a própria pedra. Tão profundos que ele se esqueceu de como se usava a boca por breves instantes. Seus lábios eram perfeitos e estavam melados por um batom rosado, que a deixava sexy e com um ar de boneca ao mesmo tempo. Os cabelos escuros como o ébano e de aparência macia estavam presos e jogados para o lado, deixando sua nuca sensualmente exposta. A pele morena e com um cheiro delicioso o confundiu por um momento. Seu corpo parecia frágil. Era magra e com seios pequenos, mas mesmo assim, muito bonita. E demorou-lhe alguns segundos para que Usui percebesse qual era a fantasia da garota.
Sem que pudesse se impedir, ele soltou:
- Julieta...
A mulher se virou e o encarou com os olhos frios.
- Como?
Usui balançou a cabeça, se libertando de sua confusão momentânea, recuperando seu sorriso torto e sua arrogância.
- Julieta Capuleto. Não a dama quem está representando? – Ele já sabia a resposta, mas decidiu fazer a pergunta mesmo assim. O vestido rosado ficava perfeito com a pele morena, e os detalhes mais escuros a deixavam ainda mais irresistível. O branco, apesar de pouco, também se fazia presente.
Ela deu de ombros e bebeu um gole de sua bebida.
- Até mesmo um garoto de quinze anos poderia perceber isso.
Usui se surpreendeu. As mulheres não costumavam lhe tratar assim. Geralmente piscavam os olhos, o analisavam e contribuíam com seus flertes. Mas ela parecia fria, distante, indiferente. Nem pareceu perceber sua fantasia. E digamos que ele estava lindo e deslumbrante. Seu Romeu contava com um traje esverdeado, combinando com seus olhos. A área do colo estava engomada, cheia de babados brancos e frescuras da época. Suas mangas ao redor de seus pulsos era largas e grandes, o que dificultava quando tentava comer alguma coisa, mas estava mais elegante assim. Realmente, confirmou suas suspeitas, estava deslumbrante.
- Para quem está vestida da melhor amante de todos os tempos, você não é muito amável... – Usui comentou, rindo.
- Na verdade, Julieta era hostil. Só dirigia bondade a quem merecia, e você, meu senhor, não é o caso. – Dizendo isso, Julieta se virou e continuou a tomar sua bebida.
Usui sorriu. Enfim, um desafio! Não era a mais difícil, mas serviria para satisfazê-lo.
- Então, a Julieta tem um nome próprio? – Ele perguntou, se aproximando dela, que ainda evitava olhá-lo nos olhos.
- Tem. – respondeu de mal grado. – Julieta.
Usui riu. Essa mulher realmente era complicada.
- Engraçadinha. – Ele pensou rápido, para tentar atraí-la para sua armadilha. – “Mas, silêncio! Que luz se filtra agora através da janela? É o Oriente, e Julieta é o sol!”.
Pronto. Ele só precisaria citar um escritor famoso e ela seria sua. Nunca contou a ninguém, mas já tinha lido todas as obras de Shakespeare. 27 vezes cada uma. Mas, ora! Não tinha culpa se o cara era um gênio!
- “Oh Romeu, Romeu! Por que és tu, Romeu?”. – A mulher se virou para ele com um sorriso.
Afinal, ela não tinha sido tão difícil. Usui sorriu, sentindo o sabor de sua vitória.
- Por que és tu, Romeu? Que não se cansa de me tirar a minha doce paz? Por que és tu que não deseja me ver feliz e se retira do recinto para sempre?
Certo, definitivamente ela inventou esta parte. Usui ergueu uma sobrancelha.
- Você é sempre mal humorada assim?
- Não. – Ela admitiu, enquanto terminava sua bebida. - Sou muito pior.
Melody apareceu e entregou a Usui seu conhaque. Ele nem mesmo voltou seu olhar para encarar seus seios gigantes, o que o teria feito, já que dormiria com ela esta noite. Mas, por algum motivo, não conseguia tirar os olhos de Julieta.
- Por que este ódio imaculável por mim, ó Julieta? – Ele perguntou, enquanto franzia as sobrancelhas, genuinamente curioso.
- Porque tenho consciência de que homens como o senhor, ó Romeu. Teem como sua atividade preferida roubar e abandonar corações de jovens indefesas. Mas hoje, Julieta não é indefesa. Ela sabe que sentir amor por um homem é algo sem nexo. Ela sabe que está bem melhor agora como estaria com um homem como vossa senhoria.
Ela pegou a verdade, cuspiu nela e a esfregou na cara de Usui. Como uma garota poderia ser tão fria e tão atraente quanto um imã? Ela tinha o dispensado de inúmeras maneiras, mas Usui não desistiria. Ele a teria. Nem que isso lhe custasse muito caro. Provaria a si mesmo que não poderia ser vencido. Não tinha desenvolvido um amor á primeira vista. Ao contrário! Sentiu tamanha aversão por ela que sentiu como se estivesse em um jogo. E ele ganharia, com certeza.
- Mas você não me conhece. Como pode deduzir tantas coisas sobre mim? – Usui fincou seus olhos verdes nos orbes cor de âmbar.
- Porque eu conheço muito bem homens como você. – Ela respondeu, seca.
- Homens como eu? – Usui riu. Uma risada doce e encantadora, que deixaria qualquer uma nas nuvens, mas não aquela Julieta. – Minha querida, você nunca conheceu homem algum como eu. Eu sou único.
Julieta ergueu uma sobrancelha. Antes que ela pudesse falar alguma coisa, ele pediu, pensando rápido, ao ver a música tinha acabado e os convidados batiam palmas:
- Me daria a honra desta dança? – Como de costume, ele se colocou de pé e a reverenciou, mantendo contato visual por todo o período.
- Até parece. – Julieta riu e voltou a olhar para frente.
- Por favor. - Usui pediu. – Só uma dança, e eu prometo que nunca mais vai me ver, se você assim quiser.
- Eu não gosto de ser solicitada. – Julieta respondeu. Desta vez, olhando para ele.
Usui fingiu indignação.
- Você não está sendo solicitada! Está recebendo um convite, o qual eu ficaria encantado se aceitasse.
Julieta pareceu refletir sobre o assunto. Ela ficava linda assim. Franzia o nariz e o cenho, seus lábios se contorciam em uma curvatura convidativa.
- E se eu não aceitar?
- Bem, isso me obrigará a medidas extremas. Como por exemplo, ficar te seguindo a noite inteira.
Julieta não gostou de ser chantageada, mas decidiu que seria melhor deste jeito, afinal, era só uma dança. Não corria perigo algum. Sabia muito bem se defender, e se algo acontecesse, seu celular no bolso tocaria, então...
- Tudo bem, eu aceito. – Ela tomou sua mão e ficou de pé.
- Posso, pelo menos, saber o nome desta linda dama? – Usui pediu, tentando depositar-lhe um beijo nas costas da mão, mas Julieta puxou seu palmo com força, para evitar o toque daquele homem estranho.
- Eu sou Ayu... – Ela parou por um instante e pareceu refletir sobre o seu nome. Mas então, se voltou com a mesma rapidez. – Eu sou Ayuko.
- Ayuko... que nome mais encantador... faz jus a sua beleza.
Ela o fitou sem expressão, mas corando levemente. E cruzando os braços, disparou:
- Romeu, vai me tirar para dançar ou não?
Usui riu novamente. Uma risada de verdade, com gosto e se deliciando por ver a morena ficar envergonhada daquele jeito. Teve um pressentimento de que se divertiria com aquela mulher... ah, sim.
- Mas é claro, Ayuko-chan.
Julieta ficou rubra de novo, mas estendeu a mão e deixou que Romeu a conduzisse para sua dança. Afinal, todos que conhecem Romeu & Julieta sabem que este amor trágico teve início em... onde mais?
Um baile de máscaras.

Notas Finais


No próximo capítulo, mais surpresas nos aguardam! Por favor, comentem! Isso me motiva bastante! XOXO


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