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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - A Verdade de um Nanci


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


:3

Capítulo 86 - A Verdade de um Nanci


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Althunrain - Rei Lich - A Verdade de um Nanci

Estar aqui com o meu mestre é uma coletânea de momentos incríveis, comer ao seu lado sempre foi uma honra para mim, não só por ser seu servo, que ouso dizer ser o mais empenhado, mas, eu sinto algo diferente em mim aqui, não é mais forte do que a alegria que tenho, porém é tão divertida quanto.

Lambo os dedos com o maior prazer de todos, estava satisfeito, e ao lado do meu mestre tudo é mais incrível. O rapaz humano veio logo, Aryn estava se deleitando tranquilo, e assim que esboçou o movimento, o ultrapassei para servi-lo como deve ser, não o contrário.

— O senhor deseja mais alguma coisa? – o jovem humano pergunta ao ficar ao seu lado.

— Estou satisfeito, estava delicioso e o melomel, é muito bom. – erguendo seu copo para o alto, meu mestre faz o rapaz sorrir com suas palavras bondosas.

— Obrigado Vossa Graça, é uma honra servi-lo.

— E você? Quer mais alguma coisa? – demoro alguns segundos para perceber que era comigo, é difícil para mim entender que sou relevante nessas questões, e deuses... acho que nunca conseguirei me acostumar.

— Oh, não senhor, estou muito satisfeito também, muito obrigado. – baixo a cabeça ao humano que faz o mesmo gesto que tantas vezes vi meu mestre fazer, seu indicador e dedo médio tocam a cabeça e levam o que seja a uns dez centímetros dela. Me pergunto o significado disso enquanto Aryn se levanta calçando as luvas, claro, eu e ele deixamos o barril quase vazio, mas, mesmo assim, tenho certeza de que meu senhor poderia tomar tudo sozinho.

Fico ao seu lado enquanto nos movemos por dentre as pessoas. Elas olhavam o meu mestre com um certo medo, pareciam muito preocupadas com algo que só percebi depois... todos me fitavam com desdém, como se eu fosse indigno de estar ali, confesso que concordo, não mereço estar servindo este homem tão maravilhoso, mas, é meu dever, como seu servo e amigo.

— Mas já vão? – o dono do lugar recebe o barril de seu filho que, agora que penso, é muito forte para ter carregado aquilo cheio antes.

— Sim, preciso fazer algumas coisas ainda. – o olhar azul dele fica em mim por poucos instantes antes de retornar ao outro senhor. – E sabe... – Aryn olha para suas mãos perto do quadril. – Tempos difíceis estão por vir. – com um suspiro pesaroso, meu mestre me faz entender, se trata da guerra...

 

Estávamos na rua outra vez, segui-lo é muito fácil, o ruim é quando saímos daquela região mais descentralizada e chegamos ao cerne da capital, aqui, as pessoas se vestem muito bem, o ar é cheio de um aroma muito bom de flores e perfume enquanto as casas exibem suas arquiteturas rebuscadas e seus valores em pedra, me sinto um pouco... humilhado, digo, estou tão mal preparado se comparado ao meu mestre, minhas patas nem estão vestidas. Olho para elas enquanto as garras batem contra o chão num som breve que soa sempre que tenho de acelerar um pouco, o braie que uso é simples, mesmo que não tenha direito algum, devia ter pedido ao menos faixas para cobrir as minhas patas ou pedir ao Aryn que me desse aqueles pesos de novo, eles eram a expressão da minha servidão a ele, juntamente ao seu nome na minha amada coleira, seria mais que o suficiente para mim, poderia ficar nu que não haveria problemas, devidamente identificado, eu não me sentiria desconfortável como agora.

Fico outra vez nesses pensamentos que meu mestre já me disse para esquecer, sei muito bem que as vezes volto ao costume de quando era escravo, é muito mais fácil para mim agir assim, admito, no entanto ele me mandou parar com isso, afinal somos amigos e... eu não quero ser o escravo de um amigo. Iria falar com ele, ao menos isso eu me permito fazer agora...

Entretanto, meu focinho traz algo a mais, além do cheiro de humanos, sinto o aroma singular da minha raça, e junto a isso vejo um deles. Era uma raposa que seguia três moçoilas, que em seus trajes rosas e brancos, pareciam estar a caminho de alguma cerimônia importante, entretanto, a Nanci estava sendo levada de uma forma branda, sua coleira esverdeada não parecia ter metal, e sim um tecido onde era encrustada esmeraldas. Os itens de apresentação e transporte, algemas e tornozeleiras, eram da mesma coisa e não tinham correntes interligando-as, a única coisa que a impediria de correr e fugir, era uma fita branca que a menor das moças balançava enquanto saltita pelo chão de pedra.

Assim que uma delas vira o rosto para nós, me coloco no lugar, mudo a direção de meus olhos e sigo fitando as botas de meu mestre quando o sobretudo permitia. Por mais que minhas orelhas estivessem baixas, podia ouvir muito bem elas cochichando, se perguntavam quem era o meu senhor, porque tinha um Nanci tão... hooh... Sorrio de canto com os elogios que recebo, não quero que saibam, pois, isso que fiz é falta de educação, mesmo que sem intenção.

— Olá. – uma delas se aproxima de meu senhor, seu rosto branco reluzia em vermelho pelo Sol da tarde assim como era a cor de seu cabelo longo, o sorriso dela é muito bonito de ver, assim como os olhos de um verde azulado que o fita.

— Olá... – meu senhor desacelera enquanto todas as três se aproximavam de nós sem tirarem a elegância da postura.

— Me desculpe te perguntar, mas, sabe qual é o caminho mais rápido para o Palácio? Eu e minhas amigas precisamos chegar até lá, no entanto, acabamos de chegar na cidade e não fazemos ideia de como... sabe... – ela fica sem jeito, ergue os braços me mostrando as mangas grandes, como se seus braços fossem o quíntuplo do tamanho original.

— Claro, estamos indo para lá também, se quiserem, podem nos acompanhar. – meu senhor oferece tal honra com rapidez, e com mais ainda...

— Tudo bem então, sou Alia, estas são minhas irmãs Isya e Kalya... ah e esta é nossa Nanci. – a raposa se curva profundamente ao meu senhor, gesto este que todas deviam fazer, mas, apenas...

— Sou Aryn. – ele estende a mão como se elas já fossem camaradas.

— Prazer. – a moça sorria de canto com espanto e gostosura. Os dois aperam as mãos e, acho que meu senhor se esqueceu que se tratava de uma senhorita, pois, além de apertar, movimenta a sua com firmeza, assim como dois bons amigos fariam.

— Este aqui é o Klyce. – ao ser apresentado, junto as mãos a cada lado de mim e me curvo da mesma forma que a raposa fez, de orelhas abaixadas, cauda junta e focinho mirado ao chão.

— É um prazer conhecê-las. – ao me erguer, noto que as duas mais atrás cochichavam algo entre si, coisas que não me permito saber.

— É um Nanci bonito o que o senhor tem. – a mulher me lança um olhar comum, era o mesmo de observar um item valioso e desejado. – A pelagem dele é simplesmente belíssima. – vejo o desejo intenso nos olhos vibrantes dela, coisa que se repete em suas irmãs que me fazem acanhar, o que leva elas a diversão.

— Não é... – receber isso deles me faz sorrir e agradecer muito. – Todo branquinho. – o comentário do meu senhor é tão carinhoso que tenho de virar o rosto.

— Meus parabéns, é um Nanci muito bem cuidado... – antes de falar, sua irmã menor, a mesma que segura a guia da escrava, é quem intervêm.

— As patas dele são de que cor?

— São pretas... igual o focinho. – Aryn aponta a ele e assim, nota o quão desconfortável estava pelos elogios e...

— Totalmente? – Aryn olha para mim e assente para a moça que sorri.

— Ahhh que fofinho! Viu, eu falei! – ela bate no ombro da mais calada das irmãs que faz cara feia a ela.

Fico um pouco desconfortável por falarem delas assim, só meu mestre pode falar sobre isso, afinal, é uma das partes mais particulares minhas e... estou com elas descobertas, então, devo aceitar que falem delas assim, afinal, não demonstrei que eram limitadas ao meu senhor, erro meu.

— Muito bem, vamos? – Alia é quem acaba com todo essa conversa e enfim, nos faz ir ao ponto.

 

Seguimos todos o meu mestre agora, bom, as moças ficam ao lado esquerdo dele, eu a outra Nanci ficamos atrás, silenciosos e atentos, principalmente eu, pois, eles falam sobre mim, perguntam sobre minha descendência, de qual criadouro vim. Mas o que me deixa pensativo, é ouvir o meu senhor mentir sobre tudo ali, talvez ele... ah sim, que tolo eu sou, Aryn não vai compartilhar coisas sobre mim a quem acabou de conhecer, sou mesmo um idiota de pensar nisso.

Estávamos andando por entre as casas altas a algum tempo, o número de pessoas diminuía enquanto as luzes da noite eram acessas nos postes altos e acinzentados, a luz branca cintilava reversa as últimas do Sol, e junto a elas, as patrulhas de soldados, aqueles mesmos que vi quando chegamos, passavam em duas duplas em uma marcha sincronizada e rítmica. A raposa ao meu lado não falava nada, não havia mordaça dela, nem nenhum tipo de restrição fora a guia da coleira. Porém, nas vezes que ousei olhá-la de canto, notei, além de sua postura firme e calma, que ela parecia focada, já vi isso muito, quando os meus antigos companheiros Nanci eram punidos pelos servos do mestre, eles ficavam assim por muito tempo, é uma marca do medo, uma marca que sempre ficava mais forte com as punições. Todavia não posso dizer se é por isso mesmo, afinal, me orgulho de poder dizer sem nenhum medo de que nunca fui punido com chicote por toda a vida. Isso para mim é um mérito muito valioso, significava que estava sendo bom para os meus mestres...

Mas, com este último e absoluto mestre, não tenho chance alguma de ter medo, isso só de pensar já é incrível, sentir, é maravilhoso.

 

 

 

 

Lembro-me de que o caminho era esse, vi essa rua larga quando chegamos no Cixoam, ela dá direto na praça alongada, que, se meus cálculos estiverem certos, ao virar à direita, poderemos ver o Palácio. Coisa que as casas imensas daqui não permitem com seus trios de andares.

Mecho os dedos para sentir os familiares anéis de contenção, uso-os para não atrapalhar o Olho de Gricollal e para ajudar Thereza a nos reabastecer com mais intensidade, porém, sinto aquele amargor na boca, um gosto metálico que me deixa atento, os efeitos que senti no colégio podem se repetir, e isso é a última coisa que quero, ainda mais na frente do Klyce.

Sigo o meu instinto por todo o caminho, não quero usar poder para isso, afinal, poderia alertar qualquer um que tenha um mínimo senso arcano.

— O senhor mora aqui? – a moça Alia juntas as mãos as escondendo dentro das mangas grandes.

— Sou um visitante como vocês... porém, já passei algum tempo aqui, bom, não mais quando o Klyce, mas, ainda assim. – dou de ombros.

— Seu escravo ficou na cidade? – como essa palavra me incomoda, “escravo” é como um xingamento, bom, Klyce chamaria de realidade a algum tempo, hoje, espero que seja seu passado apenas... – Curioso... o senhor confia muito no seu lobo pelo que vejo, somente coleira e... o permite falar livremente. – os comentários dela reviram meu estômago, isso nunca deveria ser dito a alguém. – Ele foi treinado pelo senhor?

— Klyce é apenas muito educado e gentil, nunca me deu problemas, pelo contrário. – viro o rosto a ela. – Ele faz tudo que peço muito bem, mas para todos os efeitos, eu o treinei, como disse antes. Porém, ele sempre foi muito educado então, foi rápido e fácil.

— Ohh sim, entendi... – ela recua para discutir algo com suas irmãs, apesar da voz baixa, apesar de tentarem ser reclusa, ouço muito bem o que falam, e me surpreendo, elas especulam sobre como eu poderia treinar um Nanci, que parecia alguém simpático com eles, não um mestre rígido, logo, debatiam o que disse, que Klyce foi fácil, então que talvez eu não fosse um imbecil racista como todos daqui.

Sorrio de canto por isso, era bom encontrar tanta gente de bom caráter. Talvez eu atraia isso para nós, e fico feliz em deter essa boa aura. E dali, chegamos a praça central, haviam árvores postas num canteiro vasto cercado por um canal de uns quatro metros, completamente cheio de água cristalina que dá morada a um monte de peixes multicoloridos, era como se houvesse uma floresta aqui. Ao redor, uma mureta baixa de pedra ornamentada em branco impedia qualquer idiota de cair lá, postes cinza-claro se estendiam a cada dez passos com uma luz branca e forte que é protegida por um globo de luz que pende para baixo. E a melhor visão está além, afrente de nós, o imenso palácio, porém, antes dele, a longa escadaria branca com os simétricos soldados postos em quartetos a cada oito degraus.

Seus escudos longos e prateados como suas armaduras, davam destaque a uma runa grande e dourada afrente, assim como as espadas curvas de lâmina negra que descansavam em seus quadris como garras de monstros abatidos. As moças que nos seguem discutiam sobre como seria lá dentro, estavam ansiosas, é óbvio.

— Desculpe perguntar senhor Aryn, mas, o senhor trabalha lá?

Pendo a cabeça com um sorriso cheio de humor. – Pode se dizer que sim Alia, mas ultimamente estava mais a fora, sabe...

— A guerra não é?

— Sim, ainda nem começou de verdade, e já começa a fazer suas vítimas, é muito triste... – essas pessoas nem tiveram chance de lutar e se provar, ir para Yara’kra é uma honra, mas, entrar nos Salão das Lendas, é o verdadeiro desafio.

 

Ao chegarmos nos portões, nos deparamos com alguns rostos conhecidos. – All’ma! – ergo o braço para ser achado mais facilmente pelo homem que sorri sob a armadura, seu elmo, estava em sua mão.

— Aryn, que bom vê-lo aqui! – o cumprimento emendando um abraço e... – Klyce. – meu Nanci também aperta sua mão sem pudor.

— Todos voltaram bem?

— Sim senhor, graças aos deuses todos chegaram bem, estamos alocados numa casa perto da praça já que... meu antigo local de treino foi parcialmente destruído...

— Ahh sim, o Klyce... – aponto ao Nanci atrás de mim. – Ele me contou, e afinal, conseguiram descobrir quem foi o mandante?

— Vossa Graça Sina está trabalhando nisso, mas, depois que voltamos. – o olhar dele vai brevemente as moças, como se indicasse que deveria ocultar palavras delas. – Com seu auxilio conseguimos avançar bastante, inclusive.

Abraço-me com um sorrio torto, afinal, trazer o general tem seus riscos. – Deixe-me apresenta-lo a Alia e suas irmãs Isya e Kalya, este é All’ma, um dos oficiais da Academia de Guerra.

— Prazer conhecê-las. – ele as cumprimentam com ânimo, este sentimento, compartilhado.

— O prazer é nosso, é uma honra conhece-lo Espadachim Fantasma. – o olhar dele fica diferente, uma surpresa pensativa...

— Enfim... eu e o Klyce precisamos ir, então...

— Oh sim, iremos com o senhor, se não for problema... podemos acompanhá-lo mais um pouco?

Ofereço o caminho e gestuo um simples até logo para o meu amigo. – Nos vemos amanhã All’ma.

— Muito bem...

 

Ouvir e ver a reação delas enquanto passamos pela grande biblioteca é engraçado, e muito familiar, o espanto delas quanto ao tamanho do lugar é o mesmo do de qualquer um. Por minha presença, nenhum soldado interfere, algo que para qualquer outro seria diferente, nesses tempos de guerra, qualquer tipo de segurança é mais que ideal. Prova disso é o número de runas e magias defensivas que vejo armadas em todo canto, tenho que deixar meus olhos sem poder para não ser distraído com os desenhos bonitos que se acumulam até mesmo no chão.

Enquanto passávamos pelo lugar e chegávamos a sala do trono, percebo a intensa presença de soldados, postos a cada lado do grande salão de festas, nenhum ficava atoa, todos mantinham a postura e os mesmos armamentos daqueles lá de fora. Outros seis ficavam na porta a nossa frente, sob a luz forte dos lustres e o chão castanho e brilhoso, suas armaduras prateadas reluziam com intensidade, talvez seja por isso que cerro um pouco os olhos, ou talvez seja o sono que abate sobre mim...

— Alto. – dois deles se prontificam. – Seja bem-vindo de volta senhor, quem são suas acompanhantes?

Viro me as duas também curioso em saber mais. – Alia, Isya e Kalya, as trouxe até aqui apenas, bom, nos separamos aqui pelo visto. – sorrio as quatro e aceno para o Klyce que se prontifica a ficar ao meu lado. – Até.

E assim, os soldados falam com elas enquanto avanço junto ao lobo, vejo Sina sentada em seu trono rindo de algo que Cixoam conta a ela, entretanto, seu sorriso se intensifica ao me ver, ela estende os braços para me mostrar ao seu... “amigo intimo” que coloca as mãos para trás.

— Olá Aryn. – o Grão-Mestre baixa a cabeça muito sutilmente e logo, seus olhos vão para trás. – Quem são?

Relataria as moças que acompanho, porém, elas seguem ao meu lado. – Vossa Graça Sina, é uma honra... – Alia e Isya são aquelas que avançam e se ajoelham afrente dela, a última das irmãs fica junto a Nanci que... há algo estranho nela, algo realmente... estranho. – Estou aqui para trazer-lhe boas novas...

Caminho até eles com vagareza, Klyce fica sentado no último dos bancos com sua clássica postura elegante, o lobo pousa as mãos nas pernas, une as patas no chão e fica atento, com as orelhas parcialmente eretas. Volto a observar as moças e a Aze, elas sorriem e falam sobre algo, aparentemente, Alia e suas irmãs são antigas mercadoras, como filhas dos reais donos, elas trazem novos acordos comerciais de seus tecidos e matérias-primas, porém, me questiono uma coisa, se elas são filhas de donos comerciais, tem toda essa responsabilidade, não seria lógico que soubessem chegar até aqui?

 

Meus ouvidos chiam por alguns instantes. Minha coluna se eletriza e... Um relâmpago soa alto e estrondeante, uma explosão de luz e chamas vem sequente e assim que recobro a visão, vejo Isya caída no chão com um buraco no meio do peito. – Shhh, sem um movimento. – sinto uma adaga pousar em minha garganta.

Alia se revela sob a máscara que usa, máscara figurada... – Mestre! – Klyce se levanta e nisso, a última das irmãs se revela também, suas mangas trazem duas adagas grandes e brancas.

Cixoam fica entre nós e a Aze que mal saiu do lugar. – Eu tinha dúvidas quanto a vocês, mas, agora entendo de que lado estão minhas queridas, lado errado...

— Eu tenho um refém Sina, vai sacrificá-lo para me matar? Vai sacrificar mais gente para ter o que quer? De novo?

— O que você quer aqui Alia?

— Você devia ser levada viva, mas, a mudança de planos exige algo mais prático... se o seu Grão-Mestre não matar você, eu mato ele! Eu vi como olho para ele, é importante! – sinto sua arma mexer em meu pescoço. Sua irmã que exibia as adagas agora joga algo no chão, um tipo de pedra. Ah claro, uma Khaon...

— Posso apenas te fazer uma pergunta? – Cixoam sorri e se acomoda ao lado do trono. – Quem você acha que é o ser mais poderoso nessa sala?

— Você... sei que é um dragão e... que está envolvido no que houve em Nostradam e na Dupla-Fenda!

— Não mesmo, você está o ameaçando neste momento... é Aryn quem fez tudo aquilo...

— Há, e eu o capturo assim fácil? Conta outra...

— Klyce... – meu lobo estava assustado, apavorado, porém, meu tom é justamente o contrário. – Quero ver de perto o que você aprendeu com o All’ma. – o aperto da moça é inútil, pois, sua adaga, mesmo neste lugar, não me cortaria, já que cobri o lugar com gelo negro. – Quanto a você Alia, deveria ter esperado com que eu e o Cix fossemos para longe, assim, você teria um mínimo de chance... em nenhum momento mostrei a você o que eu sou de verdade, mas, agora pode saber, foi eu quem matou os dois generais na Dupla-Fenda.

O mínimo susto dela é a deixa que queria, minha mão esquerda via veloz até a adaga, a puxa para mim e simplesmente com a vontade espinhos de gelo emergem de minhas costas a forçando para trás. A mulher bate contra a parede e com um tapa no ar, a cubro de gelo ali mesmo, ela tenta se mexer, porém, não vai a lugar algum. Sua última aliada é cercada pelos soldados que entram, Cixoam encobre o punho com sua pura luz, no entanto.

Klyce se aproxima de mim, mostra os dentes em uma agressividade que poucas vezes pude ver. – Ninguém toca nela. – ordeno aos homens que faziam uma parede de escudos.

— Quando eu quiser essa pedra aqui vai explodir, aposto que nenhum de vocês vai ficar com todos os pedaços!

— Recuem vocês! – Cix fala enquanto se vira a Aze. – Minha senhora, vou te tirar daqui agora...

— Não, eu não vou recuar com essa ousadia, se Ehiet acha que tenho medo deles, que vou dar para trás com uma tentativa pífia dessas... estão totalmente enganados. – a mulher me faz sorrir, é esse tipo de coragem que eu gosto de ver. – Você não tem chance alguma, pode escolher entre a rendição ou a morte...

— Ou eu posso explodir isso e levar alguns de vocês comigo! – as adagas dela brilham em um azul intenso. A Nanci que trazia consigo estava jogada no chão, pisam nela e a algemam ali mesmo, e uma coisa me traz a atenção, ela não esboça reação alguma, nenhuma expressão...

— Vamos fazer o seguinte. – cruzo os braços afrente de mim. – Eu admito a sua coragem em nos atacar assim, por isso, faremos o seguinte... Klyce... – toco o ombro dele. – Ele vai lutar contra você até a morte, caso você vença, poderá voltar em segurança para casa, ninguém vai atacá-la ou machucá-la... caso vença. – reforço, e com um olhar para Sina, a vejo assentir para minha sugestão.

— O quê? – posso ouvir daqui seu coração acelerado, elas não esperavam nossa reunião aqui, aparentemente.

— Klyce... – abro o limbo e trago sua cimitarra para ele. – Fique atento e não hesite.

— Sim mestre. – ao segurar sua arma, o lobo muda, seu rosto fica sério, sinto suas costas se arrepiando e sem nenhum medo ele avança.


Notas Finais


Sim vai ter porradaria OwO


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