POV Érika Viana
Existem duas coisas que podem ser as piores que vão acontecer na sua vida.
A primeira delas, é estar na semana vermelha (sim, a pior semana do mês que toda mulher tem) e usar uma calça branca. São definitivamente duas coisas que não combinam nem um pouco.
A segunda, com certeza, é chegar no seu apartamento, no qual você morou por 2 anos pensando que tudo ia dar certo no final, e olhar para sua porta, onde há um aviso dizendo: Ordem de Despejo.
Ou eu pago o aluguel atrasado em três meses, ou estou fora da cidade que nunca dorme.
(...)
- Hey, não fica assim... - disse Lívia tentando me consolar. - Nesse exato momento temos pizza, e amanhã vamos dar um jeito nisso. Agora, foca na pizza.
- Mas o que eu vou fazer?!! - disse em prantos. Estava naquela cama chorando a horas, pensando numa solução agradável para a situação, mas infelizmente, as coisas não caem do céu. - Tive uma ideia! - sorri esperançosa, me levantando da cama - EU VOU ME MATAR!
- O QUE?! ÉRIKA, O CARA DO DESPEJO TE DEU ALGUMA DROGUINHA?! - Lívia disse, me puxando de volta para a cama e fazendo com que eu caísse sentada.
- Mas não tem outra solução! - e voltei a chorar mais que já estava. - Se eu voltar pra casa, meus pais vão me dizer o famoso "Eu disse que não ia dar certo.", e é a última coisa que eu quero ouvir. Eu quero um abraço! - chorei mais. - Tem certeza que eu não posso me matar..?! - olhei pra ela com um pouco de esperança, mas o olhar que recebi de volta, foi de repreensão.
(...)
Mais uma adorável manhã. A Lívia me fez prometer para ela que eu não ia me matar, então me levantei, tomei um banho, escovei os dentes e fui ao trabalho.
- Bem vindos ao Coffee Breaker's! Posso anotar seu pedido? - nem prestei atenção em quem estava a minha frente, apenas perguntei olhando para o cardápio.
- Qual é mesmo seu nome?
- Érika. - olhei para quem estava sentado à minha frente e quase tive um treco, mas me controlei e sorri. - Olha só, o filhinho de papai! Como vai sua mãe? Pagando muito as suas contas?
- É Harry, mas pra você, Senhor Styles, garçonete. - ele deu uma piscadinha - Quero saber seu nome inteiro.
- Vai ficar querendo. - sorri sínica.
- Preciso do seu nome e sobrenome.
- Bem vindo ao Coffee Breaker's, posso anotar seu pedido? - ignorei.
- Pode me dizer seu nome e sobrenome?
- Bem vindo ao Coffee Breaker's, posso anotar seu pedido? - ignorei mais uma vez.
- Me diz logo o seu nome, garçonetezinha de quinta!
- É Érika. Bem vindo ao Coffee Breaker's, posso anotar seu pedido? - disse mais uma vez.
- Qual é seu sobrenome?! - ele disse, mas dessa vez um pouco mais alto.
- Meu nome é Érika, e o sobrenome é Vai Tomar No Seu Cu!
- Seu processo vai aumentar depois dessa, pode ter certeza. - ele ameaçou.
- Bem vindo ao Coffee Breaker's, posso te apresentar a saída? - disse entredentes e já ficando irritada.
- Precisa de ajuda aqui? - um cara alto, moreno e com olhos cor de mel chegou até a mesa, olhando diretamente nos olhos do mauricinho.
- Preciso? - olhei para ele também com um olhar sujestivo e um sorriso sínico.
- Não. - ele sorriu de volta - Eu volto depois, garçonete.
- Foi o que eu pensei. - o cara disse e esperou Harry sair da lanchonete para voltar ao seu lugar, sem ao menos me deixar agradecer.
Voltei ao balcão, e percebi que a Lanchonete estava vazia. Só havia um casal e o cara misterioso. Comecei a limpar o balcão.
- Dia difícil hoje..? - quando me deparei, ele estava na minha frente, sentado com seu café ali em cima.
- É. Esse palhaço quer me processar. - disse.
- Por que? - ele sorriu achando graça.
Que sorriso lindo...
- Porque ele veio dar em cima de mim, e eu não aceitei muito bem. Quase dei um chute na virilha dele, mas digamos que não deu muito certo. Agora ele quer me processar por danos morais e bla bla bla. Bobagem. - balancei a cabeça em negação e sorri de leve.
- Você não tem cara de ser tão agressiva assim. - ele riu - Mas enfim, se precisar de alguma ajuda, pode me ligar. Meu nome é Zayn. - ele se levantou e foi embora.
E então me dei conta de que ele não passou o número... Uma pena. Tão lindo.. Comecei a retirar sua xícara, quando me dei conta de que havia ali um guardanapo escrito.
xxxx-xxxx, e se não precisar de ajuda, ainda pode me dar o privilégio de ouvir sua voz. Até.
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