Izzy ON
Eu e Maggie continuávamos chateadas e de relações cortadas com Daniel dado que este se tinha revelado bastante bipolar na nossa última discussão, mudando de lados e opiniões muito facilmente e ofendendo-nos a ambas. Tinham passado dois dias desde a nossa discussão e estávamos agora a preparar-nos para irmos ver outro espetáculo dos rapazes, desta vez em Paris, França. Maggie decidiu não confrontar Jonah sobre o assunto de nome e apelido Scarlett Dahl, o que eu não achava correto porque ela estava a guardar aquilo para si tornando apenas a vida dela mais stressante. Na minha opinião, ela devia falar com Jonah pois estas coisas resolvem-se com comunicação mas, Maggie não é nada assim e prefere guardar tudo para si e descobrir sozinha se está correta ou errada. Como não falávamos com Daniel, Corbyn e Zach eram quem sempre nos rodeava principalmente por estarem preocupados com Maggie, já que Jack não se comunicava muito por ter ficado do lado de Daniel e eu evita ao máximo o contacto com o meu irmão dado que ainda desconfiava dele. Desta vez não tínhamos ido assistir aos ensaios e, como sabíamos previamente que íamos ao espetáculo, os rapazes reservaram-nos dois bilhetes na zona VIP pelo que só tínhamos que comparecer no local à hora da performance. Quando estávamos prontas chamamos um táxi e Maggie falou com o condutor sendo que ela se sentia mais confortável para falar francês do que eu e, chegadas ao coliseu, vimo-nos confrontadas com uma multidão de fãs histéricas numa fila desordenada para entrar. Ainda faltavam uns minutos para a abertura de portas mas fomos diretas à nossa e como éramos VIP os seguranças deixaram-nos entrar ao saber os nossos nomes significado que os meninos tinham deixado uma cunha para podermos entrar à vontade independentemente dos nossos bilhetes. Sentamo-nos nos lugares que mais nos agradaram já que ainda ninguém tinha entrado e ficamos à espera vendo ocasionalmente Zach e Corbyn espreitar pela cortina após Maggie lhes ter mandado uma mensagem a avisar que havíamos chegado.
-Parece que vão ter casa cheia hoje - Maggie observa assim que as primeiras pessoas chegam e logo enchem tudo. Quando todas as pessoas já estavam do lado de dentro, as portas fecham e o espetáculo começa poucos minutos depois. As fãs estavam em delírio pois eles tinham recentemente lançado uma nova música e estavam a ouvi-la ao vivo pela primeira vez. Os espetáculos deles eram realmente muito bons e não digo só por serem meus amigos, é que quer eu quer Maggie esquecíamo-nos do mundo à nossa volta sempre que íamos ver um espetáculo dos rapazes o que era bom e mau. Bom porque os nossos problemas desapareciam por duas horas e mau porque quando voltávamos à realidade era doloroso, ultimamente.
-Olha só quem decidiu aparecer - Maggie diz cortando-me a linha de pensamento. Olho na mesma direção que ela e no setor ao lado do nosso, um cabelo castanho longo e liso destaca-se no meio da multidão enquanto aquela que reconhecemos por Scarlett Dahl pede licença a várias pessoas para que a deixem sair.
-Eu diria que era má educação sair a meio do concerto dos amigos - digo quando vejo que se dirige mesmo à saída do recinto. Enquanto a vemos explicar algo ao segurança que lhe abre a porta, Maggie levanta-se e eu só tenho tempo de pegar nos meus pertences e ir atrás dela. O segurança da nossa porta tenta explicar-nos que não poderemos voltar a entrar mas Maggie já vai longe após o ignorar.
Quando a brisa da noite me embate no rosto, vejo Maggie a olhar para ambos os lados antes de avistar Scarlett e começar a andar na direção da mesma num passo muito determinado. Agarro-a pelo braço antes que se aproxime demasiado e ela olha-me confusa.
-Vê - digo e ela para por um momento a observar com mais atenção a movimentação da rua - Ela está a tentar arranjar um táxi, é mais proveitoso se a seguirmos. - Maggie assente ao ver que tenho razão e assim que para um táxi para Scarlett consigo que outro pare também.
-Suivez ce taxi s'il vous plait - Margaret diz logo ao entrar, pedindo que o taxista siga o táxi em frente a nós e que se começa a movimentar
-Sempre quis dizer isso como se estivesse num filme - reclamo
-Estudasses francês - ela responde a rir de mim. Eu entendia o idioma, no entanto, quando tentava falar nada que saía da minha boca fazia sentido então eu limitava-me às expressões básicas como por favor, obrigado, etc.
O resto do caminho seguimos em silêncio enquanto vemos o preço da viagem a subir, felizmente tínhamos vindo munidas dos nossos cartões de crédito ou teríamos de ficar apeadas num lugar qualquer quando se nos esgotasse o dinheiro. O percurso foi longo e o taxista foi esperto o suficiente para não o perder de vista mas também não se mostrar muito, todas as precauções eram poucas porque não queríamos que Scarlett achasse que estava a ser seguida no entanto o trânsito de Paris ajudava muito uma vez que já era perto da meia noite mas a cidade ainda estava bem acordada e o trânsito era algo ainda existente. O táxi à nossa frente parou bem no centro da cidade onde apanhou outra passageira saída de uma casa velha que não despertava a motivação de ninguém por ser tão feia e estar quase em ruinas. Não tinha a certeza sequer se seria habitável. A mulher que se juntou a Scarlett era, no entanto, uma loira, alta e envergava um vestido justo que ao longe lhe salientava as curvas e que ficava acima dos joelhos. Mais não dava para ver devido à distancia a que observávamos a cena e pelo facto de a mulher não se ter voltado na nossa direção.
O veículo movimentou-se novamente e continuamos a seguir o carro da frente até sairmos da cidade. Por esta altura, Maggie já tinha contado a história da vida dela ao taxista só para explicar que seguíamos uma suspeita de traição do namorado da mesma ao que o taxista estava bastante divertido. A perseguição acabou por acabar nos limites da cidade de Paris e eu paguei rapidamente ao homem enquanto Margaret já tinha saído do carro e fazia de sombra, colada a uma parede que não levava luz direta. Quando ia a sair o taxista disse de relance algo sobre como esta era a casa de um homem francês rico e eu agradeci, passando mais tarde esta informação à minha amiga.
-Eu sei que fui eu que dei a ideia mas como pretendes fazer isto? Porque quando elas entrarem não terás como as seguir - digo enquanto observamos Scarlett e a mulher a tocar à campainha da mansão
-Queres apostar isso? - Maggie diz simplesmente. A entrada das mulheres é liberada quando o enorme portão se abre automaticamente e corro atrás de Maggie quando ela inicia uma corrida ao portão após a entrada das nossas observadas. No entanto, tal corrida era escusada dado que verificamos que o portão acaba por não se fechar atrás de nós. Escondemo-nos atrás de um arbusto rasteiro bem a tempo de não sermos apanhadas pelo que a porta da casa se abre e um homem aparece à soleira.
-Bonne nuit, monsieur Aubry - pronuncia-se Scarlett num sotaque muito carregado
-Sempre com o mesmo charme, Letty - responde-lhe o homem a rir
-É o resultado de tanto viajar. - Scarlett diz - Como soube que eu cá estava?
-Ora, as noticias correm rápido quando chegam mulheres bonitas e americanas - ele ri
-Deveras! Só tinha a Jeanne disponível mas penso que será satisfatória o suficiente.
-Terá de ser - diz o homem pousando os seus olhos na jovem que acompanhava a mulher Dahl - Quanto te devo Letty?
-Depende de quando queres que ela vá embora.
-Ora a minha mulher não está cá e amanhã tenho um almoço de negócios muito aborrecido e vou precisar de companhia.
-Nesse caso, fazemos por 800€ e eu venho buscá-la a meio da tarde, combinado?
-Combiné - diz o homem, confirmando e entra na casa levando a jovem com ele.
Scarlett abandona o edifício e corremos para o portão antes do mesmo se fechar e assim que Dahl já não está à vista. Tivemos de andar por meia hora até entrarmos numa parte da cidade mais movimentada onde pedimos um táxi de volta ao hotel dado que o concerto já teria acabado.
-Diz-me no que pensas - peço a Maggie que está com um olhar pensativo a ver as ruas passar rapidamente pela janela do táxi
-Ela usa o nome Letty para não saberem o nome verdadeiro dela, faz-se acompanhar de jovens sensuais, visita casas de homens e leva dinheiro deixando as jovens à mercê deles. Não é o primeiro filme que vejo com este tema.
-Estás a dizer que ela é uma cafetina? Uma matrona?
-De certo modo, sim. Mas ouviste o preço? Não é uma matrona qualquer. É uma matrona de acompanhantes de luxo.
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