1. Spirit Fanfics >
  2. Crow's Flight >
  3. Cárcere

História Crow's Flight - Cárcere


Escrita por: erikastybrien

Notas do Autor


Oii amores!!! Eu gosto bastante desse capítulo, mas quero que vocês saibam que ele não se resume somente a uma coisa. Eu estou curtindo muitooo mapp e sei que vocês também, então aproveitem ;)
Boa leitura!!!!!!

Capítulo 40 - Cárcere


Fanfic / Fanfiction Crow's Flight - Cárcere

Terceira Pessoa 

A taça de vinho subiu aos lábios mornos pela sexta vez naquela noite, cheia de álcool e promessas de dormências que Mitch orava para que funcionassem. Estava se distraindo muito fácil em cada detalhe que lhe surgia na visão, como naquele momento em que seus olhos estavam mais uma vez nas pernas fora do vestido preto e apertado.  

Lydia usava uma calça meia coxa preta, e aquela peça já era – mesmo em pouco mais de meia hora – a coisa mais sexy que Mitch enxergara. 

Ele afundou no sofá macio e engoliu em seco enquanto Lydia comia ao lado dele, distraída consigo mesma. Observou-a dar uma nova mordida na fatia de pizza e murmurar baixinho em aprovação.

Martin poderia se considerar acanhada quando passou pela porta mais cedo, mas bastara poucos minutos para perceber-se ausente de preocupações rotineiras. 

Ela demorou-se um novo minuto para admirar as janelas do chão ao teto, a estante preta carregada de livros, a cozinha ao fundo da visão com armários pretos e foscos.  

– Seu apartamento é bonito. – Elogiou ela. – Gostei da pegada vintage.

Mitch a olhou por cima da taça, os olhos quentes de uma maneira não compactuada com o diálogo proposto. 

– Obrigado. – Ele ancalçou o controle remoto em cima da mesa de centro e voltou a acomodar-se no estofado. – Eu escolhi um filme para a gente assistir. 

Os olhos verdes brilharam de empolgação. Ela engoliu um último pedaço e jogou a metade da fatia de volta na caixa de pizza, pegando a taça de vinho que Mitch serviu. Acomodou as costas no sofá e sentiu o pulso pular quando o homem passou um braço pelos ombros dela e a acomodou mais perto. 

O frescor de sabonete e uma essência viril a atingiu em cheio. Ele ainda tinha o cabelo escuro úmido do banho. Mitch a viu dar um mero sorriso de gratidão antes de encostar a cabeça no ombro dele a aconchegar as mãos no colo, relaxada contra o corpo masculino. Ela prendeu a taça contra os dedos e respirou baixinho, viciada no cheiro que vinha da camiseta preta e lisa. Precisou conter o impulso de tocar no tecido.

– Aposto que é alguma baboseira sobre John Travolta. – Murmurou ela, alguma seriedade por trás da voz leve. – Homens são previsíveis.  

Mitch deu uma gargalhada vitoriosa. 

– Homens, são sim. – Disse ele, sorrindo. – Mas eu sou diferente, Martin.  

Ela ergueu-se dele com um sorriso debochado. 

– Que frase clichê. Está tudo bem, eu assisto... 

Lydia se calou quando a descrição do filme surgiu na tela. Seus lábios caíram em choque, mas não demorou para eles se curvarem em admiração e euforia.  

– Isso é sério?!

Mitch riu, bebericando o vinho. Ele se esquivou para a ponta do sofá e apagou a luz da sala, deixando-os com a pouca iluminação azulada que atravessava a janela e a da televisão.  

– Posse te dar o que você quiser se eu chorar.  

Ela rolou o pescoço para o lado e sorriu, fazendo-o lamber os lábios quando o cabelo grande deslizou pelas costas com um charme natural. 

– Acontece que eu já tenho tudo que quero.

Mitch esvaziou a taça de vinho com mais dois goles e colocou-a na mesa de centro. Ajeitou-se no sofá e lançou o quadril um pouco mais para a frente, subindo os pés descalços até o móvel de vidro. Os olhos verdes engoliram seus movimentos sem receio, observando tudo que podiam mesmo no escuro. 

O homem ajeitou a barra da camisa e as mãos caíram para as cordas que pendiam da calça de moletom preta, amarrando um laço ao perceber que estavam soltas. Martin odiou achar o movimento charmoso e mesmo que ele supostamente não fizesse nada demais, ela acreditava poder ter visto a sombra de um sorriso em um dos cantos da boca dele.

– Deve ter alguma coisa de mim que você quer, linda.  

Linda. A palavra formigou nos ouvidos de Lydia. Ela mordeu a boca com força e gemeu por dentro, a pele rasgando em desejos desesperados, sussurrando para que ela se aproximasse e acabasse com a coceira que domava cada poro do corpo. Mas, ao abaixar os olhos, aderiu a outra ideia. 

– Você está blefando. – Acusou ela, baixinho. Corou com a intensidade dos olhos castanhos em seu rosto. – Sabe que não vai chorar com Titanic, mas eu achei fofo que você se submeteu a assistir por mim. Agora ligue o filme.  

– Eu não teria tanta certeza, para ser sincero. – Confessou ele, dando de ombros. – Eu ando bem emotivo. Promete que vai ser um segredo nosso se você precisar me dar colo?  

Ela gargalhou baixinho, pensando na situação, mas assentiu ao vê-lo sorrir. Quando a abertura do filme rodou na televisão, Lydia aproveitou para se ajeitar, deitando e pousando a cabeça na coxa dele.

Olhou para cima e perdeu-se do som da televisão. Admirou o maxilar liso com a barba recém feita, o nariz bem desenhado, a boca fina sendo adornada pela língua ora ou outra quando Mitch parecia sutilmente nervoso.

– Você é bonito. – Expulsou o pensamento, baixinho.  

Mitch deu um sorriso e Martin pode jurar vê-lo corar, ainda que ele estivesse concentrado na televisão. 

– Muito vinho, linda. Muito vinho. – Murmurou ele. 

Ela riu. Uma névoa grogue e carregada de êxtase passou pela cabeça, mas Lydia não se importou. Poderia estar tonta, mas estava bem. Virou para o filme e se distraiu, mas quando uma mão caiu em seu cabelo e começou a acariciá-la, perdeu-se outra vez da tela.  

Suspirou baixinho com a carícia, apreciando os dedos finos deslizarem pelo cabelo, tocando-a com ternura. Seu coração bateu com emoções que poderiam molhar-lhe os olhos.  

Seus sentimentos por Mitch estavam saindo de trás de todas as nuvens tempestuosas dos últimos meses e Martin sabia, já entendia que não conseguia remediá-los. Não poderia explicar como estava acontecendo, como as batidas de seu coração que eram destinadas a Theo agora estavam escurecendo, amadurecendo em puro rancor, enquanto outra parte de si acorrentava-se em Rapp. Uma parte nova e revigorada e exclusiva, movida por ele.

Pensou em quantas vezes cogitou que seu coração não pudesse ser curado, que nunca mais pudesse sentir borboletas no estômago por beijar alguém, que seu corpo não ansiasse mais pela troca de calor humano. Lydia sabia que havia se equivocado pelo simples fato de que enquanto Rapp a acariciava nos cabelos, todas as suas borboletas estavam vivas e acesas por ele. Tudo estava vivo por ele.

Ela dobrou as pernas no sofá. Mitch, distraído enquanto a tocava, espiou o movimento. Pegou o vislumbre do topo da meia calça, sentindo um formigamento correr dos pés à cabeça quando encarou a peça. 

Salivou com o contraste preto na pele clara, observando que Martin não reparou que o vestido apertado subiu um pouco e exibiu a meia calça. 

Arranhou a garganta e obrigou os olhos a voltarem para a tela, embora não quisesse. Tentou conter a repentina falta de ar com um bufar, se concentrando em acariciá-la enquanto assistia o desenrolar da trama na televisão.  

Os minutos avançaram dentro do apartamento escuro. Lydia estava focada na tela quando o ouviu dar uma risada baixa. Ela olhou para ele, curiosa. Mitch balançou a cabeça e continuou assistindo, mas respondeu a dúvida silenciosa e acesa no rosto dela. 

– Você nunca parou para pensar que talvez ela tenha matado o Jack? 

Martin revirou os olhos. 

– É claro que não, ela o amava. 

– Certo, mas se olhar bem cabiam os dois naquela porta. 

Lydia soltou uma risada ácida, embora o bom humor brilhasse em seus olhos.  

– Eles nunca se equilibrariam ali em cima no meio do mar. 

– Então você admite que cabia ele? 

– Não. – Ela negou, apesar de sorrir. – Jack não cabia ali. Aproveite os últimos vinte minutos.  

Mitch suspirou com uma chateação fingida, sorrindo. Enquanto assistia ao filme, buscou o celular no canto do sofá e espiou as horas.  

Lydia aproveitou do momento para virar de barriga para baixo e apoiar o rosto de lado na coxa musculosa, dobrando as pernas e balançando os pés no ar. O viu digitando no celular por um instante e quando seus olhos verdes abaixaram, Martin mordeu a boca com o vislumbre do começo de uma ereção contra da calça de moletom preta. Seu quadril chicoteou ansiedade antecipada. 

Ela se apoiou de bruços e o olhou. 

– O que você está fazendo? – Perguntou ela, baixinho. 

Mitch a olhou de relance, mas ela não conseguiu perceber suas emoções.

– Desculpe, é o Foster. Ele quase nunca me manda mensagem, eu achei um pouco estranho. Só um segundo. 

– Tudo bem.  

Os lábios grossos caíram para o colo masculino e ela o beijou na coxa, sutil, e então deslizou para mais perto. Os dedos foram para o laço das cordas finas e puxaram, afrouxando o tecido quando a atenção de Mitch evaporou do celular.

Ele abaixou os olhos, dando um sorriso sacana quando a imagem da bunda redonda erguida e o rosto de Lydia em seu colo lhe preencheu os sentidos. 

– Ainda faltam vinte minutos. – Provocou ele.

Lydia mordeu os lábios, mas não ergueu o rosto. Ela levou as mãos ao cós da calça e Mitch a auxiliou ao puxá-lo para baixo. Ela enrolou a ereção livre da cueca com os dedos, os desejos reprimidos subindo na saliva da boca com vigor adormecido. 

– Pode continuar assistindo. – Disse ela, em um sussurro. 

Rapp riu baixinho. Ele levou a mão aos cabelos ruivos e os jogou para o outro lado, limpando a visão que estava coberta. Seus músculos tensionaram quando os lábios cheios preencheram seu corpo e deslizaram com uma fome contida, provando-o centímetro por centímetro. Mitch arfou, fechou os olhos e apoiou a cabeça na parede com um sorriso admirado. 

Devorou cada detalhe na forma que Lydia o adornava com a saliva quente, como as bochechas apertadas faziam seu corpo explodir em níveis diferentes, como ela parecia deliciada em prova-lo.

Martin soltou uma espécie de gemido baixo e tímido, sentindo a luxúria disparar nas veias ao agradá-lo, ao apreciar os suspiros baixinhos e carregados de devoção que escapavam da boca dele. 

– Lydia... – Sussurrou ele, rouco. – Eu preciso muito saber se tem alguma coisa cobrindo sua boceta onde essa renda termina.  

Martin vibrou uma risada contra ele, fazendo-o estremecer em prazer. Ela rodou a língua sem pressa no topo da ereção, espalhando saliva e calor ao sugá-lo em deleite pessoal.   

– Você acha que tem? – Perguntou ela, a melodia aveludada estralando em necessidade e rouquidão. 

Lydia, ainda com a boca preenchida, olhou para ele. Seus olhos verdes brilhavam em calor e rendição e picos formigantes de pura afeição. Mitch a ofereceu um sorriso desavergonhado, gemendo rouco quando a boca grossa tornou a chupá-lo, mas com os olhos de Lydia nos seus dessa vez.  

Ele relaxou a cabeça contra a parede e gemeu, uma mão impensada tocando-a na nuca em um estímulo silencioso. Tentou se concentrar em uma resposta, mas sua cabeça estava cheia de todas as letras que preenchiam o nome de Lydia. Ela concentrou-se nele por novos minutos, até afastar-se, pousando as mãos nos ombros masculinos.

Seus olhos verdes estavam carregados de uma fome tímida. Mitch a impediu de aproximar-se ao segurá-la na cintura.  

– Eu quero você na minha cama, linda. 

Ele levantou, pescando a mão dela. Martin se ergueu também, mas sua estabilidade escorregou em um arfar quando foi puxada para cima, obrigando suas pernas a deslizarem e prenderem atrás da cintura dele. Mitch a segurou firme na bunda e a beijou com os lábios macios e urgentes, espalhando uma onda de calor escaldante por dentro da mulher. 

Lydia derreteu nos braços fortes, o coração disparado batendo com os sentimentos que eclodiam por ele. Suas mãos o tocaram no maxilar, tentando inutilmente trazê-lo para mais perto.  

Ela pousou em um colchão macio pouco depois, arfando, tomada por desejo em todas as direções. Os pensamentos iam e voltavam na firmeza do quadril que se alojou entre suas pernas abertas, a mão forte que ainda a segurava na cintura, a carícia quase contraditória da boca dele contra a dela.  

Ele ficou de joelhos e os olhos castanhos eram físicos na pele de Lydia. Ela engoliu com repentino nervosismo, vendo-o puxar a camiseta para fora do corpo.  

Martin admirou o peitoral forte, as curvas do abdômen, as omoplatas repletas de músculos, as poucas cicatrizes que o marcavam... ela tinha curiosidade sobre cada milímetro dele. Demorou-se o quanto pode no revólver preto que se destacava na costela, as chamas preenchidas de preto em baixo de um dos braços, e soltou um gemido reprimido, fechando os olhos.  

Sentia-se engolida por necessidade instantânea e seus ossos estavam se polindo em vontade a ele, sua carne gemendo por tudo que Mitch podia oferecê-la. Ele arrastou os dedos pelas coxas pálidas, sentindo a meia calça fina e macia contra os poros.  

Encarou o pouco que podia ver do começo da meia sete oitavos, deleitando-se em admiração. A apertou como se descarregasse as próprias emoções e quando seus olhos encontraram os dela, energia e eletricidade subiram pelo ar.  

De repente, Martin soube que nada além daquelas paredes importavam. Sentiu-se presa no cárcere de emoções, no magnetismo elástico que a esticava por dentro enquanto o olhava.  

Mitch estava banhado pela luz fraca e amarela que contornava a base da parede e o contraste parecia bonito de uma maneira irreal para ela. 

Ele engatinhou para perto dela outra vez, pescando a boca grossa em um beijo suave e profundo. Martin suspirou, amolecida contra os lençóis escuros, e rolou para cima dele em um rangido baixinho. Com auxílio, ajustou-se de pernas abertas no colo de Mitch.

Ela o forçou a deitar de vez ao empurrá-lo para o colchão. Ele obedeceu, descendo, mas não foi acompanhado. Lydia pousou as mãos no peitoral do agente, algo dentro dela já lamentando que seus lábios não estivessem junto aos dele. Engoliu um novo arfar quando uma corrente de nervosismo pairou nos dedos sem aviso.

Lydia pairou no ar por um momento ao se sustentar nos joelhos e puxou o vestido para a cintura. Mitch a espiou, ainda deitado, e quando Martin rolou o tecido para fora do corpo de vez – subindo-o pela cabeça –, ele abriu um sorriso devoto e despencou de volta na pilha de dois travesseiros.  

– Porra, se eu soubesse que você estava sem calcinha... 

– O que você teria feito? – Provocou ela, sussurrando. 

Mitch admirou a lingerie de cinta liga em volta do corpo pálido e curvilíneo, erguendo o quadril e se esfregando nela com um suspiro desesperado, frustrado e admirado. Seus dedos subiram até as tiras da cinta e exploraram o tecido, sentindo, seguindo até o encaixe da peça nos quadris. 

Os olhos dele brilhavam de admiração quando voltaram-se para ela. 

– Teria enfiado meus dedos em você antes. 

Lydia apertou os olhos em um gemido ansioso quando ele escorregou dois deles para dentro dela, movendo-os rígidos em movimentos de vai e vem. Mãos impotentes o pressionaram no peito. Ela se dividiu entre sentir-se saciada e explorar a sensação limitada, ou afastá-lo com ansiedade e implorar por mais.  

Amolecida contra o corpo forte, esforçou-se para manter a coluna imóvel enquanto era consumida pelo prazer, os joelhos fincados no colchão para sustentá-la. Os olhos de Mitch estavam em seu rosto, admirando as bochechas coradas de necessidade, os sons gostosos e angelicais que eram liberados enquanto ele a preenchia.  

– Você ficou gostosa pra caralho nessa coisa, linda. – Elogiou ele, baixinho.  

Lydia não conseguiu responder, nem abrir os olhos, concentrada demais na maneira que as sensações explodiam em seus poros.  

– Deus... – Exalou ela, pensando alto.

– Vem aqui. – Martin despencou na realidade quando os dedos saíram de dentro dela. Olhou-o nos olhos, confusa, pousando na ereção dele. – Quero sua boceta na minha cara.  

Lydia tremeu com o sorriso malicioso e vazio de pudor que traçou a boca dele, mas, ela não o contrapôs. Aproximou-se conforme Mitch se ajeitou, tirando a cabeça dos travesseiros de maneira que pudesse estar nivelado com a cama, esperando por ela.  

Ela traçou os ombros dele com os joelhos e esperou, levantada. Um segundo correu até a boca de Mitch afundar em seu corpo, dando-a um beijo elétrico de saliva quente e devoção. Lydia gemeu em alívio, balançando o quadril em uma investida ansiosa. 

Ele a tocou na cintura, tentando mantê-la parada. Saboreou-a em êxtase, lambendo, beijando, disparando estrelas na visão da mulher que gemia e cedia ao seu corpo ao sussurrar-lhe pelo nome. 

Lydia o agarrou no cabelo e apertou os fios, os olhos espremidos como se a escuridão das pálpebras pudesse intensificar a sensação. 

Mitch não relutou, obedecendo quando ela o puxou com força, beijando e sugando, tocando em todas as células da Martin.

Embaixo dela, rendeu-se ao cheiro que vinha da mulher, como Lydia parecia dominar uma parte nova dele mesmo quando ele acreditava que ela já havia tomado todo o possível, como as coxas femininas eram macias em seu rosto.

Quando o segurou de novo no cabelo em um incentivo, Lydia percebeu que ele sentiu suor contra os dedos. Ela tentou se desvencilhar, preocupada com o fato de que ele pudesse estar cansado, mas Mitch a segurou no lugar sem hesitar. 

– Mitch... 

– Você só vai sair depois que gozar, linda.

A rouquidão e o poder viril na voz a quebrou de uma maneira deliciosa por dentro. Lydia mordeu a boca e desistiu, rendendo-se outra vez a língua experiente quando ele prosseguiu com a carícia, soltando um murmúrio baixo de aprovação ao lambê-la desde baixo até cima. 

– Você está molhada pra caralho. – Disse ele, olhando-a nos olhos.  

Lydia amarrou um gemido aflito, engolindo e pendendo a cabeça para trás, devorada por cada ponto interno que era tocado enquanto ele a levava até o êxtase. Fechou os olhos e arranhou as próprias coxas, sentindo os músculos torcerem deliciosamente com o esforço, o suor antecipado do orgasmo descendo da raiz do cabelo ruivo.  

Seu corpo puxou a explosão e Martin tremeu da cabeça aos pés, sugada pelas emoções blindadas quebrando nas veias, seus olhos nublados pela carga de prazer que a boca fina fornecia. Ela se remexeu contra ele, arfando e gemendo dolorida, as mãos fracas indo ao colchão quando o corpo cedeu em um lapso de fraqueza. 

Mitch a auxiliou a continuar se movendo enquanto os músculos da mulher pulsavam em seus lábios. O torpor subiu aos pensamentos de Lydia quando os segundos de prazer evaporaram. Ela arfou suada, cansada, sentindo-o deslizar a língua e provar o desejo que escorria.  

Martin soltou um suspiro e tomou coragem para mover o corpo gelatinoso, afastando-se da boca macia. Ela “caminhou” de joelhos e pousou no estômago dele, congelada no fio de energia que puxou seus olhos para os de Mitch.

A mulher pousou mais uma vez as mãos no peito masculino e o deu espaço ao levantar o quadril quando Mitch deslizou o tecido da calça de moletom para baixo e puxou a ereção. 

Um segundo correu até Mitch estar dentro dela, acendendo todas as suas células com prazer. Lydia soltou um suspiro aliviado e fechou os olhos, tomada pela sensação de ser deliciosamente esticada. Seu coração esmurrou o peito aos atropelos, o organismo trabalhando em busca de alguma estabilidade mesmo quando tudo ao redor a fazia desejar quebrar-se outra vez em um novo ápice. 

Mãos fortes tocaram-na cintura, os dedos macios a apertando em um incentivo mudo. Ele encarou cada vinco que surgiu no rosto dela enquanto a própria pele era inundada em uma nova dimensão, um novo ar, um singular momento onde só o que soava era o gemido delicado que reverberou da garganta de Lydia.

Ela desfrutou de cada segundo que prolongou – por conta própria – enquanto estava parada, tomada em todas as direções por pontadas tórridas de prazer. Dedos delicados apertaram Mitch no peito e um movimento lento de quadril seguiu, arrancando um engolir dele. 

Os olhos castanhos atentaram-se na silhueta tocada pela luz amarela e sutil do quarto. Ele admirou a lingerie preta no corpo branco, os seios redondos estufados no sutiã, o jeito angelical que Martin mordeu o lábio mesmo quando seus olhos abriram e queimaram como o inferno nele. 

Ela continuou com as investidas ternas, subindo e descendo com o apoio dos joelhos afundados no colchão, e seus sons estavam domados por deleite puro.  

Segundos e horas fundiram-se conforme o tempo congelou em cima da cama. Martin ainda era lenta mesmo com o suor formando na raiz do cabelo enquanto os joelhos queimavam. Tê-lo devagar era inexplicavelmente melhor do que rápido.  

Ela agarrou um gemido na garganta ao engolir com a boca seca, mas seus sentidos saíram de foco e perderam a resistência quando Mitch se sentou, colando seus corpos. Uma mão invadiu o cabelo ruivo, tocando-a na nuca ao segurá-la, e então um beijo casto e repleto de luxúria e admiração e saudade estava contra sua língua. Lydia sufocou um gemido, consumida pelo poder que vinha dele, pela maneira que cada fibra em seu corpo se enrolou por tudo que aquele homem lançava dentro dela.

Mitch soprou com grunhido baixo, sentindo-a esfregar-se nele enquanto seu pulso disparava em eletricidade. Martin tocou nos ombros fortes e suados, apertou-o com as unhas curtas e soltou um gemido longo quando a mão antes em sua cintura de repente estava no meio deles, ativando suas terminações nervosas em círculos curtos.  

– Mitch... – Suplicou ela, baixinho. 

Martin sentia-se quase como se não pudesse suportar uma nova carga de prazer. 

– De novo, não é? – Provocou em um sussurro, puxando o lábio dela com os dentes. – É exatamente assim que eu quero você. Em cima de mim, cansada de tanto gozar enquanto eu estou te fodendo. 

As palavras fustigaram a pele de Lydia. Ela gemeu em quase desespero, os olhos apertados e o corpo cansado rendido em cima do dele. A mão firme atrás de seu pescoço a manteve parada quando Mitch deslizou a boca para o pescoço dela e a beijou, mordiscou, a mão hábil movendo-se sem cansar enquanto o quadril feminino ainda insista em subir e descer mesmo com a dor das coxas. 

– Você está me enlouquecendo, Lydia. De todas as formas.  

A voz de Mitch atravessou seus ouvidos nublados, embora Martin não pudesse assimilar. Tudo o que sentia era o coração acelerado, uma combustão agressiva cortando o quadril e a cabeça vazia como se os pensamentos estivessem desligados.

– Eu vou gozar. – A voz chicoteou o pescoço dela, seguida por uma mordida mais forte.  

Lydia apertou os olhos e despencou, segurou-se firme nos ombros fortes e começou a investir o quadril para frente e para trás. Mitch diminuiu o ritmo da mão, permitindo que ela escorregasse contra ele como preferisse enquanto seu toque no cabelo ruivo perdia-se numa dimensão irracional e consumida por prazer. Sentiu as unhas contra sua pele irradiarem dor e adrenalina por suas veias.

Ele emaranhou os dedos nos fios e a segurou com mais força, um som arranhado escapando da garganta enquanto assistia Martin escorregando em sua ruína de prazer. Os nervos de Lydia torceram quando a vista escureceu, invadindo-a com tremor e a explosão de estrelas ardentes nas veias.  

Ela gemeu dolorida, esfregando-se enquanto o suor escorria pelo corpo, o calor insuportável engolindo cada vértebra do corpo de dentro para fora. Mitch assistiu o semblante domado por prazer, sentindo-a deslizar molhada contra seus dedos enquanto pulsava. Ela o apertou dentro de si, e Mitch explodiu com ela. 

Ele soltou um gemido rouco e algo dentro de seu peito martelou uma saudade aterradora, mesmo que ainda estivesse colado com Lydia. Seus lábios puxaram os dela em um beijo lento, sentindo-a apertá-lo nos ombros com força enquanto ainda se mexia.

Martin o beijou de volta com desespero, ansiedade, alucinada pela corrente que envolvia sua cabeça e seu coração em uma ligação única.  

Mitch os separou com um arfar, refreado pela epifania que formigava na pele. Ela amoleceu contra ele, exausta, ouvindo-o recuperar fôlego ao encostar a testa na dele.

Longos minutos se esticaram até Martin pousar por cima dele quando o agente deitou na cama.  

Ela os separou e deitou ao lado dele no colchão, enlaçando uma perna com a sua enquanto deitava a cabeça no braço masculino estendido. Lydia ainda estava anestesiada pelo sentimento forte que formigava no peito, pela maneira inédita que sua mente estava enlaçada por nada mais que não pudesse ser ele. Ao olhá-lo, observou o semblante bonito e soube que as batidas guiadas de seu coração eram por aquele homem.

Mitch engoliu com algum nervoso, intimidado pelo poder fundido em luxúria e rendição que o envolveu, embora no fundo não estivesse surpreso. Se ver apaixonado por Lydia não deveria ser uma novidade, mesmo que naquele momento parecesse.

Ele se ajeitou no colchão e virou de frente para ela, pegando o vislumbre dos olhos verdes em seu rosto. Martin passou uma mão pela cintura dele, apreciando quando uma mão subiu ao seu rosto. Ele livrou as bochechas coradas e suadas de alguns fios ruivos, pousando a mão e a acariciando.  

Lydia se viu ainda mais admirada com os olhos firmes de certezas, a segurança e tranquilidade estampada em cada canto da expressão masculina.  

– Eu baguncei seu cabelo.  

Uma risada rouca entoou da garganta dela antes de seus olhos caírem nas omoplatas cheias de músculos. 

– E eu arranhei seus ombros. 

Mitch deu um sorriso orgulhoso. 

– Foi bom pra caralho. 

Ela mordeu a boca com a confissão repentina, tentando segurar as palavras rendidas que aqueceram a língua. Não sabia qual seria a consequência em fazer revelações pessoais, mas admirava como Mitch as fazia sem esforço e medidas. Os olhos verdes abaixaram para o peitoral forte, escorregando-a para os pensamentos.

– Você não se assusta com o quanto isso é bom? – Perguntou ela, baixinho. 

Tentou organizar uma maneira que pudesse fazê-lo entender como se sentia. Apesar de Martin considerar-se realizada na CIA depois de todo seu processo na Resguarda, ainda existiam cicatrizes em seu peito que ela não acreditava poderem seres curadas, e algo dentro dela estava ameaçando partir em uma insegurança que não desejava esconder dele.

Mitch tomou fôlego ao lamber a boca fina, alvo de atenção. Continuou a acariciando no rosto, tentando amortecer qualquer peso que suas palavras pudessem ter. 

– Não. Nada disso me assusta. Assusta você? 

Martin continuou olhando-o mesmo que seu orgulho, incomodado com a ideia de transparecer covardia diante de emoções, tentou a provocar a desviar o olhar. Não sabia como explicá-lo sobre o receio de sentir-se envolvida com alguém de novo depois de decepcionar-se com Theo, e tinha medo de como ele poderia se sentir se ela confessasse que algo dentro dela – mesmo que apenas por rancor ou qualquer outro sentimento que ainda não entendia – estava amarrado ao ex-namorado.  

– Sim. – Disse ela, baixinho. – Estou preocupada que vocês esteja me transformando em uma maníaca sexual. 

Mitch soltou uma risada baixa, vendo-a soltar um sorriso tenso que ele passou despercebido. Ela aproveitou do momento em que ele se distraiu das preocupações antes evidentes para reservar os pensamentos desgastantes. 

– Se você continuar usando lingeries como essa, vamos ter esse problema. 

– Você gostou? 

– Isso é a coisa mais sexy que eu já vi na vida.

Lydia corou por instinto, embora seu peito tenha aquecido com glória e poder pessoal.  

– Quero te mostrar uma coisa. – Disse ela, ajeitando para virar de costas.  

Ele passou uma mão pela cintura dela e colou os quadris, vendo-a levar uma mão ao cabelo. Lydia livrou a nuca dos fios embaraçados.

Uma faca em pé, entrelaçada por duas rosas com espinhos, desenhada em sua pele em tons de preto e sem preenchimento estava registrada em sua pele. Mitch passou um dedo curioso na tatuagem.

– É bonita. Quando você fez? 

– Já tem alguns dias. 

– E o que significa? 

Seu corpo tremeu um arrepio quando ele beijou o desenho, acariciando-a no pé da barriga. Se não estivesse com um nó na garganta, poderia ter se distraído.

– Mamãe e Katherine. – Sua voz tinha um tom cru e adormecido de dor que o atingiu no peito. 

Mitch respirou o cheiro do cabelo ruivo. Dando-se um momento de silêncio, não demorou para entender o que a imagem verdadeiramente significava.

– Uma promessa. – Concluiu ele, baixinho. 

Lydia não o respondeu.

Ela ganhou um demorado beijo no ombro, seguido de outros. Mitch tentava – inutilmente – distrair a si mesmo. Pensar em Lydia com o sangue de Theo nas mãos o enchia de uma satisfação sombria, o que o fazia duvidar de sua própria humanidade, duvidar de qual sentido seu afeto por ela estava seguindo. Aquele era o tipo de questão que Rapp não desejava desmembrar.

Lydia estava exausta de especulações consigo mesma. Ela relaxou com os beijos mornos que trilharam o ombro e não se preocupou em tentar decifrá-lo.

– Durma aqui. – Pediu ele, baixinho. – Eu não quero pensar em ter que te levar em casa com toda essa renda. 

Lydia riu. 

– Nós trabalhamos amanhã, Mitch. 

Dedos masculinos brincaram com a peça da lingerie que circulava a cintura dela, sentindo outra vez o tecido.  

– Você está me persuadindo. – Acusou ela. 

– Eu acho que você merece gozar e dormir bem relaxada, vai me culpar por isso? 

Martin perdeu a resistência quando uma mão se infiltrou de vez em suas pernas, tocando-a no clitóris. Mitch mordeu-a no ombro enquanto – antecipadamente – Lydia se espremia contra ele, balançando o quadril em busca de mais atrito.

Ela o sentiu sorrir contra sua orelha.

** 

Os passos silenciosos seguiram pelo corredor amplo, em direção à cozinha. Martin estava inebriada pelo cheiro que vinha da camiseta larga no corpo, viciada no cheiro de Mitch. Ela seguiu pelo apartamento escuro, entrando na cozinha. Serviu-se de um copo de água e saciou a garganta áspera.  

Voltava para o corredor quando um zunido baixo invadiu os ouvidos. Pescou o controle da televisão e desligou-a, soltando um sorriso malicioso ao pensar que nenhum dos dois perceberam que esqueceram o aparelho ligado.  

Foi até a escrivaninha preta onde havia deixado o celular mais cedo. Tateou no escuro e pescou o telefone, esbarrando em um algo que derrubou canetas pelo móvel. Lydia soltou um palavrão sussurrado e começou a coletá-las de volta, se guiando pela iluminação que acendeu no celular.  

Olhou por cima do ombro com receio de ter acordado Mitch, mas não conseguiu escutar nenhum vestígio dele. Ela recolheu as canetas e enfiou a mão na gaveta entreaberta, percebendo o vislumbre de uma tampa azul lá dentro. Precisou puxá-la para conseguir pegar o objeto. Estava prestes a tirar a caneta quando seus olhos caíram no nome de “Irene Kennedy” em uma ficha com o símbolo da CIA estampado em um dos cantos superiores da folha.  

Era um documento oficial e Martin sabia que agentes não tinham acesso a ficha de outros funcionários, principalmente superiores. Existiam mais papéis embaixo, mas antes que pudesse alcançá-los, sua mão parou.

Reprimiu a si mesma em pensamento, lutando contra a sensação de que deveria descobrir mais e aterrar suas dúvidas naquele momento. Perdeu alguns minutos em seu misto de confusão e tortura pessoal. Não soube o que fazer, o que pensar, e muito menos formular uma explicação coerente. 

Olhou com receio por cima do ombro, com medo de que Mitch aparecesse.

Não queria bisbilhotar, mas seus neurônios já estavam ardendo em uma mistura de curiosidade e receio, sua cabeça dominada por perguntas sem respostas, perguntas que agora estavam afetando os sentimentos vivos em seu peito. Ela engoliu um bolo de nervosismo e em dúvida do que fazer, fechou a gaveta. Colocou a última caneta junto com as outras e apagou o celular, voltando para o quarto. 

Imaginou se aquela poderia ser uma das razões para Irene estar investigando os agentes em suas missões pessoais atribuídas ao grupo. Pensou se, de alguma forma, Irene achava que alguém estava conspirando contra ela, ao mesmo tempo que Lydia não sabia se aquelas folhas na gaveta de Mitch provavam que era isso que ele estava fazendo, afinal, ela não estava lendo os papéis.

Seus nervos apertaram em uma ruptura de frustração.  

Tentou imaginar mil e uma vezes o que estava acontecendo quando se aconchegou na cama, de costas para ele. Mitch tornou a envolver sua cintura com uma mão, sequer abrindo os olhos em meio ao cansaõ.

Do contrário dele, Lydia não voltou a dormir. 


Notas Finais


Eu gosto bastante desse hot deles por que a partir de agora tudo fica naturalmente mais emocional e é bem legal juntar isso tudo, eu acho eles muito intensos ;)
Eeee.... claro, temos esse finalzinho que obviamente é importante. Podem matutar sobre ele a vontade, não direi nada a respeito.....
Quero saber o que vocês estão achando!! Beijosss, até <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...