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História Crush; tododeku - Por quem você está apaixonado?


Escrita por: prushotoo

Capítulo 5 - Por quem você está apaixonado?


Olheiras definitivamente não combinam comigo. Izuku pensou enquanto limpava o seu rosto no banheiro.


Ele não estava pronto para falar com Todoroki depois do que aconteceu noite passada, as memórias dele implorando por beijo ainda estavam vívidas dentro de sua cabeça e ele se envergonhava por isso. 


O alarme disparou. Eram sete horas. Midoriya retornou para o seu quarto e o desligou, ele fez suas higienes matinais e se vestiu. Suas costas doíam e ele ainda se sentia um pouco grogue. Ele não estava pronto para viver, na verdade, ele nunca esteve. Com pressa, o esverdeado pegou sua mochila e saiu do quarto, ele atravessou o corredor e fitou o quarto de Bakugou.


O jeito veementemente que ele dizia "Você é a minha garota" fez com que o estômago do esverdeado revisasse novamente.


Eu também queria ser o garoto dele.


As garotas estavam reunidas na sala, pareciam animadas. Midoriya passou por elas e pegou uma maçã na cozinha, ele até que tentou se livrar das suas amigas, mas foi fisgado de volta para o clubinho de fofocas da Miss Marple.


— Midoriya! Você já se confessou para o Todoroki? — Mina perguntou radiante. Ela parecia ser a única ainda a se importar com o assunto.


— Eu não... Não, não fiz. — Deku respondeu com uma pitada de vergonha e acariciou seu ombro. Cuidadosamente, uma mão sobrepôs a sua e seu corpo gelou.


— Vamos, Midoriya? — uma voz familiar sussurrou no pé de seu ouvido e um arrepio percorreu o corpo do esverdeado, que quase desmaiou. 


Ele olhou sobre o seu ombro e viu Todoroki, que sorria forçado. Será que Todoroki Shouto tinha noção do que estava fazendo? Do constrangimento que havia causado?


Midoriya já podia ver as notícias nos jornais e televisão: "Deku, o herói número um, que sempre destrói vilões tem uma fraqueza, e essa fraqueza se chama: ter Todoroki Shouto sussurrando em seu ouvido às sete da manhã."


O menor respirou fundo e tentou acabar com aquele seu drama mental. 


— Claro, nós ainda precisamos conversar. — ele tentou se manter paciente, mas não conseguiu. Seu coração estava acelerado, pronto para sair pela boca.


Todoroki caminhou para fora dos dormitórios e Izuku o seguiu em silêncio, ele observou o meio-a-meio e contra sua vontade o admirou. Shouto estava bonito, havia crescido um pouco mais e possuía uma cara séria, igual ao pai. Era difícil dizer o que ele estava pensando mesmo que as vezes ele fosse bem óbvio em suas ações. Todoroki Shouto com quase dezoito anos havia se tornado um garoto belíssimo, o ponto fraco de várias garotas — e também de Midoriya.


— Ei, Midoriya. Posso te perguntar algo? — ele quebrou o silêncio. — Hã, você tem um pai?


Deku franziu seu venho e pensou um pouco antes de responder. Ele tinha um pai, mas seu pai não era presente. Havia o abandonado quando teve a chance com a desculpa de que iria comprar um boneco raro do All Might.


— Sim. Oras, eu tenho sim. Eu só não lembro dele — Izuku respondeu enquanto fitava o céu azul claro — Não gosto de falar sobre o meu pai, foi difícil passar o dia dos pais sem ter um, sabe? Acho que sou um pouco invejoso. 


— Me desculpe por tocar nesse assunto, eu fiquei curioso. Nunca te vi falando sobre o seu pai e por isso surgiu a dúvida.


Midoriya se manteve em um silêncio triste. 


— Sobre o que você queria conversar, quero dizer, além disso?


— Ah, eu só queria saber mais sobre você — respondeu.


— Como assim "sobre mim?"


Todoroki tomou um longo suspiro pesado, ele colocou seus braços para trás e voltou seus olhos ao céu. Midoriya sentiu como se seu amigo estivesse procurando um novo assunto para comentar. 


— Nós somos amigos, não somos? Eu confio em você e queria que você confiasse em mim também. — o bicolor falou desatento.


Mais palavras ensaiadas.


— Todoroki-Kun, eu confio em você! Óbvio que somos amigos, mas saiba que você pode me perguntar sobre coisas assim a qualquer minuto, okay? — Midoriya tentou soar amigável. 


— Eu preciso te contar uma outra coisa... Mas não pode ser agora, tenho medo que escutem isso. — Shouto falou lentamente. Sua voz estava baixa e séria. Um sentimento ruim tomou Midoriya que franziu seus lábios e prendeu a respiração por um instante.


— Todoroki-


— Midoriya! — Iida agarrou o ombro do menor que soltou um berro e saltou para o lado, ele olhou para seu amigo que sorria calorosamente. — Hoje é o aniversário da Jirou, o que acha de fazermos uma surpresa para ela?


O garoto franziu seu cenho e olhou para Todoroki que não estava mais ao seu lado, ele havia acelerado o passo e estava muito a frente.


— Ah, sim. Acho uma ótima ideia. — ele respondeu confuso. — Iida, você já se sentiu deslocado?


— Sim, quando a Mei começa a falar sobre máquinas eu finjo entender, mas na verdade me sinto deslocado, muito deslocado. — Tenya respondeu com um sopro.


— Não assim, você não acha que o Todoroki está estranho? — Izuku perguntou tímido.


Iida o olhou com um sorrisinho torto.


— O Todoroki é estranho. Você só percebeu isso agora?


— Você tem razão... — o sardento respondeu calmo e apertou as alças de sua mochila.


Todoroki Shouto era um cara bastante bonito, mas também bastante estranho, isso ele não podia negar. O bicolor sempre parecia estar se esgueirando pelos cantos, procurando uma oportunidade para se infiltrar na conversa, ou ele apenas ficava observando de longe. Como um fantasma em um filme de terror.


Iida continuou dando sugestões sobre a festa surpresa da Jirou, ele parecia tão empolgando que Izuku nem pensou em cortar seu barato com os seus pensamentos paranóicos. 


Eles continuaram conversando, até que encontraram Aizawa na frente da entrada do colégio. Ele estava com Eri em seus braços e parecia estar transitando entre o dormindo e acordado. O professor não quis muito papo, ele avisou a Tenya que as aulas estavam suspensas por conta de uma reunião de emergência que surgiu de repente.


— Iida, por que não usamos esse imprevisto para fazer a festinha? Vou estar livre essa tarde — Midoriya sussurrou para o outro adolescente que sorriu animado e meneou com a cabeça.


— Vou conversar com a Momo, ela que está responsável pela organização da festa. — Tenya finalizou o assunto e pegou seu celular. 


Midoriya deu de ombros e caminhou de volta para o dormitório junto com Bakugou e Uraraka, o loiro estava escutando sua namorada tagarelar sobre os livros de mistério que estava lendo, em nenhum momento ele tirou os olhos da menina, e isso foi bastante fofo. O esverdeado retornou ao seu quarto, se jogou na cama e se permitiu dormir novamente.


[...]


Após o almoço, uma dupla teve que ir ao comércio para comprar as decorações da festa, e como Midoriya não era bobo, deu uma escapadinha da escola e se juntou ao grupinho.


Não era sempre que ele saía do colégio, suas atividades curriculares e extracurriculares o prendiam dentro do dormitório ou nos cenários de treino, e isso não pareceu um problema a princípio, mas estar tanto tempo na escola o fez sentir saudades de sua mãe. Inko era uma mulher sensível, havia superado uma depressão por contra própria, deixá-la sozinha fazia com que ele se sentisse mal.


O grupinho caminhou pelo comércio e observou todas as lojas, as coisas poderiam ter sido mais rápidas se várias garotas não houvessem parado Todoroki e implorado por fotos e autógrafos.


— Também queria ter fãs, eu seria um nojo se alguém me parasse na rua para tirar fotos — Momo deu de ombros e passou a mão em seus longos cabelos lisos.


Midoriya riu de canto. Eles continuaram andando pelas lojas até que resolveram entrar em um estabelecimento que vendia produtos de festa. Momo foi a primeira a sumir dentro do local, deixando apenas Izuku e Shouto a sós.


Eles foram diretamente para a parte de fantasias, Izuku gostava de lá, tinha uma prateleira com várias pelúcias do All Might, ele gostava de apertar os bonequinhos.


— Todoroki-kun, você tem muitas fãs, você não se sente uma celebridade? — Izuku perguntou ao bicolor.


Todoroki pensou um pouco na resposta, um sorrisinho tomou seus lábios finos e seus olhos ganharam um brilho sonhador.


— Ter fãs é divertido. Recebo muitas mensagens, mas não me sinto especial, a pessoa que eu gosto não gosta de mim. — o heterocromático respondeu amargamente.


— Você também está apaixonado?! Por quem? — Izuku abriu um sorriso enorme, seu coração vacilou.


— Por você.


Deku arregalou seus olhos e deu dois passos para trás, Todoroki o seguiu e o prendeu contra uma mesa de madeira, onde tinha algumas suculentas. O bicolor sorriu calmo e gentilmente tocou no rosto do esverdeado, ele deslizou seus dedos pelos lábios alheio e lentamente se afastou, logo tampando seu rosto.


— Desculpe. E-Eu não consigo! — ele exclamou envergonhado e explodiu em gargalhadas, gentilmente colocou sua cabeça no ombro do menor, que estava estático com tudo aquilo.


— O que acharam disso aqui... O que aconteceu? — Momo surgiu ao lado dos meninos enquanto segurava balões roxo de caveira. 


— Momo! Não é o que você está pensando! — Midoriya proferiu rapidamente e Todoroki se afastou.


— Vamos levar balões brancos e pretos, Jirou é não binário, certo? Acho que isso não ficaria tão masculino nem tão feminino, e ficaria com estética de rock, ela gosta de rock. — o bicolor sugeriu com uma calma impressionante.


— Hã, certo. Vou pegar essas cores e deixar os pombinhos a sós — ela deu de ombros e voltou para um dos vários corredores do estabelecimento. 


Midoriya socou o braço de seu amigo com um pouco de força e o fuzilou com o olhar. Shouto não pareceu ofendido ou assustado, ele apenas deu língua e mostrou um sorriso inocente.


— Eu estava apenas brincando contigo. Você está tenso demais, deveria sorrir mais, afinal, um rosto preocupado não combina com você. — Shouto falou simples, ele penteou seus cabelos para trás e caminhou na mesma direção que Yaomomo havia ido.


Midoriya ficou ali, sozinho. Com o coração acelerado e as pernas bambas. Todoroki Shouto é uma caixinha de surpresas.


Mais tarde, a festa de Jirou ocorreu de um modo não tão exagerado, Sato tinha ficado de fazer o bolo e as meninas os docinhos. O resto do pessoal arrumou as decorações  e Tokoyami conseguiu algumas bebidas alcoólicas. Não era algo bom, mas sentir a adrenalina de fazer algo errado era adorável.


Às 22 horas todos já estavam exaustos de tanto pular e rir. Os tercerianistas estavam na sala, jogando jogos de tabuleiro ou de cartas, alguns conversavam sobre outros assuntos banais cujo não eram de tamanho interesse. E tudo parecia estar bem, até que Kaminari subiu no sofá, encheu os pulmões e falou:


— Caras, eu tenho uma ideia incrível para encerrar a noite! 


Todos perpassaram olhares preocupados e curiosos, até que Momo se atreveu a questionar.


— E qual é sua ideia, gênio?


Denki saltou do sofá, pegou uma garrafa de plástico vazia e a ergueu de um modo dramático. Todos olharam confusos para aquela cena.


— Que tal uma partida de verdade ou consequência?





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