História Crushed Hopes - Quadrigêmeas

Ok, vamos com calma. Eu não devia estar segurando a risada e imaginando uma cena super fofa dos dois no pôr-do-sol.

Mas estava imaginando exatamente isso, fazer o que? Acho que eu tenho um lado super-romântico.

– Awwwwn sério? E aquele papo todo de “não sinto o mesmo que ela e blábláblá”? – digitei.

– Juvia! Sem brincadeiras.

– Ok, ok. Agora me explique o que aconteceu.

– Bem, fomos a uma festa…

– Vocês foram juntos numa festa? Mas cara, assim fica difícil te defender né.

– Não foi isso, espera, me deixa explicar. Ok? Eu fui numa festa com um amigo e coincidiu de ela estar lá também, com uma amiga sabe-se-lá-quem e meio que eu não conhecia praticamente ninguém e ela também não e juntamos nossos grupinhos e ficamos na festa juntos. Ai que meu amigo puxou a amiga dela pra longe e foram se pegar em algum canto.

– Continue.

– Ficou aquela situação chata, sabe? Eu não sabia o que falar pra ter algum assunto, ela também não falava nada e enquanto isso nossos amigos estavam se pegando.

– E o que aconteceu depois?

– Eu perguntei se podia a beijar, ela olhou surpresa e eu nem esperei ela responder. Ah cara, ela estava com um vestido decotado e curtinho e eu tenho 18 anos, meu hormônios às vezes agem contra minha vontade.

– Claro, com certeza foi contra sua vontade.

– Argh, Juvia eu estou falando sério.

– Também estou falando serio, falando sobre a linguagem do amoooor.

Jellal me enviou um emoticons de desprezo.

– Bom, e o que aconteceu depois de tudo isso?

– Ficamos juntos o resto da festa, bebemos, dançamos, nos beijamos mais algumas vezes, eu peguei na bunda dela, ela pegou no meu...

– Ok, já entendi.

– E ai depois ela com a amiga, acho que o nome era Kagura, foram embora. E agora eu estou preocupado.

 – Preocupado com o que?

– Com ela, ué. Vai que ela pense que alguma coisa errada sobre nossa relação tipo, foi só alguns beijos.

– Ele te falou alguma coisa?

– Depois de tudo isso? Não.

– Algum amigo dela veio te falar qualquer coisinha?

– Não…

– Então por que você acha que ela esta se importando?

– Porque ela gosta de mim.

– Mas quem beijou quem mesmo? Ah é.

– E o que a senhorita Lockser sabe-tudo sugere?

– Que você deixe a vida te levar, um passo de cada vez, com o tempo tudo estará dando certo e vocês serão um lindo casal.

– Não quero que eu e ela sejamos um casal.

– Ah, mas vai querer, num futuro não tão distante. Guarde minhas palavras de shipper senhor Jellal.

– Palavras de que?

– Nada de importante, apenas continue com isso. Vamos ver a reação dela na escola amanha.

– Ok, e Juvia, boca fechada. Não conte isso para absolutamente ninguém.

– Pode contar comigo.

Com isso, finalizamos nossa conversa, eu coloquei meu pijama que me deixava uns 10 anos mais nova e me coloquei pra dormir.

E eu estava caminhando por uma escola que não era a Fairy Tail, mas os alunos eram os mesmos e tinha fotógrafos e jornalistas em todos os lugares. Foi quando eu percebi que na verdade estavam tirando fotos da Erza que namorava um popstar famoso que eu nunca tinha visto na vida enquanto Jellal chorava escondido num canto.

Ai eu acordei não lembrando nem mesmo meu nome.

Eu tenho que ir ao médico pra me resolver com meus sonhos.

Por sorte acordei alguns minutos antes e tive todo tempo do mundo para me arrumar e me deliciar num banho gostoso. Afinal, é importante cuidar do corpo, da saúde e do amor, principalmente agora que eu tenho um namorado muito lindo e tenho amigos que logo logo vão ser lindos casais e… que que eu estou falando?

Sacudi a cabeça tirando os pensamentos de adolescente apaixonada da minha cabeça e vesti o uniforme.

Desci para o café da manha e só Scorpio estava lá.

– Bom dia, cadê a Aquarius?

– Bom dia, sua irmã saiu cedo pra resolver os problemas da decoração do casamento, parece que a mulher cismou em não fechar nenhum contrato enquanto a data não estiver decidida.

– Mas ela está certa, tipo, como que vão acertar tudo sem uma data marcada? Vai que vocês casam num dia que eles já têm um trabalho?

– Eu sei disso – suspirou – mas é que ela quer agilizar as coisas e esquece que nem tudo se resolve assim.

– O problema é que ela quer ter um casamento dos sonhos, não a julgo, várias garotas sonham com isso. Tente convence-la a fazer as coisas com mais calma e o resultado vai ser melhor.

– Eu tento, mas ela fica tão ansiosa com tudo que não me da ouvidos, já pensou em você falar com ela?

– Se eu falar alguma coisa ela vai jogar uma panela em mim.

Rimos. Terminei o café e fui pegar o ônibus.

Cheguei na escola e estavam todos com o mesmo clima de minha-mãe-me-obrigou-a-vir-hoje-e-não-estou-disposto-a-fazer-nada de sempre.

Saí da sala e peguei meus materiais no meu armário, depois voltei para sala e BUM. Lyon, Eve, Hibiki e Ren estavam conversando do lado da minha carteira. Respirei fundo e coloquei meu material na carteira.

– Mas você sabia cara? – Lyon praticamente gritava – ontem uma mina muito gostosa veio puxar assunto comigo – mas ué? Cadê aquele Lyon super de boa comigo? – Tá bom gente, ela era muito gostosa, muito mais gostosa que qualquer garota dessa escola.

Ah, entendi. Mais uma vez Lyon Vastia usa sua tática de querer me deixar mal.

Apenas ignorei e sai de perto. Chega de cair nas provocações do Lyon.  Uma vez uma amiga me disse que eu não precisava descer ao nível dele e se ele era idiota o suficiente para ficar me provocando eu tinha simplesmente que ignorar e que isso já era o suficiente. Então é isso que eu vou fazer.

Além do mais, eu estou com o Gray agora e isso já basta. Não tem motivo mais pra me importar com o Lyon.

Fui conversar com Meredy.

– Bom dia – saudei.

– Ah, oi Juvia – ela deu um sorriso leve – bom dia.

– Aconteceu alguma coisa? – ela parecia estar meio abatida.

– Aconteceu – ela suspirou – mas se quer saber nada que justifica o meu humor assim.

– Quer conversar? – me voluntariei.

– Não é necessário, eu estou bem. Não precisa se preocupar, é apenas o Eve que realmente voltou a namorar com a Chelia e bem, a ficha só caiu agora.

– Ah, entendo.  Se você quiser conversar, sabe que pode me chamar. – disse.

– Uhum, obrigada Juvia, mas estou bem – ela sorriu.

Foi quando eu minha visão ficou preta e senti algo sento pressionado contra o meu rosto. Pelo formato pareciam ser dedos.

– Adivinha quem? Gihi – era uma voz horrível, parecia o som de uma hiena rindo de um papagaio fazendo um falsete.

– Gajeel – resmunguei, tirando a mão dele do meu rosto – Acertei.

– Tsc – ele reclamou. – Preciso da sua ajuda – ele disse. – Flores ou chocolate?

– Que?

– Ora Juvia, garota, presente, flores, chocolate.

– Hm, acho que ela vai gostar de um livro – disse maliciosamente.

– Que? Por… AH CALA ESSA BOCA JUVIA – era impressão minha ou as bochechas dele realmente ficaram um pouquinho vermelhas?

– Hm então eu acertei a pretendente? Que bonitinho – disse fazendo um bico ridículo, só pra deixa-lo mais irritado – e quando você vai entregar os presentes pra sua amada? Hein, hein?

Ele bufou e Meredy riu. Foi quando o professor Macao entrou na sala e sentamos em nossos lugares. Gray já estava no seu lugar quando eu fui me sentar.

– Bom dia Gray-sama – cochichei.

Ele balançou a cabeça em sinal de respostas.

– Bom dia sala – disse o professor – Bom, agora quero falar sobre um assunto serio com vocês…

– Eu juro que não fui eu – berrou Natsu, o que arrancou risadas da sala toda.

– Ótimo senhor Dragneel, que bom que não foi você – o professor suspirou – bom pessoal, logo vocês deverão entrar em alguma faculdade ou começar um trabalho. É bom que estejam preparados para vida. Eu tenho algumas dicas pra vocês, a primeira dica é manter foco nos estudos e nos seus objetivos, mesmo que você não queria fazer uma faculdade, no seu trabalho você terá que aprender determinadas coisas, então, sejam exigentes consigo mesmo e mostrem sue potencial de aprendizado. Outra dica é tentar juntar o útil ao agradável, de que adiantar tentar ganhar caminhões de dinheiro e não fazer o que gosta?

– Adianta que eu posso comprar o que eu quiser – o Hibiki riu.

– Não é bem assim, e isso vocês vão aprender com vida – o professor respondeu.

– Não professor, eu estava só zoando. Foco no que gosta.

– Bom – continuou o professor – minha última e mais importante dica pra vocês é: sejam felizes. No fim das contas, dinheiro, sucesso, conquistas, nada disso vale se vocês não forem felizes. Isso é o principal, e muita gente acaba se esquecendo disso.

No fim das contas todo mundo aplaudiu, deu uns gritos. Foi bem bonitinho.

Mas também foi desesperador, eu tinha 18 anos e não fazia ideia do que fazer da minha vida.

– Agora vamos lá. Vou marcar duas provas pra semana que vem, revisão dos temas estudados no primeiro e no segundo ano.

Um murmúrio negativo ecoou pela sala toda.

A aula passou até que meio rápido, a partir do momento que eu não ficava mais dando atenção minha pra nuca do Lyon, eu gastava meu tempo fazendo as atividades ou alguns desenhos aleatórios da cara do Gray no meu caderno.

Na hora da saída, Scorpio disse que iria me buscar na escola então fiquei esperando na portaria. Erza, Lisanna, Sting e Gray estavam comigo.

Sting estava com um braço em torno de Lisanna, o que fez meu coração sentir uma dorzinha, mas de qualquer maneira, era bom pra ela se desprende rum pouco do Natsu.

Erza, contrariando minhas expectativas, não parecia nenhum pouco abalada ou toda sonhadora por ter ficado com o Jellal. Não quero puxar assunto porque depois, mesmo que ela não demonstre nenhum interesse, com certeza Jellal via ficar cismado que “ele tocou no nome dela então ele está gostando dela é blábláblá”.

Embora eu tenha a certeza que ele está gostando dela.

– Ow Hibiki, que tal você me arrumar uma menina pra mim? Hein? – era Lyon.

Praticamente gritando.

– Ahn… é o que eu estou pensando que é? – Lisanna disse.

Eu olhei pra Gray. Ele suspirou e coçou a cabeça.

– Nem da bola, serio – ele me disse.

– Que falta de maturidade – concluiu Erza.

É Lyon, foi se o tempo que você passava de bonzão dizendo essas coisas.

Ignoramos até que ele se aproximou do Gray.

– Ow cara, fala pra mãe que não vou voltar com ela – o Lyon disse.

– Mas o Gray também não vai – respondi por ele.  Segurei a risada pra não rir da arregalada de olho que o Gray deu surpreso. – ele vai na minha casa hoje.

– Ah, tá – Lyon murchou na hora, e saiu dizendo:

 – Depois eu ligo pra ela então.

Gray esperou ele se afastar e me perguntou:

– Eu vou na sua casa hoje? – ele também segurava a risada.

– Agora vai – disse Erza – Boa Juvia, pensou rápido garota.

Rimos.

Scorpio chegou, tomou um susto quando disse que o Gray ia conosco, mas tudo bem.

Cheguei em casa com Gray e minha irmã coçou a cabeça.

– Oi – Gray disse tímido.

– Olá Gray, como você está?

– Bem, obrigado. E você?

– Ah, eu estou ótima, muito bem por sinal. Espero que você goste de fígado frito porque é o que teremos pra almoçar hoje.

Dei um tapa na minha testa. Minha irmã ainda me mata de vergonha.

– Sim, eu gosto. – Gray disse.

O lugar ficou silencioso, até Elesis parou de passear pela casa e olhou para o Gray. Todos olhamos, na verdade.

– Serio? – Aquarius disse com um sorriso sem graça.

– Sim, – Gray sorriu – adoro fígado frito.

– Isso é bom, mas não vai ter fígado frito para o almoço hoje. Desculpe. – ela riu sem graça.

– Mas… – Gray começou a falar, mas eu o puxei para meu quarto.

Joguei minha bolsa num quanto qualquer e Gray fez o mesmo.

– Foi mal – eu disse, deitando na cama – eu só me irritei.

– Eu entendo, mas a questão é: você se irritou por quê? – ele cruzou os braços. – se irritou com o que ele estava fazendo ou foi porque ficou com ciúme de alguma coisa?

Não acho que foi ciúme. Não senti aquela sensação de “não quero ele com outra e se não puder evitar vou tentar fazer ciúme também”. Também não sentia necessidade de querer me aparecer para ele ou coisa do tipo.

Eu só queria o Gray perto de mim, e queria que ele soubesse disso. Não para me aparecer ou coisa do tipo, mas para lembra-lo que estou com Gray e ponto final.

– Eu me irritei com o jeito dele mesmo, igual a Lisanna e a Erza.

– Certo, certo – ele deitou ao meu lado. – só que eu estou com fome.

– Depois a gente vai na mercearia do Silver e compra alguma coisa.

– Vende fígado frito na mercearia? Agora eu estou com vontade – ele riu.

– É serio? Você gosta mesmo de fígado frito? – perguntei.

– Gosto, você gostava de queijo com doce de leite.

– Você também gostou – eu ri.

Ele bagunçou meu cabelo. Ficamos deitados olhando para o teto pro um tempo.

– O que vamos fazer da nossa vida? – cortei o silêncio.

– Huh?

– Você sabe, ano que vem. Quando tudo isso acabar. Quando nossa vida para de se limitar apenas a escola.

– A faculdade também é uma escola…

– Mas não é a mesma coisa, como vai ser se eu não me encaixar na faculdade ou em algum trabalho?

– Por que você acha que não iria se encaixar?

– Eu não sei, só estou pensando. Tudo que eu fiz na minha vida toda foi ser uma garota dramática que achava que no fim tudo ia ser igual um conto de fadas e eu só acordo no ultimo ano do ensino médio para me preparar pra vida.

– Você não foi sempre assim, só não vê seu próprio esforço. Suas notas são um exemplo que você é muito boa em várias materias.

– Sim, mas isso porque eu tenho um professor que me explica. Ou amigos que me ajudam. E quanto eu não tiver mais ninguém?

– Você sempre vai ter alguém Juvia, não precisa se preocupar.

– E-Eu não sei, Juvia não está pronta pra isso. Juvia não quer terminar a escola, não quer dizer adeus pra tudo isso.

– Besteira.

– Juvia está falando sério Gray-sama! Como Juvia vai tomar a decisão que vai colocar em risco toda vida de Juvia?

– Eu também não tenho a menor ideia do que fazer, de verdade. Não sei se gostaria de viver sendo professor de Educação Física, por mais que eu goste.

Olhei pra ele. Ele olhou para o teto.

– Sabe Juvia, não vamos tomar a maior decisão da nossa vida agora, temos tempo ainda. Ter um dinheirinho aqui e ali pra ajudar na casa é o mínimo que podemos fazer, até quando escolhermos o nosso futuro.

Fiz que sim com a cabeça e voltei a olhar o teto.

– Além de que, eu tenho certeza que qualquer escolha que você fizer, você vai ter sucesso.

E caímos no sono.

Acordei com Gray cutucando minha bochecha.

– Tô com fome – reclamou.

Levantei coçando o olho e percebi que meu estomago também estava vazio.

– É, vamos comer alguma coisa.

 Descemos para cozinha e eu encontrei uma nota de 20 reais no balcão. Aquarius podia ser briguenta e reclamona, mas sabia que pensar nos outros também.

Eu e Gray saímos e andamos em direção à mercearia do Silver e da Mika. Com o dedo mindinho eu segurei o dedo mindinho dele. Ele não segurou minha mão, mas também não afastou.

No fim das contas ele não mudou, não demonstrava amor facilmente, mas também não recusava.

Senti minhas bochechas esquentarem.

Acho que realmente estou gostando dele. Chegando na mercearia vi uma figura feminina fechar as portas. E como sou muito discreta obviamente fui andando calmamente até ela, só que não.

Sai correndo em direção a Mika, larguei o Gray, um chinelo e minha dignidade pra trás.

– Ah, oe Juvia. O que faz aqui? – perguntou Mika.

– Eu vim comprar algo pra mim e pro Gray comer, estão fechando já.

– Na verdade vamos dar uma saidinha rápida. Vamos levar comida a um orfanato aqui perto. – ela sorriu – Espera, Gray? Que Gray?

– Meu namorado, ele está vindo…

– Juvia ,você deixou seu chinelo sair – ele apareceu atrás de mim e me entregou o chinelo.

– Obrigada – eu ri.

Foi quando olhei para Mika e ela estava congelada, não tirava os olhos de Gray.

– Oi, prazer. – ele disse tímido.

– Ah – Mika voltou – o prazer é todo meu. Você é o Gray, o namorado da Juvia? Eu sou Mika. – Ela sorriu para Gray de uma maneira tão dócil que era como se ela já o conhecesse.

Mas Mika tinha esse dom, ela era tão gentil e amável com todos que talvez eu tenha tido essa impressão por causa disso.

– Então, você disse que ia levar comida num orfanato? – perguntei.

– Sim, nós não podemos vender coisas que já passaram um dia que foram feitas, mesmo estando boas para comer. E para não jogar fora sempre levamos a um orfanato, podem nos acompanhar se quiser.

– Seria legal – Gray sorriu.

Talvez Gray sinta a necessidade de compartilhar alguns momentos com as crianças de um orfanato, afinal, ele já foi uma delas. Mesmo que tenha sido por pouco tempo.

– Está pronta, querida? – Silver saiu de dentro da mercearia. – Ah Juvia, olha só como você está bonita hoje e… – ele parou de falar no momento que bateu os olhos em Gray. Teve quase a mesma reação de Mika. – Ah, eu não acredito.

Gray engoliu em seco.

– Esse é o… NAMORADO DA JUVIA? – Ele gritou e arrancou um sorriso de Mika. Deixa eu ver bem isso aqui.

 Ele começou a rodar o Gray com a mão no queixo.

– Alto. – mexeu no cabelo do Gray, olhou os braços – é forte. Garoto diga “AAAH”

– AAAH – Gray disse revirando os olhos.

– Ótimos dentes, não tem bafo. É, muito bem, está autorizado a ficar com a Juvia.   

Rimos.

Mika deu para mim e Gray um salgado e comíamos no caminho.

Foi quando Silver abraçou Mika, e foi tão bonitinho. Eles ficaram andando assim até chegar ao orfanato.

Não era muito longe da mercearia. E era um lugar grande. Cheio de brinquedos daqueles de parquinhos e um prédio com janelas iguais a de uma escola.

– Chegamos – disse Mika.

Ela tocou o interfone e falou alguma coisa enquanto eu, Gray e Silver esperávamos.

Logo uma mulher de meia-idade veio nos atender, ela cumprimentou Mika e Silver e se apresentou para mim e Gray.

– As crianças vão adorar ter novas visitas – ela disse sorrindo.

Entramos no orfanato e seguimos a moça até um pátio dentro do prédio. E tinha muita criança lá. Meninas e Meninos que deviam ter entre uns quatro e onze anos. A moça que nos acompanhava pegou as sacolas de comida da Mika e nos deixou sozinhos lá.

Foi quando um vulto passou correndo do meu lado e pulou em cima do Silver. Era uma menininha de cabelo cacheado preto, com os olhos grandes e meio puxados, iguais aos meus. Ela usava uma fitinha na cabeça.

– Ora, ora – disse Silver carregando ela no colo – veja se não é grande maga mais poderosa do mundo. A grande Misaki.

– Agora além de maga sou pirata também – a menininha que devia ter uns 6 anos disse.

– Ahn? Não é justo Mi-chan – reclamou uma garota igualzinha a ela, só que com cabelo preso em duas marias-chiquinhas. – você disse que eu podia ser a pirata.

– Ora, ora – disse Mika – porque vocês não formam um grupo de piratas. – ela pegou a menininha de maria-chiquinha no colo – e como você está Usui-chan?

– Tem razão – gritou outra menina, também igualzinha. Apenas tinha os cabelos mais curto e uma presilha de borboleta na cabeça – seremos todas piratas e eu serei a capitã.

– Ah não – disse Misaki, se soltando do colo de Silver – eu sou a mais velha Awin, eu tenho que ser a capitã.

– Você é só alguns minutos mais velha que a gente Mi-chan – disse Usui – e se fizermos uma votação pra ver quem deve ser a capitã: Mi-chan ou Awin-chan.

Fiquei observando aquelas três menininhas conversando quando senti alguém pegar na minha perna. Olhei e me deparei com mais uma menininha igualzinha as outras, com cabelos curtos e sem nada no cabelo.

– Moça bonita – ela disse.

E as três pararam o que estavam fazendo e olharam pra mim e pro Gray.

– Gente nova – sorriram.

A Misaki pediu colo e ficou mexendo no meu cabelo. Dizendo que azul era uma cor legal.

Usui foi direto no Gray, que pegou ela e colocou nos ombros. Depois desceu e colocou Awin no lugar. Eu coloquei Misaki no chão e fui conversar com a menininha que me puxou.

– Olá, como você se chama?

Ela ficou vermelha e desviou o olhar.

– Grya.

– Elas são quadrigêmeas – disse Mika – estão aqui desde pequenas. É difícil para adota-las, normalmente as famílias querem só uma ou duas, mas elas não conseguem ficar longe uma das outras.

– Quem são esses, vovó Mika? – Awin perguntou.

– Gray e Juvia, são amigos da vovó.

– Gosto de novas visitas – disse Usui.

– Vem, vamos brincar de pirata – Misaki disse puxando Gray – Awin pulou em cima dele e foi Usui correndo atrás.

Eu fiquei olhando sorrindo para aquela cena. Quando Grya puxou minha mão.

– Vem brincar também.

Sentamos nós seis em uma rodinha. Misaki deu para mim alguns papeis e eu dobrei fazendo chapéu para todos nós. E no fim, até o Gray entrou na discussão para ser o capitão.

Viajamos por mares desconhecidos, matamos monstros, demônios, descobrimos ilhas e por fim encontramos o baú do tesouro. Um pedaço grandão de bolo de chocolate que Gray pegou da sacola da Mika sem que ela percebesse.

Misaki e Awin eram mais teimosas, me lembravam do jeito do Gray, que também acabou no meio de várias pequenas discussões entre as duas. Usui e Grya eram mais dóceis, mas no fim sempre acabavam se enrolando cm Misaki e Awin.

Perdi completamente a noção do tempo brincando com elas, depois algumas outras crianças se juntaram a nós. Até que Mika veio nos avisar que o horário de visitas tinha acabado.

Despedimo-nos das crianças até que Gray parou. Eu olhei para ver e Misaki segurava a mão dele.

– A-As minhas irmãs pediram pra você voltar a visitar a gente – ela disse emburrada e corada.

Gray bagunçou os cabelos dela.

– Avise suas irmãs que eu voltar. – ele sorriu.