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História Cubra-se, Senju - A arte que anula a morte


Escrita por: adoniss

Notas do Autor


Oi, gente!! Essa é uma tobiizu que estava guardada há tempinho e quase finalizada, então tomei vergonha na cara para arrumar ela e finalmente postar aqui. Lembrando: contém sexo explícito entre dois homens maiores de idade e eu não recomendo a leitura para menores de 18 anos. Isso dito, divirtam-se kkkkk.
Beijão!

Ps: capa pela @moontears!!!!!! Muito, muito obrigada!!!

Capítulo 1 - A arte que anula a morte


Fanfic / Fanfiction Cubra-se, Senju - A arte que anula a morte

Os antigos costumavam dizer que uma noite sem lua era uma noite trevas; noite ruim para plantios e colheitas, mas boa para movimentos que se quisessem fazer na surdina: roubos, estratégias de guerra e planejamentos de morte podiam ser feitos em noites como aquela. Talvez por isso Tobirama tivesse escolhido um céu sem lua para aquela tarefa.

Os passos pesados ressoavam no assoalho de madeira, porque não tinha problema fazer barulho. O seu escritório era sagrado; ninguém entrava nele, não sem o seu consentimento.  A região era sua, e as três fronteiras adjacentes a ela também o eram.

Preferia que o temessem do que o amassem, porque a vida o tinha feito daquela maneira. Não ceder, não perdoar e não abrir mão dos seus objetivos eram características marcantes na sua personalidade. Justamente por isso, não abriria exceções para acordos de paz.

Especialmente acordos que envolvessem perdoar a morte de Hashirama.

Quando enfim chegou ao escritório, abriu a porta de correr, sem nem analisar o que havia do lado de dentro. Conhecia o escritório como a palma de sua mão.

As paredes tinham sido pintadas pelos melhores artistas das suas terras; desenhos de flores e jardins davam a ela uma atmosfera artística que quase anulavam a densidade dos planos que eram feitos ali dentro. Tobirama se cercava de pinturas na tentativa de se convencer de que a arte anulava a morte, ou pelo menos, contrastava bem com ela. Mas as paredes florais não eram a única coisa que enfeitava sua sala naquela noite.

— Eu sabia que você viria — uma voz murmurou na penumbra.

Ninguém entrava ali, a não ser ele. Cravou a mão na espada que já tinha portava na cintura e se virou num ímpeto de ataque. Correu os olhos escarlate pela sala, detendo-os na silhueta que se sentava à sua mesa.

Não apenas o seu escritório tinha sido invadido, como um filho da puta também se sentava na sua cadeira. A adrenalina subiu-lhe pelo corpo. Apertou a bainha da espada entre os dedos, as pupilas se acostumando à absoluta escuridão.

— Calma, Tobirama. Eu não sou nenhum espião.

— Quem te deixou entrar?

Izuna Uchiha era quem estava ali dentro. Os longos cabelos caíam como cascatas ao redor do kimono; não estavam presos como costumavam ficar quando ele batalhava, mas graciosamente soltos. Tinha as pernas cruzadas como se a sala fosse dele, ou pior, como se todo o reino o fosse.

— Ninguém me deixou entrar — explicou calmamente. — Ninguém me viu. Eu não sou tão barulhento quanto você.

— O que você quer aqui?

Ele recorreu a um sorriso pequeno. Desceu os olhos para a mesa, onde estratégias de guerra se acumulavam. Mapas rabiscados com diferentes cores, pinos que indicavam pontos de ataque aqui e ali. Tudo meticulosamente preparado para o ataque que aconteceria dali a três dias.

— Você que pintou esses mapas? — Izuna perguntou. — Gostei das cores diferentes.

— Saia da minha cadeira.

— Pensei que tivéssemos concordado em não fazer um novo ataque.

— Eu não concordei com nada.

— Ou será que é a sua palavra que não vale nada?

Tobirama lançou a ele um olhar de lado, porque afinal, estava indo longe demais. Qualquer subordinado seu talvez estremecesse àquela visão, mas não Izuna. Izuna estava longe de ser um subordinado seu.

O que o Uchiha fez foi se debruçar mais sobre a sua mesa, os olhos escuros fuzilando-o de volta.

— Seiko está derrotado, Tobirama. O exército dele foi reduzido a pó.

— Enquanto ele respirar... não terá sido derrotado. Não preciso do seu consentimento, nem de nenhum Uchiha — cuspiu as palavras, olhando-o de cima. — Não é porque temos um acordo diplomático que vou deixar de lado um assunto pessoal. Apenas não se metam. Os seus interesses não serão atingidos.

Izuna abriu um sorriso cínico e meneou a cabeça negativamente. Os olhos escuros desceram para o mapa, analisando-o.

— Interesses... assunto pessoal... — uma risada amargurada escapou-lhe aos lábios. — Você fala sobre a guerra como se estivesse em um comércio. Você não consegue nem fingir que não gosta disso, não é? — arqueou as sobrancelhas, pensativo. — Hashirama deve estar se revirando no caixão.

A palavra saiu errada, mas ele pareceu saber bem o que fazia. Quando Tobirama empunhou a espada em sua direção, Izuna levantou a sua, erguendo-se subitamente da cadeira. Estivera armado o tempo inteiro. As lâminas colapsaram, mas nada aconteceu. Ambos ficaram imóveis, dois pares de olhos fuzilando-se mutuamente.

— O homem que quero matar não é só o que matou Hashirama — o Senju sussurrou por entre dentes. — Ele levou o seu irmão também. Quem está se revirando no caixão é Madara. Porque você é um covarde.

— Eu sou um covarde... — Izuna repetiu, interessado. — Ou será que é um covarde o homem que pretende atacá-lo depois de dizimar o seu exército? Depois de matar os três filhos dele? — começou a andar vagarosamente em direção ao Senju, ao que as lâminas continuaram se pressionando, imóveis — Você já tirou tudo de Seiko, Tobirama. As nossas vinganças já foram completas. Isso que você quer fazer agora... — olhou-o de cima abaixo, como que com asco. — É só matar um velho a sangue-frio.

Izuna foi o primeiro a romper o contato das lâminas. Abaixou a sua, e mesmo que Tobirama não tivesse feito o mesmo, aproximou-se dele. Agora era uma aproximação verdadeira: o rosto passava a ficar poucos centímetros distante do seu. Izuna era um pouco mais baixo, mas o hálito batia sobre a sua face. Um cheiro sutil era exalado pelos longos cabelos negros, que estavam soltos.

— Você não entende, não é? — ele sussurrou. Ergueu a mão para tocar o rosto do homem que tinha à frente, ao que Tobirama retesou os músculos. As mãos do Senju se fecharam mais fortemente sobre a espada que empunhava, mas não fez nada. Apenas ouviu à voz melodiosa, que agora dizia: — Você não entende que a morte para nós é um alívio?

— Do que... você está falando? — sussurrou de volta, desconfiado.

Os dedos de Izuna eram quentes sobre sua pele gelada. Tobirama pensou em arrancar-lhe os dedos, mas não poderia, nem se quisesse; o acordo de paz entre Senjus e Uchihas já perdurava há uma geração inteira. Mais do que isso, o contato dos dedos com a sua pele fazia o seu coração se acelerar de uma forma incômoda.

— Para alguns de nós, Tobirama... a morte é um ato de piedade. Sobreviver à perda é muito mais doloroso — os dedos subiram pelo seu rosto, tirando alguns fios grisalhos da frente. — Viver sentindo a falta de algo que perdemos... ou algo que nunca nem poderemos ter... essa não parece uma punição suficiente?

Somente àquela altura, o Senju se deu conta de que prendia a respiração. Tentou relaxar, mas foi impossível; o calor dos dedos de Izuna ainda percorria a pele do seu rosto, segurando-o. Tentava elaborar o que responder, mas nem sequer conseguia. Apenas ouviu.

— Nada me cansa mais do que a guerra — Izuna admitiu. — Nada me cansa mais do que o som das lâminas batendo... nada me cansa mais do que ver você demarcando um mapa e se preparando para atacar um novo alguém, como se a sua vida não valesse nada.

— Se é comigo que você está preocupado... — falou entrecortado, porque estava um pouco arfante. Por que arfava daquela maneira? Seu corpo estava rígido como se prestes a correr uma maratona, mas estava imobilizado pelos olhos negros daquele homem. — Não precisa se preocupar. Seiko não tem forças pra me matar.

— É assim tão difícil pra você abrir mão de um assassinato? — Izuna recorreu àquele mesmo sorriso. — Tobirama... você passa tanto tempo pensando no que ainda quer conquistar... que nem sequer percebe o que você já conseguiu.

— E o que eu já consegui?

As palavras saíram antes que se desse conta, mas no instante seguinte, sentiu-se grato por elas. Izuna avançou nos seus lábios como se também eles fossem um terreno a se conquistar. As mãos do Senju cederam e a espada caiu no chão, sendo trocada pela cintura do homem que o beijava.

Izuna era insano. Simplesmente louco.

Ficar com aquele homem era ir contra todos os seus princípios, que alertavam contra a maldita família Uchiha. Mas agora que sentia a saliva dele sobre a sua e era empurrado contra a parede mais próxima, Tobirama enfim se dava conta.

Tantas vezes já o tinha observado por entre as frestas da janela. Tantas vezes já o tinha admirado na batalha, quando os ventos gelados do inverno bagunçavam os longos cabelos negros. Desejara dormir com ele por tantas vezes, que se perdia nas contas. Mas Izuna era um homem sagaz; talvez, mais sagaz do que ele próprio. Os dedos quentes se fechavam nas calças do Senju e ele arfava contra a boca que o devorava, pensamentos de guerra perdidos na mente apagada.

Foi empurrado em direção à cadeira e se permitiu cair sentado nela. Izuna veio em seguida; sentou-se sobre o seu colo com uma maestria ímpar, como se o tivesse ensaiado muitas vezes. As mãos do Senju recorreram às coxas que já se mostravam à pouca luz do ambiente; o fato de Izuna estar de kimono permitia à pele ser exposta, já que o tecido era repuxado. E ali o homem cravava os dedos, sentindo como a textura afundava ao seu contato, o seu próprio membro mais duro talvez do que jamais estivera.

— Isso não é melhor do que a guerra? — Izuna sussurrou contra os seus lábios.

Aplicou sobre o outro uma tortura. Tobirama já prostrava o quadril para cima, tentando desesperadamente encontrar um ponto de contato entre as pernas do Uchiha. O Uchiha, por sua vez, brincava com ele; mordiscava e chupava os lábios já quentes, recusando-se a entrelaçar a língua ali de novo.

— Quero ouvir você dizendo se não é melhor...

— É melhor… — balbuciou, rendido.

O rosto bonito se abriu em um novo sorriso. O ponto de contato entre as pernas aumentou; Izuna afastou as suas, permitindo que o pau de Tobirama se encaixasse entre elas. O problema era um só: estavam vestidos. E o que o Senju tinha que suportar agora era um Uchiha rebolando sobre ele, porém separado pelos malditos trajes que vestiam.

Ele gostava daquilo. Izuna parecia se divertir ao vê-lo arfando daquele jeito, os olhos escarlate brilhando em sua direção enquanto só o que fazia era brincar com o Senju. Tobirama não resistia; com medo de que parasse, deixava que ele prosseguisse. Os cabelos negros caíam sobre o seu rosto, as pernas se afastando cada vez mais e mais, causando dor à sua ereção.

— Izuna... — suplicou com o rastro de voz que lhe sobrava, fincando os dedos nos cabelos escuros de forma a puxá-los.

O rosto de Izuna se fechou pela dor da puxada, mas ele manteve a compostura.

— O que é que você quer? — o sussurro bateu no seu rosto. — Me foder? Está duro por causa de um Uchiha? — rebolou um tanto mais, mas não pôde evitar um gemido de dor pela força com que os dedos de Tobirama já se afundavam nas suas pernas. — Pensei que você fosse... incorruptível.

As mãos que já estavam nos cabelos negros os puxaram com brutalidade, dessa vez, para mais perto. Os lábios se colaram pelo choque da aproximação, e Tobirama não se permitiu perder tempo. Costumava, sim, ser incorruptível. Mas quando a sua corrupção envolvia olhos negros hipnotizantes e um corpo que lhe fervia nas mãos, a sua consciência se desintegrava.

Levantou-se com ele, tentando empurrá-lo em direção à parede. Não conseguiu. Izuna abriu o kimono e permitiu que ele caísse no chão, desviando a sua atenção. O corpo leitoso brilhou no reflexo dos olhos do Senju, e Izuna aproveitou a oportunidade para empurrá-lo novamente.

— Você não tem chances contra mim, Tobirama — os dedos se fecharam de novo sobre o órgão do outro, que já latejava. — Quer ver?

As mãos vieram à capa do Senju, tirando-a. Jogou-a no chão. Os dedos ágeis abaixaram as calças de forma a expô-lo também, e aí estavam: dois homens nus, tecidos que antes os afastavam simplesmente descartados no chão.

Izuna abriu um sorriso travesso e começou a se ajoelhar sobre o assoalho. O Senju não conseguiu evitar a expressão surpresa, mas ela durou pouco; tão logo o Uchiha abocanhou o seu membro, chupando-o como se lhe pertencesse, as suas pernas estremeceram. Aceitou se apoiar sobre a parede, sentindo a garganta quente, a língua melada que o massageava como se quicasse sobre ele.

Estava transpirando. Um homem do seu tamanho, rendido daquela forma. O que lhe estava fazer era tombar a cabeça para trás e entreabrir os olhos, perdido. Os olhos de Izuna sorriam em sua direção conforme ele chupava o pau que obviamente já lhe pertencia por aquela noite. Afastou a boca para apenas manter os lábios colados à glande.

— Gosta? — sussurrou. — Fode a boca do seu Uchiha.

Não foi preciso ordenar duas vezes. Mãos fortes se fecharam nos cabelos negros, e então Tobirama enfim usou a boca como de fato queria. Começou a estocá-la à sua maneira. Izuna gemeu lá embaixo, submetido a ser um canal de saliva que o recebia. A boca era apertada e ele o sugava mais e mais para dentro, de forma que o órgão por pouco já não batia no fundo daquela garganta.

Não podia gozar ainda. Empurrou-o para longe tão desesperadamente quanto o tinha puxado antes. Izuna se permitiu cair no chão e direcionou os olhos sedentos para cima, o sorriso lascivo brincando nos lábios.

— Meu... Uchiha? — Tobirama repetiu em um sussurro, perdido nas palavras.

— Não é o que você quer?

A pergunta era retórica, mas assentiu com a cabeça. Permitiu-se cair de joelhos no chão, trabalhando no próprio membro com as mãos, enquanto assistia à cena que não sabia definir entre celestial ou demoníaca. A verdade era que o homem de cabelos negros se deitava no chão e erguia as pernas, posicionando-as sob cada um dos seus ombros.

Tobirama não foi de início. Precisou se certificar de que não era um sonho. Os sentimentos se debatiam tão violentamente dentro do seu peito, que não sabia discerni-los. Só sexo? Desejo? Privação? Uma raiva contida por anos a fio? Nenhum dos conceitos definia o ebulir de emoções que desligava seus pensamentos. O que sabia era que estava duro como poucas vezes na vida, e se não se enfiasse por entre o vão daquelas pernas, já não sabia o que seria de si.

Cuspiu nas mãos trêmulas até deixá-las encharcadas e posicionou dois dedos no canal estreito. Izuna fechou os olhos, mas aceitou o seu contato; conforme os dedos entravam nele, foi rebolando mais e mais, a língua umedecendo os lábios já inchados. Tobirama lambeu aqueles lábios, observando conforme a boca dele se entreabria. Já estava preparado. Portanto, tirou os dedos.

Substituiu-os pelo membro que já doía, de tão duro que estava. Foi então que o rosto Uchiha se fechou em uma expressão de dor e um gemido lânguido preencheu a sala. As mãos dele vieram às suas costas, arranhando-as. Tobirama arfou, e quanto mais se prostrava para frente, quanto mais adentrava o canal que palpitava em torno do seu pau, mais as unhas rasgavam-lhe a pele.

Transpirações se misturavam e Izuna arqueava as costas, acostumando-se ao toque enquanto o outro arfava, controlando-se para ir devagar. Olhos entreabertos se cruzavam, e aí iam as unhas do Uchiha arranhando-o.

— Fode... — ele pedia. — Fode mais…

Grunhiu em desespero frente àquele pedido; mordiscou os próprios lábios e deu início às estocadas.

Os gemidos por pouco não viraram gritos, porque os lábios do Senju os abafaram em um novo beijo. Izuna gania e mordia a sua boca, abrindo-se mais e mais para ele. Tobirama agora usava a mão livre para masturbá-lo, contemplando como os olhos negros se reviravam nas órbitas, perdidos.

A mistura de sensações o deixava inebriado. Ao mesmo tempo que os músculos de Izuna trabalhavam para expulsá-lo, recebiam-no tão bem. Antes que se desse conta, um gemido ritmado também deixava os seus lábios, gutural como era agora o seu estado. O pau do Uchiha, que estava nas suas mãos, soltava um líquido esbranquiçado que Tobirama sabia ser um pré-gozo.

— Não… — sussurrou por entre as arfadas. — Ainda não…

Os dedos do Senju diminuíram o ritmo sobre o membro dele, ao que Izuna soltou um resmungo de protesto. Também queria torturá-lo. Não era isso que o Uchiha estivera fazendo consigo? Mas manter aquela postura dominante custava-lhe muito; conseguir se controlar para não gozar de uma vez dentro dele era uma tarefa árdua.

— Não sabia… que você também era… bom nisso… — disse o sussurro sôfrego de Izuna.

Tobirama fechou os olhos quando sentiu a mãos dele arranhando-o com mais força. A dor e o prazer se misturavam dentro de ambos, cada qual ao seu modo. O canal estreito de Izuna já estava se dilatando, e era impossível não ofegar no transe de senti-lo se abrindo para si.

— Mas sabia que você era um pervertido… — o Uchiha completou. Usou da sua pior arma: contraiu-se em torno do órgão que o penetrava, causando no Senju uma onda tão profunda de prazer, que seus braços falharam. Suas pernas tremiam.

A expressão de Tobirama tinha se convertido em nada além de um súplica quando ergueu os olhos vermelhos para ele de novo.

— Gosta? — o sussurro lascivo insistiu.

O que restou a Tobirama fazer foi assentir com a cabeça. E assim, como um cão submisso, voltou a fazer em Izuna exatamente o que ele queria, trocando absolutamente tudo por mais uma prova daquela sensação.

Sua respiração agora era tão arfante. As gotas de suor escorriam-lhe das têmporas.

Aumentou as estocadas em força e profundidade; os olhos escuros se reviraram nas órbitas quando ainda envolveu novamente aquele pau pulsante nas mãos e começou a copiar o ritmo que reproduzia dentro dele.

Os gemidos de Izuna agora quase constituíam um grito. O som era música aos seus ouvidos. Gostaria de conseguir contemplá-lo um pouco mais, mas estava tão difícil controlar a si mesmo, que sabia que não conseguiria aguentar.

Bastou uma nova contraída em torno do seu pau para que Tobirama se desse por vencido. Quando abriu os olhos para encará-lo, percebeu como as orbes negras o encaravam de volta com um desejo feroz. Mesmo no transe do prazer, Izuna sorria como um demônio, os dentes afiados convidando-o à loucura.

— Isso mesmo — sussurrou ele, acariciando o rosto relaxado do Senju. — Dê a esse Uchiha… exatamente o que ele quer…

— E o que… ele quer? — se viu sussurrando de volta, a risada seca vindo lá debaixo uma vez mais conforme as unhas eram passadas sobre o seu rosto.

— Que você goze… dentro…

Todo o seu corpo latejou. Até mesmo a respiração pausou quando Tobirama sentiu seus músculos contraindo, para enfim o gozo deixar o seu organismo. O seu gemido alto preencheu a sala e veio acompanhado do gemido do moreno, ao mesmo tempo em que Izuna gozava nas suas mãos. A sensação de rigidez foi substituída por um transe elétrico que amorteceu os seus sentidos, como se tivesse sido drogado. Mas não era droga.

Conforme Izuna terminava de gozar e o Senju observava aquela face tão bonita rendida aos prazeres da carne, percebia que aquele Uchiha era como um anestésico para o resto do mundo; até mesmo para as suas dores. Viciante demais para que pudesse resistir, complexo demais para assumir que o venerava.

Depois do longo instante que passou, os olhos negros se abriram novamente a Tobirama. O sorriso voltou aos lábios de Izuna, que acariciou o seu rosto uma última vez. O Senju ainda não tinha se recuperado ao ponto de entender o que acabava de acontecer ali; portanto, apenas se permitiu tombar para o lado, deitando-se no chão ao lado dele.

— Você fica mais bonito assim, Tobirama.

— Assim… como? — balbuciou, ainda arfante. Dirigiu um olhar para o lado, captando as orbes escuras de novo.

— Quando consegue admitir as suas fraquezas — respondeu com o sorriso.

O Senju crispou os lábios, mas não conseguiu responder à altura. Precisou fechar brevemente os olhos para recuperar o fôlego, se dando conta de que nem mesmo se lembrava da estratégia de ataque que vinha bolando antes de todo o encontro acontecer. Naquele breve instante, Izuna se levantou do chão e se encobriu novamente com o kimono. Tobirama sentiu as suas passadas se encaminhando para a saída.

Se viu sem escolha. Ainda de olhos fechados, fez o pedido que estava entalado em sua garganta.

— Fique.

— O quê? — Izuna rebateu, os passos parando por um breve momento.

Tobirama abriu os olhos.

— Fique — pediu de novo.

Izuna pareceu achar graça do seu pedido. Agora vestido com o kimono, ele parecia mais uma das obras de arte que estampavam as paredes do seu escritório. Se aquele Uchiha fosse uma obra, seria uma pintura a óleo sobre uma tela de tecido. Suas cores seriam brilhantes, ao mesmo tempo em que a textura seria áspera.

— Eu acho que não — ele respondeu. — Você sabe… tenho coisas para resolver. Você não é o único homem ocupado neste vilarejo.

— Você fez tudo isso para me impedir de entrar numa nova batalha?

Izuna estalou a língua dentro da boca, pensativo. Olhou por cima dos ombros novamente, um sorriso ainda mais vitorioso adornando os lábios. Parecia chegar à conclusão de que Tobirama finalmente entendia tudo: o sexo ali dentro não tinha sido apenas para satisfazer uma vontade física, mas também para desviá-lo dos planos de atacar o inimigo. Izuna tinha usado das suas próprias ferramentas para criar uma estratégia boa o suficiente para manter o Senju sob controle, longe do campo de guerra.

— Sou assim tão importante?

— Ah — a risada seca tomou o ar novamente. — Não fique se achando, Tobirama. Eu apenas não quero perder um bom general.

— Entendo.

— Cubra-se, Senju — Izuna se agachou para pegar a capa que o outro vestia e jogou-a em sua direção. — Você assim no chão está parecendo um homem derrotado. Ainda que tenha sido… — riu. — Vamos manter a compostura.

Tobirama permitiu-se ficar em transe, imóvel, enquanto assistia ao Uchiha deixando graciosamente a sua sala. Do lado de dentro, não lhe restava muita coisa além de um mapa rabiscado com técnicas de batalha que não usaria naquela noite, nem nas próximas três.

Derrotado, suspirou. Seus olhos escarlates vagaram para o teto, e lá encontraram um ornamento floral que fez surgir um pequeno sorriso em seus lábios.

Como costumava dizer Hashirama, “no amor e na guerra, vale de tudo”. E se a técnica de Izuna para mantê-lo fora do campo de batalha tinha mesmo surtido efeito, também aquele Uchiha era um estrategista.

Com os olhos fixos no desenho de flores lá em cima, mordiscou um pouco os lábios, intrigado.

Se Izuna tinha assim tantas estratégias de batalha, qualquer dia desses teria que pedir a ele que lhe ensinasse um pouco mais.


Notas Finais


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