História Cuidado com o que você deseja - Soldada abatida

— E aí, como foi? — Ótimo, a última coisa de que eu precisava era meu irmão entrando no meu quarto minutos após eu me desentender com a Sakura. 

Continuei deitado na minha cama e olhando para o teto. Estou no meio de uma crise existencial, eis o fato! 

— Ela gosta de mim, praticamente se declarou e eu estraguei tudo! — Lamentei. 

A vida me fode tanto que eu acho que minha biografia poderia ser um conto erótico. 

Por que eu tenho que tomar decisões sem pensar direito antes? Ok, tudo bem, a Sakura me pegou desprevenido, eu não pensei que a situação iria evoluir para ela dizendo que gosta de mim também, eu não havia nem ensaiado o que dizer caso isso acontecesse… e aconteceu! Me sinto tão idiota, cara! 

— Como é? — Ele quase berrou, sentando nos pés da minha cama. 

Continuei fitando o teto, mas imagino que meu irmão esteja com uma cara de ódio. 

— Ela veio falando em compromisso e eu não soube como proceder. — Reclamei. — Fiquei sem jeito, não sabia o que pensar… Ela agora tá achando que eu só quis me aproveitar dela, o que não é verdade. 

— Ah, Sasuke, mas as pessoas querem compromisso quando se gostam.

— Eu sei… E estraguei tudo! — Peguei uma almofada e coloquei sobre meu rosto, assim dá pra gritar de raiva sem incomodar os outros. 

— Ok, ok, pode parar com o show! Olha, a melhor coisa a se fazer nessa situação é falar com ela, pedir desculpas, admitir que você é um bosta, e assumir a menina! 

— E se ela não quiser olhar na minha cara? — Perguntei e meu irmão puxou a almofada que eu segurava sobre meu rosto. 

— Fala direito, inferno! 

Suspirei. 

— E se ela não quiser olhar na minha cara? — Repeti a pergunta. 

— Aí, mano, supera. — Suspirou. — Mas vai atrás. Conversa. Se ela gosta de você, vai te perdoar. 

É… O não eu já tenho, agora eu preciso correr atrás da humilhação, né? Pois é… E eu vou. 

— Depois eu falo com ela. 

— Depois o caralho! — Brigou. — Abre aquela janela agora, chama a garota e conversa com ela!

Pra que deixar pra amanhã se eu posso me humilhar hoje, não é verdade? Mas dessa vez vou me conter, pois estamos os dois de cabeça quente. 

Chega de mancada por hoje. 

— Não. — Respondi decidido. Meu irmão mais velho é um bom conselheiro na maioria das vezes, mas ele não manda em mim. — E você não vai me obrigar. 

Não somos mais crianças, foi-se o tempo que eu o obedecia cegamente. Itachi é meu espelho até hoje, confesso, por mais sem noção que ele seja, ainda é meu irmão e foi meu norte em muitas situações; mas ele é ele, eu sou eu. 

— Faça como achar melhor, mas vê se não demora muito. — Alertou. — Ela pode se cansar de esperar. 

Suspirei pesadamente. 

— Também não posso sufocar a garota. — Respondi. — Ela disse que precisávamos de um tempo pra pensar, então daremos esse tempo um ao outro. 

— Quanto tempo? Até ela aparecer namorando com outro? 

Juro que senti meu sangue gelar com essas palavras dele. 

Sakura, namorando com outro… Bem, eu não poderei fazer nada caso isso aconteça, mas que vai doer muito em mim, vai. 

Não, não! Não posso ficar pensando nisso. 

— Ela disse que gosta de mim, então eu acredito. — Fui firme em minhas palavras. — Sakura não mentiria quanto a isso. 

— Não mentiria, ok, eu acredito no que você acredita. — Quê? — Mas só amor não sustenta nada. De que adianta ela gostar de você e não sentir reciprocidade? 

— Mas é recíproco. — Enfatizei. 

— Então mostra pra ela. — Respondeu. — Porque só falar isso pra mim não vai mudar absolutamente nada! 

Entortei os lábios, insatisfeito com a situação. 

Argh, odeio admitir que o Itachi tem razão. Às vezes isso é tão humilhante! 

— Já falei, eu vou tomar uma atitude. Eu vou virar o jogo… Você vai ver! 

[...]

Eu acho que fui estúpida demais. Talvez tenha pego o Sasuke de surpresa, eu acho que ele não estava preparado para ouvir que também gosto dele. Mas eu também não estava preparada pra ouvir que ele gosta de mim! 

Mil vezes droga! 

Eu nunca pensei que Sasuke fosse se declarar. Ok, não foi uma declaração de filme, mas foi uma declaração. Ele gosta de mim, eu gosto dele… Ora, o que nos impede? 

Ele parecia sincero, parecia mesmo. Sei que o não sou próxima dele há muito tempo, estamos longe de sermos amigos de longa data, mas criamos uma conexão muito íntima em pouquíssimo tempo, então acho que posso dizer que sei com absoluta certeza que ele estava sendo sincero sim. 

 Eu acho que fui grossa demais, mas agora dei um tempo a ele. Acho que estamos emocionados com essa história, precisamos mesmo de um tempo pra pensar e ajeitar as ideias na cabeça. Ele pensa no canto dele e eu penso no meu, é bom conversarmos depois com a cabeça mais fria. 

Quero ouvir o que ele tem a me dizer depois dessa. Não vou atrás, vou esperar por ele. 

… 

Confesso que é ótimo voltar à faculdade no meu corpo. Na verdade, é ótimo voltar à vida normal no meu corpo. 

Senti uma saudade imensa das minhas amigas. Juro que senti saudade até de sair pra ir ao banheiro e trocar o absorvente. 

Esperei encontrar minhas amigas assim que chegasse, mas quem vi foi o Sasuke. Nos vimos de longe na área de convivência, ele esboçou um sorriso amarelo e acenou pra mim como se fôssemos meros conhecidos e nada mais. 

Senti meu estômago revirar, um frio na barriga imenso. O que eu sou, uma adolescente do colegial? Sinceramente, me senti dentro do roteiro mais clichê da face da Terra! 

Suspirei. 

É estranho ver o Sasuke assim, de longe, e fingir que até pouco tempo atrás não era eu vivendo a vida dele. 

Acenei de volta, apenas. 

Dói ter que tratá-lo assim depois de tudo que aconteceu. Eu gosto dele, e confesso que me apeguei muito. Pode parecer estranho, porque ele estava no meu corpo e eu no dele, mas o que vale não é o corpo, é a essência. 

Virei as costas e fui para a sala de aula. 

Mas quem disse que eu consegui me concentrar na aula? Não, não… Porque minha cabeça ficou no Sasuke. 

Putz, será que vivemos tudo aquilo e voltaremos a ser indiferentes? Não, não pode. Não pode ser, não pode! 

Que droga! 

Será que ele virá atrás? À qual conclusão chegou? Eu não consigo tirar isso da minha cabeça, que inferno! 

Eu não vou atrás. Não vou atrás. Não vou atrás. 

Sim, estou me coçando pra procurar ele, pra dizer que podemos passar uma borracha na discussão de ontem e tentar começar do zero, talvez com um relacionamento aberto. Não sei, realmente não sei. 

 Sentei com minhas amigas na hora do intervalo. Confesso que estava morrendo de saudades delas, de sentar com elas e jogar conversa fora, mas eu estava meio aérea. 

Ouvia as três tagarelando, por vezes ria de alguma situação relatada, mas logo em seguida a paranóia voltava a me perseguir. 

Lutei contra a vontade quase inconsciente de olhar ao redor e procurar pelo Sasuke. 

— Nossa, e tem coisa pior do que gastar dinheiro com comida ruim? — Ino se lamentou. — A gente chora pela comida e pelo dinheiro. Tento comer pra não estragar, só de ódio. 

— Por isso eu sempre peço as mesmas coisas. — Disse Temari. — Sempre os mesmos sabores de pizza, os mesmos sanduíches, tudo… E dos mesmos lugares, claro. 

— Eu era assim, aí uma vez saí com minha irmã e resolvi inovar. — Contou Hinata. — Pedi um hambúrguer que vinha com um molho meio apimentado, mas era apimentado demais, nossa! 

— Arrependimento bateu, hein? — Temari comentou risonha. 

— Total. — A Hyuuga assentiu. — Eu quase choro, pensando no tradicional quatro queijos que eu sempre costumo pedir naquela hamburgueria. 

— Ah, isso aconteceu quando eu resolvi pedir esfirra doce e era horrível. — Temari fez uma careta. — Eu nem gosto de doce com salgado, não sei que diabos deu em mim naquele dia. Tive curiosidade de provar e detestei! 

— Ah, eu já gosto. — Hinata comentou. — Pizza doce, nossa, é uma maravilha! Brigadeiro, Romeu e Julieta, banana com canela… Tudo maravilhoso! 

— Eu até comeria pizza doce se não viesse queijo. — Temari resmungou. — Na moral, pra que misturar queijo com coisa doce na pizza? 

— Mas pizza sem queijo não existe! — Hinata protestou. — E é uma delícia, tá? 

— Terra chamando Sakura Haruno! — Ino estralou os dedos na minha frente, juro que levei um susto. 

— O que foi? — Questionei. 

— Tá em outro mundo, amiga. — Ino arqueou uma sobrancelha. — O que foi que rolou, hein? 

— Nada, eu só tô… Pensativa. — Dei de ombros. 

— Não olhem agora, mas o bonitão Uchiha está vindo pra cá. — Hinata falou um tanto maliciosa, sorrindo de canto. 

Não tive tempo nem de olhar, juro que meu sangue gelou e meu corpo travou. 

O Sasuke está vindo pra cá? Então ele quer conversar comigo, será? Ai, socorro! 

— Sakura… — Ouvi a voz dele ao meu lado, então olhei para cima e o encarei. — Eu preciso conversar com você. 

Percebi minhas amigas animadinhas e curiosas, cochichando umas com as outras. 

— Sobre o quê? — Tentei não falar com a voz trêmula, porque realmente estou muito nervosa sobre o conteúdo dessa conversa. 

Ele se ajoelhou e apoiou um dos cotovelos no braço da cadeira, assim pôde ficar de frente para mim.

Engoli seco. 

Ele olhou nos meus olhos, parece estar um tanto nervoso, mas decidido sobre seja lá o que queira tratar. 

— Eu descobri que amo você, Sakura. Desculpe se você me entendeu mal ontem, de verdade. Eu tô disposto a fazer o certo dessa vez. — Sasuke então sorriu, aquele sorriso lindo e encantador. — Você quer namorar comigo? 

— Sim! — Ino bateu com a palma da mão sobre a mesa, assustando todo mundo com sua reação. — Sim, ela aceita. Se tem uma coisa que ela aceita é namorar com você, Sasuke! 

Minhas bochechas esquentaram de vergonha, porque Sasuke foi até discreto embora tenha se ajoelhado, mas Ino berrou pra qualquer um que esteja aqui escutar, e agora tem algumas fãs do Sasuke que estão me olhando um tanto torto… Ah, um belo foda-se pra elas! 

— Ino! — Resmunguei entre dentes. — Caramba, por favor! 

— Aceita logo, garota! — Temari falou impaciente. 

— Gente, vamos dar privacidade a eles. — A única sensata daqui, Hinata, se levantou e esperou que as meninas também se levantassem… Ah, iludida. — Gente, vamos. 

— Só quando ela aceitar! — Ino respondeu indignada. — Sem pressão, amiga. 

Suspirei. 

— Tá, eu vou aceitar. — Respondi impaciente e as meninas ficaram animadas. — Agora saiam daqui! 

— Depois a gente conversa. — Temari falou enquanto ela e Ino se levantavam, então finalmente as três me deixaram a sós com Sasuke. 

Ele riu, então se levantou e puxou a cadeira onde Hinata estava sentada ao meu lado, a arrastou para mais perto de mim e se sentou. 

— Acho que você já me deu um spoiler do que vem a seguir. — Ele disse divertido e eu fiquei um tanto desconcertada. 

— Isso não foi nada romântico. — Lamentei. 

— O que vale é a intenção. — Sasuke tentou amenizar o clima, mas confesso que até foi divertido. Nada que nos envolva é totalmente normal pelo que eu entendi.

Nos encaramos por uns instantes, os sorrisos tímidos e a expectativa no olhar. Eu quero beijá-lo e sei que essa é a vontade dele também, mas estamos na Universidade e cercados de alunos curiosos. 

— Então… — Pigarreou. — Vamos voltar pra casa juntos mais tarde? 

— Sim. — Assenti. 

Então dessa forma nos "despedimos" por enquanto. Voltamos a agir como dois desconhecidos no ambiente acadêmico, mas com a promessa de que logo mais iremos nos resolver. 

Tipo, do nada, estamos namorando… É sério isso? Estou namorando com o Sasuke?! 

Respirei fundo e tentei voltar para realidade. 

Calma, Sakura… Não foi alucinação, o Sasuke realmente esteve aqui e pediu você em namoro. Agora vocês estão namorando! 

É, parece que aquela pressãozinha funcionou. 

As meninas voltaram assim que Sasuke saiu, então sentaram-se novamente onde estavam antes. 

— Então, soldada abatida? — Temari questionou com curiosidade. Não consegui conter um sorriso satisfeito e feliz. 

— Sim, abatida! — Afirmei, o que fez as três sorrirem em empolgação. 

— Ai, que lindo! — Hinata disse com brilho nos olhos. — Pra ficar mais lindo ainda, só falta ele te dar um anel de compromisso, né, Sakura? 

— Nossa, calma aí… — Sorri desconcertada. — Uma coisa de cada vez, Hina. 

Eu me achei apressada, mas a Hinata ultrapassou todos os limites. Se Sasuke chega aqui com uma aliança, é capaz de me arrumarem um buquê pra armar o casamento. 

— Ui, já pode passar pro próximo estágio, amiga, porque aquele corpitcho agora é todo seu! — Ino disse empolgada e maliciosa, insinuando o que eu acho que ela está insinuando. 

— Nossa, Ino, eles mal começaram a namorar! — Hinata bateu na própria testa. 

— E precisa namorar pra trepar? — Ino e sua discrição… Só que não! — O Sasuke do nada apareceu aqui dizendo que ama a Sakura, então se isso aconteceu é porque já rolou paquera por trás das cortinas! — Ah, se ela soubesse… — A gente achando que era uma paixão platônica, enquanto isso a Sakura estava só comendo pelas beiradas! 

Suspirei. Espero que não comecem com perguntas sobre como Sasuke e eu começamos a nos paquerar ou coisa do tipo. Não pensei em nenhuma desculpa, e definitivamente dizer que estávamos com corpos trocados está fora de questão! 

— Ah, se é assim, então ela já deve ter sentado nele até cansar. — Temari deu de ombros. Juro que um pessoal que está na mesa ao lado nos olhou com espanto depois do que a Temari falou. 

Eu quero enfiar minha cabeça num buraco! 

— Pra sua informação, não! — Infelizmente. — Sasuke e eu não transamos… ainda. — Sim, tô confiante. 

As três se olharam com sorrisos maliciosos. 

É como eu sempre falo, cada uma tem as amigas que merece. Pois é! 

— Não esquece, amiga… — Lá vem a Temari com as indecências dela. — Quando estiver beijando o gato, dá uma passadinha com a mão lá embaixo, pra ver se o pacote vale a pena… 

Revirei os olhos. Na verdade eu quis rir, mas, enfim. 

— Como se eu já não soubesse o tamanho. — Pensei alto, então cobri minha boca com ambas as mãos após ter notado que as palavras escaparam. 

As meninas me olharam como se eu fosse a maior tarada da face da Terra! 

Ok, agora elas vão pensar que eu já avancei o sinal com o Sasuke. Não que eu me importe com isso, porque realmente eu espero que aconteça mais cedo ou mais tarde — tomara que seja mais cedo —, mas eu sei que é mentira, Sasuke e eu nunca chegamos nem perto de transar! 

Respirei fundo. 

— Danadinha! — Hinata sorriu de canto. — Danadinhos! — Enfatizou. 

— Não é nada disso que vocês estão pensando. — Soltei a pior frase que poderia se encaixar nessa confusão, porque ela praticamente confirma o que as meninas estão pensando. 

Ai, não é uma situação fácil de explicar! Por que eu fui abrir a minha boca? Que inferno! 

— Ninguém tá pensando nada, você falou! — Temari respondeu. — Deixou claro como a água que já deu uma conferida no pacote do Uchiha! 

Conferida? Eu fiz xixi com aquele negócio, e não é legal! Ok, tem o lado prático, porque mulheres precisam sentar no vaso e isso é um transtorno em banheiros públicos, enquanto homens podem fazer em pé… mas mirar aquilo nem sempre é tão fácil quanto parece, pior ainda quando tá duro! 

— E aí, compensa? — Ino questionou com curiosidade quase palpável. — O Sasuke tem uma pose imponente, imagino que o que ele carrega nas calças deva ter um tamanho proporcional àquele ego. 

Incrível como Sasuke passa uma impressão errada. Ele é sério, calado, um tanto antissocial, mas não é antipático como muita gente pinta, tampouco egocêntrico. Sasuke na verdade é super gente boa e simpático! Claro, não com qualquer um, mas é. 

— Nada… — Temari discordou. — Às vezes quando o cara se acha daquele jeito, é porque tem pinto pequeno. — Riu. — Mas só a Sakura pode dizer. 

Ai, eu me sinto até mal falando sobre isso. Cara, eu gosto do Sasuke, então é claro que não me sinto bem sabendo que estão questionando sobre a intimidade dele. 

— É bastante satisfatório. — Me limitei a dizer apenas isso. Não estou mentindo e consigo sanar um pouco da curiosidade delas. 

— Hum, tá bem servida. — Ino provocou. — Por isso que ficou feliz daquele jeito. 

— Eu gosto dele, poxa… — Resmunguei. — Ah, fala sério, sexo é importante, mas não é o principal. 

— Tá, sabemos disso. — Temari revirou os olhos. — Mas é bom conferir ainda assim, né? Pra evitar surpresas ou frustrações na hora H. 

Ok, nisso a Ino tem razão, é sempre bom dar uma conferida antes. No meu caso, conferi bem até demais, nossa! Queria não ter conferido tanto. 

— Já perceberam que estamos falando de pau e agora é que são dez da manhã? — Bufou a Hyuuga, o que me fez rir. 

É verídica aquela história de que mulheres quando se juntam só sabem falar de pau. Super verdade. 

— Prefere falar de boceta? — Temari retrucou. 

— Acho que ninguém aqui curte a fruta… — Hinata deu de ombros. — Voltemos ao assunto anterior… Sakura. — Ela se virou para mim e eu gelei. — Conta aí como foi que você deu a conferida no companheiro de guerra do Sasuke? 

— Caramba, dez da manhã, tá tarde. — Me levantei olhando para o pulso como se houvesse um relógio, mas nem isso. — Preciso voltar pra sala, vejo vocês mais tarde. 

E assim me livrei de uma conversa inconveniente sobre sexo e pau, onde todos os caminhos me levavam a lembrar que Sasuke e eu estávamos de corpos trocados e relatar isso me faria ser internada numa camisa de força!