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História A culpa foi do destino - Nine


Escrita por: heonyang

Notas do Autor


Boa leitura 📖!

Capítulo 9 - Nine


E lá estávamos nós, sentados numa cadeira de salão de cabelereiro qualquer em Busan. A descoloração era algo doloroso e horrível para mim, mais ardia do que descoloria minha cabeça. Já para o garoto ao lado, aparentemente não fazia efeito já que era algo mais frequente em sua vida.

Acordar de bom humor te leva a fazer coisas que você não faria num dia normal, como mudar a cor do cabelo sem mais nem menos. Minha ideia inicial era rosa, depois mudou para verde, e até mesmo roxo. No fim, a nova cor era branco, um branco perfeitamente branquinho como neve.

A cor do cabelo do Yoongi era algo que eu não conseguia decifrar. Roxo meio azul meio sei lá oque.

- Eu contei a você que... Minha mãe está namorando novamente? - perguntei a Yoongi após muita conversa paralela na volta do cabelereiro. Já estávamos na rua, indo para o hotel e passando numa loja ou outra para comprar lembrancinhas de Busan. – Eu não estava preparada para isso.

- Sua mãe é assustadora. – Eu sei, eu sei.

- Ji-Yong é uma cara de sorte - ri soprado, totalmente desanimada. G-Dragon era o melhor amigo de meu pai, eram fiéis um a outro e eram como braço direito um do outro. Agora namora minha mãe, ex-mulher do seu melhor amigo.

Sei que eu não devo me intrometer porque a vida é deles, mas isso é chato. Ainda lembro dele frequentando nossa casa, levando mangás para Taehyung e jujubas de menta para mim, ele era uma boa pessoa até perdermos contato depois da morte do meu pai.

- Espera... O GD? Tipo, o Kwon Ji-Yong, G-Dragon? - perguntou com os olhinhos arregalados, que me fizeram gargalhar. Yoongi ficava tão fofo com os olhos arregalados, até parecia gente.

- Não, Yoonnie, o T.O.P. - sorri de lado, vendo-o fazer uma careta. - Ele é meu padrinho...

- Quem?

- O Ji-Yong.

- Se o Jungkook souber disso ele surta. Ele adora o G-Dragon, só não mais do que a IU - disse, organizando o boné na cabeça e a máscara no rosto.

Dei de ombros.

O que todo mundo vê na IU?

- Vou passar em mais algumas lojas antes de voltar, quer vir?

- Estou com preguiça, cansado e morrendo de vontade de dormir. Sabe voltar sozinha? - murmurou com a voz arrastada, parecendo uma criança que foi ao mercado com a mãe, que por acaso reencontrou uma velha amiga, e que passaram longos minutos conversando.

Se não o conhecesse bem até diria que era puro teatro, mas os 17 anos convivência mostraram que nada passa de preguiça mesmo. Aigoo!

- Yoongi você dorme muito! - arrumei a blusa xadrez azul turquesa - de Yoongi - que eu usava amarrada na cintura e o fitei por canto de olho.

- Desculpa por isso, eu queria ir mas...

- Já estou mais que acostumada, sempre que viajamos você é o primeiro a dormir. Agora vai - abracei sua cintura, antes de atravessar a rua e adentrar uma loja de bijuterias.

O dinheiro que me restava se foi, e até tenho orgulho disso. Dinheiro bem gasto em produtos de hidratação para o cabelo, pulseiras e colares, e, o melhor: comida.

[...]

- Fique aqui, eu guardo as malas - mandou Yoongi, pegando as malas no porta-malas do táxi, tendo ajuda do motorista. Voltamos para Seul, infelizmente.

- Ficarei mesmo, não quero olhar na cara desse povinho tão cedo - reclamei suspirando. Abri a pequena bolsa que eu carregava e retirei o dinheiro para pagar o motorista. - Não é que eu guarde rancor... Eu só... Estou com ódio momentâneo. - Disse para mim mesma vendo o carro partir.

Yoongi havia entrado e os berros da minha melhor amiga eram ouvidos por todos. Perguntas como "onde ela está?" e "tem como eu ver ela?" surgiam e Suga foi breve, lançando um "ela está viva". Fui para a parte de trás da casa, onde a janela do quarto de Yoongi ficava e o esperei aparecer ali e colocar uma escada para que eu entrasse na casa.

Sim, esses eram meus métodos, nada normais, para evita-los. Estranhos e desafiadores, são sim, mas quem liga?

Respirei o mais fundo que pude e então fixei um pé na escada. Olhei para Yoongi e ele entendeu o recado: segurar a escada pra mim não tem um ataque cardíaco. E morrer ali. Meio receosa, fui subindo os degraus com calma e cautela, não queria cair dali e tinha medo de altura.

Coloquei uma mão na janela para tentar ter algum apoio, fixei o pé esquerdo na escada e apoiei o joelho direito na janela. Eu estava bem, mas não queria acreditar nisso, fiquei nervosa e comecei a tremer com medo, a respiração foi falhando e a força acabando.

Frescura no cu o nome.

Voltei a atenção ao que eu estava fazendo, e com paciência enfiei uma perna para dentro do quarto, depois a outra. Pus a mão sobre o peito e tentei normalizar a respiração acelerada. Yoongi brotou do inferno pela porta do quarto e me entregou um copo de água com açúcar.

- Estou com sono, venha, deite aqui.

- Você dormiu a viagem de volta inteira - reclamei, terminando de beber a água. Coloquei o copo em cima da mesinha que tinha ali. Procurei uma roupa confortável no guarda-roupas e rumei o banheiro suspirado. - Vou me trocar.

Vesti uma calça rosa de pijama e uma regata branca com desenhos de ursinhos. Meus 21 anos não servem para nada, só para contar os anos que eu existo obrigatoriamente. Se não fossem por meus melhores amigos, eu já teria desistido de tudo.

- Vem logo - pediu manhoso, fazendo uma de suas mil faces fofas. Acabei cedendo e me deitei ao seu lado, toda preguiçosa. É difícil resistir aos encantos desse... Ser de não-luz. - Boa noite.

- Mas é dia ainda.

- Aish... Chata!

- Ainda bem que você sabe - virei-me de lado, lembrando de ontem a noite, morta de vergonha. Sinceramente, eu não sei porque Yoongi me causa sensações boas, como borboletas no estômago e felicidade, me sinto bem ao seu lado.

Yoongi abraçou-me me puxando para perto de si. Capotei num sono pesado, sem saber que horas eram. Apenas dormi com a respiração quente do garoto batendo em meu pescoço.

- P.o.v Bianca -

Eu pedia paciência a Deus com toda vontade do mundo, só para aguentar mais uma horinha esses garotos. Até podem ser os amores da minha vida, mas tem horas que quero matar cada um e dar para o cachorro do Taehyung comer. Não aguento essas mini-encarnações do demônio fazendo um fuzuê para arrumar uma festinha.

- Não, não! Não, Taehyung, não é ai! – gritei com meu mais novo ficante. Claro que não é nada sério pra ele - aparentemente, se for é lucro -, mas a gente supera. Taehyung é fofo e um melzinho sempre, porém, um boboca, idiota que acabava com minha grande paciência em frações de segundos.

- Mas presentes não ficam embaixo de arvores com pisca-piscas? - perguntou ele com cara de sonso. Típico de idiotas, lê-se meu amor. No canto da sala havia um pinheiro médio num vaso grande, e Taehyung era fascinado na árvore.

- Jin, pelo amor de Deus, põe ordem nisso aqui! - gritei novamente.

É coisa de mais para mim sozinha, mesmo que havíamos dividido as tarefas. Estava organizado assim: Taehyung arrumava os presentes, Jungkook me ajudava a arrumar a mesa, Hoseok escolhia as músicas, a parte difícil da decoração ficava com Jimin e Namjoon e Seokjin colocava ordem nas crianças enquanto cozinhava.

- Eu vou tomar banho e quero tudo organizado até eu desligar o chuveiro - ordenei me virando para ir ao quarto e tomar um banho bem quente.

Eram meus planos - tomar banho e me arrumar decentemente - até uma das mini-encarnações me chamar com a voz soando curiosidade.

- Bia Nonna, espera - Jungkook me olhou com a boca farta de doce brigadeiro. Eu ensinara Jin a fazer e, bem, ele exagerou e fez demais. - O que é isso aqui? É uma delícia! - O garotinho duas vezes maior que eu, perguntou enfiando mais um docinho na boca.

Suspirei pegando o copo d'água que deixei em cima da mesa quando eu a arrumava, bebendo seu conteúdo com calma. Olhei para Jungkook que se lambuzava com o doce, com a boca toda suja de granulado.

- É brigadeiro.

- Bri o quê? - arqueou a sobrancelha.

- Repete comigo - limpei a garganta, acalmando o tom. - Bri-ga-dei-ro.

- Bri-ga... Dai-ro?...

- Com "E", Jungkook.

- Brigatairo?

- Caralho, você quer que eu desenhe? Meu Deus!

- Desenhar o brigadeiro? - ele sorriu inclinando a cabeça para o lado, apertei suas bochechas com um sorrisinho, ele acertou.

- Acertou 'mizeravi! - fiz um "bate-aqui" com o garoto e ri vendo seus dentinhos de coelho a mostra. Vontade de adotar essa criança que tem idade para ser meu irmão.

- Mi o quê?

- Nada! - disse eu, aos prantos, tentando fugir de Jeon Jungkook e suas tentativas falhas de entender o mínimo de português possível.

[...]

- Sua irmã deu sinal de vida? - perguntei a Taehyung, enquanto revirava uma caixinha de brincos. Meu brinco de laço cor-de-rosa, evaporou, sumiu, faleceu, abril alas.

Ok, estava no fundo da caixinha e eu sega que só o achei depois que terminei minha maquiagem nada simples. Enfiei o laço rosa na orelha pondo a tarraxa atrás. Era pequeno e fofo, ficou bonitinho.

- O Yoongi Hyung acordou e disse que levaria ela para sair, ela provavelmente vai chegar brava... Certeza.

- Que ótimo - sorri. Talvez seria um bom aniversário, me desgastei todinha - e gastei meu salário também - para deixar tudo do jeito que está agora. - Vem aqui, deixa eu te maquiar.

Taehyung dissera que amava os momentos que eu o maquiava, mas desgostava também porque eu o usava como boneco de teste sempre que comprava maquiagem nova. Com uma beleza dessas, todo mundo o maquiaria.

- E o LuHan?

- Ele trouxe algumas pessoas com ele... Um tal de Xiumin, Lalisa e... Sehon, Sehun, Se... Se-alguma-coisa - bufou entediado, fazendo uma de suas caretas rotineiras. Mordi sua bochecha por não aguentar a fofura.

- Ya! Fique quieto, está me desconcentrando - pigarreei tentando passar batom em sua boca. - Taehyung, aquieta ai, puta que pariu!

- Eu sei que você gosta - pôs as mãos em minha cintura me puxando para seu colo, me deixei levar pelo momento e o olhei com ternura.

- É mesmo? - zombei indignada, vendo como era incrível como Taehyung consegue ir de um bebê fofo para um homão sexy. - Você nem sabe como.

Sorri e roubei um beijo do garoto, logo outro após outro. Após longos momentos de trocas de beijos, desci de seu colo para não ir tão longe e terminar a maquiagem.

Santo G-Drangon que estais no céus, abençoe vossa pegação com Kim Tae Hyung durante esses dias, não deixes que Kim Tae Lin saiba, e faça com que ninguém abra a boca, amém.

- P.o.v Lucy -

Eu odeio filmes de terror;

Eu odeio cinemas lotados;

Eu odeio os gostos de Min Yoongi!

Sinceramente, eu o odeio certas vezes. Mancada me trazer num cinema para fazer a lindeza de assistir um filme de terror. Eu sou um bebê e tenho medo dessas coisas!

- M-meu braço - reclamou ele, arrastando o final da frase. Para descontar meu medo eu apertava o braço do garoto, e o medo não era pequeno não. - Dói! Isso dói!

- Cala a boca - reclamei com a voz embargada. Eu estava chorando e por essa e mais centenas de outras coisas eu não assisto a filmes de terror ou algo relacionado. Animação existe para nossa felicidade. - Você não tem medo disso mas eu tenho, ridículo.

- Já acabou, olha só - Yoongi beijou minha testa e eu apertei sua mão que estava entrelaçada a minha. Não bastava só apertar o braço, a mão vinha de brinde. Fiz como ele pediu, olhei para o telão que passava os créditos do filme, levantei-me do lugar descendo as escadas mais rápido que o Flash.

Finalmente.

- Você está mesmo chorando? - riu passando as pontas dos dedos cobertas pela manga da blusa azul em meu rosto, secando as lágrimas amedrontadas e raivosas que desciam. - Oh, meu Deus.

- Queria o quê? Que eu saísse espalhando flores por ai?

O praguejei com vontade até sairmos do shopping e voltarmos para casa andando, repito, andando. Não disse uma palavra ao longo do caminho inteiro, cheia de ódio, chegava a sair fumacinhas pelas narinas. A ideia de joga-lo do vigésimo terceiro andar de qualquer prédio por ai e vender o que sobrasse do corpo, me veio em mente.

- Linnie? - o garoto chamou, pegando em meu pulso nos fazendo parar no meio do caminho.

- Vai tomar no cú.

- Já tomei de mais... Estou satisfeito - zombou.

- Poc, poc, poc... - cantarolei, exalando ódio gratuito.

- O quê? - ele me olhou com um sorriso estampado na cara, eu só o ignorei. Eu poderia listar tudo o que me dava ódio no mundo e em Yoongi, existem tantas coisas que ele faz que me deixam irritada que as vezes penso que vou morrer de estresse. - Vai me ignorar?

- Óbvio, Yoongi, eu chorei num cinema por culpa sua!

- Calma, Anjo.

- Calma o caralho! Já mandei você tomar no cu?

- Aigoo... - puxou-me pelo braço novamente fazendo-me virar para ele com lágrimas nos olhos prestes a caírem. Psicológico fraco é outra coisa.

- O que você quer? - aumentei o tom de voz sem dar importância para as pessoas que andavam por ali. Numa hora dessas eu queria metade do fandom aqui para ocuparem a vida de Yoongi. - Não basta me levar na merda daquele cinema, ainda vai me irritar? Pelo amor de Deus, o que eu te fiz?

Ele apertou-me em um abraço e beijou minha testa. Não reagi. Não fiz nada. Estava com raiva. Revirei os olhos e suspirei já farta daquele dia. Apenas queria desistir de tudo. Me entupir de remédios para ansiedade ou soníferos.

- Abacaxi! - ele gritou, idiotão como sempre, parado na porta de casa. Minha cabeça latejou.- Vamos entrar? -Assenti e abri a portinha do cercadinho de madeira que rodeava o quintal. A casa estava o maior breu, não se ouvia nem sussurros de uma alma dentro da casa, só havia o som da rua e Yoongi tagarelando no meu ouvido pedindo desculpas.

Girei maçaneta e senti o vento gelado me acertar, o ventilador de teto estava ligado. Tateei a parede em busca do interruptor e acendi a lâmpada desligando o ventilador. No mesmo momento, gritos animados invadiram meus ouvidos junto a gargalhada de Yoongi. Me assustei dando passos para trás e buscando apoio para não cair.

Minha cabeça girava como um carrossel. Me apoiei na parece, escorregando até o chão com a mão no peito olhando ao redor. Lembraram do meu aniversário.

2NE1;

Era o tema. Eu surtei feito louca. A parede onde a mesa estava tinha uma mural de fotos minhas, todas zoadas, posso jurar que tudo foi ideia do meu irmão colocar fotos feias minhas - que era o que ele mais tinha, porque eu sempre trocava fotos zoadas com ele.

A vela do bolo era da logo do 2NE1, haviam brigadeiros coloridos ao lado do bolo, paçocas e muitas balas. Meu tipo de paraíso. Eu não ouvia muitas músicas, mas quando vi o debut do 2NE1, passei a acompanhar e me apaixonei por cada integrante. Quando anunciaram o desband, fiquei três dias na cama sem comer, sem beber, sem fazer nada. Apenas chorando.

- Achou que eu iria esquecer? - Bianca gargalhou vindo até mim e me apertando em seus braços. Era até estranho abraçar minha melhor amiga, ela era da altura do Taehyung e me deixava entristecida. - Não faria isso contigo.

- Meu Deus! Eu não sei nem oque te dizer...

- Tem como vocês... Hm... Falarem coreano? Não entendo árabe ainda - Taehyung fez bico, empurrou Bianca e abraçou-me.

- Eu amo muito vocês!

- Me ame. Eu que dei a ideia da decoração - Taehyung gabou-se. É, ei estava certa.

- Eu comprei tudo - dessa vez foi Namjoon.

- Eu que gastei meu salário! - Bianca serrou os olhos, pronta para discutir.

- LuHan! - arrastei manhosa o nome do garoto. Desfiz o abraço com Taehyung, correndo até ele que estava grudado a Sehun que conversava com duas outras pessoas. LuHan se levantou e me abraçou com um sorriso.

- Feliz aniversário, novamente - deu dois tapinhas em minhas costas antes de soltar-me e apresentar os dois desconhecidos. - Essa é Lalisa, e esse Minseok. - Os dois sorriram. Sehun acenou para mim e puxou o namorado para se sentar em seu colo.

- Prazer em conhece-los - curvei-me, morrendo de vergonha. Ao iniciar uma conversa, tive uma leve impressão de que já conhecesse Minseok, mas deixei isso quieto. Minseok dissera que era trainee da SM Entertainment e Lalisa da YG, achei isso um tanto legal porque meu pai era CEO e produtor da YG.

Após andar os quatro cantos da casa, puxei a Bianca para a cozinha, para agradece-la pela "surpresa" - que inicialmente me deixou brava - e contar sobre a merda da minha vida, como minha melhor amiga ela deveria saber de tudo. Ela gritava em nossa linguagem secreta e eu ria de nervoso, ria de muito nervoso.

- Puta que me pariu, Lucy... - murmurou com os olhos arregalados e a mão direita na boca. Tão dramática, quem vê pensa que é canceriana.

- Aish! Foi só um beijo - ditei, arrancando os fios soltos da renda do vestido curto de Bianca que estava sentada no balcão. – Aigoo.

- Você beijou Min Yoongi! Sabe quantas pessoas querem beijar aquela boca? - gritou novamente me fazendo rir.

- Vocês falam árabe? Porra, aqui é Coréia não o Brasil! - o Min reclamou, terminando um copo de cerveja, todo bêbado. Eu também tomei um copo ou outro mas até agora nada aconteceu. Estou sóbria.

- Vai tomar no cu, Yoongi, você é chato em! - Bianca esbravejou revirando os olhos. - Vou embora que eu ganho bem mais, depois terminamos essa conversa. - Desceu brava do balcão e saiu pisando fundo. Yoongi tinha o poder de "meter o louco" e deixar qualquer um furioso com mínimas palavras; principalmente a Bianca. Ele murmurou algo que não consegui ouvir e só ri da bobeira desses dois.

- Vocês são insuportáveis, não sei como eu ainda os aturo - falei.

- Amor o nome.

- Longe de mim - ri. - Talvez, não é?

- É.

- É...

- É sim.

- É.

Nós dois nos olhamos e começamos a rir, talvez ele também tivesse lembrado do tempo em que trocávamos respostas de prova usando "É" e "É sim" junto a números. Como isso? Nem eu sei, mas fazíamos essa bobeira sempre que tinha prova de conhecimentos gerais e juntavam os melhores alunos de todas as turmas em uma sala. Yoongi sempre sentava na minha frente porque sabia que eu daria a resposta a ele.

Eu sentia saudades de estudar com ele e com meu irmão, nunca fomos quietos mas tirávamos boas notas. Yoongi era três turmas acima da minha e duas acima de Taehyung. Fomos crianças idiotas, que gostavam de arrumar briga até Yoongi terminar o ensino médio e eu mudar para o Brasil.

- Eu senti falta de você quando viajou... - ele sorriu, mexendo o copo em sua mão para ver o gelo dançar alí dentro. - Os últimos anos tem sidos tão chatos. Tudo tem sido chato sem você.

- O destino sempre nos surpreende - sorri, me sentando a sua frente na mesa. - Grande prova disso é que você alcançou seu sonho, agora é reconhecido mundialmente.

- Isso não é tão legal assim. A maioria das pessoas acham que nós somos robôs, acham que não nos sentimos tristes, não choramos, não erramos, não transamos, nem peidamos. É estranho. Somos de carne e osso como todo mundo.

- O certo é soltar pum! - resmunguei de sua podridão. Yoongi gargalhou. - Eu percebo você desconfortável as vezes, Bianca me deixa informada sobre o que ela vê. E também sei como todos vocês ficam quando alguma coisa acontece no fandom.

- As ARMYs, muitas vezes são infantis e brigam por coisas totalmente inúteis. Sabe como é você ter amor pelas pessoas, trabalha oras por dia pensando na alegria delas e acaba que ninguém reconhece... - ele se acabava na bebida, e sorria meio bobo conforme colocava as coisas para fora. - Nós bebemos, saimos pra baladas, beijamos, xingamos, transamod... Fazemos o que um humano maior de idade faz. Mas para muitos somos crianças perfeitas, não fazemos nada de errado e blá-blá-blá.

O garoto encheu seu copo novamente, e mais um, me entregando-o e pedindo para beber com ele. Yoongi voltou a falar das mágoas dele, tanto da vida no palco quanto fora dele. Ele ficava até fofo falando enrolado e com o nariz vermelho de choro, seria um cena bonitinha se ele não estivesse bêbado. Peguei em sua mão o guiando até o sofá da sala, onde nos jogamos e tratamos de assuntos sem pé nem cabeça enquanto a festa rolava no quintal.

Deixe minha festa de canto, Yoongi era importante de mais para deixa-lo bêbado, caindo pelos cantos da casa e querendo desabafar. Depois de um tempo ele pegou no sono, levantei do sofá e chamei Seokjin pra levar o vegetal para o quarto. Arrumei Yoongi entre os lençóis da cama e beijei sua testa antes de descer e, me deparar com a Bianca ao pé da escada me chamando para beber. Exemplo de amiga ela.

E a noite seguiu com gritos animados, músicas descontraídas, um parabéns bem brasileiro todo farofado e agitado. A casa cheirava a bebida e no quintal tinham bêbados sentados em uma roda jogando verdade ou desafio, como de costume, esse jogo demoníaco. Sehun, Lalisa, Jungkook e eu éramos os únicos meio-sóbrias dali. Estávamos sentados numa mesa perto da piscina, vendo os adultos-infantis girarem uma garrafa de whisky e se xingarem a cada dois minutos.

- Não! Isso não vale porra! - Bianca grunhiu. Namjoon a desafiou a beijar Minseok, e Taehyung não gostou nada. A rodinha riu. Mesmo Taehyung, claro.

- É só um beijo - Namjoon, o adulto sensato, que agora estava bêbado, parecia uma criança que acabara de aprender a falar dizendo tudo enrolado.

- Seu cú! O Minseok é velho!

- Não fala assim do Xiumin. - Lalisa rebateu. - Ele pode ser velho mas ainda assim é um bebê.

Xiumin?

Minseok;

Xiumin;

Sorrisinho fofo;

Garoto da loja de doces...

Palavras tem poder.

- Xiumin e Minseok são a mesma pessoa? - perguntei a loira sentada a minha frente. Vai saber né? Do jeito que as coisas andam é capaz que eu me confunda com alguém se me olhar no espelho.

- São sim.

- Puta que pariu!...

- O conhecia?

- Tecnicamente sim, só não sabia o nome real dele. - dei de ombros e levantei da cadeira, segui para a cozinha afim de tomar um copo d'água. Ficar muito tempo no meio de bêbados que se desafiam a fazer alguma merda, não é muito bom para minha saúde mental que já é fraca. Assim que deixei o copo sobre a pia a campainha tocou, reuni o resto das forças que eu tinha e fui até a porta logo a abrindo.

- Oi amorzinho.

- Ma-mãe?

É hoje;

Hoje que Taehyung e eu morremos nas mãos da Kim.


Notas Finais


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa voltei com essa bíbliazinha

primeiramente: d e s c u l p a gente, eu sei quem eu sumi tempo demais SÓ QUE
eu escrevi um capítulo todo lindo com quatro mil palavras e ia postar ele no dia seguinte, porém apaguei ele sem querer ;-...
tentei fazer esse parecido? tentei, mas não é o mesmo...

Ouçam: Avril Lavigne.


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