– Hinata esteve aqui.
Foi a primeira coisa que disse quando Sasuke chegou. Enquanto isso fechava o último ziper da mala. Eu iria embora.
– E eu com isso? –Indagou Sasuke enquanto tirava seu sobretudo e jogava em cima da cama.
Tirei o papel amassado de meu bolso e o entreguei.
– Ela me deu isso. Eu acho que você deveria ler.
Seus olhos percorreram o papel sem esboçar nenhuma reação. Depois o amassou e jogou no lixo.
– Eu não me importo. – Disse simplesmente.
– Sasuke, isso é um DNA positivo. – Comecei, tentando manter a calma – Se você tinha alguma dúvida quanto à paternidade dessa criança, ela acabou agora.
– Você é muito ingênua. – Ele ironizou – Quem me garante que não tenham falsificado essa porcaria?
– Olha, eu acho que sua autoestima está muito elevada, Sasuke. Desculpa falar, mas nenhum pai gostaria de tê-lo como genro. – Caçooei – Não acredito que Hiashi tenha falsificado.
– Não interessa. – Esbravejou o Uchiha – Eu não quero esse filho, e eu não vou tê-lo. Itachi com certeza foi quem forneceu material genético. Bastardo.
Fiquei em silêncio. Sasuke cada vez mais mostrava-se um tremendo canalha.
– Por quê está arrumando estas malas? – Perguntou.
– Eu vou embora. Sério, desculpa, mas essa situação já passou dos limites. Faz uma semana que te conheço, Sasuke. Não quero me envolver em nada disso.
– Você não vai pra lugar nenhum. – Respondeu calmamente.
Suspirei.
– Eu vou Sasuke.
Peguei a mala de cima da cama e caminhei em direção à porta, porém fui interrompida por sua mão que prontamente agarrou meu pescoço me jogando contra a parede do quarto.
Senti o ar escapar por meus pulmões, o pescoço arder e os olhos marejarem.
– Eu disse que você não vai pra porra de lugar nenhum! – Berrou o Uchiha completamente descontrolado.
Levantei, recuperando um pouco de minha compostura.
– Você não manda em mim! – Minha voz saia esganiçada – Você é doente! Nunca mais encoste a mão em mim!
– Eu não quero saber o que você acha sobre mim. Eu estou sendo lógico. Você não tem pra onde ir, seus pais estão mortos, você não tem dinheiro, e de quebra, seu padrasto pode estar solto por qualquer lugar que você passar, você sabe.
Terror psicológico. Até isso este cafajeste era capaz de fazer. E o pior era que surtia efeito.
– Eu não me importo. Só quero ir pra longe de você – Disse tentando parecer indiferente.
– Você não vai!
– Vou!
– Então vai de uma vez, chega, não vou implorar pela sua presença, você não vale tudo isso. – Dito isto Sasuke entrou no banheiro.
Era tudo que eu precisava ouvir. Eu não era nada pra ele, e ele também não deveria ser nada pra mim, nos conhecíamos há uma semana, não havia motivo para estar ali.
Peguei minha mala e parti.
***
As ruas estavam frias, o vento cortante tocava meu rosto ainda machucado, eu estava sentindo medo, não tinha dinheiro e nem quem me ajudasse. Eu estava perdida, mas meu orgulho era maior que qualquer coisa.
Decidi ir andando até a faculdade, que era um pouco longe, mas a única alternativa. Estava tudo deserto e apressei o passo.
Depois de caminhar aproximadamente vinte minutos, tive a impressão de estar sendo seguida. Parei, olhei para tras e nada. Deveria ser apenas impressão.
Mais duas quadras andadas e a sensação continuava. Impaciente virei para tras.
– Quem está ai? – Gritei.
Nada.
Continuei andando, e a sensação não passava. Foi então que cheguei na estrada que levava até o colégio. Ela era escura e cheia de árvores. Suspirei e segui em frente, afinal faltava pouco.
– Psiu.
Congelei. Lentamente entortei o pescoço para ver quem era.
Oh, merda.
– Da...Danzou... – Resmunguei.
– Você é mesmo uma tremenda anta! – Começou se aproximando e rindo – Andando à estas horas sozinha, pequena Sakura? Imagina se alguém estivesse atras de você?
– Diga logo o que você quer de mim! – Gritei me afastando dele.
– Oras, pequena Sakura, você sabe muito bem... – Ironizou Danzou – Eu quero o que você me deve, e com juros.
– Eu não devo nada a você! – Respondi – Me deixe em paz!
Ele então chegou mais perto de mim, puxando meu cabelo com força.
– Eu nunca vou te deixar em paz enquanto você não me pagar. – Disse soltando meu cabelo e me jogando no chão – Você tem duas semanas pra conseguir. Eu voltarei.
E saiu de lá me deixando caída.
Coloquei a cabeça entre os joelhos e comecei a chorar copiosamente. Minha roupa estava cheia de terra, meu corpo dolorido, eu estava perdida.
Foi quando um carro em alto velocidade deu uma freada brusca ao meu lado, e logo o vidro foi abaixado.
– Entra no carro.
– Não. – Respondi enquanto chorava – Já disse que não quero ficar com você, Sasuke.
– Ou você entra nesse carro agora, ou vou ser obrigado a sair daqui e te puxar pelos cabelos. – Ameaçou o Uchiha.
– Não se preocupe, Danzou já fez isso por você. – Respondi e continuei sentada.
Os olhos de Sasuke arregalaram-se, e ele rapidamente abriu a porta do carro e saiu.
– Sério Sakura, vamos. Vou te levar pra faculdade.
E então ele se agachou me ajudando a levantar e me colocou no carro.
***
– Parece que você tem um pouco de consciência, Uchiha. – Comentei enquanto jogava a mala em cima da cama.
– Foi por pura pena. – Respondeu secamente. – Mas, vamos ao que interessa. Eu quero que você diga pra mim o por que desse homem estar te perseguindo.
Respirei fundo e pensei em uma boa resposta, já que não queria dizer a verdade.
– Bom... – Comecei receosa – Digamos que ele acha que devo uma coisa para ele, e está me cobrando.
– E você deve? – Indagou.
– Não. Não devo nada a ele. – Respondi.
– Hm. Ok. Não vou te obrigar a falar algo que não quer.
– Obrigada.
***
Duas semanas se passaram após o ocorrido. Sasuke estava mais arredio do que nunca e nossos contatos não passavam de um “bom dia” ou “boa noite”. Hinata estava desaparecida desde aquele dia em que discutimos.
Neste momento, eu estava sentada em uma das mesas da biblioteca estudando um pouco de fisiologia. Já faziam alguns dias que tentava manter minha mente longe de toda aquela bagunça, todavida, parecia que a vida não queria contribuir comigo.
Ouvi sons de passos ecoarem pela biblioteca, e logo Ino chegou e sentou-se comigo.
– Boa tarde Sakurita, como você está? – Indagou com sua animação costumeira.
– Vou indo bem, e você? – Respondi desanimada.
– Com certeza melhor que você amiga. Que desanimo é esse? – Perguntou enquanto balançava seus longos cabelos loiros.
– Não estou desanimada, estou estudando Ino. Os exames bimestrais estão chegando. – Expliquei enquanto fechava o livro, desistindo de me concentrar.
– E quem se importa com isso? – Sua risada ecoou pelo ambiente – Uma boa conversa com o professor Kakashi, e minhas notas estarão nas alturas.
– Você não presta. – Balancei a cabeça rindo baixo.
Ino ficou alguns segundos sem dizer nada, suspirou e depois olhou para mim.
– Eu sei o que aconteceu entre você e a Hinata. – Falou séria.
– Isso já passou Ino, sinceramente... – suspirei – Estou tentando esquecer tudo isso.
– É eu entendo... E queria dizer, Sakura.. Me desculpe por tê-la induzido a ajudar o Uchiha. Eu estava desesperada e não pensei nas consequencias.
– Não precisa se desculpar... Eu errei também..
– E também queria dizer que a Hinata quer falar com você. – Disse Ino, com a cabeça baixa.
– Eu não quero falar com ela. Ela já me disse coisas o suficiente. – Respondi curta e grossa.
– Tudo bem. – Completou a Yamanaka – Eu tentei, se ela quiser mesmo, ela que venha falar com você.
Ela levantou-se da cadeira, e seu semblante já havia voltado ao normal.
– Vou indo Sakurita! Estou ficando com o Gaara sabe? Aquele ruivo?
– Sei sim...
– Então, vamos nos encontrar agora. Se tudo der certo... hoje vai dar merda! – E saiu gargalhando.
Suspirei resignada. Recolhi meus materiais e sai da biblioteca. O dia estava bonito e muito ensolarado, o que me trazia diversas memórias de infância, que com muito esforço tentava afastar. Andei pelos corredores com a finalidade de chegar até meu dormitório, e ao passar pela frente da sala de direção ouvi vozes conhecidas.
– Pois bem, Tsunade terá que deixar a direção por bem ou por mal. – A voz era grossa e imperiosa, era de Orochimaru, o professor de neurobiologia.
– Até parece que você não conhece essa velha. Ela é dura na queda. – Esta era a que mais me amendrotava.
– Danzou, já te garanti que ela sairá.
Congelei. Danzou. Dentro do meu câmpus. Só podia ser um pesadelo.
Corri feito uma louca, até alcançar a porta de meu quarto. Faltava ar em meus pulmões e meus pés doíam. Nada mais fazia sentido. Estava nervosa e queria chorar.
Abri a porta e tive uma surpresa nada agradável. Sasuke estava se atracando com a Karin. Na minha cama. Respirei fundo e adentrei o quarto, já estava cansada de ceder, dessa vez seria diferente.
Karin pulou do colo de Sasuke e sentou na cama, enquanto os dois me olhavam esperando alguma reação.
– O que foi? Nunca me viram? – Perguntei enquanto jogava minha bolsa em qualquer canto do quarto.
– Vaza daqui Sakura, estamos ocupados. – Falou Sasuke, direcionando-me um olhar ameaçador.
– Então fiquem ocupados em outro lugar. – Respondi indiferente, e retirei meu suéter.
– Sakura, sai do meu quarto. – Anunciou o Uchiha – Eu não estou com paciência pras suas criancisses..
– Esse quarto também é meu, e eu não vou sair daqui. – Completei e fui para o banheiro batendo a porta com força.
Soltei uma gargalhada ao perceber que os dois haviam mesmo saido. Era inacreditável a capacidade do Sasuke de ser um imbecil. Mas, na verdade a imbecil era eu. Não podia negar que sentia uma pontada no coração ao ver os dois daquela maneira. Por mais ridículo que fosse, nesse pouco tempo, eu já havia desenvolvido algum tipo de sentimento pelo Uchiha, mesmo sabendo de todos seus defeitos.
Acho que esse era meu maior defeito. Eu era boa de mais.
***
Depois de divagar por algum tempo, tomei um banho e me arrumei. Minha intenção inicial era apenas andar um pouco pelo câmpus e talvez encontrar alguém, porém, Ino havia me ligado e avisado que haveria uma social na casa de Temari e que ela exigia minha presença. Relutei inicialmente, mas, se tratando de Ino Yamanaka é impossível recusar algum convite. Combinamos que ela passaria em meu dormitório e depois me daria carona até a casa de Temari.
No horário combinado ela apareceu e fomos para seu carro. Eu estava deslocada, afinal, não era muito amiga de Temari, porém Ino me garantiu que ela havia me convidado, sendo assim, tentei manter a naturalidade.
– Quem estará lá? – Perguntei quando já estávamos saindo da faculdade.
– Todos. – Respondeu prática. – Ah, menos a Karin, é claro. Se ela aparecer por lá é capaz da Temari arrancar aqueles cabelos ruivos dela e fazê-la comer.
Senti um alívio inexplicável, que rapidamente disfarcei.
– Que horror!- Comentei – Por quê a Temari não gosta dela?
– Sakura, quem gosta dela? – Caçoou Ino – Achei que você já tinha percebido que ela é a mais odiada dessa faculdade. Ela pega todos os caras, é interesseira e mentirosa. Nunca Sakura, em hipótese alguma se aproxime dela.
– Ok.. – Apenas concordei.
Pela janela eu via a paisagem bonita que a estrada tinha. Logo, me lembrei que alguns dias atras me encontrei com Danzou nesta mesma estrada. O terror veio à mente e pisquei os olhos com força buscando afastar aquele sentimento ruim.
– Tá tudo bem Sakura? – Ino perguntou aparentemente preocupada.
– Sim.. – Respondi voltando à realidade – Só estou com um pouco de dor de cabeça.
– Tem certeza? Se tiver algo te incomodando você sabe que pode me contar, né?
– Sim Ino, obrigada. Não é nada que precise se preocupar.
Fechei os olhos imaginando um mundo em que isso fosse mesmo verdade.
***
A reunião estava animada, todos do círculo estavam lá, e mesmo pensando que ficaria de lado, surpreendi-me pela maneira amigável que fui tratada por todos.
Naruto era o que mais conversava comigo, ele era extremamente engraçado e brincalhão, Temari e seu irmão Gaara apesar de sérios haviam me recebido muito bem, Tenten era um pouco lenta e Neji calado, mas no geral, todos eram muito legais.
Internamente agradecia por Sasuke e Hinata não estarem ali, e também percebia outras pessoas no local que ainda não eram conhecidas por mim.
Sasori, o idiota que queria me trotar na primeira festa, também estava lá, mas graças aos céus nem me cumprimentou.
Em algum momento da festa Ino e Gaara foram se pegar em algum lugar da casa, e aos poucos nossa pequena rodinha foi se disperçando. Decidi então sair tomar um pouco de ar, já que a vista da casa de Temari era muito agradável.
Já no exterior da casa, notei um rapaz sentado em uma das cadeiras da varanda. Ele estava trajado todo de preto, além de ter cabelos e olhos também pretos e uma boa aparência.
Ele me viu e cumprimentou com a cabeça.
Recostei-me na pequena mureta que havia ali. Ouvi a voz grossa daquela rapaz.
– Cansada da festa? – Perguntou enquanto levantava-se e se colocava a meu lado.
– Não... apenas dando um tempo. – Respondi e olhei para seu rosto.
– Sei.. você parece preocupada. – Comentou.
– Não é nada... – Falei virando para o outro lado.
– Eu sei que é, e olha eu também estou cheio de problemas... Mas se você quiser a gente pode ir ali atrás e dar uma desbaratinada. – Disse o rapaz enquanto mexia em seu bolso.
– Ham? – Perguntei indignada – Nem sei seu nome e você já me chama pra esse tipo de coisa, seu tarado!
Virei as costas pronta pra sair dali.
– Kiba, a propósito – Ele falou sorrindo – E você está entendendo tudo errado. Não estou querendo te estuprar não, bobinha. – Deu uma pequena gargalhada – Você anda com o Uchiha, e você sabe... só um baseado, ou uma carreirinha...
“Você anda com o Uchiha”? Era impressionante como os boatos se espalhavam naquela faculdade.
– Eu não ando com o Uchiha, somos apenas companheiros de quarto. – Respondi secamente – E também não estou interessada neste tipo de coisa.
Kiba olhou para mim arqueando uma sobrancelha.
– Sei. – Comentou – Olha gatinha, sua cara não nega que você está péssima, vamos lá, não precisa viajar muito não, mas garanto que vai se sentir melhor...
Pensei. Não queria me drogar novamente, mas aquelas lembranças estavam me aterrorizando, e qualquer coisa que pudesse melhorar minha situação era viável para mim. Olhei para os lados procurando alguém conhecido e que pudesse me tirar dali e acabar com isso, mas não tinha ninguém.
Olhei para Kiba e fechei os olhos com força. Não poderia estar sendo mais idiota.
– Ok, vamos. – Respondi finalmente.
***
É impressionamente como as drogas são. Você pode nunca tê-las usado, e em cerca de alguns minutos já as domina com maestria. Pelo menos era assim comigo. Não sabia certo a quanto tempo estava sentada atras da casa na companhia de Kiba, mas provavelmente ninguém havia percebido minha ausência.
Nunca havia experimentado este tipo de drogas, mas aprendi rapidamente a tragar um baseado, e a cheirar uma carreira de cocaína. Foram duas, na verdade. O efeito não era tão forte quanto o da heroína, mas era revigorante de qualquer forma.
No ínicio senti a calma que a maconha trazia, e depois de cheirar algumas carreiras veio a euforia.
– Falei que você ia se sentir melhor. – Afirmou Kiba levantando-se.
– Já vai? – Perguntei meio abobada levantando-me também.
Durante todo o tempo que ficamos ali não trocamos nenhuma palavra, estavamos concentrados de mais em curtir os efeitos das drogas.
– Vou resolver uma coisa, mas te procuro daqui a pouco. – Piscou para mim e saiu.
Eu já não estava em minhas condições normais, e totalmente fora de mim decidi voltar para dentro da casa. Nem preciso dizer que todos me olharam desconfiados mas não disseram nada.
Fui até o banheiro, percebi meus olhos em um vermelho vivo, além da vermelhidão do nariz, porém ignorei e sai de lá. Estavam todos dançando, um pouco bebados e muito alegres.
Passando os olhos pelo local percebi o que pensei ser apenas fruto da minha imaginação. Pareciam Hinata e Sasuke chegando juntos. Olhei um pouco mais e vi que não era uma ilusão. Mas que droga eles estavam fazendo juntos?
Abaixei a cabeça e mexi um pouco no celular para que não me notassem. Logo senti uma mão tocar meu ombro e ao olhar vi Kiba e seu largo sorriso.
– Eu disse que te encontraria. – Afirmou levantando meu queixo.
Não tive muito tempo de pensar e antes que meus olhos pudessem acompanhar Kiba estava caído no chão e Sasuke me puxava pelo braço.
– O que você está fazendo seu idiota? – Eu berrava completamente desnorteada pelo efeito da droga – Me solta, babaca!
Ele mejogou dentro de um dos quarto e trancou a porta.
– Francamente... Kiba, Sakura? – Sua voz estava esganiçada e ele parecia fora de controle – Você vacila de mais!
– E desde quando eu devo satisfações a você? – Perguntei rindo.
– O que ele te deu? – Indagou o Uchiha apertando meu queixo e observando meu rosto. – Não precisa nem responder. Cocaína e maconha.
Subitamente fui empurrada para cima da cama com brutalidade. Olhei para Sasuke sem entender.
– Por quê está fazendo isso? Nós não temos nada, você nem sequer se importa comigo. – Berrei enquanto me sentava.
– Escuta o que vou te dizer porque é só uma vez – Começou Sasuke – Você começou a ser minha a partir do momento em que eu te fudi, e vai continuar sendo até quando eu quiser.
– Mas por quê? – Perguntei atônita – Por quê comigo? Você fode várias, por quê tem que se incomodar comigo? Me deixe viver.
– Porque você é útil. – Seu tom de voz pareceu ficar mais calmo.
Ele então colocou a mão dentro de seu sobretudo, remexeu um pouco e o que veio a seguir me assustou.
– Está vendo isso aqui? – Ele perguntou me colocando sua arma na frente do meu rosto – Se você continuar com gracinhas – Encostou o cano em minha testa – Eu mato você!
– Sasuke... para – Chorei sem acreditar no que acontecia.
– Ou melhor... – Ele abaixou a arma a arrastando por minha barriga – Vou te acertar em um lugar que você nunca mais sairá de uma cadeira de rodas. Já pensou que resto de vida horrível que você teria? – Perguntou me olhando sádico.
As lágrimas escorreram sem permissão, porém olhei dentro dos seus olhos com o último resquício de dignidade que me restava.
– Então me mata de uma vez ao invés de só falar. – Falei erguendo minha cabeça.
– Você está avisada – Ele guardou a arma rapidamente – Porém, tenho alguém pra cuidar antes de você. E é isso que vou fazer agora.
Então, o Uchiha saiu do quarto me deixando sozinha. Desci e ao chegar lá embaixo pedi para Ino que me levasse de volta para a faculdade, ela aceitou e não fez nenhuma pergunta sobre meu estado apesar de demonstrar desconfiança.
Da maneira que cheguei me joguei na cama e dormi.
No outro dia fui desperta por batidas violentas em minha porta. Assustada corri e a abri, Ino estava lá, parada e com os olhos arregalados.
Seus lábios se abriram e ela despejou suas palavras.
– Hanabi Hyuuga foi morta.
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