Alec estava animado para encontrar com Magnus naquela tarde, até Church já estava incomodado com a inquietação do dono. O apartamento não podia estar mais limpo, e organizado, nem uma almofada estava fora do lugar. O plano de Alec era descobrir quais foram as impressões que Erika deixou no cupido, passou boa parte da semana pensando sobre o assunto.
Desistiu de tirar Church do carpete, já que o gato apenas voltava para o local mesmo depois de ser levado várias vezes para o quarto de Alec. Se sentou no sofá, tirando o celular do bolso e checando as mensagens, respondendo algumas de sua mãe e de Jace. Ficou lendo os e-mails do trabalho, já que não estava no escritório mas ainda precisava trabalhar.
Quando chegou o horário marcado, o porteiro interfonou avisando que Magnus havia chegado. A pontualidade era algo admirável no Bane, mas não era de sua personalidade, e sim apenas uma exigência de Sarah. Magnus estava animado com aquela visita, era a parte mais divertida de seu trabalho, e curioso como era, conhecer melhor Alexander Lightwood o deixava ansioso. O porteiro foi rápido em avisar, e logo pôde entrar no elevador e subir para o apartamento de Alec.
O apartamento de Alec era grande, ficava na cobertura, e tinha uma linda vista de uma parte da cidade de Manhtahan.
ㅡ Magnus, fique a vontade! ㅡ Alec pediu, apresentando brevemente o lugar ao convidado.
Church se levantou ao notar o estranho, andou graciosamente até Magnus, passando a cabeça de modo manhoso na perna do moreno, e logo em seguida saindo com um miado arrastado. Se deitou novamente no carpete, se espreguiçando e voltando a dormir, deixando os dois homens perplexos.
ㅡ Ele nunca fez isso! ㅡ Alec comentou, olhando para o gato.
Magnus sorriu para o bichano.
ㅡ Então, Erika me contou várias coisas sobre você! Nunca teve um namorado?
Alec deu um pequeno sorriso, apesar de não se sentir muito confortável com o assunto, se sentou em um dos sofás, Magnus sentou perto dele. Estava tentando pensar no que diria, afinal não era só a questão de gostar de Jace ou ser gay, tinha sua família acima de tudo, motivo esse por todos os três irmãos não conseguiram manter um relacionamento por muito tempo.
ㅡ É complicado...
ㅡ Família? ㅡ Magnus perguntou, abrindo sua pasta, que sempre carregava, e tirando alguns papéis.
ㅡ Como sabe?
ㅡ Você é bonito, tem uma boa condição financeira, não tem o trabalho tomando todo o seu tempo, família parece o único obstáculo entre você e um relacionamento.
ㅡ Não pode ser só isso!
ㅡ E não é! Tem mais coisas por detrás de um relacionamento, mas por ora, vamos ficar apenas nesse problema!
Magnus entregou uma das folhas para Alec, ficando com algumas para si. Era a ficha de Lydia, e suas preferências, com algumas listas de coisas que gostava ou não, e referências.
ㅡ Para uma família como a sua, que tem o próprio negócio, mantém um tradicionalismo, Lydia é a cantidada perfeita! ㅡ Magnus falou, analisando a foto da mulher. ㅡ Ela é advogada, trabalha num escritório importante.
ㅡ Meu pai iria adorar ela! ㅡ disse num tom mordaz.
O mais velho fingiu não notar o rancor na voz de Alec, e voltou a comentar sobre a mulher. Algo incomodava Magnus, não se sentia bem em preparar Alec para aquele encontro, simplesmente não conseguia se sentir confortável. Cada vez que olhava para o garoto, desejava que ele pudesse escolher alguém de verdade. Tentou dar um sorriso, enquanto amassava a folha sem perceber.
Durante a conversa que estavam tendo, uma pergunta começou a passar na cabeça de Magnus, embora fosse um pouco íntima demais estava tentado a perguntar. Quase não conseguia prestar atenção na fala de Alec, e acabou perguntando:
ㅡ Alexander, você já beijou alguém? ㅡ sua voz saiu baixa, pela vergonha.
A pergunta pegou Alec de surpresa, e o deixou sem falas. A bochecha avermelhada e o olhar para baixo era suficiente, não queria ter que falar que ainda não tivera a experiência do primeiro beijo. Na escola Alec era um nerd, e ainda estava apaixonada por Jace, e depois tentou focar no trabalho, que nunca parecia acabar, e quando teve tempo o suficiente, achava que estava velho demais para ficar flertando como um adolescente.
ㅡ E se eu disser que não? ㅡ perguntou com receio, olhando para Magnus com um pouco de vergonha.
Magnus sorriu da resposta do moreno, era óbvio mas Alec ainda queria tentar disfarçar. O mais velho não achava aquilo estranho ou vergonhoso, mas não se atreveria falar o que pensava em voz alta, principalmente a resposta que veio em sua cabeça para a pergunta de Alec.
Inclinou um pouco em direção ao mais novo, dando um sorriso por causa de sua fértil imaginação.
ㅡ Como eu disse, Lydia é exigente! ㅡ seus olhos desceram por alguns segundos para a boca do Alec. ㅡ Tenho que ir! ㅡ se afastou.
ㅡ Quer tomar alguma coisa? ㅡ ofereceu.
ㅡ Não posso, tenho um compromisso agora! Mas amanhã talvez!
Se levantaram, Magnus foi até a porta acompanhado por Alec. De alguma forma, os dois aproveitaram da companhia um do outro. Quando o Bane saiu, Church se levantou preguiçosamente e andou até cozinha, para pedir por ração.
Naquela noite Isabelle apareceu de surpresa na casa com algumas sacolas, dizendo que iria fazer uma receita de sopa de ervilha que tinha aprendido recentemente, e mesmo não gostando muito de sopa, o clima frio de Nova Iorque pedia por algo quente. Tentou impedir a irmã, e foi em vão, e deveria ter inisitido mais.
Até tentou ajudar para impedir que nada demais acontecesse, mas uma ligação de Jace o fez se distrair e ficar na sala por tempo demais. Derrepende houve um chiado altíssimo e Isabelle gritando. Correu para cozinha desesperado, e viu toda a sopa de ervilha espirrando para o alto e sujando todo o teto parede e móveis.
ㅡ Izzy! ㅡ gritou, enquanto o jato de sopa continuava a sujar toda a cozinha.
A garota sorriu forçado, correndo para ficar ao lado do irmão, ficando longe de algo perigoso.
ㅡ Acho que uma ervilha entalou? ㅡ disse pensativa.
ㅡ O quanto de água você colocou? ㅡ perguntou, enquanto ia deixar o fogo antes a panela saísse voando pela cozinha e quebrasse tudo.
ㅡ Quase tudo? Eu não achei que fosse entupir!
ㅡ Eu não sei se você sabe, mas a água quente borbulha, e leva as ervilhas pra cima e podem intupir a panela! ㅡ Alec tentou ser paciente, contudo a situação atual de sua cozinha causava desespero. ㅡ Ainda bem que a válvula estourou!
Ouviram a porta da sala ser aberta, e passos até a cozinha. Se olharam assustados, e pensou que poderia ser algum vizinho preocupado por causa do barulho, e não podiam estar mais errado.
ㅡ O que aconteceu aqui? ㅡ A voz de Maryse assustou os filhos, e a panela parou de chiar no momento, causando um ato dramático.
ㅡ Minha sopa de ervilhas explodiu? ㅡ Isabelle agarrou o braço de Alec, se escondendo atrás do irmão.
A mulher ergueu uma sobrancelha, era morena, assim como Isabelle e usava uma calça preta e jaqueta de couro, e uma trança jogada sobre o ombro, não parecendo nada com uma matriarca de uma família importante, com uma grande empresa no nome. Logo um garoto, de oito anos entrou na cozinha, com Church no colo, parecia com Alec, os olhos azuis e os cabelos negros, e um rosto fofo, com um par de óculos caindo para o lado.
ㅡ Alec! ㅡ o pequeno gritou, soltando o gato e correndo para dar um abraço em seu irmão.
ㅡ Só o Alec merece um abraço? ㅡ Isabelle perguntou fingindo estar chateada.
ㅡ Izzy! ㅡ gritou, pulando na irmã, que o pegou no colo.
ㅡ Alec, Max precisa de ajuda com o dever de casa!
O mais novo deu um sorriso fofo, foi impossível Alec resistir. Levou o garoto para a sala, mas antes gritou para Isabelle:
ㅡ É melhor tirar todas essas ervilhas e bacon do meu teto!
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