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História Cups (Larry Stylinson) - Cinquante-huit


Escrita por: NIALLCIRCUIT

Notas do Autor


oh, meu deus, perdoem pela demora!! :<

Capítulo 58 - Cinquante-huit


Fanfic / Fanfiction Cups (Larry Stylinson) - Cinquante-huit

O sol se aproximava serenamente pelos montes. Calmo, não tinha pressa para chegar, suavemente iluminando o céu e as partes mais altas, chegando às ruas poucos minutos depois. Em Londres, as pessoas ainda sentiam frio, mas já se arrumavam para seus dias corridos e n ão deixavam que a brisa arruinasse a vontade de seguir em frente.

Seria um dia especial.

Harry coçava seus olhos, suavemente tentando se desvencilhar dos braços de Louis e sorrindo por não conseguir. Porra, hoje seria o dia de seu casamento! Ele sorriria sim para tudo e qualquer coisa que atravessasse seu caminho e não tinha vergonha disso.

Eles estavam dormindo, por enquanto, em um colchão de casal no chão. Estava tudo bem, porque toda a casa tinha essa coisa de Harry&Louis e não importava se suas costas doessem um pouco pela manhã, porque era só uma fase. No tempo em que estavam juntos, Louis ensinou para Harry que ele deveria sempre aproveitar e viver todos os momentos, mesmo que essa ideia pareça controversa quando se passa por maus bocados.

Tudo se torna experiência.

Já dizia Aristóteles que somos aquilo que fazemos repetidamente, então, se aprender a viver fosse um hábito, não um ato, chegaríamos ao fim da vida com diversas histórias para contar.  

— Boo, bom dia! — disse um pouco alto demais assim que se virou com certa dificuldade, impressionado com a capacidade de Louis conseguir segurá-lo toda a noite.

— Bom dia. Volte a dormir — falou sem emoção, soprando beijinhos no ar.

— Hoje é o nosso dia! — gritou, o ignorando. — Vamos abrir as janelas, encontrar as garotas e... será que Zayn, Liam e Niall conseguiram organizar tudo? Você já ouviu falar sobre encontro arranjado? Às vezes, sinto como se estivéssemos passando por isso, praticamente nossos amigos e mães que estão arcando com tudo, me sinto um folgado.

— Shh, ‘tá tudo bem e sob controle. Sorte que conseguimos folga no mesmo dia, não é? — abriu um dos olhos, piscando-o repetidamente por conta da claridade e arrancando uma gargalhada de Harry.

— Você deveria estar me beijando, sabia?

— Eu deveria saber? — colocou um dedo na boca e olhou para cima, se fazendo de confuso.

Não esperou uma afirmação, se inclinando para frente e capturando os lábios do noivo junto aos seus, iniciando um movimento lento e apaixonado, um típico beijo acalorado que eles costumavam dar quando estavam exaustos, com muito do sentimento que demoraria muito para se dissipar. Louis se empolgava muito quando isso acontecia, ainda mais pela manhã, já que quase sempre tinha uma ereção no meio de suas pernas e o tempo vinha fazendo bem demais para o corpo e a sensualidade de Harry, que estavam mais acentuados.

Nunca era só um beijo.

Niall e Liam que decidiram organizar tudo. É claro que Gemma, Anne, Jay, as garotinhas de Louis e o garoto de Liam não iriam querer ficar de fora e, assim, todos contribuíram um pouco com a festa. Não seria algo grande e luxuoso, pois a vida não estava tão bela para todos, mas eles não precisariam lembrar disso por um tempo.

Liam, que era o mais preocupado em fazer com que tudo ficasse perfeito e em ordem, por mais barata que fosse a origem dos materiais, foi o que mais arrumou tempo para ficar em frente ao notebook, em sites como Tumblr, Pinterest e Elo7, buscando opções baratas e ideias de decoração que não fossem caretas e que se aproximassem do gosto dos amigos. Zayn não perdia a oportunidade de ficar com o namorado — e talvez isso seja óbvio.

Eles tinham um grupo onde mais jogavam conversa fora do que falavam sobre o assunto principal.

No fim das contas, Anne deu as ideias mais rentáveis, porque ela sabia que Harry não era fã de extravagâncias e que tudo que estivesse bom para o filho, estaria para o genro também — a opinião de Jay que contou como a de Louis, na verdade.

Os convidados — que seriam menos de 15 — teriam potinhos para deixarem palavras de amor e felicidade, os quais seriam fechados e os noivos poderiam ler na lua de mel ou outro momento que achassem relevante. Eles não precisavam, necessariamente, levar um presente, apenas suas palavras sinceras.

Pelo momento, o casal não teria uma lua de mel no Caribe ou Guatemala, eles apenas iriam se juntar com suas famílias e passar alguns dias. Eles não estavam se importando, porque família é melhor que qualquer outro lugar do mundo e eles estavam certos disso.

Niall gostaria de ter organizado um casamento em Vegas, com direito à fantasias, muita bebida e hambúrgueres, sobrancelhas de henna colorida, plumas, fotos trêmulas, algum Elvis Presley chapado como padre e músicas de balada, entretanto, ele entendia completamente que situação não era a qual poderiam esbanjar todas as economias guardadas nos últimos anos — mas, ele também não iria desistir disso.

Periodicamente, ele, Liam e Zayn saíam pelas ruas de New York para procurarem latinhas de refrigerante. Por si só, a cidade era muito limpa e as pessoas eram disciplinadas, o que dificultou um pouco a tarefa e fez com que eles demorassem mais que o esperado para encontrar uma quantidade considerável. A ideia inicial consistia em latinhas com flores dentro, mas Jay decidiu ir além e optou por colocar também caixotes, um gaveteiro antigo que um dia pertencera a seu pai e alguns vasos propriamente ditos.

Durante o tempo em que tudo era organizado, Harry e Louis absolutamente nada sabiam sobre o andamento. Um dia, porém, Harry teria que agradecer a irmã pela dificuldade que a mesma teve para montar quinze convites/lembrancinhas de vime, detalhes tão difíceis como origamis japoneses e letras cursivas que ela já não usava desde o ensino médio. A quantidade não era absurda, mas Gemma gostava de extremos.

Presos em quatro enormes pilares que iam do chão até o céu, tecidos de seda na cor branca e dourada esvoaçavam, trazendo consigo o som dos passarinhos. Atrás, era possível observar com clareza e plenitude os montes, que instigavam a mente dos sonhadores que gostavam de imaginar o que se escondia em todo aquele verde.

Ao centro do pequeno bangalô, uma mesa simples de madeira estava posta, simetricamente contrastando com todo o conjunto, um livro de poesias sobre ela. Não seria algo tão tradicional, embora Harry e Louis quisessem entrar de véu e grinalda, cada qual com seu acessório, respectivamente. O “padre” leria um poema de Shakespeare, o qual já era pensado para o feito desde os primórdios da relação. Eles jurariam amor até depois da morte. Beijos.

Um já era do outro, e as almas já estavam confortável e profundamente circundadas, afinal.   

Por volta de duas da tarde, uma versão ao piano de Somewhere Over The Rainbow tocava, suavemente, acalmando a todos que esperavam os noivos com os corações batendo em descompasse. Gemma queria desesperadamente começar a cantar com a música, e estava tentado muito não o fazer.

No carro de Liam, que ia diretamente para o local, Harry tentava dar o nó certo na gravata de Louis, mas o mesmo não parava de se mexer e rir de suas próprias palhaçadas.         

— Lou, pelo amor! Para quieto, criatura! — o repreendeu, o carro solavancando algumas vezes. — Dá próxima vez, você...

— Não casamos nem a primeira vez e você já está querendo a segunda? — brincou. — Bom, bom — colocou uma das mãos no queixo e fez uma expressão curiosa. — Ainda bem que ambos concordamos com isso, não é?! Quer dizer, deve ser o sonho de qualquer pessoa se casar com Harry Styles duas vezes. O que acha isso, Liam?

 — Eu concordaria ainda mais se ele tivesse alguns traços indianos e olhos castanhos...

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui, energúmenos! — fez um laço europeu simples e se afastou para a janela, forçando um biquinho nos lábios.    

— Você está histérico, relaxa, bebê. Precisa de uma xícara de chá?

— Me beija! — suspirou, se convidando para o colo convidativo do futuro marido e o beijando com força. — Nunca casei antes.

— Oh, meu Deus, já se passaram anos e você ainda consegue me surpreender.

 — Tudo bem, tudo bem, vai ficar tudo bem — sussurrou como um mantra.

— Harry, só respira. Vai seguir tudo bem, bro — Liam o acalmou, estacionando. — Você sonhou com isso e, porra, olha onde estamos! A vida é feita desses momentos malucos; um dia estamos pensando e criando perspectivas sobre anos que estarão distantes por um longo período e, no outro, tudo acontece como uma grande avalanche. Apenas aproveite o momento. Você está aqui, é sua hora, e você tem o amor da sua vida com você. Nós continuamos sendo aqueles adolescentes infinitos, mesmo que o tempo tenha passado rápido demais.

— Tudo bem, tudo bem, tudo bem... Obrigado, Liam. Eu te amo, muito. Obrigado por ter feito parte do livro da minha vida. Obrigado pelos melhores momentos da minha adolescência — suspirou. — Obrigado, Lou. Pelas xícaras de chá e pelo sexo e... por tudo. Você é tudo para mim e eu sou a pessoa mais realizada do mundo. Você é meu sol, minha lua e todas as minhas estrelas. Você me coloca em órbita, a órbita que procurei por toda minha vida. Eu te amo e espero passar com você todos os dias da minha vida.

Antes que Louis pudesse responder, Liam, com lágrimas nos olhos, disse:

— Certo, menino, não faça com que isso pareça uma despedida. Não é. Para de ser meloso e um bebê chorão! — secou suas lágrimas, tentando ser forte. — Tudo bem, tudo bem, tudo bem — repetiu as palavras de Harry. Liam é uma manteiga derretida.

— Eu te amo com tudo que me compõe — o de olhos azuis cantarolou baixinho, se segurando para não chorar também. — Vamos lá.

Uma salva de palmas preencheu o ambiente assim que seus sapatos de couro sintético perfeitamente lustrados tocaram o gramado. Harry encarou sua mãe sussurrando algo que ele conhecia bem: “Você sempre será meu bebê, não importa o quão grande”. Não importa o quão grande. Não importa. Grande. Sim, ele cresceu. Ele superou a fase medonha de não querer ir embora de casa, deixando seu bairro de criação, Niet, as mulheres de sua vida, seu quarto. Ele queria correr para o seu colo e voltar a ser aquela criancinha, mas ponderou quando Louis agarrou sua mão.

Jay os encarava orgulhosa, com Phoebe em seu colo, se remexendo inquieta — ela já tinha crescido muito para estar naquele lugar, mas nenhuma das duas pensaram naquilo. Fizzy, Lottie e Daisy tinham em mãos alguns lencinhos bordados, tentando segurar as lágrimas e não borrar a maquiagem, o que estava sendo um belo de um desafio.

O choque entre grama/sapato parecia algo ensurdecedor, quando realmente apenas eles estavam escutando. Liam já estava agarrado a Zayn, escondendo o rosto no pescoço alheio e soluçando como uma criancinha. Ele não era muito bom em administrar suas emoções.

Niall agradecia por toda a trajetória, e era só. Com ele era tudo ou nada, e tudo naquele momento era o que importava. Não era algo adiável, o casal tinha uma sinergia extrema.

O tal “padre” que era, na verdade, um hippie de cabelos esvoaçados, os esperava pacientemente, um sorriso adornando seus lábios cheios e revelando seus dentes pequenos. Em suas mãos, um livro de capa dura e vermelha.

— Boa tarde!

— Boa tarde! — responderam em uníssono.

— Já ouviram dizer que quando é para dar certo, até os ventos sopram a favor? —esperou que assentissem. — Om Gam Ganapataye Namaha — recitou, os olhos fechados. — Isso é para trazer prosperidade — sussurrou, abrindo um dos olhos e fazendo Harry rir. — Vocês fizeram uma ótima escolha. O Menestrel...

Aquilo era algo realmente importante para Louis. Um menestrel era uma espécie de bobo da corte misturado com trovador, ele recitava e cantava poemas a serviço de senhores, na Idade Média. Seu pai recitou alguns versos ao longo de seus aniversários, mas nunca chegou até o fim. Ele se foi. O texto continuou. Há quem diga que é de Shakespeare, escrito há milênios, e há quem defenda que o texto fora de uma moça de sobrenome Shoffstall. Foi uma verdadeira surpresa quando encontrou Harry o recitando no banheiro.

— “[...] E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. [...] Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. [...] Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. [...] Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam… Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa e, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. [...] Plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores. [...] E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”.

Perdidos em pensamos e dedos entrelaçados, não perceberam quando a voz cessou.

— Recitei bem? — brincou mais uma vez. 

— Muuuuito bem!

— Agora, vamos às promessas — estalou os dedos. — Mocinho de olhos azuis, você aceita esse mocinho de olhos verdes para ser sua casa em meio aos devaneios da vida, sua gotinha de orvalho pelas manhãs, sua sementinha de flor-de-girassol, até que a morte os separe?   

— Eu aceito.

— Repito: você, mocinho de olhos verdes, aceita esse mocinho de olhos azuis para ser sua casa em meio aos devaneios da vida, sua gotinha de orvalho pelas manhãs, sua sementinha de flor-de-girassol, até que a morte os separe?   

— Simmm — cantarolou. — Já podemos nos beijar?

— Com o amor das fadinhas que nascem a cada vez que um bebê sorri, com toda a certeza!  

— Nasci para isso, filhos da p... — Gemma gritou, Anne tampando sua boca antes que ela falasse de mais. — Oush!

— Fica quieta, pelo amor!  

Seus lábios se encontraram, conectados com muita força magnética. A brisa os tocava na pele, arrepiando-os, e eles continuavam quentes como o inferno. Tudo parecia como um comercial de brinquedos, o redor não exista mais, apenas eles, eles e...

— Esqueceram a aliança — Jason, o padre, se meteu entre os dois e sussurrou. — Pequeno erro de percurso, não costuma acontecer sempre, sabe?

— Cristo! — Louis disse, puxando o marido mais firmemente pela cintura e deixando a porra das alianças para lá. Elas não significavam metade de um cento de todo o sentimento ali explícito.   

Ao dia vinte e oito de setembro, eles estavam casados. Oficialmente. Ca-sa-dos.

Em suas mãos, nada de xícaras fumegantes, apenas espumante em taças de cristal.

Muitas xícaras ainda viriam. 


Notas Finais


alguém?
amo vcs <3


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