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História Cure (Larry Stylinson) - Eighty One.


Escrita por: MillaWand e curlystylesx

Capítulo 82 - Eighty One.


Louis Tomlinson > 

Me direcionei o mais rápido que pude para o quarto onde Harry estava, mas assim que cheguei, Mariana já estava lá cuidando dele.

-Austin? Oque faz aqui?

-Ué, Ivy me disse que deixou o Xavier sozinho e me mandou correr pra cá... -Fiquei um pouco confuso.

-Mas acabei de entrar... Se você quiser ficar não há problema. Ele acabou de dormir sobre remédios e não vai acordar tão cedo. -Assenti, sentado em uma cadeira mais afastada da cama. Mariana deixou comigo um caderno e um papel que usava pra se distrair, caso eu quisesse fazer alguma coisa. 

Então fiquei sozinho com Harry no quarto.  Começei a rabiscar umas coisas, mas nada faz sentido. Tentei escrever uns versos de uma música que eu conhecia bem. No final, assinei com meu nome e percebi que pra mim, essa música define muito meu estado nesse exato momento. 

''Meu coração é um hieróglifo, ele fala em linguás. Dez mil vozes enchem meus pulmões quebradoszMas através das ondas brancas, eu ainda posso ouvi-lo chamar, então respire fundo, vamos desaparecer. Ninguém ira escutar, então por que ainda estamos aqui? E no buraco negro você vai ver. Porque isso não é suficiente. E eu não vou esperar eles me cortarem. Então me de tudo o que tem. Eles nunca vão parar até que nos vejam cair. Então vamos fugir. Então vamos fugir.

Sua mão é um furacão que se move em ondas. Uma tempestade perfeita que mantém você bem acordado. Mas através do silêncio, você vai senti-lo. Então pegue minha mão e vamos fugir. Você sabe que não há nada aqui para ficarmos. E na escuridão você vera o sol,  porque isso não é suficiente.  E eu não vou esperar eles me cortarem. Então me de tudo o que tem, eles nunca vão parar até que nos vejam cair, então vamos fugir por que tudo esta quebrado. E nós somos muito mais do que um outro tijolo na sepultura. Então me dê o seu tudo, me dê o seu tudo e vamos Fugir... Por que tudo esta quebrado... Eu sei que nós somos muito mais do que um outro tijolo na sepultura. Então me dê o seu tudo, me dê o seu tudo...'' -Louis.


Destaquei a folha do caderno e coloquei em baixo do vaso de flores perto da cama de Harry. Quero muito que ele veja essa música. É como se isso fosse me fazer bem, sempre gostei de escrever coisas pras pessoas, as fazê-las feliz. 

Então eu percebi o quão ele é muito importante pra mim. O tempo que venho dedicando pra ele é muito pouco, talvez eu precise me dedicar mais. 

♫.        ♫.

Quinta Feira. 

Louis Tomlinson > 

Há anos que não presencio um inverno tão rigoroso. Nesses poucos dias de temperatura baixa, nunca havia nevado, e chegou com leves pancadas de granizo e neve. O inverno veio simplesmente com tanta força, que quando abri a janela, a neve caiu como uma pedra do lado de fora. Mas pra mim não importa. O inverno é como chateação e a primavera seria pior ainda. Se eu pudesse, tiraria essas duas estações do calendário, junto com as chuvas do Outono. Acho que um ano com cinco meses seria ótimo, já que a outra parte ou passo fugindo ou fingindo ser quem não sou. Por mais agoniante que a velha rotina seja, as vezes ela pode ser tão previsível que chega a doer. Maru se recostou na cadeira e ergueu os olhos do grande livro em cima da escrivaninha. Bastava virar uma página e sei que ele choraria ao ver que seu livro estava chegando ao fim. Ficou observando as duas folhas enquanto balançava suas pernas incansavelmente. O silêncio aqui é terrível, como se hoje a escola estivesse toda em silêncio. São muitas possibilidades de não haver mais ninguém na escola, pois esse final de semana será livre para que os alunos possam ir para suas casas e voltar apenas na segunda. Muitos vão perder as aulas pra reencontrar a família, mas não posso sair daqui enquanto Harry continuar internado. Espero que ele tenha lido a carta de ontem. Ou ao menos tenha tido tempo. 

Quinta feira. O altruísmo aqui torna as pessoas muito fáceis de serem manipuladas. Não gosto de ter que acordar todos os dias as seis da manhã apenas pra ganhar nota pra ser alguém na vida. Isso é hipocrisia, porque parando pra pensar, os professores querem que passamos de ano mas não fazem nada além de nos prejudicar blá blá. 

Quando Maru sorria, podia se passar por um anjo que acreditariam. Sua genética abençoada. Com mais ou menos 1,70 de altura e um cabelo que, porém seja tingido, era lindo. Suas pequenas mãos e sua pele rosada, sinceramente, tiravam minha sanidade. Eu nunca consegui ver ele de outra maneira que não seja atraente. Para Louis, você tem namorado. 

E sim, estou esmagado psicologicamente. É outra história, já que a minha nunca irá terminar bem. Maru se inclinou para frente e fechou o livro, apanhando uma pequena garrafa de água que estava ao lado do quadro de sua mãe. Hoje, seu humor estava bem pior do que ontem ou qualquer dia normal. 

-Não quer saber qual o final do livro? -Perguntei e ele se virou de frente pra mim, ainda sentado na cadeira. Engoliu toda a água em sua boca e suspirou antes de começar a falar.

-Eu já sei oque acontece. 

-Oque acontece, então? -Começei a colocar minhas luvas.

-No final, ele morre. Morre porque... O grande amor da vida dele o esqueceu em uma cama hospitalar. Morre de desgosto, ele já estava curado. -Suspirou. -Eu sempre leio o final primeiro. É como se eu me interessame mais pelo desfecho do que pela história em si. E sabendo o final, isso me dá mais curiosidade de saber oque aconteceu pra pessoa esquecer ele. -Sorri fraco, balançando a cabeça positivamente. 

-Legal esse seu raciocínio. Gostei. -Deu um sorriso, retirando o óculos de seu rosto e deixando sobre a escrivaninha. 

Aula de química. Começei a recolher meus livros pra me direcionar para a sala, mas algo me diz pra mim não ir. 

-Você vai pra aula? -Perguntei a Maru. Mas manti a atenção em pegar canetas dos potes em cima da escrivaninha. 

-Sim. Eu acho que hoje tenho aula de Geografia, biologia e matemática... Bom, só vou por ser obrigado. -Desde aquele dia em que Samantha foi atacada no pomar, Maru não ficou tão tranquilo. Parou de andar sozinho nos corredores, não vai mais ao banheiro sozinho e mal consegue ir as aulas. 

-Tudo bem então. Te espero pro intervalo?

-Sim, claro. -Sorriu, pegando seus livros também. Saímos do dormitório juntos. 

Começamos a andar pelo corredor pouco movimentado. Alguns poucos alunos arrastavam suas malas, alguns com tanta pressa que esbarravam em nós. Em uma dessas esbarradas, Maru acabou derrubando seus livros no chão.

-Deixa que eu te ajudo. -Me abaixei e começei a pegar os livros.

-Eu ajudo também. -Ouvi uma voz pouco conhecida e olhei para frente, me deparando com espinhos pontudos. Me levantei rapidamente e vi que aquilo era um taco de basebol com arame farpado enrolado na ponta. 

-Darh? -Engoli em seco ao ver que sorriu a mim. 

-Ah... Austin, que bom te ver, amigo. -Seus dentes perfeitamente alinhados sumiram quando fechou sua boca. -Segure. -Jogou aquilo na minha mão com um pouco de força, oque me fez dar alguns passos pra trás. Darh começou a pegar os livros que restaram no chão e entregou a Maru, o encarando fixamente. 

-Obrigado. -O mesmo respondeu, com uma expressão não tão agradável. E oque começou com uma simples encarada agora era uma reflexão mais profunda, como se os dois já se conhecessem. E parado segundos depois, Darh tirou o taco de minha mão e saiu caminhando corredor a fora, balançando aquilo com pouca cautela. Maru suspirou, arrumando seus livros entre os braços.

-Tudo bem? -Perguntei, colocando minha mão livre em seu ombros. Sorriu fraco, tentando esconder o nervosismo. Mas falhou.

Maru não podia pensar por qual motivo alguém o seguria. Ultimamente andou cortando muito o assunto com as pessoas, principalmente suas irmãs. Quase que nem comigo ele fala direito. Talvez ache que o culpado de tudo isso sejamos nós, ou eu no caso, apenas por ser isca fácil e sempre estar junto dele. Passava cada vez mais enfiado no dormitório. Até nós da mesma irmandade procuramos evitá-lo por um tempo porque sua paranoia crescia cara vez mais e isso o deixava bem irritado. Mas mesmo sozinho e protegido em seu dormitório, que seu medo de ser seguido vinha a tona, aumentando a sensação de ser observado, objetivo da atenção de alguém ou alvo fácil. Pra piorar, faltava quase todas as aulas, e quando ia, afirmava estar passando mal e se enfiava novamente no dormitório. 

-Você vai pra sua casa nesse final de semana? -Tentei puxar assunto e percebi que dessa vez ele segurava os materiais mais fortemente em seus braços. 

-Eu não preciso, minha mãe irá vir me ver no domingo. Você vai pra sua casa?

-Não sei, acho que não. Xavier irá ficar aqui, sozinho? Prefiro passar o final de semana enfiado em um quarto de hospital cuidando dele. -Mas por que agora? Após 'meses sem nenhuma dor, as crises voltaram a o atormentarem cada vez mais piores. Começamos a prestar mais atenção no que consumia, o quanto de remédio tomava por dia ou se alguém estava tentando envenenar sua comida. Ivy passava parte do dia e noite com Harry enquanto Sther Ellen passava a tarde e eu, Freedom e Mariana revezávamos a madrugada. Armado de analgésicos Harry dormia a parte do tempo. Sente-se cada vez mais cansado, e apesar de dormir com remédios controlados, continuava exausto quando acordava. Por fim, marcamos uma consulta com um médico para hoje a noite. 

Quando você que está tudo por um fio, começa a pensar nas coisas que realmente são importantes na sua vida. Não estou nem um pouco satisfeito com oque está acontecendo ultimamente. E as preocupações só aumentam quando você bota em risco todas as pessoas em sua volta.

-Bom, eu vou ficando por aqui. -Maru disse assim que paramos em frente a porta de sua sala. Me despedi dele e começei a andar mais devagar possível pelo corredor, esperando que o sinal batesse e eu não conseguisse entrar na sala. Mas para meu azar, cheguei dez minutos mais cedo na sala. 

Escolhi uma carteira mais ao fundo. Talvez eu tenha olhado o horário errado, pois ninguém está com o material de química. Era aula de Filosofia. Suspirei, observando mais alguns alunos entrarem e sentarem em seus lugares. Um tempo depois, pude ouvir o sinal tocando e o pouco barulho do corredor havia parado. Então o professor já entrou na sala desejando um bom dia e sentou em sua cadeira, de frente pra turma. Começou a perguntar o nome de cada aluno e me senti entediado por não estar fazendo nada. 

-Austin. -Respondi assim que chegou minha vez. Alguns alunos me olharam curiosos, talvez pelo tom de voz que usei. Um pouco de cansaço misturado com raiva. 

-Não quer se sentar mais na frente? Há algumas carteiras vazia aqui. -Neguei com a cabeça. -Tudo bem. -Voltou ao seu lugar e começou a checar seus materiais. Olhei em volta da sala, vendo como alguns alunos conversavam ou uns tentavam acertar a bolinha de papel no lixo. 

Olhei pelas grandes janelas. Por incrível que pareça, está nevando. E isso é maravilhoso. Fazia tempo que eu não brincava na neve, já estou cansado de chuva, chuva e chuva. 

-Eu vou entregar um texto pra vocês e quero que leiam em silêncio, por favor. Depois nós vamos discutir o ponto de vista de cada um e escrever uma redação. -Mas de novo? Parece que aqui só dão redação, quando é que nós vamos ter a aula em Laboratórios, aprender a fazer parafuso telúrico (oque eu quero aprender MUITO), saber mais sobre a tabela periódica? Isso daqui tá parecendo mais uma quinta série, sinceramente. 
Peguei o texto que o professor havia me entregado e começei a ler.

Basicamente pelo título constava sobre a vida de um homem, que quando adolescente perdeu o controle do carro e transformou tudo em escombros. Seu nome era Oliver. Ele era um rapaz desengonçado que aos dezessete anos tinha que cuidar de seus irmão, Jacob, de sete anos. Depois de anos, conseguiu se formar em engenharia e se tornou um dos engenheiros mais bem sucedidos da Suécia, mesmo com tantas dificuldades na vida, como perder o pai e... Ficar paraplégico após o acidente. 

Havia uma lista de pessoas que segundamente foram bem sucedidas na vida, como Mahanta Ghand, uma professora que conseguiu ajudar um de seus alunos de Química a descobrir um elemento químico para a tabela periódica, mesmo ele sendo cego. 

-Tudo bem... Austin, né? -O professor parou ao meu lado. -Você parece bem concentrado na história.

-É... eu achei bem interessante mesmo. -Ergui meus olhos para fitá-lo. 

-Você pode me contar secretamente oque achou do texto se quiser, não precisa debater isso, sei que é capaz de dizer com poucas palavras.

-Ah... -Começei, passando a costa da mão em meu rosto e pensando no que dizer. -Eu acho que... Nós não podemos desistir dos nossos objetivos apenas por causa dos obstáculos. Eu acho até importante os obstáculos... Eles ajudam você a descobrir que vale a pena tentar por aquela coisa... Como se no final tudo fosse recompensado. -O professor soltou um riso, se abaixando ao meu lado. 

-É, em partes você está certo. Depois conversaremos melhor sobre isso. -Assenti e ele se levantou, voltando a andar pelas fileiras bagunçadas. Voltei minha atenção para o texto. Mas que atenção? Esse professor só sabe me encarar e sorrir pra mim. Não gosto da maneira que ele me olha, parece tão... Interessado em alguma coisa. 

Então fingi abrir meu caderno e anotar alguma coisa, mas apenas fiquei rabiscando a data de hoje e lembrando que amanhã é aniversário de Harry. Como eu queria poder sair, viajar, conversar, rir e brincar com ele. Passar seu aniversário apenas nós dois juntos, mas por incrível que pareça, não dá. Me sinto mal por nunca poder ajudar em nada, é como se eu só atrapalhasse. Mas oque importa tudo isso? Ficar se perguntando ''oque teria acontecido se...'' ''e se eu...'', ''quem me dera...'' só pioram as coisas e te passam a intenção de que poderia ter sido diferente se você tivesse se esforçado mais. E mais uma vez levantei meu olhar e vi esse homem chato me encarando. Minha vontade é de perguntar: Vem cá, qual é a sua?' Mas apenas dou um sorriso leve e volto a atenção ao meu caderno. 

-Tudo bem Austin? 

-Sim. -Respondi baixo. -Estou apaixonado pela morte, que reconfortante. -Deixei escapar e pude ouvir seu riso. -Por que estou vivendo mesmo? -Acrescentei, deixando a loucura tomar conta de mim. 

-Porque a vida é o normal, e a morte a anomalia. Você não foi feito nem pra morte e nem pra anomalia, meu anjo. 

-Oque me faz lembrar muito uns amigos meus. Eles também não foram feito para a morte nas ela os carregou. Tem como me explicar isso? -Por um segundo ele pareceu pensativo. É como se não conseguisse encontrar resposta. -Ótimo, tô me sentindo bem melhor. Por que não me dá um tiro logo? 

-Se você tem alguma coisa pra dizer, estou ouvindo querido. 

-Tenho nada pra falar não! Só estou um pouco pensativo. Ultimamente minha cabeça não está muito boa. Se me permite, posso ir até a Enfermaria? 

-Mas é claro. -Recolhi meus materiais e saí da sala, pensando em como tive as melhores ideias pra me livrar desse pervertido. 

E depois voltar pra lá, sabendo que eram duas aulas de Filosofia e precisei encarar aquele inferno calado. 

 

Depois das duas últimas aulas dolorosas... Procurei Maru por toda a escola depois que terminou a terceira aula. Banheiros, refeitório, corredores, cheguei até a passar na sala dele mas não o encontrei de maneira nenhuma. A minha última opção era o dormitório, e foi pra lá que eu fui.

Assim que abri a porta, suspirei aliviado ao vê-lo sentado no mesmo lugar de sempre: na cadeira da escrivaninha. Em sua mão estava seu celular e ele olhava fixamente para o aparelho. 

-Oi. -Murmurou quando me viu. Sorri fraco, deixando meus livros nos devidos lugares. 

-Estava te procurando pro recreio-

-Estou sem fome. -Me cortou rapidamente. Suspirei, assentindo.

-Tudo bem, não tem problema, eu vou com os outros e... 

-Austin. -Parei de falar e o olhei por alguns segundos. -Minha mãe disse que meu irmão acabou caindo da escada junto com a cadeira de rodas. -Senti uma pequena pontada em meu peito e permaneci intacto no lugar. Bloqueou seu celular e deixou sobre a escrivaninha, se levantando em seguida. -Por que será? -Andou até a janela e olhou através dela, brincando um pouco com a neve que havia no para peito. 

Uma brisa fresca acariciou seu rosto, e ele respirou fundo, sentindo uma onda de... não sei exatamente... Euforia? Não, era bem mais complexo que isso. Maru não sabia como se expressar com palavras, oque fazia ele ficar balançando suas mãos em frente o corpo tentando procurar algo pra dizer. Mas e agora? Como seria? Se seu irmão se machucou, precisaria ir vê-lo. Tentei não palpitar muito, mas é quase que inevitável. 
Virou-se devolta para mim, e me espantei ao ver seus olhos muito vermelhos. É como se eu houvesse engolido quilos de gelo, minha garganta gelou tanto que por segundos parei de respirar. 

-Que idiotice, estou quase chorando. -Disse e riu logo em seguida, limpando seu rosto. 

-Não me leve a mal, mas... -Começei a falar, mas resolvi não terminar a frase com medo de que pensasse algo diferente. -Não. Nada. -Puxou a cortina e tampou a vista da neve. Andou até a beirada de sua cama e caiu sentado, olhando pro nada. Ouvimos três batidinhas na porta, e Maru se ajeitou contra a parede, puxando uma almofada para seu colo. -Entre? -Falei, isso saiu mais como uma pergunta do que um convite. 

-Pode abrir a porta? Minhas mãos estão ocupadas demais! -Soou uma voz familiar do lado de fora. Revirei os olhos e abri a porta, encontrando Sther Ellen segurandonuma caixa um tanto pesada em seus braços. Caminhou devagar e colocou sobre a minha cama, se espreguiçando logo depois. 

-Oque é isso? -Maru perguntou tentando olhar dentro da caixa. Cruzei meus braços enquanto Sther arrumava seus cabelos bagunçados.

-É um presente para o Austin. Não sei bem oque é mas bem que ele poderia compartilhar com os amigos, né? -Ela se virou a mim, sorrindo. 

-Ah, sim, sim. -Me aproximei da caixa, vendo oque tinha dentro. Sorri ao pegar um pequeno urso que ficava em cima do quarto onde eu e Harry ficávamos na casa da Kamila. Havia também uns batons que pertenciam a Avril, muitos papéis e muitos doces. É como se fosse um presente de todos que ficaram na cidade pra mim e para Harry. 

-Nossa! Quanto batom bonito! -Sther pegou muitos deles, olhando um por um. -São de marca boa ainda! Nossa, adorei. -Revirei meus olhos, tirando os batons da mão dela.

-São da minha amiga. E eu acho que você deveria lavar bem essa mão. -Falei, os colocando dentro da caixa. Peguei um dos muitos papéis que haviam dentro da caixa e percebi que um deles era uma carta escrita por eles. 

''Oi, como vocês dois estão indo? Eu espero que estejam bem. Mamãe sente saudade de acordar todos os dias e olhar nesses rostinhos dos meus dois problemas. Quero que saibam que estou louca pra ver vocês nesse final de semana. Espero anciosamente, Kamila.'' -Sorri e pude perceber que os dois me olhavam confusos.

-É uma carta da minha família. -Falei, sentindo um pequeno aperto no peito, percebendo que também sinto muito a falta deles. 

E logo abaixo, havia uma pequena mensagem de cada um. 

''E aí? Tudo bem? Só queria dizer que vocês dois fazem muita falta nessa casa. Estou sentindo muita saudade de ter que obrigar meus maridinhos a fazer exercícios pra visão. Eu espero que vocês dois venham logo pra cá, principalmente você Louis, preciso fazer aqueles Brownies deliciosos novamente! E quero sua ajuda. Miss you, Avril.'' 

''Só queria dizer que amo vocês. Mais que irmãos, brothers. Zayn.'' -Não me aguentei e começei a rir. Mas depois procurei nas outras folhas vendo se não encontrava alguma coisa do Liam, da Eleanor ou pelo menos do Aiden. Mas não havia nada mesmo. 
 
Quando olhei para Sther Ellen, sua boca estava cheia de chocolate. Ela já havia comido dois dos milhares bombons que haviam aqui. 

-Mas porra, tu é enxerida viu garota! -Maru pareceu irritado e jogou o travesseiro nela, que revidou com mais força.

-Parem os dois, deixa ela! -Falei, ainda mexendo dentro da caixa. Uns papéis eram umas fotos reveladas minhas e do Harry, naquela vez que tiramos foto pra identidade. E nossa, meu cabelo era azul bem mais forte. Mais escondido ainda, havia uma caixinha de tinta que POR DEUS, custa o olho da cara e estava com um papel colado. 

''Cuida bem desse cabelo.'' -Coloquei em cima da cama e peguei mais papéis ainda. De onde eles tiram tudo isso? 

Fiquei uns quinze minutos sentado na cama lendo e rindo das fotos, explicando um pouquinho de cada um deles que deixei na cidade. As vezes Maru dava um sorriso, mas depois voltava novamente com aquela cara emburrada. 

-Eu gostei da sua família, eles são bem legais, pelo que percebi.

-Sim, são demais.

-Eu não sabia que você e o Xavier moravam juntos. -Sther havia pedido pra ver as cartas com os próprios olhos. Tomei muito cuidado e mostrei apenas as que não envolviam nossos nomes verdadeiros.

Então a caixa ficou vazia. Todas as coisas bagunçadas em cima da cama fazia eu me sentir muito feliz, nunca pensei que se lembrariam de nós aqui nesse fim de mundo.  Puxei um pequeno pedaço do papelão no fundo da caixa que parecia rasgado, mas todo o fundo saiu, revelando ser um fundo falso. Estranhei, porque geralmente caixas industriais não fazem isso. Mas haviam dois papéis no fundo da caixa, já bem amarelados. Peguei os dois na mão, os desamassando um pouco. 

Meu coração na hora deu um salto tão grande que tive vontade de me enforcar. Eram umas duas cartas que encontrei meses atrás a uma casa que pertencia ao Pai de Harry. Passei o olhar levemente pela carta, apenas relendo as frases mais chocantes possíveis. Como foi que conseguiram isso se estava com Anne? Então minha mente explodiu. Mil coisas começaram a se passar por ela. Será que manteve contato com eles? 

-Oba! Mais papel! Deixa eu ver! -Sther Ellen os tomou de minha mão. Entrei em desespero, e rapidamente peguei os papéis com tanta força que por quase não rasgaram.

-NÃO! -Maru acabou se assustando com a altura de minha voz e Sther Ellen permaneceu parada, me observando. -Desculpa, não dá, não pode. 

-Mas por que? -Ela me perguntou, confusa.

-Olha, você pode por favor colocar tudo isso dentro da caixa, por favor? Preciso fazer uma coisa, rapidinho.

-Ok. -Sther assentiu e começou a guardar as coisas.

Enquanto isso, saí correndo pelos corredores vazios com as cartas na mão. Desviei de um grupinho de alunos que estavam parados no corredor e começei a andar, recuperando o fôlego.

-OI AUSTIN! 

-Agora não, Darh. -Começei a apertar o passo, o deixando pra trás. Mas me alcançou rápido e segurou meu ombro. Parei, me virando pra ele. -Que parte do agora não você deixou de entender? 

-Nossa, desculpa. -Voltei a andar, mas senti como se ele ainda me seguisse. Então parei novamente.  

-Você não está vendo que estou ocupado agora? Pode parar de me seguir, por fav... -Me virei de costas e o corredor estava completamente vazio. Me assustei quando uma das luzes piscou freneticamente, antes de queimar. 

Subi a pequena escada que levava aos quartos da UDO e me direcionei ao quarto de Harry. Minhas mãos soavam, deixando a folha um pouco enrugada. Bati na porta e entrei, econtrando Ivy sentado na poltrona, com um livro em suas mãos. 

-Austin? -Fechou o livro rapidamente. -Pensei que estava no recreio. 

-Pode ir se quiser, Ivy. Dou conta das coisas aqui. -Ele assentui, se levantando e deixando o livro sobre a poltrona. Deu alguns tapinhas em meu onbro e encostou a porta ao sair. Direcionei meu olhar a Harry, que agora tentava sorrir, me olhando. Aproximei da cama, vendo que sua pele ficava cada vez mais branca e ele cada vez mais fraquinho. Os anéis em seus dedos, que eram justos, agora escorregavam com facilidade. 

-Eu li a sua carta. -Se ajeitou na cama com um pouco de força. -Eu achei que você nunca mais viesse aqui, como se aquilo fosse uma despedida. -O caninho de ar em seu nariz fez um chiado ao que ele puxou o ar.

-Isso não importa agora. -Coloquei as cartas dobradas em sua frente e as balançei para que pegasse.

-Oque é isso? -As pegou devagar, desdobrando os papéis e passou o olhar pelas cartas. -Ah não.... Onde que você conseguiu isso?

-Eu recebi uma caixa cheia de presentes e lembrancinhas lá da cidade... Especificamente da Kamila, Avril e Zayn. E isso veio no fundo. Eu não sei como conseguiram isso, ou como conseguiram mandar... 

-Se livra disso. -Dobrou-as e jogou em cima das cobertas.

-Não posso! Eu preciso saber de uma coisa. 

-Oque você quer saber? Vai sair por aí perguntando quem é a autora dessa carta? 

-Não, eu só preciso mostrar isso pra uma pessoa. Próxima aula, Química. 


Notas Finais


Run- BMTH.


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