História Cursed Blood - Kisses in the attic

 As férias de verão nunca haviam passado tão rápido. O clima levemente pesado que pairava no ar era o resultado da audiência de Harry, e uma vez que a mesma passou, todos que passavam as férias na sede da ordem da fênix puderam enfim, respirar em paz.

Apesar de tudo, as crianças podiam tirar diversão de praticamente tudo, até das faxinas que eram constantemente incumbidas a eles. Em meio a todo o pó acumulado na casa, o grupo de amigos ainda devaneava sobre o próximo ano que passariam em Hogwarts. O quinto ano era sinônimo de NOMS (níveis ordinários de magia) a prova que ajudaria a definir o futuro dos alunos. E em uma manhã abafada o grupo de amigos conversava na cozinha apertada sobre o que queriam seguir no futuro.

- Talvez eu vá trabalhar no Ministério...podia ajudar a criar leis para ajudar os elfos ou algo assim – Disse Hermione logo depois de dar uma mordida em um pedaço de pão.

-Céus eu quero distância do Ministério! – Exclamou Jorge

-Não deixa a mamãe te ouvir – Rony advertiu o irmão

-Vamos conseguir abrir nossa loja de logros...lá no Beco Diagonal, vai ser parada obrigatória para todos os estudantes vocês vão ver! – exclamou Fred lançando um olhar irônico para a ruiva a sua frente.

- E você Harry, o que está pensando em fazer? 

- Acho que quero ser Auror, ia ser legal trabalhar como a Thonks ou o Olho-Tonto

- E você Rose? Quer trabalhar em Hogwarts tipo a madame Pomfrey? – Dessa vez foi Gina que fez a pergunta

-Não! – Rose segurou uma risada – Acho que ficaria maluca se tivesse que ajudar alunos caindo das vassouras ou usando demais os logros dos seus irmãos – Disse a menina cm um sorriso sereno – Quero trabalhar no St. Mungus, talvez ajudando pessoas com licantropia

-Licantropia? – Questionou a mais nova

- Lobisomens – Explicou Fred – Isso é por causa do Lupin, não é?

Rose abriu a boca com a intenção de se explicar, mas foi interrompida por uma enérgica senhora Weasley, que comemorou em ver todos os jovens juntos.

-Ótimo – Bradou a mais velha – Não precisarei ficar correndo atrás de vocês, preciso de ajuda com o fim da faxina.

Uma lamentação conjunta soou da boca do grupo, mas nada fez com que a senhora Weasley mudasse de ideia.

-Vamos, vamos! Sem reclamações – a mulher havia feito todos se levantarem da mesa – Rony e Harry quero vocês trabalhando na cozinha, Hermione Gina e Jorge quartos e Fred e Rose no sótão, sem mais nem menos! 

-Mãe certeza que vai deixar o Fred e a Rose no sótão...acho que disso não vai sair uma boa faxina. – Jorge provocou, e em resposta ganhou um beliscão de Fred.

-Ah por favor! Vamos logo quanto mais cedo começarem, mais cedo terminam!

Apesar da segunda reclamação e grupo, Hermione e Rose lançaram olhares cúmplices uma para a outra.

....

-Eu juro que não sabia que alguém podia acumular tanto pó assim! – Fred disse  enquanto assoprava uma caixa de madeira coberta por poeira.

Em resposta, Rose que estava do lado contrário de Fred soltou um espirro, que foi recebido pelo garoto com uma careta. O sótão era apertado e tinha uma janela estreita, por onde um feixe de luz iluminava as partículas de poeira que pairavam no ar. Ainda ontem, o local havia sido sinônimo de agitação porque a senhora Weasley e Sirius haviam encontrado um vampiro enfornado em meio as estantes de livros, mas depois que se livraram dele...o lugar parecia ter congelado no tempo.

Rose observava com atenção os títulos dos livros já gastos e com páginas amareladas que descansavam nas estantes. “O puro sangue”, “As mais nobres famílias bruxas”, “Traidores de sangue” “Como matar criaturas mágicas”. O ultimo titulo causou um nó no estomago da menina, existiam tantas criaturas magicas com boa procedência...e além disso lobisomens também se encaixavam naquela categoria.

-Os Black sempre foram os puros sangues mais desprezíveis do mundo magico, mais do que os Malfoy – Fred apoiou sua mão de maneira delicada no ombro da menina – Só o Sirius que se salva...e talvez a mãe da Thonks.

A tentativa de animar a garota roubou um sorriso delicado de seus lábios, mas a preocupação com aquele título ainda pesava em seu coração. Ela sabia que muitas pessoas ainda pensavam daquela forma, e cada lua cheia era uma aflição sem fim, tanto para Lupin quanto para ela.

Fred percebeu a posição de resguarda da menina e então tomou as mãos dela e a puxou para mais perto da luz da janela.

-Você não terminou de me falar o porquê quer trabalhar com lobisomens...é algum fetiche ou o que? – O menino tinha um sorriso irônico no rosto

-É exatamente isso...gosto de pelos e garras – Respondeu Rose, provocativa.

-Acho que vou parar de me barbear então -Fred respondeu com uma piscadela, arrancando uma gargalhada da menina – Mas estou falando sério, por quê?

-Eu acho que quero ajudar as pessoa a entender o outro lado – Rose suspirou profundamente, enquanto colocava seu rosto sob a faixa de luz que vazava da janela – Todo mundo tem essa visão de que lobisomens são pessoas más, cruéis, sem coração – Fred não conseguia tirar os olhos do cabelo da menina, em um tom de acobreado vivo iluminado pelo sol – Obviamente tem alguns assim...tipo o Greyback, mas a maioria deles é com o Lupin, homens bons, solitários e tristes que preferem se isolar ao invés de apresentar algum risco para as pessoas a sua volta...se ao menos as pessoas pudessem enxergar isso.

Fred olhava para baixo, com olhos fixados no chão enquanto se aproximava da menina, e seu coração parecia bater mais rápido a cada passo que dava direção a ela.

- Desse jeito me deixa até sem graça – o menino colocava as mãos atrás da nuca, Rose já havia percebido que ele fazia isso sempre que se sentia ansioso – Abrir uma loja de logros parece estupidez perto disso.

-E desde de quando fazer as pessoas sorrirem é estupidez? – Rose parecia contrariada, mas estava cada vez mais próxima do menino – Fred é verdade que se vocês não vendessem suas coisas em Hogwarts o senhor Filtch teria bem menos trabalho...mas todos se divertiriam muito menos – Rose apoiou sua mão no ombro do menino, que acompanhou o gesto com os olhos – Ninguém consegue viver se a vida for um fardo Fred, você e o Jorge tem a habilidade de transformar esse fardo em algo muito mais leve.

Os olhos do menino se levantaram a altura dos de Rose assim que ela terminou de falar.

-Como você faz isso? – Os olhos de Fred fitavam os lábios de Rose

- O que? – Perguntou a menina

- Fazer todo mundo se sentir tão bem – Fred estendeu os braços e retirou uma mecha de cabelo de rose que escondia parte de seu rosto, prendendo-a atrás da orelha da menina – E fazer com que eu me apaixone...tem isso também - As bochechas da menina adquiram um tom avermelhado, mas nem por isso a garota parou de encarar o ruivo. – Eu poderia te beijar, aqui e agora, eu poderia te beijar.

-Por que não o faz? – Rose tinha um tom sereno ao perguntar para o menino.

Rose sentiu um toque firme entrelaçar sua cintura, e antes que pudesse ter qualquer reação sentiu os lábios de Fred juntando-se aos dela. O beijo era compassado, o toque do menino apesar de firme, era suave e respeitoso, o ritmo calmo não era nada parecido com os beijos que um dia a menina havia divido com Andrey. Com Fred a situação parecia se encaixar, como mecanismos, e a menina pode sentir que ao redor, o tempo passava mais lentamente como...mágica.

O ritmo do beijo foi diminuindo, cada vez mais, até que os dois se afastaram, e mesmo com as testas apoiadas um no outro dividiram um sorriso, que se transformou em uma risada abafada entre os dois.

-Isso foi...ótimo! – Disse Rose segurando uma gargalhada

-Deveríamos repetir mais vezes! – Respondeu Fred

-Sim deveríamos...

Os dois jovens soltaram mais uma gargalhada, até que Fred puxou Rose para um abraço, e com delicadeza repousava sua cabeça sobre os ombros da menina.

-Você vai conseguir realizar tudo o que quiser, sei que vai – sussurrou o garoto ao pé do ouvido da ruiva

-Assim como você- respondeu a menina depositando um selinho na boca do rapaz

Os dois trocaram mais um sorriso, e ficaram abraçados até que ouviram a senhora Weasley gritar do andar de baixo: “Rose, Fred! Já estão terminando?’

Os dois arregalaram os olhos e observaram o sótão que continuava...coberto em poeira

-Estamos quase mãe! – Respondeu o menino, gritando de volta – Acho melhor andarmos com isso, senão o resto do pessoal terá todo os motivos do mundo para nos zoarem

Com uma gargalhada Rose se desprendeu do menino, mas em seu coração matinha a certeza que suas vidas permaneciam entrelaçadas.