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História Cursed Lovers - Ato XIII - Votos


Escrita por: UchihaKonan

Notas do Autor


Dessa vez não é uma notificação atoa.
Agradeço aos que responderam e indiretamente me ajudaram a dar continuidade a esse capítulo que simplesmente travou, por diversos motivos, incluído eu estar tão angustiada nesses dias.
Também quero deixar um agradecimento especial a quem deixou um elogio. Não tem preço isso, cada comentário é um minutinho da vida de vocês que me doam. Obrigada!
Bem, por favor, se ainda houver dúvidas, não se acanhe, certo?

Capítulo 13 - Ato XIII - Votos


 

 / VOTOS                                                                      

A abrupta queda o fez atingir o chão rapidamente.

Movimentando a mão devagar, ainda com os olhos fechados, sentiu os grãos se colocarem entre os dedos e acariciar a pele com suavidade. A claridade o cegou por um longo tempo, forçando-o a piscadelas rápidas até se ajustar à luz. Quando finalmente distinguiu o cenário, apoiou-se nos braços e se arrastou em direção da espada. 

O campo de batalha se espalhava por milhas e mais milhas, com corpos carbonizados e vidas se esvaecendo aos poucos. Os corvos não se demoraram para iniciar o banquete. Os sons o chegavam atrasados e ecoando como se repicassem sinos aos milhares em sua cabeça. O tilintar de aço batendo contra aço, gritos de ordem e dor, uma canção tão abominável aos ouvidos que agradecer por não distinguir uma nota sequer o era mais útil. Toda uma guerra, composta por meninos, não homens, surgia entre as cenas quando a cortina de fumaça baixava.

— Basta pedir — disse alguém logo atrás. Sasuke virou a cabeça e o sol chocou-se com os olhos negros, o impedindo de identificar o dono da voz —, peça e será teu.

— O que...quem...

— A liberdade, posso dá-la, se pedir — tentando enxergar os traços do homem, foi ofuscado pelo brilho prata que surgiu se movendo contra o sol —, não precisa dizer agora. Pode negar também. Mas uma única coisa é certa, um dia nos encontraremos de novo, nesse dia me pedirá.

Absorvido pelo cansaço se deixou cair ao solo, batendo a cabeça e olhando o pálido céu acima, com finas camadas de fumaça subindo e desenhando veias cinzas e negras. A arte da guerra, pensou. 

Olhou para o lado direito e viu dois homens se enfrentarem, ambos esgotados de suas energias e desejando sair vitorioso. Mas a sorte de um sobressaía a do outro, pois a lança cruzou o corpo do inimigo como se não fosse nada, arrancando um riso vitorioso do assassino. Sasuke o observou comemorar, puxando a lança ensanguentada e a brandindo como um prêmio. 

Mas o sorriso de campeão se foi, dando espaço para o de um caçador destemido. O Uchiha o viu vir marchando rápido, riscando o chão com a ponta de aço, traçando uma linha na areia e a marcando com sangue. Cansado demais para tentar algo, apenas fechou os olhos e respirou fundo, atento ao som de raspar e passos se aproximando. Cada segundo era como se não houvesse saída além de aceitar o fim iminente.

E tudo se foi. 

Num movimento tão veloz, se ergueu, apoiando os pés ao solo e levantando o dorso, desviando de um ataque mortal. Agarrado ao punho da espada, moveu-a cortando tanto cabeça quanto o ar. Gotículas rubras surgiram em seu campo de visão, manchando a tudo. O corpo do inimigo agarrava-se ao cabo da lança com força, mesmo quando a cabeça dele atingiu o chão. Sasuke olhou para aquilo que tinha e imaginou que seu último suspiro havia sido a força de quem se agarra à vida, na esperança de não perdê-la. Mesmo assim este a tinha deixado escorrer entre os dedos quando se deu por vitorioso.

 O Uchiha baixou a espada, que manchada por veias vermelhas, desenhando rios no aço, enfiou a ponta na areia. Se permitiu um sorriso de alívio, se segurando firme à arma. Ainda que o peso do corpo o cansasse e a adrenalina o cedesse um último suspiro, o grito que rompeu seus lábios ao ver a figura feminina caída na areia, com cabelos róseos esvoaçantes e sedas brancas serpenteando o trouxe de volta ao escuro do quarto.

Tremendo e agarrado ao lençol frio, Lorde Uchiha ofegava. O corpo estava úmido, tomado por um sentimento amargo. O fino feixe de luz que rompia pela fresta da cortina, trazia ao quarto uma iluminação fraca que marcava apenas as linhas dos objetos e nada além. Em meio ao desespero, olhou para o lado da cama e tanteando, achou-a. 

Fechou os olhos e apoiou a cabeça à madeira da cama, respirando profundamente e agradecendo por não ter passado de um sonho ruim. 

— Está tão frio — Sakura disse, despertando e acendendo o braseiro do seu lado da cama. Ela sorriu e o acariciou a face com as mãos quentes. — O que houve?

As lembranças da guerra já o causavam terror por excesso, distribui-las a Sakura não pareceria correto. Encarou os olhos verdes e cintilantes, tocou os lábios com a ponta dos dedos e forçou-se a sorrir.

— Não minta — ela disse —, teve um pesadelo — Sasuke suspirou e deixou a mão cair no espaço entre ambos. Por vezes esquecia-se o quão difícil era lidar com a Haruno. — Costumava ter também.

— E o que a fez parar de tê-los?

Aquele sorriso seria capaz de iluminar o mundo, mas seu toque gentil o aqueceria no mais rigoroso dos invernos. Gentilmente, a Haruno entrelaçou seus dedos aos dele. Um olhar rápido para o brilho na mão dela e encontrou o anel que a dera alguns meses antes.

— Você — Sakura sussurrou —, sua companhia. Não sinto medo quando está comigo, milorde. Porque descobri que nada me assusta mais do que perde-lo.

Mantendo-se unidos pelas mãos, ele se aproximou e provou do toque dos lábios dela, macios e úmidos contra os seus. Devagar se beijaram, não contando com o tempo que demorariam naquele ato tão íntimo e precioso para ambos. Ao término do ato, as testas se encontraram e os olhos colidiram, mesmo na luz fraca do amanhecer que começava a mostrar sua presença, os dois se estudavam e buscavam por algo.

— Fale-me de seus medos, me deixe te ajudar...

Agarrou-se aos cabelos da mulher, sentindo-os e gostando do perfume suave dela. A calma que vinha dela nunca o fora encontrada em outro lugar. Todos os sentimentos doces e suaves que o traziam quando ela apenas o tocava, abraçando e pedindo para confiar, o eram uma recompensa pelos dias escuros do passado. Sakura, apenas Sakura o permitia sentir-se livre.

— Nada de mentiras ou segredos — Sasuke murmurou —, poderá me odiar o quanto quiser, Sakura. Mas, as coisas que fiz...

— Estão em seu passado. Isso é o que te atormenta os sonhos?

— Ouça com atenção — ela assentiu. — Eu tinha dez anos quando fui enviado para ser refém real. Orochimaru tratou-me como um dos seus tantos filhos. Mas nunca fui parte daquilo, as coisas que fiz...as ordens que segui sem nunca questionar... — apertou os cabelos da Haruno, se perdendo na imensidão dos olhos verdes. — Éramos crianças brincando de homens; crianças matando e perdendo tudo, tudo. Por mais que o tempo tenha passado, a vida seguido seu curso, as minhas mãos estão tão sujas quanto se possa ver. E o porquê disso, senão pela minha família? — Sasuke engoliu em seco, deslizando os dedos pela bochecha pálida da Haruno —, eu os perdi também. Perdi todos. E Orochimaru chamou-me de heroi. De quem? 

— Como se tornou... isso... quero dizer... você sabe, imortal?

— Havia uma homem na taberna uma noite, me fez uma proposta — o Uchiha riu —, irrecusável para quem se está desesperado. Deu-me a chance de me libertar e em troca o daria um favor. Algo que ele cobraria cedo ou tarde. Só então deixaria essa vida eterna de lado, obteria uma vida comum e seguiria a naturalidade dos fatos.

— Mas ele nunca veio.

Lorde Sasuke sorriu de canto, para em seguida selar seus lábios aos dela, Sentindo-a quente contra seus braços, segurando-a tão firme que se pensasse em soltar seria como perdê-la. O cheiro dos cabelos o enebriavam os sentidos, porque não diria isso a ela, por mais heroico que lhe soasse. 

— Não — mentiu.

Agarrado à Haruno, recordou-se de um tarde de outono.

...

As correntes caíram ao chão seguidas pelo  tilintar, mas o sorriso esboçado no fino rosto feminino ocultara qualquer outro ruído que pudesse distrai-lo. Sasuke a observava, ele montado e com o amanhecer às suas costas. Ao lado da mulher com sol nos cabelos, o homem com finos e emaranhados fios róseos não sorria, apenas tinha os olhos salpicados por lágrimas. Os lábios dele se moviam, falando palavras quaisquer que nunca chegariam aos ouvidos do Uchiha.

— São livres para ir — o Lorde disse, indicando os cavalos que Suigetsu trouxera. Os daria a montaria e mantimentos para a viagem de retorno à vila. — Mas se houver uma terceira tentativa de furto, não os pouparei. Se precisar de algo, peça.

— Agradeço-o, meu senhor, que os deuses o recompensem — o homem disse, finalmente deixando as lágrimas escorrerem pela face. — Chamo-me Kizashi, senhor, sou ótimo em trabalhar com aço, se algum dia precisar, procure por mim e o servirei com honra.

— Ela saberá — a mulher disse, sorrindo —, quando for maior e uma moça. A contarei que nos ajudou, milorde. E sei que o amará por isso.

Permaneceu observando-os cavalgarem até o portão e então desaparecerem na estrada. O casal parecia mais feliz do que julgara, quando resolvera libertá-los, imaginou que estes ainda que o agradecesse, faria mais pela cortesia que propriamente por vontade. Mas Lorde Sasuke enganara-se.

Puxou uma vez as rédeas do seu corcel que parecia incomodado, até que a segunda foi preciso e o animal relinchou, forçando a cabeça para se livrar da força que o homem impunha para contê-lo. 

— Calma — o Uchiha murmurou ao cavalo, que apenas bateu o casco contra o chão e deu um passo —, ei, fique onde está.

O corcel relinchou e baixou a cabeça, sacudindo e então  batendo ambas as patas dianteiras ao chão. Havia algo de incrivelmente errado com o garanhão puro-sangue esta manhã. Passou a mão pela crina dele, acariciando e o sentindo estremecer em uma ira que não vira desde que o adotara para ser seu.  Bucéfalo era um dos cavalos mais pacíficos e sua reação de agora estranhava para Sasuke.

Uma outra tentativa em acalmá-lo e acabou  que o corcel trotou em direção do portão, passando rápido pela coluna de guardas e  obrigando-o a se segurar firme às rédeas. O animal parecia ter o conhecimento de onde deveria ir.

Sasuke tentou controlá-lo, mas o cavalo estava completamente determinado a não obedecer qualquer comando. Ouviu os gritos dos guardas logo atrás, olhou para eles e viu a poeira se erguer conforme cavalgavam rápidos atrás do Lorde. 

Yamato, o Capitão dos guardas na época gritou para o Uchiha, que não compreendera as palavras do homem, quais foram levadas pelo vento e distância. O  garanhão ia cada vez mais rápido, farejando na atmosfera o perfume que  o incitava a correr contra a próprias forças. Quando o Uchiha pôde puxar as cordas e o forçar a uma parada que por pouco não os levou a uma queda, viu o que tinha de ver e  a boca abriu-se num oco som.

Os cavalos que tinha cedido ao casal Haruno escoiceava o ar, lutando contra dois homens musculosos e altos, com cabelos  grosseiros e roupas de pele e couro fervido. Ambos usavam machados de batalha e um deles sacudia a arma contra o animal que o atacava. O outro, arrastava a mulher de cabelos dourados pela estrada, rumando para dentro da mata. Enquanto o homem, esposo dela, jazia numa poça de sangue, já sem vida alguma a que se agarrar.

Lorde Uchiha entendera o porquê de seu próprio cavalo se sentir estranho, ambos os seus irmãos - os animais que dera ao casal - corria risco. Saltou de imediato e  retirou a espada da bainha, brandindo-a e indo em direção do homem que levava a mulher.

Ela gritava de dor por ter os braços apertados com tanta força a ponto de sua expressão resultar em  uma agonia imensurável. Sasuke se aproximou, com a espada ao alto e correndo para atingir o inimigo antes dele a levar para mais longe. O ataque, quando ocorreu, foi contido por ele que segurou com destreza com o braço.

Um sorriso com buracos e os dentes restantes em puro tom de roxo surgiu dos lábios do grandalhão, qual com um movimento de mãos puxou a espada do Lorde das mãos e a atirou ao chão. Ao menos ele soltara a figura feminina, que se contorcia no solo, segurando o braço numa tentativa de conter a dor.

Deu um passo para trás, se esquivando do homem que vinha em direção dele e já empunhando o machado que tinha no cinto. A lâmina cintilou contra a luz total do amanhecer, assim o como o sorriso púrpuro vinha aos lábios dele. Sasuke apenas se esquivava e tentava encontrar algo que pudesse usar como arma. Já não tendo mais para onde ir, se encontrou com o tronco de uma árvore que amorteceu suas costas num abraço duro.

Ofegante e temendo o que viria em seguida, viu-o erguer o machado para um ataque certeiro e fechou os olhos. Já sabia que não morreria, mas nada o impediria de sentir a dor do ataque e sofrer por isso. Com medo. Lorde Uchiha sentia medo pela primeira vez.

De olhos bem fechados, esperou pela dor e o deslizar da lâmina contra sua pele. Com toda certeza  o grandão o cortaria a cabeça, era o que mais ele parecia gostar de fazer. Mas, nada ocorreu.

Abriu os olhos e  viu a figura feminina, de cabelos dourados sorrindo, enquanto a espada atravessava a garganta do grandão. Ela o sorriu e estendeu a arma. Sasuke pegou o aço e o empunhou, agora ouvindo outras vozes e o som de uma luta recém começada. 

Do outro lado Yamato lutava contra o outro homem, que girava a lâmina  e por poucos centímetros errava-o. O capitão deslizava num pé, depois em outro, sempre fugindo do inimigo e evitando um ataque direto. Até que correr o pareceu inútil e, numa tentativa de achar que finalmente conseguira cansar o grandalhão com seus movimentos ligeiros, agarrou-se à espada própria e a mirou nas costelas dele. Falho e pobre ataque, por poucos milímetros sua vida se foi. O corte no peito o fez cair e grunhir, até que nada mais se ouviu do capitão.

Kakashi, ainda um rapaz, tentou em vão socorrer seu comandante, mas de nada adiantou. Numa fúria crescente, atacou o inimigo com a espada, atingindo-o na panturrilha. Os olhos escuros do rapaz miraram-se aos do inimigo, com raiva e, se não fosse pela mulher, ele teria atacado-o e também morrido. Os cabelos dourados dela passaram diante de Sasuke como um raio, ela correndo para tirar Kakashi da mira, qual se mostrou precisa quando o machado do grandão atingiu um toco de árvore que existia logo atrás do corpo de Yamato.

Lorde Uchiha sacudiu a cabeça e percebeu que deveria tomar o controle da situação. Dessa forma se segurou firme ao aço que tinha em mãos e avançou contra o inimigo. 

— Defenda-a — ele disse a Kakashi —, essa mulher é sua prioridade.

O Hatake assentiu com a ordem, levando-a para longe dos dois que agora se enfrentariam. Os cavalos relinchavam numa ânsia por atacar, batendo os cascos no chão. Pôde ver que um deles tinha morrido e outro sangrava com um corte imenso ao peito. O garanhão negro de Sasuke era o mais irritado e lambia a ferida do irmão, puramente desesperado. 

Tão grande e forte que os passos do homem faziam a terra estremecer a cada passo. Mas o Uchiha não o iria temer,  na guerra havia visto outros maiores e mais crueis que este. Apenas estava um pouco enferrujado por tanto tempo fora das arenas e  campos de batalha. Dessa vez, foi mais esperto e previu o movimento do inimigo, pois este estava mais lento com a ferida que não parava de sangrar na perna. Foi ele que segurou o ataque nesse turno, raspando metal contra metal.

Cada qual foi para um canto, se inspecionando e imaginando qual seria o próximo passo. Entretanto, Sasuke havia ido à guerra desde que podia se recordar. Um momento de distração e atingiu-o pela primeira vez, cortando couro e pele. O grandalhão grunhiu de dor e se permitiu cair num joelho, rangendo os poucos dentes. Mas o Uchiha não o permitira levantar, assim, avançou e  cortou a cabeça dele fora. Os cachos se esparramaram pelo solo quando o atingiu.

Fora tão rápido que quase não se sentira  fora de forma. Sorriu e então olhou para Kakashi e a mulher. Ambos  se levantaram ao ver que tinha acabado. Ela o sorriu e então começou a chorar ao notar o marido sem vida.

— Ele tentou me salvar... — ela sussurrou, chorando e se aproximando do corpo . Mas então virou-se para o Hatake. — Foi tão valente...

— Cumpri com a minha tarefa, senhora.

— E é gentil também — a mulher afastou algumas lágrimas e se aproximou do rapaz. — Os deuses sorriem a você.

O jovem a olhou sem ter o que expressar em sua face corada. Ele sorriu e assentiu, parecia contente e satisfeito pelo que fizera anteriormente. 

Todos se olharam ao ouvir o bater de cascos dos outros guardas que vieram em seguida. Junto da cavalaria, um assovio surgiu da mata e forçou Sasuke a buscar pelo som entre as copas. Nada vira e o silêncio caiu sobre eles outra vez, com exceção dos homens que se  aproximavam.

— Caçadores — ela disse —, mas não reconheço o apito...

A mulher olhava para todas as direções, dando um meio passo quando pensava ser a origem do som. Um passo maior e ela parou de frente a Kakashi, olhando atentamente para as árvores. Sasuke empunhou a espada e o Hatake pegou o machado do inimigo morto para se armar.Um zunir suave, seguido pelo assovio, veio da direção que ela olhava. Com tanta rapidez, a mulher se colocou à frente de Kakashi, tomando o ataque da flecha toda para si. Não demorou para que o círculo vermelho se formasse no peito dela e para que o sangue escorresse pelos cantos dos lábios. Rapidamente foi segurada pelo guarda. Ambos encontraram o chão.

— Não, por favor — Kakashi disse, segurando-a firme e tentando parar o fluído —, ouça-me. Ei!

Sasuke deu um passo adiante, permanecendo próximo dos dois e olhando para os lados, em busca do atirador. Mas nada viu ou ouviu. Deu a ordem com as mãos para que os outros fossem verificar as redondezas.

Ela afastou as mãos de Kakashi do peito e sorriu uma última vez.

— Cuide dela — a mulher se contorceu e os olhos já opacos miravam-se aos do Uchiha —, por favor...

Um último suspiro e morreu, fitando o céu por entre as folhas secas do outono.

...

ANO DE 1145 d.C

As vermelhas e castanhas folhas se sacudiam acima, flutuando num espaço azul e limpo. O tronco deslizava rústico e se dividindo em ramos menores, com folhagem mais clara que as do alto. Mas, independente de suas localizações, todas se balançavam em sincronia. Algumas folhas que se desprendiam dos galhos rodopiavam em círculos que por algumas vezes falhavam em sua perfeição ao ser levado pela brisa. Aqueles que completavam a queda chegavam à superfície clara do lago, para ser levado pela correnteza até a borda num suave gesto, onde flores selvagens cresciam aos montes na relva. 

Sasuke acompanhava esse movimento com curiosidade, a espera e o tempo que passava ali, aguardando-a o deixava apreensivo. Talvez Sakura tivesse mudado de ideia e iria agora recusar a proposta. Qualquer ruído o levava a olhar apreensivo para a direção da estrada. 

Duas noites antes, durante um jantar, tivera a ideia de fazer os votos de união com ela. Não sabia dizer se fora a coragem tomada pelo vinho ou se o fez porque era o que desejava desde o princípio. A única certeza que havia era a de que tinha perguntado a ela se aceitaria e como resposta obteve o mais largo e claro dos sorrisos.

No dia anterior não se viram por mais de duas vezes antes de ir dormir, Sakura parecia estar fugindo do Uchiha. Sua visita à vila demorou mais que o comum e se preocupara com isso, até ela surgir e o dizer que as compras de Karin eram mais específicas dessa vez. Ela passara o resto do dia em segredos e mesmo na cama ele a encontrou já dormindo.

Uma vez mais fitou o céu e pensou em como o dia estava calmo, tão bonito que poderia se deixar levar por essa sensação de tranquilidade, se não tivesse uma impaciência enorme o corroendo por dentro.

Suspirou e tornou a olhar para a estrada, mas dessa vez ela estava lá. Sakura levantou o curto véu transparente e bordado, dando-o um sorriso amável. O vestido da mulher era de um branco puro, com desenhos em linha prateada e pequenas flores a se sacudir nas mangas e barra. Ela fez uma curta reverência e se aproximou. 

—  Espero que não o tenha feito esperar muito —  a Haruno disse —, precisei voltar ao castelo. Me esqueci da fita.

—  Está... —  Lorde Uchiha a olhava como se fosse a primeira vez, tão bonita e mais clara que o habitual, com os cabelos se destacando na palidez e os olhos cintilando —, está bonita.

Ela sorriu e as bochechas coraram, deixando-a ainda mais agradável de se ver e apaixonante à sua maneira.

—  Pronto?

—  Sim —  ele disse. —  E quanto a você, Sakura, tem certeza disso?

A mão da Haruno deslizou para junto da dele e o acariciou com cuidado. Ah, o modo afável com que ela o tinha em seus toques era capaz de acalmar qualquer tempestade na mente do Uchiha. 

—  Como nunca tive em toda a minha vida —  Sakura respondeu, sorrindo. 

Os costumes antigos da família Uchiha sempre foram mantidos apenas a eles. Cultuando deuses tão antigos quanto a própria existência, as árvores e lagos eram as únicas representações dessas divindades que seguiam. A natureza em si. E, ali, naquele pequeno bosque, ambos fariam os votos e promessas do que os outros chamaram casamento.

Sasuke guiou a jovem até embaixo do carvalho, um de frente ao outro, fitando-se e diante dos deuses. Sem hesitar, ele cravo a espada entre os dois, rente ao tronco da árvore que os observava em silêncio. Sakura não esperou ele dizer, apenas deu voltas com a fita no cabo da espada e então tornou a encará-lo.

Juntos, seguraram firmes a espada, não havia juramento que pudesse ser quebrado quando se era feito por uma arma de guerreiro. Assim com tinham segurado em conjunto, as palavras vieram em uníssono.

—  Como o sol e a lua, o mar e as ondas, a vida e a morte —  diziam, sem desviar os olhos um do outro —, assim seremos desse dia em diante até o nosso último. Perante os deuses juramos não mentir, enganar ou falhar com nossos votos. Somos um, desde dia até o último. Nessa vida e na próxima que virá.

Assim como tinha jurado, ali, diante do carvalho que por longos anos servira de testemunha de muitas outras promessas, ambos tornavam-se apenas um. Unidos pelo amor que sentiam um pelo outro, guiados pela força da existência e protegidos pelos deuses que os observava enquanto selavam os votos com os lábios a se tocarem intima e apaixonadamente. 

—  Tudo será diferente agora — ela disse.

—  Será. 

As folhas se desprenderam dos galhos e os circularam em um laço vermelho. O sol se baixava no horizonte e as finas linhas alaranjadas marcavam o fim do dia e início de uma noite que poderia durar para sempre ao casal, que se encontravam nessa vida...

...

ANO DE 1149 d.C

Quatro anos transcorreram desde a tarde de novembro, em que juntos, juraram cumprir seus votos. Os anos que passaram haviam sido os melhores da vida de Lorde Uchiha, ou ao menos dos quais podia se recordar. Sakura dava luz ao castelo cada dia mais, enchendo-o com suas roseiras e transformando o jardim num lugar ótimo para passeios e poesias. Amá-la se mostrava mais fácil do que tinha imaginado algum dia. Oh, se pudesse dizer ao seu eu do passado que valeria a pena passar pela escuridão, porque encontraria a luz quente e aconchegante no fim, diria.

Numa tarde de primavera, encontrou-a no jardim, com o espelho de prata apoiado nas pernas, enquanto escovava os cabelos róseos que caíam sutilmente às costas. Parou na porta e observou-a como sempre o fazia. Vê-la distraída em seus afazeres o encantava cada dia que passava. E a Haruno continuava escovando os fios, sem notá-lo ali. 

Aproveitando desse momento, se aproximou a passos lentos e silenciosos. Se sentou atrás dela e colheu uma mecha de cabelos, sentiu seu perfume e a viu se assustar a ponto de quase deixar o espelho atingir o chão. Sasuke o segurou antes de se partir, assim como aproveitou para abraçar a mulher, qual sorriu.

—  Assustou-me —  ela disse, tomando o objeto das mãos dele. —  Podia ter me avisado.

—  Estava tão distraída que achei melhor não fazê-lo —  ele afundou o rosto na curva do pescoço dela, mergulhando nos cabelos perfumados e macios.

—  Vai me embaraçar o cabelo todo —  Sakura disse com a voz de quem o repreendia, mas os beijos do Uchiha distribuídos ao longo de seu pescoço a fizeram rir e se entregar aos braços dele. —  Olhe para o meu cabelo...

—  Esqueça isso —  ele murmurou e só quando a ouviu suspirar, parou de beijá-la e olhou para o emaranhado de fios. Sem mesmo pedir, tirou a escova das mãos femininas. —  Deixe-me pentear seus cabelos. Fui eu quem fiz a bagunça.

—  E por que eu deveria confiar nesse seu pedido?

—  Porque se não o fizer, terei de lembrá-la que a amarei pelo resto da vida.

—  Estou tentada a deixá-lo fazer isso —  a Haruno riu e se arrumou em seu assento. —  Mostre os seus talentos, senhor Uchiha.

Os dedos se enterraram nos cabelos de fios róseos, desprendendo-os de um embolo e os alisando em seguida. Continuamente foi desprendendo os fios para só então deixar a escova correr pelas mechas. 

Sakura o observava através do espelho, tão sério que quase parecia levar a tarefa para algo de extrema importância. Ela sorriu, como deveria ser e tinha sido nos últimos anos. Deixou de vislumbrar o homem de sua vida para olhar os pássaros que se aninhavam nos galhos da árvore, disputando com outras aves o lugar. A Haruno fechou os olhos por um instante e inspirou, sentindo a doce alegria de sua vida a tomar por estar ali, com ele.

Mas, quando o Uchiha parou de pentear os fios, ela o olhou por sobre o ombro. Sasuke parecia preocupado, pois virou a cabeça em direção da porta uma, duas e na terceira o ato a forçou a encará-lo.

—  Está esperando por algo? ou alguém?

—  O quê? —  ele a olhou, espantado por ouvi-la dizer algo. Sakura indicou a entrada e ele riu. —  Ah, não. Apenas ouvi ruídos e pensei que fosse alguém. Onde estávamos? —  o Uchiha colheu uma mecha dos cabelos e começou a trançá-los — , são tão longos.

—  Pensa que deveria cortar?

—  Não...

Ele se mantinha tão absorto à tarefa que sussurrava as palavras sem sequer olhar para ela. Quando terminou a primeira trança, um pouco frouxa de um lado e com fios se desprendendo, a Haruno inspecionou o que ele fizera e sorriu, até notar o nó na fita de cetim para atar as pontas e começar a rir. Tocou o laço.

—  É o laço mais feio que já vi —  Sakura o disse, ainda rindo.

Lorde Sasuke corou e então a abraçou, fazendo os braços a contornarem todo o torso e a puxou para mais perto de si. A boca dele desceu para perto do ouvido e as mãos aproveitaram o momento para invadirem os espaços entre as linhas do corpete. Afrouxou um nó e depois outro, até ter espaço para colocar a mão inteira entre os seios da esposa. Ela riu ainda mais, agora corando.

—  Não sou bom em fazer laços —  ele disse ao puxar a fita do corpete quando a encontrou abaixo da camada do vestido — , prefiro desfazê-los.

Sakura fechou os olhos, se permitindo entregar aos toques dele. A boca do Uchiha descia do pescoço aos ombros nus dela, tão suaves que a causavam arrepios por onde passava. E os dedos dele brincavam de carícias no vale dos seios, uma mão tomou um dos seios por inteiro e ele a apertou, ganhando um gemido baixo de prazer.  Ele sorriu ao senti-la se estremecer contra seu corpo, tão entregue aos desejos da carne.

Tomou o rosto dela na direção do seu e a beijou, mesmo com a mulher ofegante e com a face vermelha pela excitação. Todo ele sentia a adrenalina do momento que os circulava, tão juntos e cada qual sentindo o desejo de ter os corpos unidos de uma vez. A mulher se agarrou aos cabelos dele, puxando-o para um beijo mais intenso. Alguns arquejos escapavam dos lábios de ambos.

Não se demorou para puxar o corpo feminino ainda mais contra o seu, agarrando-se a ela como se fosse preciso anexá-la. Separaram-se do beijo e se olharam por um longo tempo. Ela sorriu e ofegou, buscando por fôlego. Os olhos cristalinos cintilaram e ela não se impediu de ajudá-lo a desabotoar o casaco. Mas, foi impedida.

O desejo dos dois foi contido quando a figura apareceu na porta. Sakura levantou-se num salto e o Uchiha primeiro a olhou com espanto, até girar a cabeça na direção da entrada e suspirar pesado. O calor que sentia instantes antes se dissipou, dando lugar ao frio.

—  Interrompo, Lorde Uchiha?

—  Kabuto —  ele disse com desdém e deixou seu lugar onde estava sentado — , para vir até aqui deve haver algo de importância a dizer.

—  Soube que casou —  Kabuto deu um passo adiante e lançou os olhos na direção desconcertada de Sakura. —  Madara me disse que era bonita. Vejo que não estava errado. Um prazer conhecê-la, Senhora Uchiha.

Ela pareceu não saber o que dizer ou como agir, fitou o homem de cabelos prateados por um longo tempo. Notou suas vestes de veludo púrpuro e a espada pendente no cinto. Os cabelos dele eram bem penteados e tinha em si um ar de realeza, talvez fosse algum Lorde, ela pensou.

Como tinha aprendido ao longo do tempo, estendeu a mão ao cavalheiro e sorriu amavelmente. Os lábios frios dele tocaram-na a mão, causando um súbito medo. Ela se encolheu e puxou a mão para longe. Instintivamente se colocou ao lado do marido, apenas para garantir que estaria segura.

Mas, assim como ela, Sasuke aparentava se sentir mais incomodado com a visita de Kabuto. Os olhos escuros dele encaravam o homem com desprezo e uma crescente ira. Ela segurou-o ao braço, ganhando uma olhada de esguelha e um toque na mão que o envolvia.

—  Pensei em esperar o momento certo para vir, mas como bem sabe não há hora para uma guerra surgir —  Kabuto disse, enquanto buscava na manga do casaco de veludo por algo. —  E nossos amigos turcos têm estado com o ânimo aos céus!

—  Esse não é meu problema —  Sasuke disse. 

—  Ah, engana-se. Bem, por que não deixamos a mulher se retirar e discutimos os motivos pelos quais este é seu problema?

A Haruno o segurou ainda mais firme ao braço e ergueu a cabeça, encarando o visitante com destreza e ganhando dele um risinho abafado quando compreendeu a escolha dela.

—  Ela é bem devota, não? —  Kabuto riu um pouco mais. —  Se ela optou por ficar, quem sou eu para contestar a escolha? Mas alerto-a, Senhora Uchiha, não será uma oferta fácil e doce para seus ouvidos femininos e delicados.

—  Diga de uma vez, Kabuto. Sakura é mais forte do que pensa, não irá assustá-la, se é isso que quer.

—  Oh, não. Perdão minha senhora, com tamanha beleza pensei que não deveria feri-la com assuntos de guerra —  ele riu um pouco mais e em seguida suas expressões se diluíram em uma séria e fria quando encontrou o que buscava nas mangas. —  Duque Danzou, nosso senhor e protetor do Território, ordena que os Lordes, barões e senhores menores, forneçam a ele o mínimo de mil soldados armados e prontos para o combate.

Kabuto estendeu o pergaminho ao Uchiha, que tomou a folha nas mãos e correu os olhos pelas letras. Sakura o acompanhou à distância, não tinha a mensagem nítida, mas as palavras que o visitante dissera eram as mesmas escritas.

—  Não tenho isso tudo —  Sasuke enrolou o pergaminho e o atirou a Kabuto. —  Diga isso ao seu senhor quando fizer a viagem de volta.

—  Ele não ficará feliz.

—  Pareço alguém que agrada outrem?

—  Oh, se vamos falar nisso... —  ele lançou um olhar para Sakura e o espartilho com as fitas soltas. Ela corou ao se recordar de que ainda a pouco estava entregue aos braços do Uchiha. —  Conhece as regras, Sasuke. Se não possui os soldados, então dará as crianças. Danzou tem encontrado bom uso a elas no mercado, poderá trocar por escravos que lutarão sem questionar e pela honra do seu senhor. E posso afirmar que vi muitas crianças quando passei pela vila.

Sakura olhou para o marido que se afundou num pensamento sombrio. Ela parecia mais desesperada do que ele devia estar por receber a intimação. Mesmo assim lá estava Sasuke, calado e com os olhos vazios.

—  Não está pensando em dar as crianças a ele, não é? —  ela murmurou, cravando as unhas no braço dele.

—  Entenderei se quiser um momento para discutir a sós com sua esposa, apesar de saber a resposta que deve me dar —  Kabuto estalou a língua — , a menos que queira ver sua vila em chamas... ainda assim teremos os pequenos.

—  Sasuke! —  ela o sacudiu, com medo dos olhos brilhantes de Kabuto. —  Diga-me que não está pensando em aceitar.

Ele a olhou de canto e então voltou a mirar os olhos na direção do visitante. 

—  Tirarei um tempo para pensar —  o Uchiha disse por fim — , volte pela manhã e o darei a resposta.

—  Ficaria lisonjeado e honrando em retornar ao seu nobre castelo, mas temo que pela manhã já terei partido —  Kabuto parecia sentir prazer em olhar para o casal. —  Não há escolha ou resposta, Sasuke. Apenas dê-me o que vim buscar. Retorno para Danzou e todos ganham.

—  Não... —  Sakura murmurou, tremendo e aumentando o timbre —, não! Sasuke!

—  Mulheres...

—  Você prometeu que seria diferente. Prometeu...

O Uchiha se virou para ela e suspirou, segurando-a firme aos ombros e encarando aquele par de olhos verdes aflitos. Ele tinha feito uma promessa a ela, sabia bem, mas havia diante de si agora um problema que demandava mais do que paixão e devoção por um amor. Sua vila corria risco, as pessoas que jurara proteger e acima de tudo, o legado de sua família. Estaria ele disposto a abrir mão de tudo isso para cumprir uma promessa feita a Sakura diante dos deuses? 

Cada segundo que se deixava afundar no mar verde de medo que tinha nos olhos dela o era como reviver cada dia passado em plena agonia. 

Guerra...

....uma simples palavras, mas com um peso tão assombroso que duzentos longos anos jamais o fizeram esquecer o que vivera na infância e juventude. Os gritos ainda ecoavam em sua mente, as noites mal dormidas e o vazio existencial que cada inimigo derrotado o dava ainda o assustavam. E, agora, quando jurara que finalmente provaria da paz e desfrutaria de dias de verão em sua vida interminável, a palavra com significado maciço o atingia em cheio.

Não bastante, essa premissa de que teria de vislumbrar a dor da batalha não o eram nada se comparado com a agonia que olhava naqueles olhos que tanto o acalmavam. Se pudesse e soubesse o que viria a acontecer nessa tarde, teria planejado tudo antes e estaria livre dessa dor que o sufocava.

—  Me leve —  Sasuke disse por fim e não desviou ou a soltou. —  Leve-me para a guerra no lugar das crianças que pede. Seu Senhor terá muito a ganhar.

—  Perdoe-me a intromissão na oferta, mas temo que esteja velho demais, milorde —  Kabuto sorriu desdenhoso quando o Uchiha o fitou. —  Apesar de sua fama ser grande e um guerreiro excelente. Lorde Orochimaru diria muito, se ainda tivesse ar em seus pulmões...

—  Então temos uma acordo? Eu vou no lugar dos meninos?

Kabuto sorriu vitorioso e assentiu, indicando a porta por qual tinha entrado. Sasuke soltou Sakura e deu um passo na direção da abertura, marchando com audácia e coragem, apenas para não olhar para trás e vê-la aos prantos. 

—  Não! —  a Haruno correu até ele e o segurou no braço. —  Não pode ir, Sasuke. Não... não pode.

O Uchiha se desprendeu das mãos macias dela e fitou, vendo-a arfar e tentar engolir aquilo que o queria dizer. Mas não fora preciso palavras para saber, de antemão, o que ela o iria falar. Ela levou ambas as mãos ao ventre e baixou os olhos, ele a acompanhou nesses movimentos e abriu a boca sem emitir som algum. 

—  Não pode ir, porque eu... —  ela mordeu o lábio inferior e tornou a encará-lo —, porque eu estou esperando pelo seu herdeiro. Estou grávida, Sasuke. Não me abandone agora.

E ali o mundo desabou pela primeira vez aos pés de ambos. Caindo em pedaços e atingindo-os como uma tempestade de um inverno rigoroso. Lorde Uchiha ponderou por longos instantes o que ela o dissera, o sorriso veio e voltou aos seus lábios com facilidade. Sakura o sorriu da maneira afável de sempre e naquele momento, por mais breves que fossem, tomou a mais difícil decisão de sua vida.

Kabuto suspirou e riu baixinho, outra vez tomando os acontecimentos e atos da mulher como uma piada. Pretensioso e se aproveitando por estar com toda a razão e ameaças em mãos, ele agia como o dono do mundo e pobre alma a dele. Quando o Uchiha tomou a sua decisão, também tinha escolhido decidir por Kabuto. Se fosse começar uma guerra, enviaria um presente doce a Danzou, para lembrá-lo de algo que ocorrera ao Lorde anterior. 

Na manhã do dia seguinte, a cabeça de Kabuto foi mandada numa arca de madeira bem entalhada, solicitando-o a uma guerra que não poderia evitar encarar, mesmo que tivesse optado pelo lado oposto. A noite seria longa e escura, afinal.

 


Notas Finais


Queridos, ficou longo, de novo. Mas acreditem, se eu colocasse tudo aqui teria ultrapassado 8 mil palavras e pela deusa, não gosto disso. Então, resolvi dividir o capítulo em duas partes, logo terão um capítulo a mais acho.
Espero que tenham gostado e é isso. Um beijo!


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