História Daddy ; jaeyong - Legumes, babas e surpresinhas

Era sábado de manhã e Mark já estava assistindo seus desenhos favoritos enquanto Jaehyun resolvia alguns problemas da clínica por telefone. Estava em pé na cozinha, cortando alguns legumes para colocar no almoço de Mark daqui a algum tempo, enquanto pedia alguns antibióticos específicos para o fornecedor da clínica.

Apesar de não reclamar nem um pouco sobre o comportamento de seu filho, era muito difícil cuidar de uma criança sozinho. Raramente conseguia sair com seus amigos sem que ele tivesse que levar Mark consigo. Para continuar malhando teve que providenciar aparelhos para sua própria casa, pois não podia se dar o luxo de deixar seu filho sozinho durante uma hora inteira, todos os dias.

Jaehyun agradecia por seu filho ser comportado apesar de às vezes quebrar algumas coisas. Óbvio que ele se sujava muito assim como qualquer outra criança mas isso não incomodava Jaehyun. Mark já conseguia ir no seu banheiro sozinho e isso já foi um avanço gigantesco.

Depois que terminou de resolver as coisas tanto no telefone quanto na cozinha, foi procurar seu filho pelo apartamento. Sua clínica o fornecia muito dinheiro, ganhou popularidade com o tempo por serem muito carinhosos com os animais e pelo preço ser super acessível e ainda assim ser um lugar sofisticado. A localização também era um fator favorável e por isso tinha tantos clientes, ficava aberta todos os dias e nunca estava vazia.

Além disso, seus pais eram donos de grandes empreendimentos e foi a partir disso que foi possível abrir a clínica. O pai de Jaehyun é dono do prédio em que estão morando, não apenas desse mas de outros 3. E por esse mesmo motivo Jaehyun mora na cobertura e tem 2 andares em seu apartamento. Como o prédio é grande, na cobertura comporta 4 apartamentos, enquanto nos outros andares são 15.

Algo que achou criativo da parte de seu pai é que em seus 4 prédios as pessoas que alugassem a cobertura tinham o direito de construir o apartamento como quisessem, diferente dos demais que havia um padrão.

Foi para sala e viu que Mark já não estava mais assistindo TV, subiu as escadas e foi na salinha de brinquedos do seu filho e viu que também não estava lá. Começou a ficar preocupado, mesmo sabendo que não teria como ele ter saído do apartamento.

– Filho onde você está ? - Jaehyun perguntou entrando no quarto do menor e vendo que não estava ali também - Meu amor, onde você se escondeu ?

Já estava achando que o filho por algum motivo tinha ido para a piscina quando escutou :

– Eu não tô me escondendo, papai. Tô aqui no seu quarto.

Jaehyun foi correndo para o seu próprio quarto, ficará 20 minutos sem olhar o pequeno e já estava morrendo de saudades, como era possível ele amar tanto algo quanto amava aquele menino?

– Oi meu amor, o que você está fazendo ? - Jaehyun perguntou abrindo a porta de seu quarto e vendo Mark sentado do meio da sua cama sorrindo por ver o maior.

– Te esperandlo, papai ! - disse abrindo os bracinhos sinalizando que queria um abraço - Tenho um presente para você, papai.

– Ah é? O que você vai me dar? - Jaehyun pronunciou indo para sua cama e pulando em cima do seu pequeno o abraçando e o enchendo de beijinhos.

– Eu lavei seu celular grande, papai ! - disse rindo por conta das cócegas que os beijinhos que estava ganhando estavam provocando.

Mark pegou o iPad que estava do seu lado e entregou ao seu pai, todo orgulhoso de seu trabalho.

– Você lavou como? - Jaehyun soltou uma risada nervosa e começou a apertar os botões do aparelho e percebeu que na segunda tentativa o aparelho ligou e deu graças a deus que esse modelo era a prova d'água.

– Eu tava brincando e sujou de biscoitinho aí eu lavei na pia com sabâozinho e água, ficou bom? - Mark disse ainda animado.

– Oh bebê - disse o colocando em seu colo -, não pode lavar coisas eletrônicas, a gente deu sorte que não quebrou, mas poderia ter quebrado viu. Então se algo sujar, avisa o papai, que eu limpo para você.

Instantaneamente Mark agarrou o pescoço do pai e começou a chorar alto. Jaehyun o abraçou de modo acolhedor enquanto acariciava os cabelos lisinhos do filho.

– Neném, não precisa chorar. Ta tudo bem, não quebrou. - ficou balançando o pequeno para ele parar de chorar, enquanto o menor não conseguia parar de proferir "desculpa" entre os soluços do choro - Vamos almoçar para você esquecer isso.

Desceu segurando Mark e o colocou na bancada da cozinha enquanto terminava de fazer o almoço. Quando terminou, como tinha tempo, deixou o pequeno comer sem ajuda, mesmo sabendo que teria que trocá-lo depois do almoço pois ele ia se sujar inteiro.

Mark de vez em quando tira uma sonequinha depois do almoço e foi exatamente isso que ele fez. Jaehyun ficou até impressionado com a rapidez que ele dormiu. Por estar frio pegou mais um cobertor para cobri-lo, para evitar que ficasse doentinho. Entretanto tinha apenas uma coisa que não saia da sua cabeça de jeito nenhum.

O vizinho.

A babá de Mark já havia furado varias vezes com Jaehyun, o deixando na mão. Ela era ótima, não podia negar, mas quinta feira havia sido a cereja do bolo que faltava para Jaehyun estourar. Ele precisava de outra pessoa, mas quem seria ?

O vizinho ?

"Ele é novo demais". Isso era a desculpa que Jaehyun ficava usando para se livrar do pensamento de contratá-lo. Mas isso sequer era uma desculpa aceitável, a babá anterior tinha 19 anos.

"Ele mora na cobertura, por que ele precisa de dinheiro ?" Essa foi a segunda desculpa que ele arranjou quando ele percebeu a invalidade da primeira. Porém o que Jaehyun tinha a ver se o menino precisava de dinheiro ou não ? A verdade era que Jaehyun achará o vizinho bonito - "bonito" para não dizer outra coisa - e estava com medo disso, não tinha achado ninguém sequer atraente depois de Seulgi.

Jaehyun, mesmo após 3 anos não se permitiu sair com ninguém. Sentia que ao fazer isso estava desonrando o compromisso que havia feito a ela. E nem percebeu que isso estava fazendo mal para ele mesmo.

Até agora.

Ele havia visto a própria tentação encarnada.

E ela tinha nome e sobrenome. Lee Taeyong.

E Jaehyun já sabia seu nome pois desde o dia em que Taeyong bateu em sua porta, ele ficou louco. Pediu ao seu pai uma lista com os nomes dos moradores e ele já conhecia os outros 2 moradores da cobertura então sobrou apenas um nome. O nome do próprio diabo.

Ele precisava de uma solução rápida, não podia mais fazer Johnny tomar conta de Mark quando a babá furasse.

Precisava de alguém comprometido. De alguém que ele pudesse chamar de forma fácil em uma emergência.

Sabia que esse alguém era ele.

Havia tomado uma decisão. Ele ia contratar o menino e por mais que seu corpo inteiro dissesse "não" pois sabia que iria sofrer vendo aquele menino todos os dias, sabia que tinha que fazer isso por seu filho.

E foi pensando nisso que nesse exato momento ele estava batendo na porta de seu vizinho

Taeyong atendeu a porta com uma certa cara de surpresa. A cara de confusão provocou um riso interno na cabeça de Jaehyun. Quando Jaehyun estava prestes a perguntar se ele ainda queria trabalhar como babá. Ele sentiu um cheiro peculiar.

Ou nem tão peculiar assim.

Maconha. Tinha certeza que era.

– Uhm... Isso é cheiro de maconha ?

Taeyong travou. Sabia que tinha dois segundos para decidir se iria mentir ou contar a verdade. Ele não conhecia Jaehyun. Sabia que ele era mais velho. Então a melhor opção era mentir.

– Puff... Claro que não! - disse rápido soltado um riso pelas narinas - Eu sem querer queimei o chá que eu estava fazendo com as plantinhas que a minha mãe trouxe para mim hoje de manhã.

Ele nunca havia dito tantas mentiras de uma vez.

Era claramente maconha. Ele sequer sabe como fazer chá. A mãe dele nunca encostou um dedo em uma horta, ela tinha nojo demais para isso. E ele não via a mãe dele há 2 anos.

– Melhor tomar cuidado da próxima vez - Jaehyun disse abrindo um sorriso.

Ele havia caído feito patinho.

– Oh Taeyong, quem é esse aí ? - Yuta gritou da sala - É o menino que te f...

– Yuta, eu estou conversando com o meu vizinho, será que você poderia ficar quieto por um segundo. - Taeyong disse do modo mais educado e calmo possível, se virando para o lado de dentro da casa - Mil perdões, meu amigo é um pouco escandaloso, ele achou que era o menino que me emprestou a câmera dele semana passada. Coisas da faculdade.

E as mentiras continuaram. Não havia menino algum que emprestou câmera, Yuta queria perguntar se era o menino que tinha transado com Taeyong semana passada. Ele não parava de mandar mensagem.

– Eu entendo, não precisa pedir desculpas. Eu que estou atrapalhando vocês dois. - Jaehyun disse olhando para os olhos de Taeyong - Eu vim perguntar se você ainda está disponível para trabalhar como babá ?

Taeyong nunca achou que ia dar certo oferecer trabalhos de porta em porta. Mas sua chance de ouro estava bem a sua frente e ele não podia discordar que sua chance de ouro tinha uma bela aparência. Como poderia negar? Finalmente iria ganhar algum dinheiro e provar pros pais que sim, ele era capaz.

– Claro! Começo assim que o senhor precisar. - Taeyong disse segurando para não sorrir, estava feliz demais.

– Certo, o que você acha de ir no apartamento amanhã de tarde para eu te falar como que são as coisas e te apresentar ao Mark?

– Mais que perfeito, não vou te decepcionar! - Taeyong estava quase abraçando o jovem pai a sua frente, ele realmente já estava perdendo as esperanças em arrumar um emprego.

Jaehyun acenou com a cabeça e foi em direção ao seu apartamento. Taeyong fechou a porta e ficou estático por alguns segundos.

– Yuta! Yuta! Yuta!

– Que foi senhor educado? - Yuta perguntou revirando os olhos

– Eu vou ser babá.