História Dama de Espada - Não sei se é verdade ou não

~Elizabeth pov~ 

“Não faz assim” falo ao analisar cada centímetro do seu corpo esguio, já fazia pelo menos quatro horas que estava louca pra beija-lo mas ele não me dava oportunidade “para de ser tão teimoso, os últimos dias foram cansativos” completo, voltando os olhos prós meus papéis, eu queria muito que Reid ficasse, mas eu não podia ser egoísta a ponto de pedir isso, então insisti para que fosse embora.

“Eu vou ti esperar para irmos juntos” seu olhar firme deixava claro que ele não mudaria de ideia.

“Eu posso virar a noite aqui, você sabe que a semana que estou em campo é longa, eu tenho o dobro de serviço e preciso deixar tudo em ordem”

“Ordem” ele repete meio sagaz “essa é exatamente a palavra que descreve você”  ele fala se virando pra mim “toda vez que observo seu trabalho eu penso muito na sua maneira de administrar, ela é meio arcaica, mas é ideal pra você”

“essa foi uma análise diferente da que recebo habitualmente sobre o meu modo de trabalhar” falo sorrindo, Reid tinha um brilho divertido no olhar mas seu rosto estava sério, com toda certeza o cansaço não lhe caia bem “confesso que fiquei curiosa”

“Não estou criticando sua maneira de trabalhar, todos sabemos que além de uma ótima psiquiátrica você é uma excelente administradora, caso contrário não estaria aqui, mas isso não muda o fato de  sua metodologia ser arcaica, entre as quatro principais teoria gerais da administração você se encaixa perfeitamente em uma delas” ele diz se aproximando de mim “A teoria Burocrática, mesmo sendo da década de vinte, ela descreve com precisão seu comportamento no ambiente de trabalho,  você é extremamente controladora, obcecada por regras, treinou seu comportamento a ponto de ser impessoal com sua equipe e além disso, valoriza de maneira exagerada o poder” eu escutava suas palavras sorrindo, Reid era bom no que fazia e por mas que eu sempre brincasse com suas falhas recorrentes em me perfilar dessa vez ele havia acertado.

“Eu acredito que tenha sido nessa época que as empresas e organizações chegaram ao ápice do seu desenvolvimento” comento entre risos.

“Como eu pude não me atentar a esse outro detalhe” ele fala se sentando no sofá graciosamente “você sempre consegue um jeito de estar certa, senhorita Elizabeth mais conhecida como a dona da razão”

“Ei” começo em uma tentativa falha de me defender “Eu entendo que não estou sempre certa,  não sou arrogante a ponto de não admitir isso” falo  revirando minha gaveta na busca de um vinho, eu tinha perdido a vontade de continuar meu trabalho, estava disposta a ir com Spencer e dormir em sua casa como ele havia proposto “por exemplo” pauso me servindo uma taça, e lhe  oferecendo, ele só nega com a cabeça, eu conseguia sentir os pensamentos de reprovação que passavam pela sua mente ao me ver bebendo “eu sei que ainda estou começando a dar os primeiros passos em análise comportamental, enquanto toda a equipe inclusive você estão a anos aqui, diferente de mim já são maratonistas no assunto, e eu aceito e quero aprender com vocês”

“Ainda nem terminou a taça de vinho e já tá divagando Liz” ele fala batendo no sofá ao seu lado pra mim sentar “suas analogias não são muito explicitas” comenta.

“Só estou tentando demonstrar que eu não sou arrogante, nem detentora da verdade e diferente do que você disse eu admiro o conhecimento de todos e tento aprender sempre” sento a seu lado com cuidado pra não derramar o vinho “eu vou ti mostrar que estou certa” completo enquanto ele me olhava sorrindo.

*Flashback on*

“É a primeira vez que visito uma cena de crime em que a vítima ainda está no local" falo ao colocar as luvas de látex, eu sentia meu coração batendo contra a parede do meu tórax de maneira acelerada.

“Hotch sabe e foi exatamente por isso que me mandou com você” o olho com dificuldade devido a luz do sol e mesmo na situação que estávamos eu não conseguia deixar de admirar sua beleza, ele ficava lindo vestido de terno com o sol iluminando seu rosto e a brisa que bagunçava constantemente seu cabelo lhe dava um charme a mais “Eu vou lhe ajudar em cada detalhe” ele completa e eu só confirmo com a cabeça “primeiro analisamos todos os fatores físicos do ambiente, o que você já treinou algumas vezes”

“o parque é calmo e recebe uma quantidade considerável de pessoas, afinal encontraram o corpo rápido, no entanto, ninguém testemunhou o homicídio o que nos leva a acreditar que ele passa despercebido e conhece a regularidade de visitantes no parque uma vez que escolheu o horário com menos movimentação”

"esse é um bom exemplo de fator físico, depois de uns meses você já está boa nisso” sua voz e seu olhar de aprovação demonstrava como ele estava contente “agora vamos analisar a vítima, devemos procurar qualquer sinal” assim que nos aproximamos eu pude notar o ferimento a bala na testa do homem “como nosso suspeito escolhe vítimas ao acaso não temos um fenótipo pre estabelecido pras vítimas” vejo o olhar atento de Reid percorrer todo o corpo do sujeito “homem, entre 25 e 30 anos, usuário de droga, você consegue observar as aplicações de injeções de maneira irregular no seu antebraço?” ele pergunta apontando e concordo com a cabeça  “mas sua roupas de marca e seu relógio de ouro, demonstram que ele tem uma condição socioeconômica estável, o que já é muito dinheiro levando em consideração a quantidade de periferias que rodeiam não só o parque, mas também, a cidade” Reid sai do modo de observação e toca no corpo da vítima analisando se existia outros ferimentos além do já evidente tiro “geralmente quem fala sobre isso é a legista, mas como estamos nessa região ela vai demorar a chegar, isso pode fazer com que evidências sejam perdidas, por isso podemos tocar no corpo” ele explica “quando temos vítimas de tiro, temos que analisar a balística” ele parecia empolgado com o fato de me ajudar com essa jornada “esse ferimento é de saída ou de entrada?” ele pergunta me encarando, seus olhos demonstravam expectativa.

“Saida” repondo olhando mais de perto “eu não tenho muita prática nisso” admito em voz baixa.

“Isso é porque você fez um internato curto, e logo após a formatura já ingressou direto na residência, o que não lhe deu a oportunidade de presenciar crimes como esse, além disso você sempre trabalhou em áreas privilegiadas de Las Vegas, o que tornava inóspito a ideia de homicídios como esse” ele responde na tentativa de me mostrar motivos de porque eu não via cenas como aquela recorrentemente “mas é um ferimento de saída, as bordas são irregulares e não tem nenhum sinal secundário, já no ferimento de entrada as bordas são regulares” Reid fala virando com cuidado a cabeça da vítima e não tinha nada de regular naquilo, um leigo olhando de fora veria só um buraco horrível “aqui vemos um dos sinais secundários, essa área se chama zona de chamuscamento, ocorre devido ao calor liberado na hora do disparo, o que faz com que fique essa área preta ao redor do ferimento” ele me olha repentinamente e não tenho tempo para desfazer o sorriso que estava em meus lábios “porque estava sorrindo?” ele faz a pergunta pela qual eu já esperava.

“Eu gosto da maneira entusiasmada com que você fala ao passar conhecimentos diferentes e que poucas pessoas sabem, como esse” 

*Flashback off*

Assim que termino vejo um sorriso se formar e desaparecer instantaneamente no rosto de Reid, ele parecia pensar em algo.

“É interessante você falar sobre isso Liz, porque na hora eu não pensei muito bem, estava contente por estar com você, mas depois de escutar sua conversar com Hocth  eu percebi como fui tolo ao pensar que você não sabia sobre tudo aquilo, você cresceu com um pai  policial, trabalhou por anos com criminosos, me equivoquei ao lhe passar tantas informações que por certo você domina muito bem”

“Você escutou minha conversar com Hotch?” pergunto tentando me lembrar da cena, e Reid não estava na sala, virei minha taça de vinho imaginando a tempestade que Reid iria fazer, ele sempre se sentia mais afligido com as coisas do que deveria.

“Escutei enquanto você relatou com precisão que a entrada do disparo a bala estava com as bordas irregulares mas a margem óssea estava regular e isso se devia ao fato do tiro ter sido disparado com o cano da arma encostado na cabeça, o que criou uma pressão entre o cavidade craniana e  a arma, fazendo com que as camadas da pele se rompessem de forma abrupta e pra completa você ainda analisou o fato de ter sido quase um ferimento de saída levando em conta que a bala ficou alojada, e como você ponderou muito bem, isso se deve ao fato do suspeito deitar as vítimas com o rosto no chão antes de atirar” Reid falo tudo rápido demais, então vez uma pausa respirando fundo “não sei pra você Liza, mas pra mim isso significa um conhecido muito mais aprofundado do que o que você disse ter” ele continuava olhando em meus olhos, eu sentia que as coisas estavam indo pra um caminho ruim “você não precisava ter fingido que não sabia” ele parecia nervoso “eu não percebi isso no momento  porque eu estava entretido fazendo a análise do corpo e também, porque você fingi muito bem, sua atenção e linguagem corporal demonstrava que estava interessada no assunto, esse é meu maior problema com você Liza, você é tão boa em disfarçar sentimentos e emoções, que dificilmente sei disser com precisão quando está falando a verdade ou mentindo” 

“Eu não disse em momento nenhum que não possuía conhecimento sobre balística e eu só não falei o relatório do ferimento da vítima pra você porque como eu disse é empolgante ti ver falando, eu não queria perder a oportunidade de ti deixar contente” falo me aproximando na tentativa de o beijar e acabar com esse assunto

“Você não precisa fingir pra me dar a falsa sensação de estar ti ajudando, eu não preciso disso” essa palavras saíram com facilidade de seus lábios como todas as outras ditas anteriormente, mas ao chegarem em meus ouvidos eu senti um peso tomar conta do meu corpo, essa frase me fez percebe como fui ingênua ao imaginar que poderia enganar Reid, logo ele que descobre tudo com tanta facilidade.

“me desculpa se agi mal” é tudo que consigo dizer antes de juntar nossos lábios, Reid tentou recuar mas fiquei lhe dando selinhos até ele finalmente abrir os lábios, então lhe dei um beijo longo na tentativa de lhe fazer esquecer sobre esse assunto.

“Não vamos transar na sua sala de novo” ele me avisa com a voz meia falha.

“Eu não disse que vamos” falo tirando meus lábios de seu pescoço e o olhando.

“Eu ti conheço” ele diz sorrindo “5 minutos atrás estávamos conversando, agora você tá dividindo sua atenção entre me beijar com veracidade e tomar vinho, quer que eu acredite que você não está tentando acabar com todo clima tenso de antes fazendo sexo selvagem na sua sala” não consigo controlar a risada alta que sai dos meus lábios.

“tem certeza que não quer?” pergunto observando a excitação estampada no seu rosto.

“não rebola assim, se não fica difícil lhe dizer não” ele fala e me levando de cima dele, sorrindo ao pensar na maneira comportada com que Spencer se portava as vezes.

“Eu aguento esperar chegarmos na sua casa” comento enchendo mais uma taça de vinho “Reid” falo animada me lembrando de algo  “é sexta que vem já”

“O que é daqui uma semana Liz?” ele pergunta desatento, enquanto pega suas coisas pra irmos embora.

“Sexta faz um mês que estamos juntos”  constato feliz “temos que comemorar”

“E como pretende fazer isso em?” pergunta agora com toda atenção em mim, me abraçando pelas costas.

“Não sei ainda, mas faço questão de passarmos a noite juntos”