História Dama de Espada - O Cartomante - Parte II

~Elizabeth pov~

“Liza eu não faço a mínima ideia de como vai terminar essa história, ou em qual parte dela você teve a oportunidade de passar o final de semana todo com Robert” Spencer tinha a voz calma e cansada, tal coisa não me agradava nem um pouco pois parecia demonstrar indiferença “Mas entre todas essa coisas, sabe qual a pergunta que não sai da minha mente?” faço que não com a cabeça o incentivando a continuar “porque você não veio até mim Liz? Eu entenderia e tentaria de ajudar como nenhuma outra pessoa séria capaz, sabe por que? porque eu faria você se sentir segura e protegida, ambas as coisas que sei que você só sente a meu lado” as palavras de Reid adentraram dentro de mim como uma lâmina quente e nesse instante ficou claro que mesmo após entender tudo que aconteceu e talvez mudar de ideia sobre nosso término, eu havia perdido um pouco da sua confiança em mim, minha atitude tinha passado a ideia de que eu não o amava o suficiente.

“Eu não vou dizer que você está errado, mas a primeira coisa que eu pensei foi em você e o quanto eu queria ti manter fora disso” me sento a seu lado na cama, fazendo nossos rostos ficarem na mesma altura “algo que eu sempre penso Spencer” falo colocando minha mão em cima da dele “é que seu eu pudesse escolher só uma pessoas entre todas as outras que existem no mundo, incluindo as que eu amo, eu escolheria você, sei que pra você isso é vago demais, só que pra mim faz tanto sentido, cada ação que eu tomo é com base nisso e dane-se se você vai dizer que não precisa da minha proteção, essa é minha maneira de demonstrar amor e eu sinto muitíssimo se em vários momentos desses meus planos mirabolantes eu tenha ti machucado e feito você duvidar do que eu realmente sinto” a maçã do seu rosto parecia ainda mais saltadas de perto e o tom avermelhado que ela ganhou com minha fala deixava seu rosto ainda mais harmonioso, era como se eu fosse um ímã e Reid o polo magnético me puxando sempre pra ele, então aos poucos estávamos tão perto que nossas respirações se misturaram.

“Ainda não Liz” ele fala após eu tentar beija-lo, porém sem recuar e sua boca estava tão perto da minha que podia sentir seu hábito quente ao dizer tais palavras “você ainda precisa terminar sua história” ele boceja se afastando “algo me diz que ela só está no começo e não temos muito tempo até o amanhecer” fala olhando no relógio, ele estava certo, logo Hotch iria acordar todos nós para voltarmos ao trabalho.

*Flashback on*

Eu tinha me desacostuma a viver com essa sensação de medo eminente em que qualquer coisa poderia dar errado a qualquer momento, mas nessa noite tal sensação retornou se tornando perceptível a cada batida do meu coração, ao subir o elevador para o apartamento de Robert e encontrar a porta entre aberta, algo que nunca havia acontecido antes, se tornou uma tempestade da minha mente. Peguei minha arma dentro da minha bolsa e caminhei devagar até sua porta, eu não sabia se era melhor chamá-lo ou só entrar com a arma na mão pra caso algo estivesse errado, a ideia de que alguém pudesse machuca-lo me deixava nauseada.

Eu entrei pela brecha da porta, que estava aberta o suficiente pra mim passar, a fechando atrás de mim, analisei a sala que de estendia a minha frente e estava completamente limpa e organizada, exceto por um livro aberto encima do sofá, ainda com a arma em punhos fui pro próximo cômodo, a cozinha não demonstrava sinais de briga, mas tinha uma quantidade exorbitante  de papéis espalhados por cima da mesa e o notebook de Robert entre as várias folhas, andei pelo corredor até chegar na porta de seu quarto que se abriu.

“Robert” falo assustada o olhando, ele parecia ótimo de todas as maneiras possíveis que isso pode descrever alguém.

“Puta merda Parrish” ele exclama quase instantaneamente “o que você tá fazendo com isso na mão?” Pergunta alternando o olhar entre meu rosto e a arma “Mike disse que você estava meio alterada, mas não imaginei que fosse a esse ponto” ele completa.

“Mike pode ser babaca as vezes” aviso, desengatilhando a arma e adentrando no seu quarto “Eu não estou alterada, estou preocupada e com toda razão tá legal, tem pessoas importantes demais na minha vida agora” respiro fundo “eu vi sua porta aberta e achei que pudesse ter acontecido algo”

“Ei” ele fala ficando de frente pra mim “não precisa se explicar, eu entendo perfeitamente o que você tá passando, me desculpa se meu tom de brincadeira não conseguiu se sobressair em relação as minha palavras” o meio sorriso que surgiu no seu rosto amenizou a situação “a porta estava aberta porque sabia que você podia chegar a qualquer momento e não queria ti deixar trancada do lado de fora, já que estava tomando um banho” depois de tudo explicado minha reação parecia ainda mais ridícula “agora que tá tudo explicado, vamos trabalhar?” faço que sim com a cabeça e o sigo até a cozinha.

“O que aconteceu Elizabeth?” é a primeira coisa que ele pergunta, me entregando uma xícara de café fumegante.

“Que tal você me explicar sobre você e Mike primeiro?” sugiro.

“Eu imaginei que fosse ser interrogado” ele fala com um leve sorriso “Mike tentou descobrir sobre a minha vida a pouco mais de um mês, eu descobriria sobre esse leve interesse dele na minha vida de qualquer modo, porém o diretor da unidade da CIA aqui em Quântico me contou sobre o ocorrido” ele faz uma pausa bebendo um pouco de chá, foi o que eu supus pelo cheiro “de maneira resumida, eu fui até ele e acredito que ele tenha gostado de mim, uma vez que contou o porquê de estar atrás de um dossiê da minha vida, desde então tenho ajudado ele nesse assunto”

“ele ti contou?” pergunto deixando claro a surpresa em minha voz "Ele disse sobre nosso projeto? É por isso que ele me mandou pra cá?"

“É engraçado a maneira que você fala quando está nervosa, é como se uma pergunta estivesse grudada na outra" mesmo sério com toda a situação o sorriso charmoso que ele deixava transparecer, dava a impressão de que ele estava se recordando de algo bom "A verdade é que ele ter me contado sobre o Projeto Ala 7, juntamente com a nossa parceria deveria ter continuado em segredo, ele não queria que você soubesse porque não gosta de ter essa parte da sua vida exposta, e eu concordei com isso porque não estava pronto pra ter mais essa ligação com você” fico um tempo parada processando aquelas informações, meu cérebro que já estava confuso desde o início da noite agora parecia ter levado outro baque, Mike havia me traído, tinha exposto não só um segredo de estado como uma etapa repugnante da minha vida “Agora você pode me explicar melhor o que aconteceu hoje?” ele pergunta com a voz baixa.

“Eu odeio ter que admitir isso mas eu preciso do Mike e se ele me mandou confiar em você tudo bem pra mim” o olho em pé encostado na mesa ele parecia ainda mais imponente e sério, estava claro que isso era trabalho e não só uma das nossas noites quente que terminava com gemidos e corpos suados “eu recebi isso” falo lhe entregando a três cartas e explicando o motivo daquilo ter me assustado tanto, assim como a ameaça que recebi um tempo atrás quando ainda estávamos juntos.

***

“precisamos sair agora já que você está com tanta pressa de chegar ao Colorado” Robert fala, depois de conversarmos mais um pouco, era uma da manhã e eu ainda sentia meu coração acelerado e meu sangue se agitando dentro de mim.

“Mike conseguiu um jatinho?” questiono.

“Não” ele responde com um sorriso fácil nos lábios “vamos dirigir até Richmond,  chegando lá vamos pegar o voou até o Colorado, Mike já deixou um carro alugado pra mim ti levar de lá até a prisão"

“se eu soubesse que ele ia me dar uma opção que eu já tinha não teria ido até ele” falo mais pra mim mesma que pra Robert “Você não precisa ir junto também”

“Nada que você fale ou faça vai me fazer sair do seu lado” a maneira com que ele conseguia se manter sempre calmo e caloroso me irritava as vezes.

“Eu não preciso de babá” falo rude.

“quem disse que uma mulher de 31 anos, linda, bem resolvida e dona de si precisa de uma babá?” ele fala se aproximando de mim “você precisa de alguém pra estar com você durante tudo isso, afinal, ainda não sabemos o que pode acontecer e qual risco que você está exposta” seu olhar fixo no meu me deixava um pouco desconcertada “ti incomoda que esse alguém seja eu? Que seja eu a estar lá pra ti apoiar e não outra pessoa?” o tom de desfio combinado com um pouco de resentimento deixava claro sobre qual pessoa ele estava falando.

“Não Robert, não me incomoda nenhum pouco” falo me levantando “podemos ir quando quiser”