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História DAMAGED - Bughead - CAPÍTULO XXIII


Escrita por: Carms

Notas do Autor


Oiiiii :)

Capítulo 23 - CAPÍTULO XXIII


CAPÍTULO XXIII

- Sempre te imaginei vindo dormir comigo, mas acreditei ser impossível – Brincou.

- Larga de ser besta, Brian. Preciso de abrigo até consegui um voo pra Los Angeles – falei entrando em sua casa.

- Bom, parece que você já se permitiu entrar, então... – brincou mais uma vez e fechou a porta vindo em minha direção.

- Eu não quero chegar de madrugada em LA, tenho medo de taxistas – expliquei.

- Eu também – confessou – brigou com o Jones?

- É. Ele ficou chateado porque descobriu que a amante do pai dele é minha mãe – falei me sentando no sofá.

Ela veio imediatamente se sentar ao meu lado com uma expressão curiosa e a mão no rosto.

- Me conta essa fofoca direito – pediu.

- O pai do Jug tem um caso há anos e seus pais vivem um inferno dentro de casa desde então. Ele diz que minha mãe destruiu a família dele. O problema é que eu desconfiava por causa das fofocas que ouvia entre as Keller...

- Muito bem, garota!

- Mas eu fiquei calada porque além de eu não ter certeza, como eu contaria?

- Também não sei... é bem delicado né?

- Pois é. A mãe dele aparentemente sempre desconfiou do nosso parentesco pela questão da semelhança.

- Sim, vocês se parecem pra caramba – ele confirmou.

- Então quando ela soube que a gente tava junto, ela deve ter pesquisado algum documento meu e viu que a Alice Smith é minha mãe. Jug soube pela mãe dele, ficou chateado e gritou horrores comigo, chamou minha mãe de vagabunda – falei triste.

Baixei a cabeça e em seguida senti a mão de Brian em meu ombro.

- Que tal você ficar comigo por um tempo para relaxar, hein? Não posso te deixar em LA sozinha.

- E se ele resolver me procurar? Vai saber que eu estou aqui.

- Mas nós não vamos ficar aqui, vamos pro Hamptons. Assim você vai ver uma praia de verdade, Malibu fica no chinelo.

- Eu já fui lá e a água é um gelo além de ter ondas muito violentas – contestei.

- Mas essa é a melhor parte! – Falou empolgado ao ponto de ficar na ponta do sofá – Ondas fortes limpam o corpo mais profundamente, e a alma também. Seus problemas vão embora junto com a água.

- Queria acreditar nisso.

- Deixa de ser cética!

- A Liz já tá dormindo? – Mudei de assunto.

- Ela foi passar uns dias com a avó. Inclusive, vamos batizá-la, quer ser a madrinha?

Arregalei os olhos.

- Meu Deus Huntz, isso é uma honra! – Fiquei emocionada – Mas não posso aceitar, faz meses que nem levo a coitadinha para passear.

- Por isso mesmo você deve aceitar, para compensar a inocente.

Ele me olhou com a famosa expressão do gato de botas do Shrek.

- Tá bom, eu aceito. Mas porque eu amo muito a Liz.

- Isso! – Comemorou – Nem desarrume suas malas, vamos pela manhã. Só tomar um café em algum lugar e saímos rumo ao litoral.

-Tudo bem – concordei.

Para não mexer nas minhas malas, vesti uma camisa velha do Brian para dormir. Fiquei num quarto de hóspedes que ficava próximo ao quarto da Liz. Não aguentei e fui dar uma passadinha lá. O quarto da menina tinha tudo que ela precisava e ainda mais. Era extremamente enfeitado e cheio de coisas que a menina não usaria nem tão cedo, como um computador. Haviam brinquedos demarcados como sendo para crianças maiores de seis anos, ou seja, não estava nem próximo de ser usado.

Olhar tudo que aquela criança tinha me fez pensar: o que eu ofereceria ao meu filho? Eu tinha acabado de sair da sarjeta e já queria trazer outra pessoa ao mundo? Eu devia estar maluca. Por que eu não pensei no quanto atrasaria meu trabalho e quanto custaria para criá-lo? Talvez tenha sido algo bom, um sinal do universo de que eu não estava pronta. Minha vida não cabia um bebê agora.

E de certa forma isso me acalmou. Tudo no tempo certo.

No dia seguinte acordamos bem cedinho. Me ofereci para fazer um café da manhã bem prático mas Brian não aceitou, disse que eu só deveria relaxar. Ele ligou cedo para a arrumadeira dele ir dar uma geral na casa o mais rápido possível. Enquanto isso, íamos até um café no centro.

Chegando lá pedimos nossas refeições e aguardamos sentados em uma mesa com vista para a rua.

- Betty, não olha agora, mas acho que tem alguém te encarando – Brian falou disfarçadamente.

Esperei um tempo e depois virei devagar para olhar pela janela e vi um par de olhos verdes me encarando. Olhos que não via há tantos anos.

Virei rapidamente e pedi muito para qualquer santo que estivesse me ouvindo que ela não viesse na minha direção, mas foi exatamente o que aconteceu. Ela entrou no ambiente e veio em direção à nossa mesa.

- Minha filha! – Falou ao se aproximar.

Eu não olhei para ela.

- Você deve estar enganada, eu não tenho mãe – disse friamente.

- Filha, por favor, olha para mim! – Pediu e eu ignorei – Me escuta, por favor!

Me virei para olhá-la com o melhor olhar de fúria que eu tinha.

- Ouvir o que, exatamente? Que eu sou uma vagabunda? Que eu sou a culpada pela pior coisa que aconteceu na minha vida? Ou que eu não sou mais sua filha por isso me deixou para morrer de fome em New Heaven?

- Não. O contrário. Me permita te pedir perdão – ela chorava, mas não me comovia.

- Betty, escuta o que sua mãe tem a dizer – Huntz sugeriu.

- Por que eu faria isso?

- Porque é sua mãe – ele disse - eu adoraria ouvir a minha mãe mas ela se foi. Só escuta ela uma última vez.

Desviei meus olhos dele para Alice e ela me encarava como um cachorro pidão.

- Tudo bem. Cinco minutos.

- Obrigada, meu amor!

Ela agradeceu e Brian saiu da mesa enquanto ela ocupava seu lugar.

- O que quer dizer?

- Eu fui diagnosticada com transtorno de bipolaridade. Mas agora eu estou fazendo tratamento, eu juro! Eu não queria te magoar. A psiquiatra falou que eu não sou aquela pessoa.

- A minha vida inteira? – questionei.

- Some isso ao fato de eu ter tido uma mãe abusiva. Eu só reproduzi o que recebi.

- Isso não cola.

- Se você quiser eu te dou o número da psiquiatra e ela te explica – apelou – filha, você sabe que eu sou jornalista de redação. Eu fui trabalhar na televisão para que você soubesse onde me encontrar.

- Mas eu não queria te encontrar. Nunca mais.

Ela fungou.

- Eu sei. Mas não custava nada eu tentar.

- Você tem um caso com FP Jones? – mudei de assunto.

Ela arregalou os olhos, surpresa.

- Vou ser sincera... sim, eu tenho. Há muitos anos.

- Quantos anos exatamente?

- Uns dez anos.

- O que? Mas eu ainda morava com você!

- É. Nós éramos bem discretos – comentou.

Eu estava abismada.

- Mãe, você não pode ter um caso com um homem casado!

- Mas ele pediu divórcio há anos e aquela mulher não deu!

- E existem outras formas de se divorciar e ele não moveu uma palha, eu aposto!

- É difícil, eles têm filhos!

- Não foi difícil trair a mãe deles.

- Filha... – a interrompi.

- Não, já chega! Acabaram seus cinco minutos – cruzei os braços e virei meu rosto para o outro lado, igual uma criança.

Ela ficou em silêncio, aparentemente pensando sobre o que eu disse.

- Você tem razão – disse por fim – eu vou dizer a ele que se quiser ficar comigo tem que se divorciar dela. Contanto que você me dê mais uma chance, filha.

- Então é isso? Se eu te der mais uma chance para estar na minha vida você para de ter um caso com o FP?

-Sim... mas de onde você o conhece?

- Longa história...

O que era para ser cinco minutos se tornou em algumas horas. Contei a ela sobre Jughead, sobre o que a mãe dele nos contou, como ele ficou com raiva... falei dos bebês que perdi, falei da Polly e dos gêmeos... eu só esperava não me arrepender de deixá-la entrar novamente.

Vi um Brian impaciente vindo em nossa direção.

- Querida, está quase na hora do almoço e a gente precisa ir – falou.

- E vocês vão para onde? – Alice quis saber.

- Hamptons – ele respondeu – quer ir?

Olhei para Brian como se o questionasse, mas ele pareceu não se importar.

- Bom, eu adoraria – ela respondeu com um enorme sorriso no rosto – só preciso ir buscar uma pequena mala.

Ela mal terminou de falar e já saiu correndo.

- Qual o seu problema? – Questionei.

- Dar um tempo a vocês duas para esclarecerem tudo – me encarou profundamente – a gente nunca sabe quando é a última vez, Cooper.

Eu o entendia. Ele passou a vida toda brigando com seu pai, um dia ele resolveu não ir para a tradicional festa de aniversário do velho apenas para provocá-lo, mesmo que sua mãe tivesse implorado para ele ir pois ela morria de saudades do filho. Pois bem, a mãe dele faleceu logo depois e ele nunca pôde se despedir.

Eu sentia muito por ele e sei o quanto ele queria ter a chance que eu tenho agora. Isso me faz questionar tudo. Ele tem tanto dinheiro, coisa que nunca tive, mas não tem família próxima além de sua filha. Eu posso não ter dinheiro e ter sido sozinha por muito tempo, mas hoje tenho de volta minha irmã junto de meus sobrinhos além de uma mãe insistindo em voltar para minha vida.

Qual riqueza eu prefiro ter? Exatamente a que tenho agora e vou valorizar isso.

- Você tem razão - foi tudo o que disse.

Ficamos em silêncio esperando Alice voltar, mas as surpresas não tinham acabado.

- Betty Cooper? – Uma voz conhecida e surpresa soou atrás de mim.

Me para ver Tabitha. Ela estava mais linda do que nunca e seu rosto tinha uma expressão de surpresa agradável.

-Tabitha, ei! - Me aproximei e a abracei. Foi automático, não pensei muito bem.

- Está em Nova Iorque, não me diga que veio atrás do Jones - ela revirou os olhos – Você merece coisa melhor.

- Concordo – Brian falou.

- Lembra do Brian? – perguntei.

- Claro, o chefe do Jughead – Apertou a mão dele – é um prazer.

- Bem eu vim ficar com o Jug mesmo, eu acabei de perder um bebê – confessei.

- Oh meu Deus, eu sinto muito - ela pôs sua mão sobre o peito e fez a expressão de pena que recebo desde o primeiro bebê.

- Na verdade naquela sua vingança contra o Jughead acabou que eu engravidei também mas perdi.

- Meu Deus  Betty, eu sinto muito. Era uma vingança contra o Jug e isso te atingiu sendo que você era inocente – falava desesperada – meu deus, eu nunca vou me perdoar por ter feito você passar por isso, me perdoa!

- Calma, está tudo bem. Estamos tentando saber o que houve.

- E você vai conseguir e vai ter uma linda família, e se precisar de qualquer coisa é só me falar – me deu um papel – aqui, toma meu cartão, tem meu número e email. Qualquer coisa pode me chamar.

A culpa estava estampada em seu rosto. Mas eu não conseguia sentir raiva dela, eu não a culpava.

- Vamos? – Minha mãe surgiu do nada.

- Essa não é a amante do FP? – Tabitha perguntou.

- Longa história – disse – foi um prazer te reencontrar. Espero que esteja tendo uma ótima vida.

Desejei a ela de coração. Mas não esperei resposta, saí do café acompanhada por Brian e Alice.

................................

Como eu podia imaginar,  a casa era enorme. Maior que as de Los Angeles e a que ele mora.

- Pra quê uma casa desse tamanho, Huntzberger?

- É herança de família – respondeu.

- Não sei não - Alice comentou – quem comprou ou construiu ela deveria estar querendo compensar o tamanho de alguma outra coisa...

Exatamente o que eu pensei quando entrei na casa de Brian a primeira vez.

- Não entendi – ele disse, confuso.

- Querido - falei – você tem o pinto pequeno?

- Betty! – Minha mãe gritou.

- Quer ver? – Brian provocou.

- Eu não - disse com uma careta.

- Eu quero – Alice disse levantando a mão.

Brian apenas riu.

- Já sei que o Jones tem o pinto pequeno, ele quer uma casa grande – Brian pontuou.

- Não tem não - defendi.

A verdade é que eu não tinha muito com quem comparar, mas me servia muito bem.

- Falando no diabo – Brian disse olhando a tela de seu celular, que tocava.

Ele se afastou um pouco e foi atender.

“ O que foi, Jones?” pausa “não sei do que você está falando" pausa “provavelmente ela deve ter procurado companhia de alguém que não grite com ela"

Ele está perguntando por mim. O que eu sinto sobre isso?

“Que eu saiba ela mora em Los Angeles, já pegou um avião para ir lá e procurar?” Brian soltou uma risada maligna “Cara, que vergonha, você não sabe onde sua mulher está?” Provocou “Boa sorte então” e desligou.

- Ele está puto – comentou.

- Tadinho, deve estar preocupado com você, filha – Alice falou.

- Eu não estou ligando para isso agora. Logo logo eu falo com ele, por enquanto quero apenas relaxar um pouco.

- Certo. Vamos apenas almoçar e depois vocês vão à praia – Disse Brian.

- E você? – Eu quis saber.

- Eu preciso trabalhar, daqui mesmo. Não vou atrapalhar o momento de vocês.

Eu admiro muito o Brian. Ele poderia se aproveitar da minha fragilidade e do fato de eu estar chateada com o Jughead para tentar alguma coisa comigo. Mas ele segue me respeitando. Poderia se aproveitar para ficar a sós comigo já que a Liz não está,  mas preferiu me ajudar a resolver as coisas com a minha mãe.

Ele é um ser humano de ouro e merece encontrar a felicidade. Eu amaria poder dar isso a ele, mas não posso. Ele merece uma pessoa inteira, coisa que eu não sou.

Almoçamos e depois fui com minha mãe num shopping aqui perto comprar um biquini já que não tinha trazido. Até nesse pequeno trajeto deu para perceber como ela está realmente mudada. Ela é engraçada e amorosa, o que eu sempre quis que ela fosse, mas só consegui agora. Espero que seja verdadeiro.

Fomos a praia e conversamos sobre absolutamente tudo. Me senti a vontade com ela, coisa que nunca senti durante a infância e adolescência. Ela estava se tratando de seu problema de saúde e tentando ser uma pessoa melhor.

- Você acha que a Polly vai me perdoar? E deixar eu conviver com meus netos?

- Não sei, mãe. Tomara que sim.

Eu duvido, mas não ia matar as esperanças dela. Esperava estar errada.

À noite fizemos uma fogueira e cantamos de forma desafinada músicas dos anos oitenta. No dia seguinte a rotina foi a mesma e confesso que estava achando um pouco chato.

Na quinta-feira resolvi ligar meu celular e ver o apocalipse de mensagens que me esperava.

Haviam mensagens de texto e de voz à beça. A maioria de Jughead.

“Ainda não acredito que você não me contou"

“Eu me sinto um palhaço”

“Cheguei em casa e você não estava. Onde está? Você não faz ideia da força que eu fiz para não encher a cara"

“Estou começando a ficar preocupado. Onde você está?”

“Polly não sabe de você, nem Petsy, nem Josh, nem Kevin, nem o Brian. Onde você se meteu?”

“Você está me assustando”

“Pare de brincadeira. Eu estou arrependido,  não era o que você queria? Agora dê sinal por favor”

Resolvi responder com um “estou com a vadia da minha mãe”.

Depois fui olhar as outras mensagens.

“O idiota ligou perguntando de você. Está tudo bem?” mandou Polly.

“Sim, precisamos conversar sobre a mamãe” respondi.

“Jughead estava te procurando, aconteceu alguma coisa?” era Josh.

“Só tirei um tempo para mim. Obrigada pela preocupação” respondi.

“Cadê você, mocreia?” Era Kevin.

“Em lugar nenhum *emoji revirando os olhos*”

Haviam algumas ligações perdidas deles também, não respondi nenhuma. Mas havia do número do laboratório. Esse eu retornei.

“Bom dia, vocês me ligaram e eu não pude atender. Posso saber do que se trata?”

“Nome completo, por favor”

“Elizabeth Cooper”

“Só um momento" pausa “Oh, seus exames estão prontos. O que faltava adiantou e foi nos mandado com antecedência. Quer marcar seu retorno à médica para hoje ainda?”

“Claro, com certeza" me apressei a dizer.

“Ótimo. A doutora Monroe tem disponibilidade às cinco da tarde"

“Perfeito. Obrigada”

Desliguei e corri para fazer minhas malas.

É hoje que eu descubro o que matou meus bebês.


Notas Finais


Mama cooper ta de voltaaaaa vcs acreditam nela????
Enfim, no próximo tem bughwad, vou ver se consigo postar ainda hj 🙏


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