Eu não sabia explicar que sensação era essa que eu sentia com ele que me fazia perder todo medo e a vergonha. Quando ele me tocava, ao invés de querer me afastar, eu queria mais, muito mais. Queria que ele me tocasse mais forte e mais íntimo.
E quando ele me beijava, eu queria ficar ainda mais perto, como se pudesse me fundir a ele. Nenhuma aproximação era o suficiente. Não havia um meio termo com Jughead Jones. Ou ele estava longe, ou, se estava perto, o queria próximo o suficiente para o sentir inteiro.
E assim se sucederam os dias que vieram.
Por mim, ele haveria me possuído naquela mesma noite, no quarto reservado acima do restaurando em que jantamos. Mas ele não prosseguiu.
Disse que era rápido demais e que nunca se perdoaria se eu me arrependesse depois. Queria ir devagar já que meu ex-melhor amigo deu com a língua nos dentes e falou o que eu passei na minha única experiência sexual.
Eu o admirava por isso, porque eu via, sentia que ele queria tanto ou até mais que eu, mas se segurava pensando em mim.
Faz uma semana que começamos nosso acordo. Nos víamos todos os dias. Às vezes não era a noite. A gente se encontrava para almoçar num restaurando próximo ao novo trabalho dele, o jornal.
Nos primeiros três dias não passávamos de beijos quentes. Depois eu mesma peguei a mão dele e coloquei nos meus seios. Estava ansiando por isso desde o primeiro dia. No dia seguinte ele agarrou meu bumbum com toda força e me aproximou ainda mais dele, o que me fez sentir nitidamente o amiguinho dele animado lá em baixo. No sexto dia ele me tocou na intimidade. E ele me sentiu tão molhada que nem conseguiu se controlar e a tocou por dentro da minha calcinha. Não demorou muito para ele começar a me estimular lá, acariciando meu clitóris com um dedo enquanto circulava minha entrada com outro.
Nesse dia eu pedi para que ele parasse de medo e fizesse logo tudo, porque eu queria tudo com ele. O que foi até engraçado, porque a medrosa tecnicamente sou eu. Mas ele não o fez. Ele nem tirava a roupa. Nunca. Dizia que tinha medo de ir rápido demais. Mas ele me deu prazer e eu gozei duas vezes nesse dia.
Hoje faz uma semana. Exatamente sete dias que essa loucura começou. Dessa vez o “encontro” será na casa dele, pela primeira vez. Ele nunca me levou lá e parte de mim acreditava que é porque tinha algo lá que ele queria esconder. Mas quando a paranoia ia embora, eu percebia que provavelmente ele tinha medo de algum vizinho ir fofocar sobre minha presença ali com a família dele.
Ele me passou o endereço por mensagem e eu fui de metrô. Era de tarde, então não havia o que temer em sair sozinha. Ao chegar no prédio dele, já tinha permissão para entrar.
A porta estava aberta, o que é perigoso, mas acredito que ele já deixou assim para que eu entrasse. Fui adentrando cada vez mais e em determinado momento, ouvi o som do chuveiro aberto. Pelo horário ele tinha acabado de chegar do trabalho e devia estar tomando uma ducha para relaxar.
Não resisti e segui o som. A porta do banheiro também estava aberta e encarei isso com um convite. Podia ver sua silhueta através do box. Fui lentamente tirando meu vestido, e depois minha calcinha já que estava sem sutiã.
Sim, me tornei uma mulher atirada. Não me julgue, eu passei anos odiando sexo e, quando finalmente descobri que é bom, o cara se faz de difícil.
Abri o box e ele me olhou espantando. Abriu a boca para dizer algo, mas foi calado pelo que seus olhos viram. Então seu olhar percorreu meu corpo, que ficou em chamas devido toda malícia que via em seu rosto.
Ele mordiscou os próprios lábios. Parecia um predador.
- O que você está fazendo? – Ele conseguiu dizer.
- Vim atrás da diversão que você me prometeu.
Falei enquanto entrava no chuveiro junto com ele.
- Betty, eu não vou resistir – ele falava movendo a cabeça de um lado para o outro, meio transtornado.
- Não resista.
Eu mal fechei a boca e ele já me atacou. Colocou suas mãos no meu pescoço e me empurrou contra a parede. Beijou minha boca com tanto desejo e eu me ascendi ainda mais. Logo suas mãos percorreram meus seios, barriga, bumbum, pulou para as coxas só para provocar e então subiu para minha intimidade, onde fez aquele estímulo que ele fazia com tanta maestria.
Enquanto me estimulava, seus beijos desceram para meus seios. Uma sensação indescritível de prazer. Logo eu tive meu orgasmo.
Atrevida, peguei em seu membro e fiz movimentos de vai e vem. Aprendi na internet, andei pesquisando com medo de passar vergonha.
- Tá bom assim ou mais rápido? – Perguntei,
- Assim está ótimo, só usa menos força – ele gemeu.
Tentei fazer da forma como ele pediu e acho que consegui porque cada vez mais seu pênis ficava mais duro.
- Quando quiser parar é só dizer – ele falou – vai ser frustrante, mas eu consigo parar, nunca te machucaria.
Ele falar essas coisas só faz com que eu queira mais ainda continuar.
Kevin tinha razão: Jughead era o homem certo. Ele tem paciência, é sincero, não quer me iludir, sabe dos meus limites e dos nossos limites como um não-casal. Ele nunca vai me decepcionar porque não é do tipo em que colocamos expectativa. Nem ele colocava expectativa em mim.
Daqui a uma semana eu vou embora e nem eu ficaria iludida por ele e nem ele por mim. Estaria tudo certo. E eu estaria bem o suficiente para entrar em um relacionamento quando encontrasse um cara bom para mim.
- Eu não quero parar – eu finalmente respondi – continua.
- Eu não tenho camisinha aqui no banheiro, só no quarto.
- Então vamos para o quarto.
Ele me ergueu e eu pus minhas pernas em seus quadris, me segurando com elas. Podia sentir seu membro cutucando meu bumbum durante o trajeto. Era até engraçado.
Fui deitada delicadamente na cama. Quando pensei que ele ia pegar uma camisinha, ele na verdade se abaixou levando sua boca para minha intimidade. Ao sentir sua língua quente contra meu clitóris, arqueei meu corpo, que pedia por mais.
Ele usava a língua para circular meu ponto sensível enquanto usava um dedo para introduzir lá dentro. Eu não sabia em qual sensação me concentrar. No final, aquilo foi demais para mim e senti meu segundo orgasmo do dia.
Só então ele foi até a mesa de cabeceira e pegou um preservativo. O vestiu e se posicionou.
Senti sua dureza na minha entrada, mas ele não entrou.
- Tem certeza? – Quis saber.
- Que clichê perguntar isso agora – revirei os olhos – claro que eu tenho.
Ele continuou hesitando um pouco, então agarrei seu rosto com as duas mãos e o fiz me olhar nos olhos.
- Tire todas as lembranças ruins que eu tenho sobre sexo – pedi.
- Que responsabilidade – ele disse.
Mas então senti ele entrar. E eu estava tão lubrificada que o movimento não incomodou de forma alguma. Só havia um pouco de estranhamento. Mas ao contrário da minha outra experiência sexual, não havia dor. Só havia prazer. E felicidade por conseguir fazer novamente. E alívio porque estava sendo melhor do que imaginei.
Ao perceber a facilidade com que entrou, ele logo foi fazendo movimentos de vai e vem. E foi intensificando até que eu pude notar em seu rosto que ele estava quase quebrando.
Ele beijava meu pescoço e continuava com os movimentos. Eu não conseguia evitar os gemidos. Sorte que ele morava sozinho. Ele também gemia, baixinho no meu ouvido, o que me deixava ainda mais maluca.
- Estou à ponto de gozar – ele disse com dificuldade.
- Então goza – falei gemendo.
- Primeiro as damas.
Logo senti que ele usou seu dedão para estimular novamente meu clitóris enquanto me penetrava com força. Foi inevitável, menos de um minuto depois eu gozei e ele finalmente se deixou levar pelo prazer também.
Ele se jogou ao meu lado da cama, tirou o preservativo, amarrou a ponta e o colocou em cima da mesinha. Ele me puxou, me agarrando e colocando em cima do peito dele.
Pude sentir seu coração que batia freneticamente como se tivesse corrido uma maratona.
- Correndo o risco de soar clichê mais uma vez – ele disse, divertido – foi bom para você?
- Foi ótimo – falei sorrindo.
O olhei e percebi que ele estava com o semblante triste.
- O que foi? – eu quis saber.
- Nada é só... – ele hesitou um pouco – agora você já conseguiu o que queria. Perdeu o medo com relação ao sexo. Não vai mais me procurar, né?
Ergui um pouco o meu troco e o encarei com estranheza.
- Você está com medo de ter sido descartável para mim? Que realidade paralela é essa em que um homem teme essas coisas? Principalmente o garanhão Jughead Jones – brinquei.
- Não ria, é que eu gosto de ficar com você, me faz bem.
Suspirei.
- A gente tem um trato – o lembrei.
- Eu sei, mas você vai embora em uma semana e eu queria ficar um pouco mais com você.
- Então vamos fazer o seguinte – propus – durante essa semana vamos continuar nossas aventuras. Me ensina uns truques, ou sei lá – eu ri.
- Para você usar com o seu príncipe? – Havia mágoa em sua voz.
- O que deu em você?
- Nada, é que eu me pego pensando que você está fazendo tudo isso comigo para se preparar para algum cara que te mereça – falou rancoroso.
- Você está com ciúmes? E de um cara que eu nem conheço ainda?
- Talvez conheça. O Huntzberger é caidinho por você.
Ele não negou o ciúme.
- O Brian é meu amigo. O que ele sente por mim é saudosismo pela época de Yale, apenas.
- Duvido – ele falou, sem me olhar.
- A gente não é um casal, Jug – falei.
Ele me olhou e pude jurar que haviam lágrimas ameaçando caírem de seus olhos.
- Eu sei, é só... não sei explicar.
- Tenta.
- Eu me sinto bem com você. Depois que você chegou eu arrumei um emprego graças a você. Sabia que eles querem patrocinar um novo livro meu?
- Não. Que legal! – Me animei.
- Pois é. E eu estou sóbrio há uma semana. Sempre que acho que a abstinência vai me matar, você aparece e eu coloco toda minha vontade em você.
- Jug... – comecei.
- É tudo sobre você, sabe? E eu tenho medo de que quando você for embora eu quebre de novo.
- Você não vai quebrar. – Me aproximei e segurei seu rosto – Você tem a mim e ao Kevin e a Tabitha... sua família te ama e você sempre pode ir a uma reabilitação.
- Eu vou se você for a um terapeuta – propôs.
Soltei minhas mãos de seu rosto e bufei.
- Não vou falar disso.
- E quer falar de que? – Ele perguntou, irritado – Quer transar de novo?
- Sabe que é uma boa ideia?
Parece que a raiva fez o sexo ficar mais gostoso, porque fizemos várias posições e na maioria delas nós atingimos o orgasmo.
Ele sentia raiva porque ele se abria para mim e eu não o correspondia. Mais ainda do fato dele se demonstrar dependente de mim de alguma forma. Isso me assusta. Nenhum ser humano deve ter tanto poder sobre o outro.
Cada um deve se completar para só então transbordar com outro.
Mas era necessário colocar os pingos nos is. Eu e ele não somos um casal e nunca seremos.
Em uma semana eu vou embora e tudo isso aqui acaba.
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