História Dançar e Brincar… É só esperar! [BTS - Jungkook] - Capítulo Cinco. - O Teste de Dança.

Duas semanas depois…

Suando frio, tremendo e mordendo o lábio. Apenas uma palavra me definia naquele momento. Ansiedade.

Lá estava eu, em frente a eles. Meu grupo tinha acabado de se apresentar e os 10 participantes finais seriam selecionados agora. Os grupos com os participantes estavam se acomodando no palco, estávamos num total de 5 grupos, cada um com 8 participantes.

— Annyeonghaseyo! Bem-vindos ao concurso! Demos notas de 1 a 10 para cada um de vocês considerando ritmo, número de passos certos, sincronia e emoção na dança, assim os números dos participantes serão chamados. Lembrem-se, os últimos 5  participantes que serão os chamados para a 3° fase da competição. — meu coração quase deu um salto quando ouvi a voz do Kim Namjoon. — Caso vocês forem escolhidos antes dos 5, por favor se retirem do palco o mais rápido possível.

[...]

Estávamos entre 6.

Estou surtando! Me segura, viado! Socorro gente!

Somos dois então, Godofredo!

— Participante número… — Min Yoongi falou ao microfone. — 128, por favor, se retire do palco.

NÃO ERA O MEU! MEU DEUS DO CÉU! PASSEI PRA TERCEIRA FASE!

Quase gritei de emoção, quase. Só saiu um grunhido baixo de satisfação da minha garganta.

— Meus parabéns a todos! Temos aqui 5 coreografias que serão sorteadas para cada participante.

Cada um dos participantes se aproximou dos “jurados” para pegar uma dança. Sorri quando abri o meu envelope pardo.

Ballet contemporâneo

[...]

Respirei fundo, nervosa por estar no meio do palco, me preparando para apresentar uma dança para os meus ídolos. Tive uma hora e meia para aprender a coreografia que eles tinham pegado da internet é mais 15 minutos para trocar de roupa. Eu era a última dos participantes, toda pressão estava em cima de mim.

— Você está pronta? — Taehyung perguntou sorrindo. E mesmo com o tradutor para inglês no meu ouvido, eu consegui entender o que ele disse.

Respirei fundo novamente e me concentrei.

É agora, dê tudo de si, mais uma vez.

Vamos lá, Godofredo! Vamos arrasar como sempre arrasamos!

— Sim, pode soltar a música, por favor. — fechei os olhos respirando tranquilamente e senti quando as primeiras notas da música tocaram.

[https://youtu.be/VzM9Mt_cpq0]

Era uma melodia triste e angustiante. Eu me sentia como uma pessoa frustrada e com dor. Como se apenas o que restou-lhe foi uma casca vazia, sem sonhos, sem esperança, sem nada.

Rodopiei pelo palco de olhos fechados, sentindo realmente toda a música. Os passos já não estavam mais na minha cabeça, meus pensamentos tinham evaporado, era apenas eu, a música e o palco. Não pensei em fazer apenas por passar no teste, não mais. Dancei porque quis. Dancei porque pude. Dancei porque amei. Dancei porque vivi.

Abri os olhos e fixei meu olhar em cada um dos jurados, que para mim, naquela hora eram apenas estátuas. Respirei fundo e me preparei para fazer o grand jeté, dando um pequeno assemble para frente.

1...2...3… agora!

Pulei e abri as pernas o máximo que pude, com o máximo de delicadeza também, e depois caí levemente com os pés no chão, rodopiando novamente, até me jogar no chão com as mãos na cabeça, como se estivesse com dor. Girei meu corpo duas vezes ainda ajoelhada e depois de fazer alguns movimentos ainda mais sofridos, me deitei.

Vocês podem sentir?! Podem ver o que eu estou passando?! Me digam! Por favor!

Continuei a dança com a mesma vontade, determinação e sentimento, até a música começar a abaixar e eu me ajoelhar no chão totalmente encolhida.

VOCÊ CONSEGUIU! ARRASOU BIXA! Alguns errinhos você cometeu, mas gente! Quase morri com tanta dor que você me fez passar.

Sorri internamente para Godofredo e estranhei quando ouvi as primeiras palmas. Olhei para cima e vi Hobbie e TaeTae levantados de suas cadeiras aplaudindo e sorrindo, fiquei vermelha da ponta do meu fio de cabelo até o dedão do pé.

— Parabéns! — Jin tomou o microfone — Você fez uma ótima apresentação, porém iremos avaliar as danças e caso você ganhe a vaga. Telefonaremos para você dentro de um ou dois dias! Boa sorte!

— Obrigada!

Saí do palco com a cabeça erguida, eu fiz uma ótima apresentação, tenho certeza absoluta disso.

Fui até o camarim e arrumei minhas coisas, que antes estavam jogadas de qualquer jeito. Peguei minhas sapatilhas, tanto a de ponta quanto a meia ponta de ballet clássico, as arrumando direitinho, assim como dobrei meu collant, minha meia calça salmão e minhas roupas largas de dança.

Separei meus tênis Vans dourado com glitter, um short jeans cintura alta e uma blusa larga de manga comprida branca com as mangas pretas, para vestir depois de arrumar toda essa bagunça. Catei de dentro da minha bolsa o meu estojo de corujinha para as lentes de contato, tirei aquelas coisas dos meus olhos e coloquei meu óculos preto divoso de gatinho com algumas pedrinhas na armação. Arrumei as coisas de cabelo dentro da bolsa, aproveitando para fazer um coque no topo da minha cabeça, coloquei meus chinelos lá dentro e peguei minha roupa já separada.

Fechei minha bolsa e fui em direção ao banheiro, com as roupas, uma base e um rímel preto. Me arrumei toda e saí do banheiro, encontrando uma participante nojentinha no meio do camarim.

Ignora essa vaca, querida...

Passei direto por ela, esbarrando meu ombro no dela de propósito, e fui pegar a minha bolsa.

— Que foi agora? Tá com medo, anã?

— HAHA! Medo? Medo de você? Se ache menos, querida. Volta pra o prostíbulo, tô ouvindo o mugido das suas amiguinhas.

Saí tranquilamente, até ela puxar o meu braço com força, me fazendo virar para ela.

— Olha aqui sua… — peitei ela a interrompendo.

— Sua o que? Linda? Maravilhosa? Diva? Gostosa? Melhor dançarina do mundo? Estelástica? Eu sei que sou tudo isso, meu bem. Não preciso que os outros afirme isso toda hora, não preciso te ouvir toda hora, até porque com essa voz de taquara rachada, você me cansa em três segundos. Com licença que eu tenho mais o que fazer do que ficar aqui discutindo com uma fracassada.

Peguei minhas coisas e saí do camarim.

Até parece que ela ia conseguir me peitar. Logo eu, Estela Franci Gonçalves Saurwein!