História Dance With Me! - Crepitar - Parte Dois

Ainda Naquela Noite...

Walterfire/Aldeia da Água

...

O vento gélido batia com força contra seu casaco negro. Nunca sentira frio antes, e apesar de a sensação ser totalmente nova afastava um pouco de sua atenção. Não tinha forças para concentrar o calor natural dentro de si. 

Um pouco da culpa o corroía aos poucos.

Porque sempre perdia o controle? Porque sempre que tudo parecia estar "bem", alguma coisa vinha e lhes tirava a paz? Será que Lucy seria verdadeiramente sua algum dia? 

A verdade dizia que não. Tudo dizia que não. 

Mas não importava. Enquanto ela estivesse ali, guardaria cada pedaço dela dentro de si. A beijaria, daria todo amor e carinho e faria amor com ela quantas vezes fossem possíveis. Não deixaria ela escorrer entre seus braços. Seguraria firme, dando a sua própria vida até o último segundo. E mesmo emburrado... Voltaria lá e pediria desculpas para a única mulher por quem se apaixonou de verdade. 

Suspirando, Natsu se desencostou da parede próxima a rua e começou a caminhar de volta para o beco. A rua estava completamente vazia e deserta, apenas alguns casais de bêbados passando aqui e ali. Sua mente divagava pensando se ela realmente o perdoaria. 

Entrou numa esquina se surpreendendo por lembrar o caminho de volta. Apenas uma das dezenas de luzes funcionavam no local, deixando Natsu alerta. O que menos queria era uma...

Luta.

Caiu de joelhos, agarrando o pescoço com força. Sua cabeça era tomada por uma dor insuportável e sua mente lutava por controle, mas o corpo simplesmente não respondia a nenhum comando. A cada tentativa de respirar sua consciência se perdia mais e mais no mar da escuridão. Uma névoa verde o rondava e seus olhos pareciam saltar das órbes. Nada. Era apenas um objeto inerte e sem vida. 

Com um único e último arquejo, o corpo do guerreiro caiu inerte no chão. 

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Sul

Um pequeno raio de sol entrou pela minúscula janela de madeira e se deleitou sobre o rosto do rosado. Não demorou para o irritar a ponto de fazê-lo despertar. 

Aos poucos seus olhos se acostumaram a pouca luz do local. Tudo era feito de madeira, algumas partes mais velhas que outras. Imediatamente sua mente entrou em confusão e se colocou sentado em um salto. Onde estava? Como viera parar ali? Onde estava Lucy? Será que estava bem? 

Se levantou rapidamente e já ia em direção a porta. Só o pensamento de que estava preso e inútil era insuportável. 

A porta se abriu de repente, e ela entrou correndo. 

Lucy estava parada. Encarando-o. 

Podia enxergar nos seus olhos como seu coração estava quebrado.

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Sul de Walterfire/Próximo aos Limites da Aldeia da Água

Aldeia Empire

Lucy:

Seu olhar estudava o que se passava dentro de mim. Não queria que ele visse a dor que eu ainda sentia pelas suas palavras ou qualquer outra coisa.

Desviei meus olhos para o chão e adotei uma postura que nunca imaginei ter com Natsu antes. Indiferença. 

- Está bem?- Perguntei, tentando me distrair com o velho tapete marrom estendido no chão. 

Seus olhos ainda repousavam sobre mim. Com um suspiro cansado ele finalmente respondeu:

- Sim. 

E só. 

Precisava sair dali antes que demonstrasse o quanto eu estava preocupada. Deixaria que as pessoas da Aldeia respondessem as perguntas dele. Quem sabe uma boa conversa com Kevin me ajudasse a esquecer tudo um pouco...

Me virei rapidamente em direção a porta, e toquei no metal gelado da maçaneta. Precisava sair dali. 

Sua mão forte segurei meu braço. 

Nós dois, parados em silêncio, em uma situação que nunca imaginamos estar. O que eu estaria fazendo agora mesmo? Jogando. Lendo. Ou até mesmo namorando o "guitarrista". 

- Por favor.- Murmurou, fazendo meu coração se aquecer. Odiei meus dedos deslizando devagar até sair completamente da maçaneta.- Você sabe que precisamos conversar... 

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Engoli em seco ao ver Natsu se sentar ao meu lado. O cheiro de rosas que eu já tinha me acostumado, estava mais forte após o banho. Com o canto dos olhos observei ele os fechar, os cabelos úmidos caindo na testa. Agradeci internamente por ele estar de camisa e me repreendi por sentir saudades dele...

Saudades daquela noite maravilhosa...

- Espero que saiba por onde começar.- Murmurei, tirando todos os pensamentos da minha cabeça. Nós dois, na mesma cama, estava ficando um tanto... Constrangedor. Natsu apenas me fitou, e tratei de desviar o olhar.- Apenas me conte tudo. 

Com um suspiro, ele começou. 

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3 Anos Antes...

Walterfire/Aldeia do Fogo

FlashBack On:

O garoto se levantou, os olhos arregalados e atônitos, contemplando tudo ao redor. Não conseguia acreditar... Vários olhos o encaravam, pessoas sussurrando conversas que ele tinha certeza que não gostaria de ouvir. Sentia seu corpo tremer, tanto pelo frio quanto pelo medo que o corroía. 

Aquilo era um sonho, não era? Tinha apenas dormido enquanto jogava. Sim. Era só isso. Precisava ser só isso. Estava enlouquecendo? Sentiu uma forte pontada na nuca, e gemeu se colocando de joelhos. 

- Mamãe, porquê ele está só de cueca?

Arregalou os olhos ao ouvir a voz da pequena criança. Olhou para baixo e desejou ter um buraco diante de si, para se enfiar na terra. Calma Jellal, nada disso é real... 

Nada disso é real... 

- Você!

Se levantou em um salto, fazendo algumas pessoas correrem gritando. Do que elas tinham tanto medo? Olhou na direção da garota, não acreditando no que via. Caiu novamente, a respiração falhando. 

Erza Scarlet, guerreira da Aldeia do Fogo e uma das personagens de "Dance Kingdom". Ela não era feita de "coisas digitais". Seus cabelos ruivos balançavam com o vento forte e uma espada dourada era estendida em sua direção. Por alguma razão sabia que ela era real. Que a realidade estava caindo sobre ele aos poucos... 

Fechou os olhos, se negando a acreditar. 

- Levante-se e me siga. Se tentar algo terei o prazer de separar sua cabeça do corpo. 

Erza o observou. Ele mantinha os olhos fechados, agarrando a grama verde com força até os nós de seus dedos ficarem brancos. Revirou os olhos. Como Makarov pode escolher um garoto tão frouxo?

Sem esperar mais, a ruiva caminhou até ele mas foi surpreendida ao ver Jellal se colocar de pé. Seus olhos estavam cheios d'água. 

- FIQUE LONGE DE MIM, SUA... SUA...- Sua voz estava fina demais para seu gosto. Erza o observava com tédio.- Sua coisa! 

Uma veia saltou na testa da garota que cerrou os dentes.

- Você me chamou de que, humano inútil?! 

Jellal se afastou mais ainda. Nunca sentira tanto medo em toda sua vida. Onde estava? O que estava acontecendo? 

- Olha...- Disse ele, as lágrimas descendo por seu rosto. Seus olhos intercalavam entre Erza e as montanhas gigantes.- Eu não tenho dinheiro e tá, eu confesso, pretendo fazer uma festa sem comunicar meus pais! E-e, eu confesso: peguei a Levy na festa da Lisanna. Foi só aquela vez! Mas por favor, pare! Esse cosplay está assustador, e esse cenário...- Suas mãos se mexiam freneticamente. Ele estava desesperado.- Vocês conseguiram me assustar. Juro que vou pedir desculpas ao Gajeel. Agora, por favor, mostrem as câmeras!

Ele esperou. 

A gargalhada ao seu redor foi a única coisa que escutou. As pessoas se dobravam e alguns até mesmo derramavam lágrimas. Aos poucos as pessoas foram sumindo, indo para suas casas ainda gargalhando. 

Sobrou apenas a ruiva, deitada na grama com as mãos na barriga e lágrimas nos olhos. 

- Ai, ai...- Jellal estava sentado, tentando entender porque as câmeras ainda não haviam aparecido. A ruiva precisou de apoiar na espada para levantar e secou as lágrimas.- Ei, smurf, olhe para mim. 

Tentando conter o medo, Jellal encarou as órbes castanhas. Uma coisa não podia negar: Ela era linda. 

- Sou Erza Scarlet, guerreira da Aldeia do Fogo. E sou muito melhor que um Cosplay.- Sua voz era imponente, fazendo-o engolir em seco. Ela colocou uma mecha de cabelo atrás das orelhas antes de prosseguir.- Sei que é assustador, medonho, impossível, improvável, doloroso, horrível, a pior coisa que se poderia ouvir... 

- Estou dentro de um jogo?- Apenas deixou que as palavras saíssem. 

Erza se surpreendeu com a rapidez do garoto. Talvez não fosse tão idiota quanto pensava. 

- Sim. Você está dentro de um jogo. 

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Sul/Aldeia Empire

Lucy:

A porta se abriu e a cabeça de Kevin se colocou na fresta da porta. Ele sorriu para mim e não pude deixar de sorrir de volta.

- O almoço está pronto.- Com uma rápida olhada para Natsu, ele se retirou. 

Era estranho, mas o fato de Jellal ou qualquer outro ser humano ter estado aqui antes de mim não me assustava. Pelo contrário: Me fascinava. Foi doloroso perder Jellal... Eu me lembro perfeitamente. Estranhamos logo no primeiro dia, pois ele não faltava uma aula se quer e mesmo que faltasse, avisava a alguém. Tão rápido quanto seu sumiço, logo os cartazes de "desaparecido" estavam espalhados pela cidade. Seus pais ficaram inconsoláveis... Foram 3 longos meses... 

E ele simplesmente apareceu. Os olhos inchados de tanto chorar, se trancou no quarto e não falava com ninguém.

Ele nunca mais foi o mesmo. Nunca quis falar sobre isso com ninguém, alegando que estava na casa de um amigo na Califórnia. Em respeito a ele decidimos "esquecer" a história. A imagem dele na festa de Levy passa pela minha mente... 

Será que eu vou terminar assim também?

- Luce?

Olhei para Natsu. Fazia tempo que ele não me chamava assim. Senti a angústia voltar ao meu peito ao lembrar da noite anterior. Porque ele insistia em me torturar com esses olhos ônix tão lindos?

Engoli em seco e me preparei para levantar da cama. Precisava almoçar. 

Não pude levantar. 

Sua mão agarrou a minha novamente. Suspirei, já cansada daquilo. 

- Me solta, Natsu. 

- Não quer ouvir o resto da história?- Seu tom calmo estava começando a me irritar.

- Agora não. Estou com fome. 

- Vem cá...

Me odiei por não acertá-lo com um soco quando agarrou minha cintura e me colocou sobre seu colo. Suas mãos se mantiveram ali, como certeza de que eu não iria fugir. Dava para ver em seus olhos que ele queria dizer alguma coisa. 

- Desculpa.- Murmurou, depositando um leve beijo em minha nuca. 

Uma corrente de arrepios subiu pelo meu corpo. Mordi o lábio e senti o nó no meu coração começando a se desfazer. Por mais que eu tentasse, que eu insistisse em resistir, ele tinha esse poder sobre mim. Somente a presença dele já me acalmava. 

E naquele momento, eu precisava dele novamente. 

- Me faça esquecer...- Sussurrei, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.- Só assim posso te perdoar. 

Antes que eu dissesse qualquer outra coisa, sua boca possuiu a minha. 

Eu adorava o jeito que sua língua roubava todo o ar de meus pulmões. Seus dedos ásperos acariciavam de leve minha coxa, subindo lentamento para dentro da minha camisa. O desejo de tê-lo dentro de mim novamente já tomava todos os meus pensamentos, abrasando meu corpo. 

Devagar ele tirou minha camiseta, junto com meu sutiã. Pensei em recobrar o ar quando ele finalmente libertou minha boca, mas sua língua entrou em contato com meu seio sensível. 

Um grito abafado escapou da minha boca. 

Agarrei seus cabelos macios, pressionando sua boca ainda mais contra minha pele. Minha mente era enevoada, junto com o fogo abrasador que tomava meu corpo. Meu único desejo era que ele me tomasse da maneira mais violenta possível. Sua ereção parecia a ponto de rasgar a calça a qualquer momento e me possuir. 

Sua boca desceu lentamente, enquanto ele me deitava sobre a velha cama de madeira. Vários beijos deixados sobre a minha pele enquanto ele arrancava o resto das minhas roupas. Nunca imaginei que eu pudesse desejar tanto alguma coisa. Não conseguia fixar meus olhos por muito tempo em seu rosto: Sempre recaía em seu membro clamando por liberdade. 

Me deitei novamente e abri a boca para reclamar. A única coisa que saiu foi um gemido rouco.  

Com um movimento rápido, Natsu deslizou sua língua para dentro de mim. Seus movimentos eram circulares, e ele agarrava com força minhas nádegas. Eu tentava controlar meu corpo mas só conseguia fechar os olhos e dizer palavras desconexas. Meus gemidos se tornavam gritos cada vez que sua língua ia mais fundo. 

Me derramei com prazer. Só alguns minutos... 

Sorri ao sentir Natsu subindo com seus beijos. Beijei sua boca até deixá-lo sem ar. 

- Então, Luce...- Sussurrou ele com a voz rouca, completamente suado. Acariciei seu peito maravilhoso, retirando sua camisa. Um sorriso enorme desapontava em seu rosto, enquanto ele se sentava. Que visão...- Acho que você já me perdoou, não?

Sorri, e me sentei sobre seu colo. Sentir aquela... Coisa me pressionando, estava me matando. 

- Cale a boca, Natsu, e me dê o que eu quero. 

Suas mãos acariciavam minha pele que se tornava cada vez mais sensível a seu toque. Estava com tanta pressa, que desci sua calça apenas até a metade das pernas, junto com a cueca. Acariciei seu membro ereto fazendo Natsu grunhir e arfar. 

- Luce...- Sussurrou, como se não aguentasse mais. 

Foi o bastante. Me sentei com força, e um fogo abrasador subiu pelo meu corpo. Natsu e eu gememos ao mesmo tempo.

Eu adorava a sensação de controle e cavalgava cada vez mais forte e rápido. Natsu me abraçava enquanto chupava meus seios. Aquele misto duplo de prazer fazia minha visão ficar turva, e todo o ar escapar de meus pulmões. Só ele conseguia me fazer se sentir assim, completa de corpo e alma. 

Urrei quando cheguei ao clímax, e deitei minha cabeça em seu peito. Natsu chegou minutos depois. 

Ficamos ali, em silêncio, ouvindo o vento mexer as folhas. Era tão bom ouvir seu coração... Uma lágrima escapou de apenas um dos meus olhos. Eu não conseguiria. Não era tão forte quanto Jellal para seguir em frente. 

Eu o amava tanto que chegava sufocar. Tinha um pedaço dele dentro de mim. 

- Eu não vou te deixar. Nunca. 

Não sei o que significa, mas Natsu não disse nada. 

Apenas acariciou meus cabelos. 

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- Quer mais?

- Não, obrigada. 

Mais uma vez não consegui resistir e comi dois pratos da comida de Kevin. O sabor era tão maravilhoso quanto o aroma. Mesmo não querendo dizer, Natsu achava a mesma coisa. Tive certeza que ele não gostava de Kevin quando decidiu comer no quarto. 

- Qual o seu segredo, chef Kevin?- Perguntei, lhe devolvendo o prato e voltando a me sentar no balcão. 

Ele sorriu, e começou a lavar a louça. 

- Acredite: Não tenho. Pode ser um dom de família. Se for, nunca irei saber. 

Me surpreendi ao ver com quanto facilidade ele falava sobre a família. Não havia nenhuma pontada de amargura ou tristeza em sua voz... Kevin era realmente impressionante. 

Desviei meus olhos dele, e olhei para a janela da cozinha. A Aldeia não parecia ser muito grande, mas era acolhedora e confortável. Assim como a Aldeia do Fogo, as casas eram feitas de madeira. Apenas uma casa que se encontrava na clareira era de tijolos. Kevin tinha explicado que aquele seria um "refúgio" caso a Aldeia da Água descobrisse eles e tentassem atacar. Apenas algumas pessoas haviam saído de suas casas para observar nossa chegada. Atentaram mais para Natsu, que estava desacordado. Me senti estranha novamente ao ver os olhares de medo.

A Aldeia Empire tinha apenas 2 anos. Antes disso Kevin me contou que eles não tinham um lugar fixo, mas viviam se escondendo entre as fronteiras. Era difícil, mas foi o único jeito que tiveram para sobreviver. Mesmo assim perderam muitas pessoas... 

Me surpreendi por ele me contar segredos tão íntimos da Aldeia. 

- Confio em você só porque você não é um de nós. E quando digo "nós", quero dizer deste mundo.- Ele respondeu com um sorriso mais cedo, logo que cheguei. 

Foi estranho e doloroso ver Natsu sendo nocauteado e não poder fazer nada. Mas ele nunca aceitaria ir a algum lugar designado por Kevin, então não havia outra maneira. 

Aonde estava a... 

- Porque demorou tanto para vir comer, Lucy?

Pisquei os olhos saindo de meus pensamentos e abri um sorriso amarelo. Nunca que eu iria contar o que houve para Kevin!

- Decidi esperar Natsu acordar. Fiquei preocupada. 

- Vocês parecem se gostar muito... 

- Hã... É... 

Não pude deixar de notar a pontada de desgosto em sua voz. 

A porta da cozinha se abriu. Uma mulher de cabelos rosas e olhos igualmente rosa entrou, uma linda túnica azul cobrindo-lhe o corpo. Seus olhos pousaram em Kevin e logo depois em mim. 

Me coloquei de pé a reconhecendo. 

- Obrigada por não tê-lo machucado, Senhorita...- Agora percebi que não sabia o nome dela. 

- Meredy. 

- Obrigada Meredy. 

Ela apenas sorriu de canto, indo falar alguma coisa com Kevin em seguida. Apesar de linda ela me causava arrepios. Foi difícil deixar Natsu nas mãos de uma mulher tão macabra. 

Kevin me assegurou de que a magia que ela usaria não causaria danos em Natsu, somente uma dor de alguns minutos. Arregalei os olhos ao então só agora perceber.

Se eles nasciam sem poder algum, como ela era uma maga?

- Senhorita Meredy! 

Ela se virou lentamente, e me arrependi por deixar o medo transparecer em minha voz. Kevin me olhou com igualmente dúvida. 

- Sim?

- Aquilo que você fez... Era magia?

O semblante dos dois se ascenderam em igual entendimento. Kevin sorriu para mim, enquanto Meredy explicava. 

- Sou uma exceção. Crianças que nascem com o dom de controlar a magia não demonstram tão cedo a que vieram e são casos tão raros quanto o impossível. Meus pais pensaram que eu era uma das crianças que não nascem com o dom de controlar a Água, e me jogaram fora com 3 meses de idade... Claramente eles me amavam!

Engoli em seco ao vê-la rir da própria situação. Quando viu que eu não ri, ela pigarreou e prosseguiu:

- Dona Porlyusica me achou e me criou. E mais tarde descobriu meu dom. Fim da história. 

Meredy voltou a se virar e conversar com Kevin. 

Por mais que eu tentasse não conseguia digerir aquela história. Havia algo que ninguém havia me contado. Algo que faria alguma coisa fazer sentido. 

- Como isso é possível?- Sussurrei, mais para mim mesma. 

Meredy me olhou com o canto dos olhos e sorriu novamente. Ela finalmente se virou e olhou no fundo dos meus olhos. 

- Vou lhe dizer uma pequena coisa, Lucy. Esqueça tudo que sabe sobre nós. Sobre "Dance Kingdom". Acho que já está aqui a tempo suficiente para entender... 

- Meredy- Murmurou Kevin, mas ela o calou com o olhar. Eu me sentia uma criança que não sabia de nada. 

Seus olhos se voltaram para mim.

- Claramente não somos seu jogo. Estamos dançando e matando monstros idiotas? Acho que não. Entenda: Não estamos em um jogo. Não estamos dentro de um jogo. Somos um mundo, Lucy. Um mundo que você nunca imaginou conhecer ou existir. Essa é a questão. Esqueça "Dance Kingdom". Você está em Walterfire. 

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Enquanto isso...

Tóquio/Japão - Residência McGarden

...

Enfileirou todos os testes em cima da pia de mármore. Passou os olhos por todos eles, seu coração disparando a cada sinal do que parecia não ter dúvida. 

Estava grávida. 

Deixou seu corpo trêmulo cair sobre o chão frio do banheiro. Por mais que tentasse não conseguia mais conter as lágrimas. Estava tudo acabado. Seu futuro, sua vida... O que seus pais iriam pensar?!

Gajeel... Ele definitivamente a largaria. Não havia nenhuma possibilidade daquele asno ser pai! 

Lisanna viu que era hora de entrar logo que ouviu os soluços da amiga. Teria que dar forças a ela, fazê-la aguentar até o último minuto...

Lucy era assim. 

Tirou a amiga da cabeça antes que chorasse também. Orava todas as noites para que ao menos a mesma estivesse viva. Estava difícil aguentar sem Lucy... Era ela a líder do L.L.L! 

Lisanna sorriu e se dirigiu ao banheiro, abrindo de uma vez a porta. 

Levy estava inconsolável. Não podia falar nada. Não podia fazer nada. 

Apenas se sentou e abraçou com força a pequena amiga.