História Dancetale - Dançando Sob as Estrelas - Capítulo 7 - Melhores Amigos de Verdade

 

 

 

 

Frisk abriu os olhos depois de uma curta noite de sono, e quase que automaticamente seus sentidos foram invadidos por cheiros e sons familiares.

 

Não estava em seu quarto, isso foi a primeira coisa que ela notou. Os enfeites rústicos do teto eram diferentes das estrelas pintadas que Toriel tinha colocado no quarto dela quando ainda era uma criança.

 

 Com certa dificuldade, se sentou na cama e piscou vagarosamente os olhos afim de se acostumar com a nova luz amarelada invadindo as persianas de madeira da janela. Era a luz do sol entrando pelas claraboias do subterrâneo.

 

Então, se lembrou da noite anterior. Tudo fazia sentido agora. Estava na cama de Sans, e sentiu o rosto esquentar ao notar que além do cobertor, seu pequeno corpo estava encolhido, coberto pela blusa dele.

 Era a blusa de Sans, a reconheceria de longe. O casaco azul que ele não desgrudava nem por um segundo sequer.

 Algo dentro dela estalou, e de súbito, pressionou a blusa contra o rosto, sentindo o cheiro tentador que ainda estava ali. Naquela altura do campeonato, não se importava se estava se agradando com a fragrância de Sans. Na realidade, parecia estar conformada demais para dizer qualquer coisa.

 

 

Frisk olhou para o lado e avistou um livro diferente sobre criado mudo ao lado da cama. Era grosso, tinha um aspecto antigo, mas não conseguia ver a capa, pois um bilhete cobria parte dela.

 

 

 

               Esse aqui.

               Tenho faz tempo mas não terminei

               Acho que encontrei uma utilidade melhor pra ele

               Espero que goste, pivete

                          ;)

 

 

 

Ela sorriu ao terminar de ler. Um sorriso abobado. Talvez apaixonado, por mais que preferisse não admitir.

 Pegou o livro sobre a cômoda e tirou o bilhete da capa, revelando uma linda arte feita à mão de uma galáxia estrelada. O livro inteiro, na realidade, tinha um aspecto de galáxia.

  Escrito bem grande em letras brancas, estava '' Astronomia - Desde o Menor Átomo Até a Maior Estrela '' como título do livro.

 

 Aquilo fez o sorriso apenas aumentar, enquanto apertava o presente contra o peito. Sans era...

 

 

 

 

-  FRISK, FRISK, PIRRALHA, ACORDA!

 

 

 

Undyne entrou no quarto praticamente arrombando a porta, fazendo Frisk esconder o livro em baixo do cobertor.

 

 

 

- Credo Undyne, o que foi?

 

 

 

- É O ASRIEL!

 

 

 

Ao ouvir aquilo, levantou a cabeça e franziu o cenho, finalmente tendo sua atenção tomada de vez ao citar o irmão.

 

 

 

 

- O que tem meu irmão?

 

 

- É ISSO QUE EU TO TENTANDO TE DIZER, GAROTA!  - Ela gritou, a chacoalhando pelos ombros.- O ASRIEL, ELE SUMIU!

 

 

 

 Frisk resfolegou e tossiu, olhando incrédula para a líder da guarda real.

 

 

- ELE O QUE?!

 

 

Não esperou uma resposta, já estava descendo da cama e calçando seus chinelos, indo em direção à porta.

 Usava apenas seu pijama, então instintivamente puxou a blusa de Sans, a vestindo.

 Aquilo caiu muito bem, apesar de ficar grande demais para o corpo magro dela.

 

 

- Frisk, espera aí! - Undyne foi atrás dela, ambas corriam lado a lado agora. - A guarda real já está atrás dele, ele não deve ter ido muito longe, estamos seguindo pegadas que ele deixou na neve! Prometemos encontra-lo antes que Toriel e Asgore apareçam!

 

Aquilo não pareceu deixar Frisk muito convencida ou menos preocupada. Simplesmente ignorou Undyne, correndo pelos corredores do castelo e derrapando nas curvas.

 Chegando no saguão, não perdeu tempo cumprimentando os moradores do castelo ou as criadas. Fingiu que nenhum deles existia e se dirigiu em direção à gigantesca porta que dava para o lado de fora.
 

 Agarrou as maçanetas e as puxou com força, abrindo a porta e quase sendo levada embora pela rajada violenta de vento gelado que entrou no recinto. Precisou se encolher contra a blusa de Sans para não tremer de frio.

 No entanto, olhou para frente e viu uma infinita imensidão de casas de um lado, e do outro, outra infinita imensidão de árvores, pinheiros, neve e florestas. Asriel poderia estar em qualquer lugar. E não seria ela que o encontraria tão cedo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Chara teve que acordar cedo naquela manhã tão fria e molhada pós-chuva. Estava com seu habitual mal humor depois de uma noite de sono mal-dormida, então daria uma volta em algum lugar bem longe do castelo.

 

 Na realidade, já fazia um bom tempo que estava acordado. Por causa da chuva, não conseguiu dormir e foi andar de madrugada mesmo. Agora que o sol já iluminava seu caminho, podia andar para algum lugar mais distante.

 

 Quando estava prestes à entrar na floresta, viu uma confusão de guardas reais marchando, cada um para um canto diferente, em grupos.

 Bem no centro deles, avistou Undyne berrando ordens. Ela parecia nervosa.

 

Se aproximou no intuito de descobrir o que estava acontecendo.

 

 

- Bom dia Undyne. Que bagunça é essa?

 

 

 

- Rala daqui pirralho, as equipes da guarda real não podem ser atrapalhadas, elas estão em missão de resgate agora...

 

 

 

- Missão de resgate?! Uh, isso é interessante. O que estão resgatando?

 

 

Undyne o encarou com uma feição ameaçadora, mostrou os dentes num rosnado e fez um gesto com a mão.

 

 

- Não te interessa, pirralho! Vai arranjar coisa melhor pra fazer, estamos ocupados.

 

 

Chara franziu o cenho enquanto olhava para ela com notável raiva nos olhos, mas nem ele era doido de retrucar Undyne, então apenas girou pelos calcanhares e continuou pelo caminho que seguiria, batendo os pés como uma criança mimada.

 

 

Ficou um bom tempo andando, pensando em quão petulante Undyne podia ser e como ela ousava falar daquela maneira com ele.

 Foi até próximo à cidade nevada, pela trilha da floresta de pinheiros que ficava a maior parte do tempo vazia e silenciosa, poucas pessoas se dirigiam à aquele lugar. Até mesmo ele evitava, ODIAVA o frio com todas as suas forças, mas ou era ficar no frio e sozinho, ou ficar no castelo - também frio - cercado de pessoas idiotas. Então escolheu ficar sozinho.

 

Enquanto caminhava, as vezes tentava fazer alguns passos de balé. Ao tentar fazer ''pontas'', quase torceu novamente o tornozelo, se desequilibrou e caiu na neve.

 Tentou dar saltos, rodopios, piruetas e mais. Mas em nenhum deles teve sucesso, por mais que tentasse.

 

 Então, ficava irritado e chutava a neve, pequenas pedras e gravetos. As vezes urrava de angústia, mas não podia fazer nada. Sabia que não conseguiria dançar balé como Frisk. Ele não era um bailarino.

 

 

Para passar o tempo naquela friaca, resolveu então aproveitar o fato de estar sozinho para enfim, fazer o que ele realmente nasceu para dançar.

 Uma coreografia muito mais desleixada e solta que o balé, lembrava um pouco o hip-hop, no entanto, mais exótica. Enquanto Sans arrebentava fazendo manobras no chão e dando mortais, Chara era rei fazendo algo mais robótico.

 

 Asriel falava que era uma ''dança do robô'', mas Chara preferia chamar por outro nome mais...Artístico.

 

 

 

- Minha nossa, isso é...

 

 

 

Uma voz aguda o fez instantaneamente parar de dançar e abraçar o próprio corpo, como se estivesse sendo violado. O fato de estar sendo espionado o fez ficar com ainda mais raiva.

 

 Olhou para o lado e viu o dono daquela voz: Suzy. A pequena gata-bailarina.

 

 

 

- O-oh, me desculpe eu...Eu assustei você? Me desculpe! Eu juro que não era minha intenção. Mas você dança tão bem...

 

 

- Estava me espionando?! - Ele a questionou, talvez um tanto agressivo demais.

 

 

 

- N..Não! Nada disso! Eu só estava passando e ouvi você..Então vim pra cá...

 

 

Ela parecia estar sendo sincera.

 

 Chara suspirou e voltou a andar à passos velozes, como se tentasse fugir da garota. Mas ela não parecia querer se afastar, pois correu atrás dele até estarem lado a lado.

 

 

- Você...Essa é a sua dança? - Ela questionou, timidamente.

 

 

 

- Eu já falei pra você que eu sou um bailarino! - Cuspiu.

 

 

 

Chara a viu encolher os ombros com o tom ácido, mas não pareceu querer recuar tão cedo.

 

 

- É que... - A viu dando um sorriso desconcertado e abaixando a cabeça antes de prosseguir. - Ela combina muito mais com você.

 

 

 

- Eu já te disse, Suzy! Eu sou a droga de um bailarino!

 

 

 

- Qual o nome? - Ela o perguntou, praticamente ignorando o último comentário infeliz de Chara. - Da dança, eu quero dizer. Eu nunca vi nada parecido. É hip-hop? Eu ouvi dizer que Sans dança hip-hop melhor que qualquer um do reino...

 

 

Por algum motivo, ao ouvi-la citar Sans, sentiu uma pontada incômoda no fundo do peito. E uma nova raiva se acendeu em sua alma, mas não a colocou para fora.

 

 

- Argh, Sans não dança tão bem assim! - Mais uma vez, comentou de uma forma agressiva, o que fez Suzy olha-lo nos olhos com uma carinha de choro. Aquilo o fez revirar os olhos e suspirar. - Uh...Freestyle. O nome da dança, quero dizer.

 

 

Chara se assustou ao ver que a cara de choro dela fora substituída por um sorriso enorme em questão de nanosegundos. Ela era bipolar ou o que?

 

 

- Aaah, então esse é o nome! - Sorria, triunfante. - Eu sempre tive curiosidade em saber o nome, mas tinha medo de perguntar. Agora podemos ser melhores amigos de verdade!

 

 

- Olha, eu...Espera, o que? - A parte do '' melhores amigos de verdade'' o deixou um tanto confuso, mas tratou de chacoalhar a cabeça e se recompor. - Eu não sei se você é meio retardada mas eu já te disse, Eu. Sou. A. Droga. De. Um. B a i l a r i n o!

 

 

- Todo mundo sempre cochicha sobre você, sabe. Eles falam que você é um péssimo bailarino, mas que dançava um estilo de dança misterioso como ninguém dançou antes! Agora eu finalmente sei qual dança é!

 

 

Ele ficou surpreso com aquilo. Então ela estava dizendo que as pessoas falavam sobre suas técnicas de dança? Igual falariam de alguma lenda? Aquilo deixou o ego de Chara simplesmente explodindo de tão grande. Mas não poderia deixar isso abalar sua vontade de ser um bailarino.

 

 

- É, mas não espalha tá? Um dia eu vou me tornar um bailarino tão bom que a Frisk vai finalmente olhar pra mim! ...E não pra aquele idiota do Sans. - Sussurrou a ultima parte.

 

 

- Chara...

 

 

 

Suzy parou de andar de repente, mas segurou a mão dele e o fez parar de andar também.

 Chara a olhou sem entender, mas abriu a boca em surpresa quando sentiu a mão/pata da garota-gato em seu rosto, com uma suavidade angelical. No entanto, seus olhos cor de esmeralda o encaravam, penetrantes e intensos.

 

 

- Você não deveria fazer as coisas pra agradar os outros...Isso vai te deixar muito mal no futuro.

 

E antes de voltar a andar, aproximou o rosto do dele e o deu um beijo na bochecha.

 Após isso, virou e voltou a saltitar como se nada tivesse acontecido

 

- Aliás  - Acrescentou - Aposto que Frisk gostaria muito mais de você se você chegasse dançando Freestyle pra ela ao invés de balé. É mais...Você.

 

 

Algo dentro dele tinha sido acertado em cheio. Estava paralisado, abria a boca para rebater, mas nem mesmo seu ódio gratuito o ajudava. Conseguia apenas observar a menina se afastar dele aos pulinhos, e a única coisa que conseguia sentir era sua alma pulando dentro do peito e o rosto queimando como fogo. SABIA que estava corado.

Mas ao mesmo tempo, não entendia nada. Aquela garota era maluca? Do que raios ela estava falando?

 

Chacoalhou a cabeça e fingiu uma incredulidade, contudo, sorria mesmo sem querer.

 

 

- ORA SUA NANICA, VOLTE JÁ AQUI!

 

 

Correu atrás dela, e ela logo tratou de fugir, gargalhando e soltando gritinhos.

 

 Ficaram correndo e brincando como duas crianças por um longo tempo, até estar mais tarde.

 

 

 

         Agora podemos ser melhores amigos de verdade.

 

 

 

 

 

 

 

 

Já passava de meio dia. Chara não fazia ideia do que Undyne estava buscando e muito menos do resultado das buscas, mas agora isso parecia algo muito distante e sem importância.

 

 Estava deitado na neve, nem com o frio se importava mais.

 Ao seu lado, Suzy, também deitada, apontava para nuvens aleatórias e ria de seus formatos engraçadinhos. Estavam naquilo faziam-se horas, e as vezes paravam para conversar sobre assuntos aleatórios.

 

 

- O que você estava fazendo por esses lados antes de nos encontrarmos? - Chara questionou-a.

 

 

 

- Ah...Eu gosto de andar por aqui. É silencioso. Eu tenho audição de gato e a cidade tem muito barulho, aí eu fico com dor de cabeça....E você?

 

 

- Uh - Franziu o cenho enquanto tirava uma mecha do cabelo da própria testa. - Não consegui dormir por causa da chuva aí vim andar. No caminho encontrei Undyne e....

 

 

Fez uma pausa dramática. Talvez, dramática até demais. Seu cenho se franziu mais ainda ao se lembrar do esbarrão que dera com alguém antes de ir falar com Undyne. Antes mesmo do sol nascer.

 

 

- E...? - Suzy o incentivou a completar a frase, vendo que ele não parecia querer completa-la.

 

 

 

- Sans. - Rosnou. - Aquele cara é muito suspeito, Suzy. Não sei como a Frisk ainda anda com ele, tá na cara que ele esconde alguma coisa... Argh. Eu odeio ele.

 

 

- Olha Chara... - Ela o olhou por uns segundos antes de continuar. Os olhos verdes brilhavam num divertimento silencioso. - Eu acho que isso que você sente é ciúmes dele com a Frisk.

 

 

Chara a encarou de volta, totalmente incrédulo.

 

 

- Ciúmes? Tá maluca? Eu não sinto ciúmes! - Ralhou, rangendo os dentes. - E..Ah, fala sério! Ele é MUITO suspeito! Hoje era umas quatro da manhã, eu esbarrei nele sem querer e ele estava usando uma blusa toda preta e com capuz, e ele segurava uma bolsa tipo, como se fosse um ladrão prestes a cometer um delito!

 

 

Suzy o fitava com os olhos bem abertos. Parecia curiosa em saber o desfecho dessa história toda.

 

 

 

- É sério! Ele segurava aquela bolsa como se tivesse um milhão de moedas dentro dela. E os olhos dele...Ah, aqueles olhos. O direito, ele estava totalmente azul, enquanto o outro....Argh, me arrepio só de lembrar!

 

 

 

 

- Ah... Eu não sei. Eu nunca falei com o Sans...Sei lá, não me parece do tipo que faça algo, ele é bem bonito.

 

 

 

E novamente, Chara a encarou com o dobro de incredulidade no olhar. Até mesmo soltou um som de descrença com a garganta.

 

 

 

- Ah não, eu não acredito...Você está dando em cima dele!

 

 

 

- O-o que? Eu não disse isso! Eu só disse que ele é bonito!

 

 

 

 

- Ah meu deus...VOCÊ ESTÁ DANDO EM CIMA DELE!!!! POR QUE!!??

 

 

 

 

 

- EU NÃO ESTOU!! AH CHARA, VOCÊ É UM IDIOTA... - Ela berrou, tapando o rosto totalmente constrangida.

 

 

 

 

- Mas é claro que está! Todas vocês estão!...Eu não acredito. O que infernos vocês vêem nele? Ele é literalmente A PORCARIA DE UM ESQUELETO!

 

 

 

 

- A-ah, mas....Mas...VOCÊ DÁ EM CIMA DA FRISK!

 

 

 

 

- Ah grande coisa, pelo menos a Frisk NÃO É A DROGA DE UM MONTE DE OSSOS EMPILHADOS E PSICOPATAS!

 

 

 

 

A discussão estava fluindo, mesmo não sendo algo sério. Ambos riam internamente com os argumentos um do outro, especialmente Suzy.

 

Mas então, antes mesmo dela poder rebater, suas orelhas felinas se empinaram de súbito.

 Rapidamente, Chara a viu se sentar na neve e olhar em volta com os olhos arregalados, podia notar uma linha de puro terror brilhando neles. Até mesmo a cauda da garota estava totalmente arrepiada, e a viu colocar as garras para fora.

 

 

 

 

- Suzy? Suzy, o que foi?

 

 

 

 

 

- Eu...Eu não sei, eu...Eu acho que ouvi algo... - Ela cochichava tão baixo que Chara só pode escutar por estar próximo demais à ela.

 

 

.

 

 Mas então, sons de passos velozes cortaram o silêncio. Alguém corria. Mas os passos pareciam vir de todos os lados, Chara se levantou imediatamente e tentou ver algo de relance, mas avistava apenas a vegetação chacoalhando e de vez em quando um vulto passando entre as árvores.

 

 

 

 

- C-chara... - Suzy sibilou, totalmente em pânico.

 

 

 

 

 Ele a puxou, ajudando-a a se levantar. Num ato desesperado, a abraçou, apertando-a possessivamente contra o próprio peito, em uma forma protetiva.

 

Agora, as vegetações e folhagens bem à frente deles se mexiam violentamente, indicando que, seja lá quem fosse que estivesse ali os perseguindo, tinha os encurralado totalmente.

 

De repente, tudo fez sentido para Chara.

 

 

Apertou ainda mais o corpo da garota contra o dele próprio, os olhos brilhando em um medo que nunca imaginou ter antes.

 

Chara tinha percebido que os grupos de busca que Undyne organizava mais cedo não procurava por algo, e sim por alguém.

 

E seja lá quem fosse que estivesse sequestrando os monstros do reino, estava ali à frente deles, pronto para fazer mais duas vítimas.