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História Dancing On My Own - Larry Stylinson - Efeito Harry


Escrita por: SunBurn e levi-ackerdamn

Notas do Autor


Hey vocês
Atrasei só umas horas e tô muito orgulhosa
Pra quem acompanha minhas outras histórias ou conversa comigo no wpp, PERDÃO! Eu quebrei meu celular (na verdade, foi minha gata)
Muito obrigada pra quem continua aqui e pra vc q chegou agora, seja bem vindx ^^ @levi-ackerdamn marcando presença no deselvolvimento e correção da fic, e com sua famosa frase "grito no cu e dedaria"
Boa leitura <3

Capítulo 2 - Efeito Harry


Fanfic / Fanfiction Dancing On My Own - Larry Stylinson - Efeito Harry

Acordo com manchetes e

Sou preenchido de devastação novamente

Meu coração está quebrado

Mas eu continuo seguindo

Youth - Shawn Mendes feat. Khalid

Louis

Algo que eu acho importante ressaltar é que eu nunca acreditei naquilo do universo conspirar contra ou ao favor de alguém. Não é o tipo de filosofia que eu levo pra minha vida, mas naquele dia eu poderia jurar de pé junto que o universo havia decidido ferrar comigo.

Depois da noite de sexta, decidi passar o sábado sem pensar em Harry. Eu ainda queria um pouco de paz porque só eu sei como ele conseguia tirar isso de mim. Quando ele estava por perto, inebriava minha mente com qualquer movimento ou palavra, quando estava longe, tomava conta dos meus pensamentos, desejando que ele voltasse logo. Mas naquele sábado em especial, eu só queria deixá-lo de lado.

O meu desespero era tanto que eu adiantei todos os projetos da faculdade e revisei tudo o que eu podia sobre o semestre. Meu apartamento já estava impecavelmente arrumado, as matérias em dia, roupas na máquina, sono atualizado... E não passava das sete da noite.

Enquanto eu preparava um lanche, meu celular tocou e foi a primeira vez no dia que eu dei atenção para o aparelho. Algo que eu não deveria ter feito. O nome dele brilhava na tela e todo o esforço que eu tive durante o dia foi em vão. O ódio e a vontade de Harry vieram à tona mais uma vez e eu deixei o toque ecoar enquanto eu fui atingido por tudo o que eu passei com ele.

Eu peguei o celular quando ele finalmente silenciou, e vasculhei minhas notificações. Aparentemente os sites de notícia estavam bem animados com a estadia de Harry e a noiva dele na cidade. Eu quis tanto ignorar tudo, talvez explodir os dois, mas não pude.

Embora o estrago já estivesse feito, eu descartei as notificações, tentando não me martirizar ainda mais e eu estava pronto para deixar o aparelho de lado quando começou a tocar mais uma vez. Era ele. De novo. Eu não queria atender, mas sabia que se ele tinha se dado ao trabalho de ligar duas vezes, ele não pararia, então eu fiz a única coisa que eu poderia (além de agir como uma criança e desligar o celular) ... Eu atendi.

- Alô. - Eu tentei parecer menos abalado do que estava quando falei.

- Desculpa por ontem. - Eu teria dito "tudo bem", se ele tivesse me dado tempo, mas ele  continuou. - A gente pode se ver hoje? - Indagou. Direto como sempre.

- Hoje não vai dar... Tô meio ocupado. - Ele demorou para responder e eu pensei que ele tivesse desligado, mas não.

- Ah. Okay. - Mesmo sem poder vê-lo eu soube que ele estava confuso.

- Eu preciso desligar, Harry. Boa noite. Até a próxima.

- Certo. - Ele não falou mais nada, então eu desliguei e me joguei no sofá, desistindo do meu lanche.

Eu deveria ter agido como uma criança e desligado o telefone...

Se minha mãe me visse naquele momento, ela certamente me daria um pescotapa. Isso, depois de me acusar de ser um covarde. Eu ri olhando para o teto, mas senti um aperto no peito por pensar que era a mais pura verdade. Se eu não fosse um covarde, eu teria dito para o Harry que eu não podia vê-lo porque eu estava começando a confundir as coisas, mas isso implicaria em não o ver nunca mais da forma que eu realmente queria.

Por mim, eu teria continuado com a sessão de auto repreensão, representando o meu papel, o da minha mãe e dos meus amigos, mas sabe quando eu disse que naquele sábado o universo tinha decidido ferrar comigo? Acontece que quando eu decido passar um dia afastado de tudo que seja relacionado ao Harry, ele decide milagrosamente me ligar, meu celular fica lotado de notificações com manchetes sobre ele e sua noiva, eu decido atendê-lo, sua voz me abala, ele sequer insiste em me ver e, para completar, alguém está batendo na minha porta.

Depois do dia que eu tive, eu só queria continuar jogado no sofá, fazendo nada. Mas podia ser algo importante, porque o porteiro não avisou que tinha alguém subindo, então devia ser algum morador querendo falar sobre o prédio ou qualquer coisa do tipo... Desvantagens de ser adulto. Eu levantei contra a minha vontade e arrastei meus pés descalços até a porta.

- Desde quando você mente pra mim? - Eu mal abri a porta e fui atacado pela voz de Harry me questionando. Eu queria tanto ter respondido, assim como eu queria ter impedido ele de dar passos para frente, me fazendo ir para trás. Mas eu deixei que ele entrasse e fiquei o olhando sem dizer nada quando Harry fechou a porta atrás de si, porque ter ele por perto me deixava aéreo de uma forma que não deveria. Ele sorriu daquele jeito que acabava comigo, porque era um sorriso obsceno acompanhado de uma covinha fofa. E eu decidi que era melhor falar alguma coisa de uma vez.

- Eu não menti. Eu tô ocupado. - Tentei usar minha visão periférica para encontrar algo que comprovasse minha fala, enquanto ele olhava abertamente para o local, tentando provar o contrário.

- Sério? Com quê? - Ele sorriu outra vez, agora me desafiando. Era difícil lutar contra o efeito Styles e raciocinar ao mesmo tempo.

- Uma autobiografia pra faculdade. - Ele me ouviu, eu sei que sim, porque ele seguiu em frente, desviando de mim e dando uma olhada na minha mesa de centro da sala. Droga. Eu apenas virei para ver sua reação, mas não falei nada.

- Sua autobiografia parece bem completa pra mim. - Ele voltou a ficar na minha frente, agora folheando o que me ajudaria a manter minha média. - Não que eu seja um expert, mas parece que sua vida tá toda aqui... A não ser pelos momentos que eu fiz parte.- Ele jogou as folhas no sofá que estava à sua direita e se aproximou mais. E continuou se aproximando, me fazendo ir pra trás, enquanto sorria daquela forma que me dava vontade de batê-lo até ele parar. - Devo levar isso como uma ofensa ou um privilégio? - Seu sotaque estava tão forte que eu quis beijá-lo. Mas ele falou tão devagar que quando terminou eu estava apoiado na porta, com Harry me encarando à um passo de distância.

Eu sabia que ele havia feito uma pergunta, mas eu não sabia qual. Pelo menos eu posso dizer que ele não queria uma resposta, porque se ele quisesse não teria me impossibilitado de falar ao meu beijar. Eu tive mais tempo para desfrutar daquela vez, eu estava extasiado, mas me forcei a ficar consciente, o que, para ser sincero, não ajudou muito.

Beijar Harry era como estar no meio de um sonho, daqueles que te levam a um outro patamar de prazer, e mesmo assim ter em mente que logo será acordado. O contato de nossos lábios me causava arrepios e a sua língua movendo-se contra a minha, enquanto ele tentava a todo custo dominar o beijo, com suas mãos me puxando contra si, reivindicando meu corpo, me incendiando. A chama que me tomou conta, também consumiu todo o oxigênio que eu tinha e eu precisei me afastar.

- Desculpa por ontem. - Ele encostou a testa na minha enquanto falava, ainda ofegando. - Acontece que... Bom, eu estou noivo. - Eu quis dizer que eu já sabia, mas não podia deixá-lo pensar que eu me importava com isso, porque nós não funcionávamos assim. Então eu fiz a única coisa que me senti capaz de fazer: eu me senti grato; afinal, Harry Styles estava se explicando para mim. -  Ela se chama Jasmine, está ficando no meu apartamento e ontem ela pensou que alguém tinha invadido o local e me ligou com medo. - Eu queria gritar que eu não dava a mínima, mas eu sabia que isso só deixaria claro o quanto eu me importava. - Mas, sabe? - Harry aproximou-se ainda mais de mim, e respirar se tornou uma tarefa quase impossível. - Não dá pra explicar o quanto eu senti falta de ter o seu corpo colado com o meu.

- E como a sua noiva fica com isso? - Eu tentei não parecer enciumado e espero que eu tenha conseguido, afinal, eu não estava... Certo? Ele me puxou pela cintura e nós ficamos tão próximos que eu podia sentir seus batimentos cardíacos.

- Digamos que nós temos um relacionamento aberto e ela sabe que eu estava com outra pessoa ontem e eu não tive tempo de contar sobre hoje. - Ele sussurrou, com suas pupilas dilatando... Acho que nós dois sabíamos como aquilo terminaria.

- Sério? Relacionamento aberto, huh? Se fosse comigo, não daria tanta margem para alguém como você ir embora. - Foi o que passou por minha mente, e um segundo depois eu me senti feliz por ter sido impedido pela boca de Harry de deixar o pensamento escapar pelos meus lábios.

Quando ele me puxou para cima e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura, não pude deixar de pensar que se Harry soubesse sobre aquele pensamento provavelmente teria dito um "Alguém como eu?" com seu típico tom sedutor. Eu quis sorrir com o pensamento, mas fui sufocado por um gemido quando ele apertou minha bunda e me afastou da porta.

Harry fez o caminho até meu quarto comigo em seu colo. Ele conhecia bem o trajeto e mesmo assim esbarrou nas paredes e em alguns móveis enquanto andava. Talvez eu não estivesse ajudando muito, porque eu não tinha a capacidade de descolar minha boca de seu corpo, deixando beijos e mordidas em seu pescoço e maxilar, eu subia um pouco mais os beijos, até o canto de sua boca e quando ele virava para me beijar direito, eu voltava para seu pescoço e isso o fazia me apertar mais e esbarrar em alguma outra coisa.

Eu cogitei a hipótese de ficar indignado com a rapidez com que eu ia parar na cama com Harry, mas era só sexo e essa parte estava bem clara desde o começo, então por que reclamar?

Eu fui jogado no meu próprio colchão e esperei que ele colocasse seu corpo por cima do meu, mas ele se afastou.

- O que você está fazendo? - Um sussurro entrecortado foi o melhor que eu consegui, porque eu não queria que ele fosse embora de novo, mas não queria deixá-lo saber disso. Ele acendeu a luz e empurrou um pouco a porta para que ficasse encostada, depois foi até a cortina e a fechou. Só quando estava voltando para a cama -já sem seus sapatos- ele respondeu.

- Eu quero ver seu corpo. - O meu corpo? Respondeu imediatamente a ideia, enquanto ele finalmente se colocava sobre mim. - Não quero perder uma mísera parte das suas reações. - Eu não pude deixar de corar, mas talvez ele não tenha reparado enquanto me beijava. Ele tirou minha camisa o mais devagar possível, fazendo uma trilha de beijos do meu umbigo ao pescoço, até que passou o pano por meus braços.

Não era como no motel. O desejo ainda estava ali e nós estávamos perto de saciá-lo, mas a voracidade poderia ficar para algum outro momento. Ele me encarou por alguns segundos e depois começou a abrir minha calça, saindo de cima do meu corpo para puxá-la. Harry beijou minhas coxas com a mesma adoração de sempre em seus olhos, me tirando o fôlego. Subiu um pouco mais e beijou meu pau, já duro, por cima do tecido da boxer, eu precisei jogar minha cabeça para trás com a expectativa.

- Ainda não, Lou. - Eu procurei seu olhar em confusão e ele já estava em cima de mim de novo, atacando meus lábios enquanto investia seu quadril contra o meu. Eu gemi e ele sorriu, ainda durante o beijo. Ele repetiu isso algumas vezes e eu não conseguia parar de puxar seu cabelo e morder seu lábio. Eu havia sentido tanta falta daquilo.

Eu puxei sua camisa para cima e, para minha alegria, ele terminou de tirá-la. Sentir seu torso contra o meu me fez gemer. Seus músculos se contraíram quando eu passei minhas unhas em suas costas e desci minhas mãos, as passando pelo seu abdômen da melhor forma que pude, até que uma delas alcançou o volume na calça de Harry, que colocou sua cabeça na curva de meu pescoço, sufocando um gemido quando eu o apertei. Eu tremi.

Harry nos virou na cama, apoiando suas costas na cabeceira e eu aproveitei para tirar sua calça, junto com sua boxer. Meu membro pulsou quando eu o vi tão duro por minha causa. Eu me sentei em seu colo e, depois de um gemido particularmente necessitado, Styles embrenhou seus dedos em meu cabelo e puxou minha cabeça para trás, atacando meus lábios, me fazendo rebolar em seu pau.

Desci os beijos pelo tronco de Harry quando o ar faltou e ele segurou minhas coxas com força. Me demorei um pouco abaixo de seu umbigo, aproveitando seus murmúrios sôfregos, voltei a descer e encarei seu membro por um segundo antes de começar a masturbá-lo. Deixei uma mordida na coxa dele que o fez soltar um sonoro gemido, então passei minha língua em seu pau, parando em sua glande, que coloquei na boca.

Eu não percebi ter fechados os olhos enquanto chupava a glande de Harry, mas quando os abri para encarar o cacheado, ele estava me observando aéreo. Desci minha boca de uma vez até senti-lo em minha garganta e o vi afundar a cabeça no travesseiro, fechando os olhos. Meus movimentos eram lentos e eu aproveitei para decorar a expressão em seu rosto, até que ele tomou o controle do ato, levando sua mão ao meu cabelo, ditando a velocidade.

Engasguei algumas vezes e gemi contra seu pau em outras, e isso parecia proporcioná-lo ainda mais prazer. Meu membro já estava doendo e pingando pré-gozo só por ouvir seus gemidos, então ele me puxou para cima, atacando meus lábios.

Harry, ofegante, girou nossos corpos na cama mais uma vez. Depois de mais alguns beijos, eu ia ficar de quatro, e eu não sei dizer o motivo, mas ele segurou minha cintura, me mantendo no lugar e encostou sua testa na minha.

- Eu quero ver seu rosto. - Sua voz saiu tão rouca que me fez arrepiar e murmurar alguma coisa desconexa. Ele riu levemente e me deu um selinho, depois passou para o meu pescoço, deixando um chupão ali. Eu já estava ficando sensível e qualquer coisa me fazia gemer. Ele desceu ainda mais e meus gemidos aumentaram. Depois de deixar um chupão na minha virilha, ele ficou de joelho na cama e puxou minhas pernas -me assustando um pouco- para que eu ficasse longe da cabeceira.

Seu rosto voltou para onde estava e Harry passou sua língua desde a minha glande, até minha entrada, fazendo eu me contorcer na cama. Ele não me deu tempo e começou a me penetrar com sua língua. Eu não sei por quanto tempo durou, mas eu sei que ele manteve suas mãos em meus quadris e que cada vez que sua língua me invadia eu sentia meu corpo esquentar ainda mais. Depois de um tempo o rapaz de cachos colocou seu corpo sobre o meu mais uma vez, se concentrando em uma das gavetas ao lado direito da minha cama, quando ele a abriu, seu rosto se contorceu em confusão ao encontrar documentos ali.

Eu ri um pouco e abri a primeira gaveta do lado esquerdo da cama, tirando o lubrificante e uma camisinha.

- Se não ficasse tanto tempo fora, saberia que eu mudei um pouco as coisas. - Brinquei e se ele não fosse o Harry Styles que eu conheço, poderia jurar que o vi corando antes de rir do que eu falei. Ele pegou os objetos de minha mão e enquanto lambuzava seus dedos com o lubrificante, seu cabelo caiu sobre seu rosto. Embora ele tenha ficado lindo assim, eu não pude deixar de pensar que ele estava tentando esconder seus olhos de mim.

É vergonhoso admitir que eu perdi a linha de raciocínio quando eu senti dois de seus dedos me invadirem lentamente. Minha boca se abriu mas eu não consegui emitir nenhum som. Ele deixou mais um chupão em meu pescoço enquanto me tesourava, eu rebolei contra seus dedos e quando ele os dobrou dentro de mim, eu me agarrei ao travesseiro com um gemido particularmente mais alto que os outros. Ele atingiu minha próstata mais algumas vezes, até que eu o puxei pra um beijo e ele tirou seus dedos de dentro de mim.

Ele se ajoelhou na cama, se masturbou e colocou a camisinha mantendo o contato visual o máximo que conseguiu. Eu precisei segurar minha respiração quando Harry se colocou sobre meu corpo e sussurrou em meu ouvido:

- Eu queria poder te dizer como você está agora, mas não tenho palavras. - Eu sentia uma de suas mãos em meu quadril e em qualquer outro momento eu teria corado, mas o que eu fiz foi gemer e rebolar, tentando me aproximar mais dele. - Não existe definição que se aplique a você. Ver seu rosto e te ouvir gemer me tiram do sério... Você não tem ideia do quanto. - Eu tinha, porque eu me sentia do mesmo jeito, mas eu decidi que não era o momento certo para discordar quando eu senti seu pau em minha entrada.

Ele me penetrou lentamente e nós nos beijamos, sufocando nossos gemidos. Ele teve paciência, como na maioria das vezes, deixando que eu me acostumasse, mas eu não queria me acostumar, eu não queria esperar, então eu mordi seu lábio inferior com força, enquanto rebolava. Seus olhos finalmente se abriram e mesmo com a luz ligada eu não pude definir se eles ainda eram verdes e apenas estavam escuros ou se estavam completamente pretos.

Ele saiu de dentro de mim e voltou a me penetrar, fundo e forte. Nossos gemidos só aumentavam conforme ele estabelecia um ritmo completamente bagunçado, ele alterava com maestria entre forte, fundo, rápido, lento. Eu o puxava pra mais perto, queria senti-lo ainda mais, quando se tratava de Harry, nunca era o suficiente. Um de seus braços estava dobrado sobre o colchão como apoio, deixando sua mão perto da minha cabeça e ele fazia questão de embrenhar seus dedos em meu cabelo e puxá-lo quando seu ritmo permitia. Sua outra mão se encarregava de segurar minha cintura e cada vez que eu gemia um pouco mais alto, ele me apertava mais forte.

Ele passou o braço por baixo de uma de minhas pernas, me fazendo levantá-la, quando ele me penetrou mais uma vez, atingiu minha próstata e eu não consegui manter os olhos abertos. O ritmo anterior se desfez e ele começou a me penetrar rápido e fundo. Em algum momento, no meio de um gemido, eu cravei minhas unhas em seu peito porque não alcançava suas costas e ele grunhiu, desacelerando. Eu resmunguei, reclamando e ele soltou minha perna para poder me beijar direito.

- Se continuar assim, eu não vou durar muito tempo. - Ele estava ofegante e eu queria ter respondido alguma coisa, mas só consegui empurrá-lo um pouco e, de forma meio desajeitada, nos mudei de posição, voltando a ficar em seu colo. Eu não esperei muito, segurei seu pau e sentei nele. Harry segurou minhas coxas com força por um segundo, logo subindo suas mãos até minha bunda e ele usou o contato para liderar a velocidade. Minha cabeça estava em seu ombro e eu não conseguia pensar em muita coisa, no máximo que meu membro estava doendo e clamando por contato, mas que eu não queria que acabasse logo.

Vez ou outra, eu rebolava no pau de Harry e o via jogando a cabeça para trás e quando eu conseguia, mordia seu pescoço, tentando não acabar com minha voz de tanto gemer.  Em algum momento ele guiou meu rosto para longe do seu, e manteve assim. Eu usei a cabeceira como apoio, enquanto a mão livre de Harry começava a me masturbar e tentei ao máximo manter meus olhos abertos para encarar os dele, mas estava difícil.

Eu rebolei mais uma vez e senti minha próstata ser atingida de novo. Eu ia pedi-lo para ir mais rápido, mas eu não conseguia usar minha voz, se não para gemer. Acontece que eu não precisei pedir nada, Harry pareceu ler minha mente e aumentou a velocidade de sua mão, enquanto eu fazia o possível para acompanhá-lo. Os gemidos dele começaram a ficar roucos e ele sussurrou em meu ouvido que eu ficava simplesmente lindo gemendo seu nome, o que só me fez gemer outra vez, gozando em nossos peitos. A mão que estava em meu rosto desceu para minha coxa, me ajudando a manter os movimentos por mais um tempo e eu agradeci mentalmente que a luz estava ligada, me proporcionando uma ótima visão do prazer estampado no rosto dele quando eu o senti pulsar em meu interior, me apertando contra o seu corpo.

A força que ele usava diminuiu gradativamente, mas o abraço continuou, eu encostei minha testa em seu ombro, tentando regular minha respiração pelo que me pareceram segundos. Quando Harry se mexeu para me tirar de seu colo que eu percebi que estava ali há algum tempo e que estava quase dormindo. Ele me colocou com cuidado no colchão e saiu do quarto.

Eu me aconcheguei no travesseiro. Era tão confortável e agora tinha o cheiro dele. Eu deveria estar tendo um dos meus usuais ataques histéricos internos porque eu cedi de novo e havia sido deixado sozinho na minha cama... De novo. Não queria pensar em todas as dúvidas que normalmente me dominavam, eu só queria dormir um pouco, sem perder a vontade de sorrir que me consumia, sentindo o cheiro do Harry no travesseiro. Talvez eu devesse pegar o cobertor que havia encontrado o chão...

Eu me sentei na cama, só para puxar a coberta para cima e estava pronto para me cobrir e dormir quando Harry apareceu na porta.

- Nem pense em ir dormir, Louis. - Sua voz me assustou um pouco, até porque eu realmente pensei que ele havia ido embora. Mas aí eu o olhei e ele sequer tinha se vestido e eu quase fiquei confuso, mas eu estava cansado demais pra isso. Ele se aproximou e tomou a minha coberta, a jogando de volta no chão.

- Mas, Harry... - Eu nem percebi quando fiz bico, mas eu o mantive quando me dei conta.

- "Mas, Harry..." - Ele afinou a voz numa tentativa falha de me imitar e eu gargalhei, o fazendo sorrir. Ele me pegou no colo sem aviso prévio, me fazendo soltar um gritinho mais agudo do que o normal, até pra mim. - Você tá todo sujo, Lou. - Ele me lembrou e eu olhei pro meu peito, sujo com meu próprio sêmen. - Banho primeiro, depois você dorme o quanto quiser. - Ele determinou, me levando para o banheiro no corredor.

Senti meu corpo se aquecer de repente e percebi que ele estava me colocando na banheira, já cheia com água quente. Então era isso que ele estava fazendo quando saiu do quarto? Ele entrou na banheira comigo e eu me lembro dele me dar banho enquanto eu quase dormia contra seu peito, o que o fazia rir. Desde quando a risada dele era bonita?

Ele nos secou e me levou de volta pro quarto, mas não me colocou na cama. Harry me deixou sentado na minha poltrona de leitura e sumiu dentro do meu closet, enquanto eu tentava me manter acordado.

- Calça de moletom ou bermuda? - Seu grito saiu abafado, mas sua voz continuava linda.

- Calça. - Eu gritei em resposta e depois de um tempo ele voltou vestindo uma de suas bermudas que ele vivia esquecendo no meu apartamento, com uma calça de moletom preta no ombro. Ele parou perto da cama e começou a arrumar o lençol, eu estava com a cabeça apoiada na minha mão, encolhido na poltrona. O meu sono deu uma trégua, só pra que eu pudesse assistir Harry executar uma tarefa simples, com um sorriso interno. Eu senti falta dele. Ele finalmente terminou e pareceu orgulhoso de seu feito, sorrindo feito bobo. - Parabéns. Já pode casar. - Eu gargalhei com minha própria idiotice e ele riu levemente, logo depois me encarando e se aproximando para me ajudar com a calça.

Seu cabelo caiu em seu rosto enquanto ele subia o tecido por minhas pernas e eu não pude ver seus olhos por alguns momentos. Foi tempo suficiente para que eu começasse a pensar sobre o que eu havia falado. Ele me colocou na cama, apagou a luz e se deitou comigo.

- Boa noite, Louis. -Ele sussurrou e selou meus lábios. Eu acariciei seu cabelo em resposta, porque falar era uma habilidade que eu não tinha naquele momento.

"Já pode casar." E ele ia mesmo. Eu dizendo aquilo em voz alta ou não, o rapaz que estava do meu lado, me abraçando e pronto para dormir, ia se casar. Uma parte minha queria fazer alguma coisa, mas eu tinha total consciência de que eu não podia fazer nada, porque era só sexo. Foi o que eu e Harry concordamos anos antes dele ficar noivo... Só sexo. Então eu não podia fazer nada, porque eu estaria o cobrando algo que nós combinamos não cobrar um do outro.

Eu estava quase dormindo e estava cercado pelo cheiro de Harry, logo eu não poderia decidir ou definir nada. Mas eu não pude deixar de pensar que eu estava certo... O universo nunca conspirou contra ou ao meu favor, aquela confusão toda não era culpa do cosmo ou de qualquer divindade, aquela indefinição de sentimentos que me tomava era o efeito Harry.

Meu sono conturbou minha mente de uma maneira que eu fui dormir com o pensamento fixo que o tal efeito borboleta, na minha vida, se iniciava com a borboleta no abdômen de Harry.

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Um toque de celular completamente genérico me acordou e eu não fiquei exatamente chocado ao constatar que estava sozinho (o que não significa que eu não fiquei chateado). Eu demorei alguns segundos para me dar conta de que um celular tocava na mesa de cabeceira da minha cama e mais alguns segundos para atendê-lo, sem sequer identificar a quem pertencia o celular ou quem estava ligando.

- Alô. - Eu soei mal humorado, embora não fosse exatamente minha intenção... Eu não sou capaz de ter intenção de nada num domingo antes das 3 da tarde.

- Lou-Lou? - Ao ouvir a voz séria e calma, eu acordei rapidamente, já me sentindo culpado por ter sido rude. Sem dúvidas era o meu celular. Mas eu não tinha deixado ele na sala? Ah, claro, Harry. - Eu te acordei não foi? Perdão querido.

- Não precisa se desculpar. Na verdade, eu que sinto muito por ser rude, Anne. - Me sentei na cama, tentando organizar meus pensamentos.

- Seu humor matinal não é surpresa pra ninguém. Aliás, o seu e o de Harry... Prefiro nem comentar sobre o humor dele nesta linda manhã, mas deixo aqui subentendido que comparado a ele, sua grosseria não é nada, então não pense que pode me atingir com algo assim. - Eu tentei não pensar no que eu estava fazendo com o ser mencionado durante a noite, porque se eu precisasse citar uma habilidade incontestável de Anne seria, sem dúvidas, a vidência em relação aos meus pensamentos com o filho dela.

- Anne, eu realmente não quero parecer um babaca, mas tem algo errado? - A risada dela ecoou, me fazendo sorrir. Não era incomum que ela me ligasse, mas certamente ela não o fazia com muita frequência quando Harry estava na cidade.

- Algumas coisas estão erradas sim, querido, mas não se preocupe. Eu só liguei porque vai ter um jantar aqui em casa para a família e alguns amigos, e como você faz parte do grupo está convidado. - Não pense em Harry. Mesmo que você saiba que ele vai estar lá, não pense nele, Anne vai saber. - Sim, querido, Harry obviamente vai estar no jantar. - Droga. - Mas não ouse tomar isso como desculpa para não comparecer.

- Mas, An...

- Não me venha com qualquer contestação, Lou-Lou! - Ela me repreendeu e eu assumi minha derrota naquele momento. - Se tiver coisas marcadas para hoje, desmarque. A não ser que você tenha alguma doença terminal que te obrigue a estar no hospital ou tenha coragem para inventar uma pra mim, é melhor estar nesse jantar. - Ela suspirou e quando voltou a falar sua voz pareceu afetada, talvez por cansaço ou desgaste, não sei dizer ao certo, mas eu fiquei alarmado de qualquer forma. -  Louis, eu imagino que você saiba que o Harry está noivo...(?) - De novo isso, sério?

- Sim. Eu... Fiquei sabendo.

- Pois bem, ele está completamente aéreo desde que voltou e só conversa com as pessoas ao redor dele sobre esse tal casamento. - Eu sei que não deveria, mas de alguma forma aquilo me afetou. Provavelmente porque uma parte minha ainda esperava que o tal casamento fosse só um engano. - Por favor, venha. Assim você pode me fazer companhia, já que o ingrato do meu filho vai estar ocupado com a noiva. - Pelo tom que ela usou, eu não sou o único contra essa situação. - Sem mencionar que esses jantares me desgastam e você tem a habilidade de me fazer sentir uns bons dez anos mais jovem. Ah, e eu falei com Gemma pela manhã, ela está vindo pra cá especialmente para te ver. - Gemma? Xeque-mate.

- Primeiramente, você não precisa que ninguém te faça sentir mais jovem. Mas se é para o bem de todos... - Eu ouvi um grito de comemoração e o meu coração derreteu. Será que existe um curso de como dizer não aos Styles? Porque eu certamente preciso de um.

- Ótimo, Lou-Lou! Simplesmente ótimo! - Ela exclamou com uma animação que me fez perceber que se eu estivesse por perto, ela estaria me apertando. - Quem sabe assim você não coloca algum juízo na cabeça do Edward... - Edward? Ih, Anne só o chamava assim quando estava muito nervosa ou muito chateada. De qualquer forma, ele tá bem ferrado. Eu quase quis sorrir com o pensamento de não ser o único fodido, mas Anne voltou a falar depois de respirar fundo e eu voltei a prestar atenção. - Eu preciso desligar, querido. Vou pedir para alguém buscá-lo às sete. Ah, tente optar por um traje mais formal, sim? Beijos, Lou-Lou. - Eu não tive tempo nem de respirar e a ligação foi encerrada. Eu ri sozinho por conta do jeito de Anne e decidi checar meu celular... Era 11 da manhã e eu não conseguiria voltar a dormir mesmo.

Ignorei boa parte das notificações, preferindo ficar alheio a certas coisas e foquei nas mensagens, começando da mais antiga por puro costume.

Liam [3 novas mensagens]

Hey bro

Pq sumiu?

Vc tá bem?

Foi mal, acabei me distraindo

Tô sim

Vc?

Stan [6 novas mensagens]

Vc que sabe

Mas a gente precisa remarcar até quinta

Na sexta eu viajo

Louis?

Responde

Lou?

Eu tava meio entediado e acabei fazendo sozinho

Documento anexo (A influência de contextos antigos na propaganda moderna)

Vê se ficou bom

Qualquer coisa a gente marca e refaz

Harry [4 novas mensagens]

Eu tomei café ai e deixei pra vc, caso acorde antes da hora do almoço

Claro q não tenho esperanças quanto a isso, massss

Ah, a sua conta de luz tava pregada na geladeira e vencia amanhã e como eu sei q vc n ousaria ler qualquer coisa pregada na geladeira num domingo, muito menos numa segunda, paguei pelo celular pra vc

Até depois Lou

Eu não respondi as mensagens de Harry. Meu cérebro não me deixou fazer isso e quando eu me dei conta já estava na cozinha, talvez para ter certeza que era verdade. E era. Tinha um prato em cima do meu fogão com torradas e ovos mexidos e o recipiente da minha cafeteira estava pela metade. Sem falar que a louça estava limpa. Eu quase não me senti mal por ele ter ido embora sem se despedir, quer dizer, mesmo que as coisas fossem complicadas entre nós, a parte da amizade continuava.

Era isso, certo? Nós continuávamos amigos... Bom, naquele momento não importava, ele havia deixado o meu café da manhã pronto e meu estômago agradeceu muito por isso.

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Desci do carro após agradecer o novo motorista dos Styles. Eu caminhava pelo gramado na frente da casa enorme em que Anne morava com as mãos suando, mas eu não tenho ideia do motivo. Meus pés se moviam sozinhos enquanto eu tentava a todo custo impedir meu coração de sair pela minha boca. O que tá acontecendo comigo?

Anne me recebeu na porta e eu me lembro vagamente de ter sorrido tentando parecer calmo, mesmo sem saber o motivo do meu nervosismo.

- Anne, você está incrível! - Eu exclamei enquanto nos abraçávamos. E era a mais pura verdade. Eu não tive muito tempo de analisá-la antes de ser puxado para seus braços, então dei um passo para trás para vê-la melhor. Ela usava um vestido longo que minhas irmãs diriam ser azul petróleo, com mangas até o cotovelo e detalhes bordados em preto brilhante. Seu cabelo estava jogado para um lado só, o que me dava a visão de um brinco que eu posso apostar que era de diamante. Anne tinha dois filhos, a mais velha tendo 26 anos, mas ela certamente não parecia ter mais que 30 anos. Naquela noite ela estava... - Simplesmente deslumbrante. - Eu sussurrei maravilhado, esquecendo de todas as preocupações que eu tinha.

- Oh, querido, você é tão gentil. - Ela sorriu terna e meu coração se aqueceu. Anne tinha esse poder, talvez essa intensidade no sorriso fosse passada geneticamente. - Mas guarde os elogios para o que vê diante do espelho. - Eu corei levemente e estava pronto para responder quando apareceu uma mulher ao lado de Anne. Meu sorriso aumentou imediatamente ao encarar a versão feminina de Harry, com um vestido que era uma versão mais curta do de sua mãe.

- Vocês dois, podem guardar elogios pra mim também! - Ela colocou a mão na cintura, fingindo indignação e eu ri.

- Gemma! - Exclamei, tomando-a em meus braços. Depois de quase ser esmagado eu me afastei, analisando-a melhor e coloquei uma mão na cintura e outra no peito. - As mulheres dessa família decidiram me matar do coração?

- Olha, mamãe, como ele é fofo! Principalmente com esse terno... Até parece gente grande. - Gemma zombou apertando minhas bochechas e eu mostrei minha língua como uma criancinha petulante. - Agora vamos entrar. - Só então eu percebi que ainda estávamos na porta.  Enquanto caminhávamos pela casa, ela parecia mais vazia do que deveria. - Estão todos no jardim. - Ela me explicou como se pudesse ler minha mente. Eu precisava tomar cuidado com os Styles.

- Eu vou ver como estão as coisas na cozinha. - Anne anunciou, se separando de nós e sua filha aproveitou para me puxar para um corredor completamente vazio.

- Você tá sabendo da nova loucura do meu irmão? - Ela ficou séria de repente, o que me assustou, porque Gemma quase nunca ficava séria.

- Você tá falando dele ter ficado noivo? - Eu não pude deixar o ódio longe da minha voz, mas eu realmente espero que ela não tenha percebido.

- Exatamente. Lou-Lou, eu não gosto dela. - Ela fez uma cara emburrada. Eu também não. - Eles namoraram por uns dois meses, ficaram noivos e agora já estão preparando o casamento. - O lábio dela começou a tremer e eu a abracei.

- Não chora, Gems. - Eu sussurrei enquanto a apertava mais forte. Ela não podia chorar, porque se não eu choraria junto com ela, e tenho a impressão de que eu não conseguiria parar. - Por favor. - Ela respirou fundo e me afastou.

- Lou, alguém precisa colocar juízo na cabeça dele. - Ela choramingou. Ih, vai sobrar pra mim...

- Gemma, não tem essa de colocar juízo na cabeça dele. Se ele gosta genuinamente dela, não tem muito o que fazer. - Eu mantive a calma o quanto pude e ela me olhou como se eu estivesse louco.  A verdade é que eu queria fazer sim alguma coisa... Queria me jogar no chão, me encolher em posição fetal e chorar como uma criancinha. Ou espernear na frente do Harry.

- O Harry? Gostar dela? Lou-Lou, não seja ingênuo, o Harry não consegue "gostar genuinamente" nem das próprias fotos em alguns meses, quem dirá de um ser humano! - Isso era verdade, mas eu não queria pensar sobre aquilo, porque me faria ter esperanças de ter algo com ele e ter esperanças quanto a isso era uma péssima ideia.

- Você está dizendo que ele está iludindo ela? - Soou absurdo na minha mente e mais ainda quando saiu por minha boca. Harry não sabe como iludir ninguém, embora as pessoas se iludam sozinhas com seu jeito às vezes... No caso, eu.

- Não, claro que não. Olha, eu não sei o que tá acontecendo entre eles, eu só sei que o Harry não tá pensando direito. E ele não tá falando comigo.

- O quê? Por quê!? -Eles nunca ficavam sem se falar e ela pareceu triste por pensar sobre o assunto.

- Isso é assunto pra algum outro momento. Lou-Lou, fale com ele, por favor. - Não disse que ia sobrar pra mim?

- Gemma, se ele não te ouviu, por que me ouviria? - Na verdade, não importava se ele ia ou não me ouvir, eu só não queria ter que falar com ele sobre algo assim. Se eu o fizesse, estaria ultrapassando um limite que eu não deveria. Ela suspirou.

- Eu só quero entender o que está acontecendo e ele não está falando comigo, então tenho que tentar tudo o que posso. Mamãe tentou falar com ele, eu tentei e até o papai... Ele não explicou nada pra ninguém, ele só desvia do assunto. Quem sabe se um amigo tentar? - Amigo? Ah, é... Amigo.

- Esse é o seu argumento final? - Ergui uma sobrancelha, pronto para recusar, mesmo que me doesse o coração não ajudar ela.

- Falando assim, parece que você não faz ideia do que está acontecendo. - Ela suspirou, aparentemente ela tem feito muito isso. - Vamos fazer assim, analisa a situação durante o jantar e depois você me diz se é ou não um caso que precisa de intervenção. - Eu cogitei por um momento, inclinando minha cabeça enquanto pensava.

- Tudo bem, acho que isso eu posso fazer. - Ela sorriu animada e eu me senti bem por não magoá-la. Dois segundos depois eu estava sendo puxado para o jardim, onde várias mesas de 4 ou 6 lugares estavam dispostas, assim com haviam diversas luzes penduradas e várias pessoas estavam espalhadas pelo lugar, incluindo alguns jornalistas conhecidos da cidade. - Não era só a família e alguns amigos? - Eu indaguei em tom de brincadeira.

- Era, mas ela acabou chamando mais gente. - Gemma usou de um tom carregado de raiva. O que fizeram com a Gems?  O seu olhar estava fixo em ponto atrás de mim, e em um momento de curiosidade, eu o segui. Ainda dá tempo de correr?

Foi então que eu me lembrei o motivo do nome Jasmine Lewis me parecer conhecido. Harry já havia o mencionado, enquanto estávamos sentados no meu sofá assistindo um documentário mais de um ano antes. Ele me disse que a conheceu no trabalho e que talvez fosse uma boa ideia tentar algo com ela e eu apoiei. Eu apoiei. Mesmo com várias agulhazinhas perfurando meu cérebro e meu peito, eu apoiei, porque é isso que amigos fazem. O meu pulmão parecia estar sendo esmagado e o ar ficou preso em minha garganta por causa do nó que se formava ali.

Mesmo que nos dois últimos dias eu tenha visto manchetes por aí com o nome dos dois, eu nunca as vi por completo. Eram só notificações com títulos, eu nunca as abri para saber sobre o que realmente falavam, nem para ver as fotos. Eu escrevi o nome dela no meu navegador algumas vezes, mas não fiz a busca. Talvez seja por isso que vê-la e reconhecê-la foi um choque.

Ela não tinha um rosto quando Harry comentou comigo e nem quando eu vi minhas notificações ou ouvi sua mãe e irmã comentando sobre o casamento. Mas agora ela tinha um rosto. Era a garota de um dos ensaios fotográficos em que ele trabalhou um ano antes e eu sabia disso porque ele estava com uma pasta com as fotos quando almoçamos juntos uma vez. Ele me disse que ela era uma boa modelo, mas era muito irritante. Ele disse.

Eu a olhei por mais um segundo. Morena, alta, cintura trinta e seis e bochechas pintadas com tom de inocência... Saída de uma capa de revista, acredito eu. Eu respirei fundo e engoli o choro, porque eu não estava chateado, eu estava com raiva. Filho de uma mãe hipócrita! Minha mente gritou. Não foi você quem disse que não gostava desses tipinhos? Eu quis indagar em voz alta, mas ele era só um amigo com sua noiva e eu não tinha o direito de contestar suas vontades, principalmente porque ele mentiu pra mim sobre elas.

Eu fiz um compilado de todas as minhas memórias boas da minha vida (que, por Deus, não envolvessem Harry) e as mantive em mente, bloqueando todo o resto e assim consegui me virar para Gemma, lhe dando um sorriso terno.

- Oh, Gems, não se chateie com isso. - Eu segurei firme sua mão, mais tomando força do que a dando. - Você não pode fazer as escolhas pelo seu irmão. - Nem eu. - Então vamos fazer o seguinte... Nós vamos aproveitar esse jantar, nos divertir e você vai aceitar que o Harry já é um adulto e além de poder fazer as próprias escolhas, ele pode e deve arcar com as consequências. - Eu sorri tentando tranquilizá-la.

- Promete não me deixar sozinha? - Ela fez biquinho e naquele momento pareceu mais com uma criança de 6 anos do que uma mulher de 26.

- Com exceções, como você precisar de privacidade? Prometo. - Ela abriu o maior sorriso que eu já havia visto, entrelaçou o braço no meu e me guiou pelo jardim. Nós aproveitamos para agarrar nossas próprias taças de champanhe no caminho para a mesa em que ficaríamos. E eu finalmente percebi o motivo do jantar quando, num péssimo momento, eu me virei para o canto de que vinham alguns flashes. O casal. Era um jantar para comemorar o noivado.

E mais uma vez o efeito Harry se propagou pelo lugar, se espalhando pelo ar, e eu traguei o veneno como se dependesse dele, mas ao invés de deixar minhas pernas bambas como sempre, fez meu estômago revirar. Pode soar idiota, mas fazer papel de trouxa é minha especialidade mesmo... Saber que aquele efeito tão singular estava presente ali, mas que não era direcionado a mim, praticamente me jogou no chão, então eu fiz o que pareceu mais prudente.

Respirei fundo, ignorei o que estava sentindo como um adulto (ou uma criança mimada, depende da perspectiva) e resolvi não pensar em Harry, de novo.

Mesmo sabendo que não ia funcionar.

De novo.

 



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