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História Dancing With The Devil - Apresentação.


Escrita por: rayssanaide

Notas do Autor


Espero que vocês gostem bastante ❤

Capítulo 1 - Apresentação.


Fanfic / Fanfiction Dancing With The Devil - Apresentação.

Forks, 21 de fevereiro.

    Então começamos por alguns sentimentos e sentidos: morte, paz, enxergar, toque, escutar, amor, melancolia. Esses são os sentimentos e sentidos que regem a vida desta jovem que será aqui apresentada.  
    Morgana Burnstone. 1,59 de altura. Olhos de grafite. Cabelos castanhos. Pálida. Mãos pequenas. Boca cheia. Nada demais. À não ser pelo fato de que ela sabe que entre o céu e a terra existem muito mais coisas além de humanos.
    Morgana mora apenas com seu pai, Klause, que trabalha numa empresa muito grande e famosa, como mediador para contratos - ou seja, nunca para em casa. Morgana é adotada. Quando era criança, foi deixada com a mulher de Klause, Annelise. Ela era filha de uma das primas de Ann. Morgana se lembra de seus pais biológicos: os olhos cansados da mãe, a face triste do pai - e depois, a morte. Klause e Ann pegaram Morgana quando ela tinha 4 anos. Quando tinha 8, Annelise morreu. Leucemia. Histórico familiar forte. Sentimento 1: morte.
    Perto de sua casa em Forks, há uma enorme floresta de pinheiros. Altos, tão altos quanto se pode ser - tristes e cansados de ficarem em pé, sem poder ver o mundo - ela pensa. Então, quando ela fica triste e cansada de ficar de pé, igual a eles, ela vai até lá para acalmar o coração e conversar com as árvores. Senta ao pé de alguma e deságua suas angústias. Jamais levou alguém lá, nem mesmo Annelise ou Klause. Sentimento 2: paz.
    Quando está sol, o que é raro por lá, Morgana fica sentada na varanda de seu quarto observando a cidade, a floresta, as elevações geográficas do horizonte, a cor das folhas e das flores, o cheiro de madeira seca, as nuvens correndo pelo céu como lobos selvagens. Sentido 1: enxergar.
     Ela ama a água quente do chuveiro caindo em suas costas, a água fria da chuva em seu rosto, o vento, seus agasalhos que parecem cobertores, o chá entrando em sua boca. Sentido 2: toque.
    Música, o barulho do vento, o som da vida, batidas do coração, pulsar das veias inflamáveis, o ar entrando e saindo de seus pulmões. Sentido 3: escutar.
    Seus pais, Annelise e Klause, o rosto de alguém que ela nunca viu mas sabe que existe - ela sonha com esse rosto desde criança. Sentimento 3: amor.
    Todos os dias de chuva, tardes mornas, músicas calmas, o abajur improvisado de seu quarto que mais parece pingos de estrelas, sua sacada de madeira no meio da névoa, a noite. Sentimento 4: melancolia.
    Agora que Morgana está apresentada, podemos voltar aos fatos padrões. 15 anos e ¾. Toca violão. Sua melhor amiga é Emma Druss, uma alemã com sotaque puxado e pálida como o céu. Sempre que ouve seu nome sente um aperto no peito; era o nome de sua mãe. Eddie era seu pai. Os mesmos olhos, e pele, e cabelos, e ossos, e mãos.
    Quatro batidas soaram da porta.
     - Entra, pai.
     - Oi bem. Eu já estou pronto. Trouxe café pra você. Se troca, tá? Daqui 10 minutos estou de volta. Vou comprar flores. Quais você quer?
    - Girassóis. Obrigada pai.
    - Por nada, meu amor.
    “Já é esse dia de novo?” Morgana viajava em seus pensamentos enquanto ia trocar de roupa. O quarto tinha teto, portas, chão e janelas de madeira. As paredes eram cinza, uma delas azul marinho. A sacada com grandes portas pesadas por onde entravam fios de luz.
    Morgana colocou uma camiseta preta, calça preta e seu par de allstar preto também. Hoje é aniversário de morte de Annelise. Já fazem 8 anos.
    Klause voltou com as rosas brancas e dois girassóis, e foram para o cemitério. Eles se revezavam para visitar o túmulo, já que ambos conversavam com ele. Um esperava no carro enquanto o outro ia.
    - Vai lá querida. Te amo - disse Klause entrando no carro.
    Morgana entrou em passos lentos no cemitério, enxergando cada escultura de anjo, cada gota de chuva presa nos objetos. Então, estava escrito:
    “Annelise Burnstone - olhos capazes de ver além”
     - Oi mãe. Preciso vir te ver mais vezes. É que eu sinto tanto sua falta, e… bom. - começou a reparar melhor na lápide. “Olhos capazes de ver além” - é verdade. Você sempre enxergou tudo melhor do que realmente era. Desde pessoas, até coisas ou situações… você sempre foi capaz de ver além do agora. Queria que você estivesse aqui… tenho tido aqueles sonhos de novo, cada vez com mais frequência. Queria poder ouvir sua voz… - Morgana sentiu uma mão tocar seu ombro. Sabia que era ela. Desatou a chorar - eu te amo. Obrigada por existir. - disse colocando os girassóis ao lado das rosas, e voltou para o carro.
    - Voltou rápido.
    - Eu não quero continuar chorando por isso, pai.
    - É inevitável. Tem coisas que nos são impostas. A morte é uma delas. Mas eu entendo, e ela também. O que você quer jantar?
    - Pizza, por favor.
    - Tá ótimo. Vamos lá.



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