p.o.v Henrique
Eu estava ficando louco. Louca pela mulher de um maldito mafioso, e aquilo era um perigo. Perigo no qual eu estava ficando cada vez mais viciado.
Que merda!
O gosto dela parecia inebriar minha boca, o cheiro parecia habitar minha pele como pequenos espinhos de rosas mortais feitos sob medida para me torturar. Paola era uma tortura viciante, e mesmo já fazendo dias que não nos víamos ou tivéssemos mínimo contato, eu ainda era um viciado nela.
Que merda de novo!
Depois da noite na casa do Lowe não nos vimos mais, também, como poderia? Aquilo lá era uma fortaleza e o marido dela era o imperador, e por mais que eu a desejasse ardentemente havia de me conformar. A grana que eles me pagaram me tirara do sufoco e por um lado a raiva de ter sido feito de palhacinho por Padrão e pela desgraçada Carosella, conhecida também como minha perdição, havia sido diminuída.
Um pouco, razoavelmente.
Naquela noite eu havia saído cansado do FOG, aquilo lá estava uma loucura desde a festa na casa dos Lowe’s, aquele pensamento no plural me revirou o estomago, como será que Paola estaria agora? Droga! A afastei de meus pensamentos enquanto botava o jaco e o capacete e acelerava a moto, afinal, teria meus próprios demônios, ou melhor/pior, meu próprio demônio para enfrentar na hora que chegasse em meu apartamento.
Aonde minha diviníssima esposa já deveria se encontrar.
Sempre que eu chegava em casa, Carine costumava estar na sala lendo algum livro ou simplesmente vendo TV, mas naquela noite não, naquela noite foi diferente. Cheguei em casa exausto e joguei a jaqueta de couro em qualquer canto. O apartamento estava escuro e olhei de soslaio ao relógio na cozinha americana e já eram quase 00hrs46. Estranho. Abri a geladeira e tomei um copo d’agua e massageei minhas têmporas, será que minha mulher não estava em casa? Bom, foda-se, pelo jeito não ou já estava dormindo, então evitei fazer ruídos. Lembranças de nosso antigo amor vieram à minha cabeça, mas tudo era muito vago... nem parecia que um dia quase incendiamos aquele apartamento por fazermos amor em cima do balcão onde fica o fogão... Mas agora o fogo que houve um dia, se transformou em gelo.
E sinceramente, era triste.
Deixei o copo na pia e fui em direção ao quarto, será que Carine não estava mesmo em casa? Nós podíamos não ser o mesmo casal de antes, mas ainda rolava um respeito, ta nem tanto, uma preocupação? Foda-se, eu não sei o que rolava, mas eu queria saber se minha esposa estava ali. Era isso. A luz se ascendeu assim que eu entrei e eu quase enfartei.
-TA QUE O PARIU! CE TA LOCA!? - Observei a cena. Ela estava deitada em nossa cama com uma lingerie vermelha provocativa.
Ah o vermelho, me lembrava outras coisas.
Que porra Fogaça! Foco na sua MULHER seminua a sua frente cara!
-Estou com saudades... – me respondeu manhosa gatinhando na cama vindo em minha direção. – Saudades do meu marido lindo, tatuado e turrão. – Ela ficou de joelhos sob a cama traçando uma linha pelo meu peito com seu dedo. E eu já não sentia nada com aquele contato.
Apenas gelo.
-Carine, eu estou cans... – tentei relutar. Ela realmente era bonita, mas nem eu mesmo sabia o porquê de ainda estarmos juntos. Acho que em consideração a tudo que aconteceu no passado.
-Xiiiiiiiu. – Minha esposa me calou com o dedo que brincava com os botões de minha camisa. – Estou em meu período fértil Henrique, vamos deixar as diferenças de lado porque acordei louca por você... acha que podemos?
PUTA QUE PARIU NÃO, NÃO, NÃO! Fiquei estático. Eu sabia o que significava à ela, eu sabia o que significava a mim. Eu só não sabia o porquê insistir naquela ideia depois de todo aquele tempo...
Mas eu devia aquilo à ela.
Não disse nada. Apenas a joguei na cama. Ela tirou minhas roupas na tentativa de ser algo sensual, e eu permanecia quieto, fingindo cair em seu jogo de sedução. A coloquei em meu colo e logo o encaixe seguido do vai e vem começou.
E eu não sentia nada, absolutamente nada, meu pau tava duro e eu agradeceria ao universo mais tarde por isso.
Carine acelerou os movimentos e eu sentia meu membro entrando em sua cavidade que um dia fora meu único e amado local de desejo. Mas agora, o bagulho era outro. Ela estava descontrolada, feito uma louca, arranhava as extremidades de meu corpo e eu segurava sua cintura, era até divertido ver sua volúpia.
-AaaAAaaaa, Fogaça.... Amorr... Aaaaa. – Ela dizia em gemidos descompassados. Desde quando eu havia voltado a ser “amor”? Tudo bem, na cama tudo é valido.
A observava em meio a penumbra dos abajures de nosso quarto, até que não estava de todo um ruim.
-AAAAAAAAAA Assíííí, moleque, por díos assí!
O QUE!?
Pisquei algumas vezes tentando voltar a realidade.
-Pao...RINE.... CARINE!! – Gemi confuso.
MANO DO CÉU!
Investi o mais rápido que pude em minha esposa e ela nem notou o quase fim de nosso casamento a segundos atrás, pois já estava se desmanchando num orgasmo alucinante em cima de minha pelve. Cheguei a meu ápice e me transbordei dentro dela.
Eu simplesmente fiz o serviço.
Naquela noite não consegui pregar a porra dos olhos, AQUILO ESTAVA MESMO ACONTECENDO? EU ESTAVA OUVINDO A VOZ DA OUTRA ENQUANTO MINHA ESPOSA METIA COMIGO?
Eu estava fodido. A que eu tinha era gelo, enquanto a outra, era o fogo que eu tanto almejava em minha vida.
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