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História Dangerous Attraction - Nevermind


Escrita por: Stefanie__

Notas do Autor


Pessoas do meu core 💜 me perdoem por demorar tanto pra postar os caps mas é q eu escrevo pelo cel, e como ele já esta idoso fica dando trabalho. Do nada ele desliga sozinho e só liga quando quer. Enfim, me perdoem por favor! E muito obrigado por lerem! Amo cada um@ de vocês 💜😍


Boa leitura 💕

Capítulo 9 - Nevermind


O final de semana havia passado rápido. As duas meninas haviam acordado no horário de sempre, tomaram seu café da manhã e saíram juntas de casa. Elas se olham e Arizona lança um sorriso tímido para Callie, que devolve o gesto. A morena atravessa a rua e as duas começam a andar juntas. 

Um silêncio pesado e constrangedor se fez durante o caminho que haviam percorrido. Cansada do clima chato, Arizona tenta puxar assunto

- Então... Como foi o final de semana ? - aquela pergunta pareceu idiota 

- Foi legal... 

Foi legal. O que dizer depois dessas duas palavras vagas ? Ela não fazia ideia. Andaram mais alguns minutos e Arizona logo toma coragem pra tocar no assunto que não saía da cabeça das duas

- Callie... Sobre aquele beijo eu...

- Arizona. - ela interrompe a garota - Só vamos... Esquecer isso, ok ? Deixa pra lá.

Arizona apenas concorda com a cabeça

- Eu só não queria que ficasse um clima estranho entre a gente... - ela disse tentando não forçar 

- Não vai ficar! - Callie responde e o silêncio volta a reinar

Arizona sabia que iria ficar sim. Depois do que aconteceu as duas não se falaram o final de semana inteiro. Elas chegam na escola e vêem Mark. As garotas o cumprimentam e entram na escola sem dizer mais nenhuma palavra. Mark vai atrás estranhando totalmente. Elas nunca haviam ficado daquela maneira desde que brigaram pra saber quem iria fazer o papel de Julieta no teatro da aula de literatura, na 8° série.

Quando Callie vai pra sua sala Mark vai falar com Arizona

- Quem morreu ?

- Como assim ? - Arizona pergunta confusa

- Ué, você e a muchacha tão ai com essa cara de enterro! 

- É... Ela disse que queria deixar pra la a história do beijo e que não iria ficar um clima estranho mas... 

- Ai amiga - ele faz um pequeno afago no braço da loira - Ce sabe que ela é assim...

- É eu sei... - Arizona força um sorriso mas logo uma lágrima escorre pelo seu rosto

Mark sente seu coração de despedaçar. Ele odiava ver alguma de suas amigas tristes, mas Arizona sentia algo além de tristeza, ela estava insegura, e ele não sabia o que fazer. Mark envolva Arizona em um abraço aconchegante

- Calma meu amor - ele da um beijo no topo da cabeça da loira - Vai ficar tudo bem! 

Arizona chora contidamente. Tudo o que ela queria era voltar no tempo e não ter dado aquele maldito beijo, mas ao mesmo tempo, sentia que aquilo deveria ter sido feito. 

O sinal toca e Mark leva Arizona ate a sala dela e depois segue para a sua. Ele tentava pensar em um jeito de ajudar as amigas mas sabia que se fizesse alguma coisa, só iria piorar a situação.


-x-


20 dias depois


Callie e Arizona já estavam se falando normalmente. Mark gostou de ver aquilo, mas percebeu também que elas ainda estavam afastadas. Arizona não frequentava a casa de Callie como antes. O contato físico entre as duas era mínimo e elas não falavam tanto da vida pessoal uma para a outra.

Na verdade, o único assunto no qual os três falavam, era a festa de Callie. Faltava menos de uma semana e a garota estava mais ansiosa que nunca. Ela não parava de falar repetidamente sobre cada detalhe da festa, desde a decoração até as músicas que iriam tocar

- Pelo amor de nossa senhora da bicicletinha, diz que vai tocar Beyoncé! - disse Mark fazendo as duas garotas rirem

- Vai Mark! Vai tocar Beyoncé! 

- Ai adoro! - Mark da um abraço rápido em Callie 

- E o Derek, Callie ? Ele falou com você ? - Arizona pergunta

Depois do acontecido na casa da morena Derek sumiu. Não ligou mais para Callie e nem para os amigos do time de hóquei. Callie também não o procurou. Deixou tudo da maneira que estava. Ele já havia feito uma grande besteira e se tentasse consertar, algo muito errado aconteceria

- Não! - Callie responde a pergunta - Nem quero falar... 

Arizona olha confusa para Mark, que lhe retribui o olhar. Callie não havia contado o que houve para ninguém, nem mesmo para eles. Ela não queria contar porque sabia que eles iriam fazer algo para Derek, que com toda certeza, revidaria

- Enfim... - a morena continuou a falar, quebrando o silêncio pesado que havia se formado - Depois que eu entrar no salão vai ter um...

Callie passou mais alguns minutos explicando tudo o que iria acontecer. O sinal toca e eles vão para suas respectivas salas. Durante o resto do dia, o clima entre Callie e Arizona se manteve agradável, mas as duas sofriam por não "poderem" se tocar. E quem tinha que ouvir as lamúrias das garotas era Mark.

Toda vez que Callie via Arizona, ela sentia seu corpo arrepiar. A vontade que ela tinha era de agarrar a loira ali mesmo, não importa o lugar, e beija-la até a loira pedir pra parar. A morena nunca havia prestado atenção naquele sentimento. Talvez porque ele estivesse guardado lá no fundo, em baixo de várias outras coisas. Ela sempre teve vontade de 'dar uns pegas' em Arizona, mas nunca o fez por elas serem amigas, mas depois daquele beijo, ela não conseguia pensar em outra coisa.

Arizona não era diferente. Quando seus olhos azuis entravam em contato com os olhos negros de Callie, ela sentia pequenos choques passarem por toda a extensão de seu corpo. Arizona se segurava ao máximo pra não beija-la novamente, e quando a vontade ultrapassava seus limites, ela se afastava tentando buscar ar e manter sua mente focada  em outra coisa. A loira nunca sentiu algo por Callie além de gratidão e o sentimento puro e sincero de amizade. Mas agora... Agora Callie conseguia mexer com cada emoção da loira. Cada neurônio. Cada parte. Cada átomo de seu corpo. Ela nunca sentiu nada parecido por ninguém. Ela queria Callie, e aquilo parecia tão perto de acontecer, mas ao mesmo tempo tão longe.

Logo a aula acaba e as duas garotas vão embora juntas para casa. Elas chegam rápido

- Er... Depois eu posso ir na sua casa ? - Arizona pergunta um pouco nervosa - Pra gente fazer o - ela se perde um pouco ao observar o contorno dos lábios de Callie - trabalho... dmaridoociologia... 

- Claro! - a morena diz e se despede da amiga com um beijo sua bochecha

O cheiro de Arizona invade o nariz de Callie sem dó e a garota luta consigo mesma para ir embora. Arizona sente seu corpo estremecer com tal aproximação.

- Até... Até mais tarde! - Callie diz meio desconcertada

Ela atravessa a rua com passos rápidos e logo chega em casa. Assim que entra, fecha a porta e apóia as costas na madeira dura, ela fecha os olhos e respira fundo

- Hummm... Quem é o causador disso tudo ? - pergunta Miguel em um tom malicioso, parecia que o garoto estava sempre por perto - Ou melhor... Causadora ?

Callie abre os olhos assustada. Ela olha rapidamente para os lados e se aproxima do irmão 

- Shhhh! - ela coloca o dedo indicador na boca. - Tá doido garoto ? Quer que o papai escute isso e me mate ?

- Já falei pra não me chamar assim! - ele reponde levantando a voz - Além disso, os ditadores não estão em casa! Nem a cria mal feita deles! 

Callie ri. Miguel e Callie sempre foram, além de irmãos, melhores amigos. Os dois não aceitavam a maneira como os pais e o irmão mais velho Pablo viam as coisas. Sr. Torres era homófobico assumido e Pablo só queria puxar o saco do pai,  foi por isso inclusive, que ele havia escolhido fazer faculdade de direito. A Sra. Torres não gostava do preconceito do marido, mas achava que tinha que apoia-lo. Por ironia do destino, Callie e Miguel eram homossexuais. Callie lésbica, e Miguel transgênero. Miguel nunca escondeu sua identidade de gênero de ninguém. Quando criança, adorava se vestir como a mãe, usava jóias, sapatos e até vestidos. Quando ficou maior, o pai o proibiu, disse que "aquilo não era jeito de um homem se vestir". Quando Callie ficou maiorzinha e começou a ganhar bonecas, Miguel brincava junto com ela. Uma vez, ele foi flragrado pelo pai brincando de chá com a irmã. Sr. Torres, possesso de raiva, agarrou o braço do menino, o levou para o quarto e deu uma surra nele. A mãe, até tentou impedir, mas acabou levando alguns tapas também somente por defender o filho.

Miguel sempre se achou diferente de seu amigos, primos e até mesmo de seu irmão. Com o passar do tempo, entendeu que ele não era gay. Ele não se sentia como um homem. Ao se dar conta disso, ele foi correndo contar para a mãe todo feliz, mas esse sentimento logo acabou quando ouviu as palavras amargas da mulher

'Isso não existe! Deus não erra! Ele fez você homem e é isso que você é!"

Miguel não culpava Deus. Ele acreditava em Deus. Ele não acreditava no preconceito. Desde então guardou aquele sentimento para si. Mas quando Callie se tornou uma adolescente, ele pediu sigilo total a irmã e finalmente se abriu

"A partir de hoje, me chame de Manuela!"

Callie não entendeu nada, mas ele logo explicou

"Me sinto como uma mulher! Me vejo como uma mulher! E é isso que eu sou! Então... A partir de hoje, me trate dessa maneira!" 

Callie também decidiu se abrir para o irmão e os dois se tornaram ainda mais íntimos naquele dia.

- E então Calliope - ele diz se aproximado da menina - Como foi a aula ? 

- Ótima...

- E o Mark ?

Callie olha para Miguel com um sorriso malicioso. Ela sabia que os dois se gostavam

- Ta ótimo!

- Ele perguntou de mim ?

- Não... - ela se aconchega no colo do irmão - Ele ainda acha que eu não sei sobre vocês!

- Sabe o que ?

- Ah Manu! - ela encara seria o irmão - Acha que não lembro daquele beijo fogoso entre vocês ?

Na mesma hora a porta de abre. Os pais de Callie e seu irmão Pablo entram e logo Antônio, seu pai, pergunta

- Que beijo ?

Callie e Miguel olham assustados para o homem mais velho. O quanto será que ele ouviu da conversa ?

- Er... O beijo... Que a.. O Miguel, deu, em uma amiga minha...

- Que amiga ? - o homem grisalho ainda tinha o cenho franzido

- Er... - Callie já estava super nervosa - Uma amiga...

Lúcia, a mãe de Callie, vendo que a filha estava nervosa, decide entrar na conversa

- Deixa as crianças Antônio! 

- Oras, eu quero saber quem meu filho anda beijando! Vai que é minha nova nora!

- Não sou eu quem vai trazer uma garota pra casa... - Miguel sussura no ouvido de Callie, que lhe da um beliscão doído e discreto 

- Antônio... - diz Lúcia - Chega! Callie, vai tomar banho. Miguel, me ajuda com o jantar. Pablo, põe e mesa... E você senhor - ela se aproxima do marido e sussurra - Dejen a los niños en paz!

O homem grisalho revira os olhos e se senta no sofá. Callie e Miguel se levantam. Ela olha para o irmão e balbucia um 'ufa'. O garoto pisca para a irmã e vai em direção a cozinha. Pablo apenas observa tudo, quieto.



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