História Dangerous Love 2 - Fillie - Capítulo 8

                             Narradora 

Millie abre os olhos lentamente e se espreguiça na cama, sentindo os efeitos da noite passada se alastrarem por seu corpo. Após longas horas fazendo amor repetidamente, havia se entregado ao cansaço enquanto sentia Finn lhe trazer de volta para o quarto aconchegada em seus braços. Quando estavam juntos Brown conseguia esquecer de todos os problemas que os rodeavam, e sentia crescer em seu coração a esperança de que em breve todo aquele caos iria acabar. A morena se aconchega ainda mais na calma e suspira no exato momento em que seus olhos param por acidente sobre a aliança de noivado em meu dedo. Não via a hora de se casar com Finn, e mesmo sonhando anciosamente por aquele momento Millie sabia que o casamento que tanto desejava não aconteceria tão cedo. Despertando de seus pensamentos a jovem ouve a porta do quarto se abrir e logo sente um sorriso bobo se formar em seus lábios ao ver Wolfhard caminhar em sua direção com somente uma calça moletom enquanto carregava Angel em seus braços. Millie amava sua família incondicionalmente, e por eles eu seria capaz de tudo.

- M-Mama!                    

Brown sorri ainda mais ao ouvir a voz de sua filha lhe chamar e rapidamente observa o homem que amava se sentar na cama antes de depositar um selinho em seus lábios.

- Bom dia, linda!

- Bom dia, meu amor! Bom dia, filha! 

A morema declara animada, não demorando a puxar a filha para o seu colo enquanto a envolvia em um abraço carinhoso. Brown sentia seu coração se encher de alegria ao ter ali as duas pessoas que mais amava no mundo, mas logo a jovem passa a observar um olhar cúmplice entre pai e filha, sentindo a confusão tomar conta de si ao ver a forma como ambos sorriam.

- Eu conheço bem essas carinhas! O que estão aprontando, hein?!

- O que é isso, amor? Nós não fizemos nada de errado, só temos que te mostrar uma coisinha lá embaixo.

Wolfhard argumenta forçando um leve tom de inocência enquanto Millie continuava a observa-lo desconfiada.

- Hum...E o que seria essa "coisinha"?

- É surplesa, mamãe! 

Angel declara com a voz levemente embolada ao mesmo tempo em que via o pai confirmar sua fala.

- A nossa filha está certa, é uma surpresa e para isso você tem que nos acompanhar até lá embaixo.

- Agora?

- Agora!

- Mas eu nem tomei banho ainda, devo estar toda descabelad...

Antes que Millie pudesse terminar de falar Finn se aproxima de seu rosto enquanto olhava no fundo de seu olhos.

- Acredite em mim, meu amor! Em todo o planeta Terra nunca se viu uma mulher que acordasse tão linda como você.

O traficante declara acariciando o rosto da morena, sorrindo ao ver as bochechas da noiva corarem levemente. Após anos aquilo ainda não havia mudado, e mesmo tendo se tornando uma mulher ainda mais forte e determinada, Finn ainda conseguia enxergar em Millie a mulher doce que havia conquistado seu coração. Wolfhard amava a jovem intensamente e continuava apaixonado por todas as suas versões. Desde a mulher feroz entre quando paredes e poderosa com uma arma em mãos, à mulher meiga que ainda corava diante de um elogio de seu noivo. Tudo poderia mudar, mas sempre que olhasse para Millie ainda veria em seus olhos castanhos o toque de inocência que havia chamado sua atenção desde o momento em que se viram pela primeira vez.

- Se é assim, então vamos, agora fiquei curiosa! 

A morena sorri gentilmente e se levanta da cama com Angel nos braços, tendo seu corpo já vestido pela mesma camisola que Finn havia arrancado de sua pele naquela madrugada.

- Fecha os oninhos, mamãe! 

Antes que pudesse perguntar mais uma vez o que ambos estavam realmente tramando, as pequenas mãos de Angel tampam os olhos da mãe e as mãos de Finn agarram sua cintura enquanto a guiava pela escada abaixo. Millie se divertia com a sensação de não poder ver nada, e após mais alguns passos a jovem sente seu corpo ser parado pelas mãos do noivo, não escondendo sua surpreso ao ter sua visão liberada novamente. A mesa da cozinha estava repleta de comidas enquanto um buquê de flores e um desenho infantil se destacavam sobre a grande peça de vidro.

- V-vocês fizeram tudo isso para mim? 

Brown questiona emocionada, sorrindo ainda mais ao ter sua pergunta respondida.

- Sim, mamãe!

- A cozinheira profissional da casa é você, meu amor, mas demos o nosso melhor para te fazer uma surpresa!

- Eu fliz até um desenho, o papai disse que flicou bonito.

Angel aponta para o pedaço de papel em cima da mesa, não demorando a ver a mãe sorrir em meio às lágrimas enquanto via os pequenos rabiscos desenhados ali.

- Sim, minha princesinha, eu amei o seu desenho, ele está muito lindo! Obrigada, filha! Obrigado, meu amor! E-eu amo vocês, amo vocês demais! 

Millie declara ainda tocada com aquele simples gesto de amor e rapidamente caminha até o noivo, não demorando a unir seus lábios em um beijo apaixonado. Era grata por tudo que tinha e principalmente pela família linda que podia chamar de "sua". As horas começam a se passar rapidamente, e após desfrutarem do café da manhã juntos, a tarde volta a se inciar para o casal, garantindo ainda mais emoções para aquele dia. Wolfhard acaricia o cabelo das duas pessoas que mais amava no mundo e sorri levemente ao mesmo tempo em que zelava pelo sono de ambas. Após almoçarem e aproveitarem um pouco do início da tarde enquanto assistiam a um filme, Millie e Angel haviam acabado pegando no sono, e depois de trazê-las para o quarto o cacheado não havia conseguido parar de admira-las. As investigações sobre o assassino do Noah estava a todo o vapor, e mesmo resolvendo várias questões como chefe do tráfico, Finn não estava nem um pouco disposto a abrir mão de momentos como aqueles com sua família. Millie e Angel eram os seus amores, e independente de qualquer coisa no mundo sempre seriam sua prioridade. O traficante desperta de seus pensamentos ao sentir seu celular vibrar no bolso da calça, e após levantar da cama com cuidado, o jovem caminha para o lado de fora do quarto antes de atender a ligação do chefe de segurança da mansão.

- Desculpe incomodar, chefe, mas estamos com um pequeno problema aqui embaixo.

- O que aconteceu?

- Uma mulher está insistindo para ver a Srta.Brown!

- O que ela quer com a minha mulher?

- Não sabemos, a senhora só está disposta a falar com ela. Liberamos a entrada ou nos livramos dela de uma vez por todas?

- Não atirem! Liberem a passagem e fiquem alertas. Eu resolvo esse problema!

- Ok, chefe!                         

Rapidamente Wolfhard desliga o celular e caminha até a sala, não demorando a esconder uma de suas armas na cintura. Estava curioso para saber o que queriam com sua noiva, mas se por acaso aquela "visita" desconhecida fosse algum tipo de armadilha estaria preparado para atacar mesmo não gostando de atirar em mulheres. O som da campainha tocando arranca o moreno de seus pensamentos, e respirando fundo o traficante abre a porta, se deparando com uma senhora bem vestida à sua frente.

- B-Boa tarde, eu gostaria de falar com Millie Bobby Brown! Ela se encontra? 

A mulher mais velha questiona visivelmente nervosa enquanto apertava os dedos cheios de jóias.

- Quem é você, e o que quer com minha noiva? 

Finn pergunta com uma expressão séria em seu rosto, vendo os olhos da desconhecida se arregalarem com sua última fala. O traficante esperava uma resposta imediata, mas antes que pudesse recebê-la, a voz falha e surpresa de sua amada ecoa pela sala de repente, fazendo o cacheado se virar rapidamente em sua direção.

- M-Mãe?! 

Millie não acreditava no que estava vendo. Havia acordado no momento em que Finn havia fechado a porta do quarto, e levantou decidida a ver onde o noivo estava indo. Espera encontrá-lo fazendo qualquer coisa no mundo, menos vê-lo parado em frente a mulher que havia lhe gerado, e que há anos não via. A morena desce as escadas ainda boquiaberta, mas antes que pudesse dizer algo sua mãe lhe pega de surpresa ao correr em sua direção e lhe abraçar em meio às lágrimas. Brown conhecia muito bem a mais velha, e sabia que Kelly definitivamente não era uma mulher que apreciava gestos carinhosos. Um misto de sentimentos tomava conta da morena, mas antes que percebesse, já correspondia ao abraço apertado que recebia. Apesar de tudo o que Kelly havia lhe feito, a socialite continuava sendo sua mãe, e após tanto tempo Brown não consiga negar que havia sentido saudade da mais velha.

- M-Minha filha linda, eu senti tanto a sua falta, e-eu tenho tanta coisa para de contar, e...

Antes que Kelly pudesse terminar de falar a jovem a interrompe, finalmente dando fim ao abraço.

- O-o que está fazendo aqui, mãe? Como me encontrou? 

A morena questiona ainda confusa, não demorando a ver a mãe suspirar tristemente.

- Nós precisamos conversar, Mills...a sós! 

Kelly lança um olhar sugestivo em direção a Finn que observava tudo atentamente, não demorando a vê-lo se aproximar de Millie rapidamente enquanto a puxava pela cintura.

- Só gostaria de lembrar que a senhora não tem direito nenhum de exigir alguma coisa nessa casa, e eu não vou sair do lado da minha noiva nem ferrando! 

Wolfhard afirma encarando sua sogra seriamente, não demorando a ser pego de surpresa ao receber o mesmo olhar em troca. O traficante conquistava o temor de todos com apenas um olhar, mas diferente do que esperava, Kelly não parecia nem um pouco intimidada com sua presença.

- Olha aqui, garoto...

                       Brown interrompe

- Parem agora mesmo, vocês não vão discutir aqui! Mãe, o Finn é o meu noivo e nós não temos segredos, se tem algo para me contar, vai ter que falar na frente dele também.

O traficante sorri cruzando os braços em vitória, mas antes que pudesse se gabar por ter sido defendido, Millie se vira para ele com o mesmo olhar repreendendor que havia lançado a Kelly.

- E você, não fala assim com ela! Apesar de tudo ela ainda é a minha mãe e é sua sogra.

Finn volta a olhar indignado para a mais velha, se irritando ainda mais ao vê-la sorrir de forma triunfante.

- Mas, amor...

            Millie interrompe novamente.

- Finn!

- Não acredito que estou deixando uma mulher mandar em mim.

O traficante sussurra indignado enquanto se amaldiçoava por saber que como sempre, estava nas mãos de Millie.

- O que disse?

- Nada, meu amor!

- Agora vamos nos sentar, essa conversa vai ser longa.

Finn e Kelly concordam com a fala da morena e antes que percebessem já se encontravam sentados no sofá.

- E então, mãe...Como me encontrou, e o que quer conversar comigo? 

Millie questiona seriamente, não demorando a ver Kelly respirar fundo enquanto criava coragem para falar.

- D-Depois que você foi embora muitas coisas aconteceram, filha! No início eu e seu pai achamos que você voltaria correndo para casa após uma semana, m-mas os meses foram se passando...e você não voltou. Seu pai foi o primeiro a se arrepender de ter sido tão exigente com você, e mesmo sentindo sua falta eu continuei deixando o orgulho me controlar. O tempo foi se passando e a falta que você fazia em casa só aumentava, os negócios iam bem, mas nós passamos a finalmente entender que havíamos te perdido. Seu pai passou a se sentir muito mal, e quando fomos ao hospital descobrirmos que ele estava com c-câncer!

- O-o quê? Onde está o meu pai, mãe? Me diz que ele está bem, por favor! 

Brown murmura sentindo sua voz falhar enquanto as mãos de Finn seguravam as suas em sinal de apoio.

- E-ele lutou muito, Mills! O m-meu Robert lutou como um guerreiro durante todo esse tempo, mas ele precisava descansar. O s-seu pai faleceu, filha! 

Kelly anuncia em meio às lágrimas, vendo Millie desabar nos braços de Finn logo em seguida. A jovem chorava intensamente enquanto sentia seu coração se apertar ainda mais. Nunca havia sido tão próxima do homem que havia contribuído para sua criação, mas mesmo assim ele era seu pai e ela o amava. Por diversas vezes havia parado para pensar em como os pais estavam sem ela, e mesmo não querendo admitir, sentia falta deles.

- E-Eu não estava lá! E-ele deve ter me odiado, a culpa é minh...

                       Kelly interrompe

- Nunca mais pense ou diga um absurdo desses. Mesmo não sabendo demonstrar da forma certa o seu pai te amava, Millie! Você sempre foi a bonequinha dele, filha...e a minha princesinha! Perder seu pai me fez perceber o quanto eu estava errada em tentar controlar sua vida e te obrigar a fazer algo que não queria. Uma semana após o seu pai falecer eu contratei um detetive particular para procurar por você, e um mês depois de muita espera eu te encontrei, filha! E-Eu sinto muito por não ser a mãe que você merece ter, Millie, mas se você me perdoar eu prometo que vou continuar mudado para ser a melhor mãe do mundo para você. M-Me perdoa, filha, por favor! 

Sem resistir mais Brown se lança sobre os braços de Kelly, não demorando a ser envolvida em um abraço apertado. Ambas choravam intensamente, e após longos minutos desfrutando do carinho que sua mãe fazia em seus cabelos Millie volta a erguer sua cabeça enquanto sentia sua mãe secar as lágrimas que banhavam seu rosto.

- E-Eu te perdôo, mãe! Te perdôo! 

Sentindo a emoção voltar a tomar conta de si Kelly abraça Millie mais uma vez, matando de vez a saudade que sentia.

- E-Eu te amo, filha!

- Eu também te a-amo, mãe! 

A jovem sempre havia sonhado com aquele momento, e reatar sua relação com Kelly fazia seu coração bater em paz. Ambas continuam desfrutando do abraço até serem interrompidas ao ouvirem uma voz sonolenta e atrapalhada ecoar pela escada.

- M-mama! 

Angel murmura no topo da escada, não demorando a ver seu pai correr em sua direção para pegá-la no colo. Havia acordado sozinha na cama dos pais, e mesmo sendo pequena havia conseguido andar desajeitadamente até o local para procurar por ambos.

- E-Ela é sua filha? E-Eu...eu tenho uma neta? 

Kelly pergunta boquiaberta enquanto via a pequena Angel se esconder nos braço do pai ao ver um rosto diferente ali.

- Sim, mãe, essa é a Angel, minha filha...e sua neta! 

Como se não pudesse mais conter toda sua emoção Kelly coloca as mãos na boca, surpresa enquanto sentia seu coração bater feliz.

- Oh mmeu Deus, e-eu posso segura-la? 

A mãe de Millie questiona olhando dessa vez para Finn. Ambos claramente não haviam se dado bem, mas mesmo não gostando muito de sua sogra, ver o quanto a mais velha havia feito bem à sua noiva diminuía um pouco a irritação que sua presença lhe causava. Ainda em silêncio o traficante se aproxima de Kelly ainda sério e lhe entrega Angel, vendo a sogra lhe lançar um olhar grato.

- O-oi, Angel, o seu nome é lindo!

- Bigada!

- Por nada!

- A senhola é minha vovó?

- S-sim, meu amor...E-eu sou sua vovó! 

Kelly sorri emocionada e abraça sua neta com força enquanto Millie observava a cena com alegria. As horas voltam a se passar rapidamente, e após passar toda a tarde conhecendo sua neta e matando a saudade que havia sentido de sua filha, Kelly caminha até a porta da mansão enquanto era acompanhada pelo trio.

- A vovó tem que ir agora, meu amor, mas eu prometo que da próxima vez que vier aqui irei lhe trazer um monte de presentes.

- Eba!! 

A mais velha sorri com a empolgação da neta e deposita um beijo eu sua bochecha, a vendo caminhar desajeitadamente até o monte de brinquedos espalhados pelo tapete logo em seguida.

- Pode vir aqui sempre que quiser, mãe, a senhora será muito bem-vinda!

- Também não é para exagerar! 

Finn murmura inconformado com a idéia de ver sua sogra com tanta frequência, não demorando a receber um olhar de repreensão de ambas.

- O sentimento que nutrimos um pelo outro é recíproco, Wolfhard, mas se eu fosse você começaria a me acostumar com minha presença. Sei que você é envolvido em algumas atividades..."suspeitas", mas se a Millie está feliz tudo o que me resta fazer é não repetir os erros do passado e apoiar o relacionamento de vocês. Eu amo minha filha e quero matar toda a saudade que senti ao ficar longe dela por tanto tempo! 

Millie sorri emocionada enquanto Finn revirava os olhos.

- Aqui está o meu número, querida! Se precisar de qualquer coisa pode me ligar. Conta comigo sempre, meu amor! Eu te amo!

- Obrigada, mãe! Também te amo! 

Kelly entrega um cartão com seu número para Millie e a abraça mais uma vez antes de sair definitivamente da mansão. Finn fecha a porta e suspira aliviado, envolvendo a noiva em seus braços logo em seguida.

- Como está se sentindo com tudo isso?

- Eu ainda não sei direito. Tem a morte do meu pai, o reencontro com minha mãe...tudo isso é muita coisa para processar!

- Eu entendo, meu amor!

- E você? O que achou dela?

- Quer que eu seja sincero?

- Sim!

- Sua mãe é um pé no saco! 

Wolfhard confessa de uma vez por todas, não demorando a sentir um tapa ser depositado em seu peitoral firme.

- AMOR! 

Millie o repreende com os olhos arregalados enquando via o noivo gargalhar. Realmente não havia ido com a cara da sogra, mas antes que pudesse receber um sermão da morena Finn cala a amada unindo seus lábios em um beijo apaixonado. Suas línguas se encontravam com intensidade, mas antes que continuassem desfrutando daquele momento o celular do traficante toca, o obrigando a interromper o beijo.

- Caleb, eu espero que você tenha um ótimo motivo para me interromper agora!

- Sinto muito, chefe, mas o assunto é sério!

- O que aconteceu? 

Finn questiona seriamente, não demorando a sentir seu corpo paralisar ao ouvir a voz de Caleb voltar a ecoar através da ligação.

- Descobrimos quem é o assassino do Noah!