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História Dangerous Message, Interativa - 00.Teaser - Quando o medo entra em campo


Escrita por: stehphony e mcpoems

Notas do Autor


☪₊Ꮺ˖ Heyo leitores e receptores de mensagens aterrorizantes, vocês estão bem? Olha quem deus as caras, né?! Quem tá falando é a co-autora (@XuCourtney), já que a @Misaka_001 está ausente por motivos maiores há um tempo, mas pretende voltar dia 21, então quanto às reservas mais recentes, não se preocupem, quando a Stephany voltar, ela irá atualizar o comentário, enquanto as dúvidas, eu tentarei responder as que estiverem ao meu alcance, apenas para não deixar as fichas de vocês no prejuízo.

☪₊Ꮺ˖ Tendo em vista o atraso decorrente da ausência da Steh, ficar sem internet é horrível, decidimos adiar o prazo de entrega. Agora, Vossas Senhorias terão até o dia oito de fevereiro (08/02), para concluírem seus personagens que temos certeza de que ficarão magníficos. Boa sorte a todos!!!

☪₊Ꮺ˖ E para completar, este teaser se passa em primeira pessoa, como os dois anteriores, sendo sua protagonista, a Tessa. Sem mais delongas, eu espero que gostem e...cuidado com as mensagens, hein.

~Clarinha

Capítulo 5 - 00.Teaser - Quando o medo entra em campo


Suspiro pelo que eu havia jurado ser a última vez, tentando me manter calma e em sã consciência, mas falhando como estava acontecendo em todas as vezes anteriores. Eu não queria estar no terraço da escola novamente, até porque ele não era lá o ambiente mais higiênico e seguro do prédio, mas eu tinha motivos para acreditar que era de longe o mais aconchegante. 

 

— A machinho deu outro piti depois do treino de basquete, ficou sabendo? — A líder das Swans, Claire, comentou enquanto caminhava ao lado do seu namorado brutamonte pelo pátio externo, obviamente sem fazer a menor ideia de que eu estava ouvindo suas palavras venenosas — Já tem uma vaga na equipe de líderes de torcida, ela tem boa aparência e um corpo atlético, 'pra que diabos gastar isso correndo atrás de uma bola? Até parece que não sabe que essa área sempre foi para garotos. 

 

E aquela era justamente a questão, eu, Tessa Lewis, ainda não havia conseguido uma vaga no time de basquete de Summerfield High School porque ainda vivíamos em uma cidade ridiculamente patriarcal, onde garotas não jogam basquete. "O que mais uma menina poderia querer além de ser uma Swan?", é o que escuto toda vez que tento convencer o treinador a me dar uma vaga, mesmo que seja no banco de reservas. Mas ainda que jogando melhor que metade dos postes ambulantes que ele treinava às segundas e sextas, eu continuava fadada a ser apenas alguém que dança para a torcida gritar nomes na hora do jogo. Vários nomes, mas nenhum deles era o meu.

A cada vez que tentava convencer os outros de que eu merecia uma camisa com meu nome, ficava ainda mais irritada, tanto que não sei o porquê de ainda continuar tentando, se sabia que ia dar errado de qualquer forma. "Talvez a esperança seja realmente a última que morre, mas nada é imortal no fim das contas, ela pode já estar morrendo". Quando pensamentos melancólicos como esse começavam a invadir minha mente, o que já estava acontecendo, eu sabia que apenas uma coisa poderia melhorar meu estado. E eu precisava daquilo o quanto antes, ouviria simplesmente surtar antes do meio-dia, ou pior, antes do jogo dos Mavericks.

 

[…]

 

Entrando na doceria mais próxima de casa, meus olhos já estavam preparados para reviradas intensas, afinal, Noah era o atendente do turno, e como o típico Noah Levi que era, as piadas irritantes já eram um comportamento normal e completamente inevitável. Então por que eu continuava indo lá todos os dias, mesmo que evitar o Hughes fosse um desejo meu? Bem, aquele era o único lugar onde meu chocolate favorito era vendido, de quebra, ainda podia achar macarons de limão para meu pai, que sem lógica alguma, eram sempre azuis ao invés de verdes ou amarelos. 

Mas por incrível que pareça, o rapaz não gastou um mililitro sequer para fazer brincadeiras que só tinham graça para ele e retardados da mesma laia. Noah parecia abatido com alguma coisa, não estava sorrindo e gritando por aí como estaria em seu estado natural, claramente havia alguma coisa errada com o garoto. Eu perguntaria se fôssemos próximos, ou se sentisse falta de ouvir suas piadas e cantadas, até mesmo por desencargo de consciência por me importar com o bem estar dele, mas nenhum daqueles era o caso. Considerando isso, apenas efetuei minhas compras e segui rumo a minha casa, dois quarteirões depois da loja.

Não tive tempo nem de entrar em casa, sendo atingida por perguntas do homem vestido em uma camisa social idêntica a várias outras que existiam dentro do seu armário, com o óculos estilo aviador pendurado na gola e as mãos ocupadas por um prato com sua refeição e o controle remoto da TV.

 

— Como foi com o treinador? Ele disse não outra vez? Quer que eu vá conversar com ele? Porque ele está deixando um talento como seu de fora? — Frederick Lewis se sentou no sofá de couro, irritado enquanto procurava o canal esportivo e me seguia com os olhos. Notei o telefone fixo desconectado da tomada, ele provavelmente teria se irritado com as ligações de Anita Martínez, que sempre estava com pedras na mão para jogar nos investigadores e na polícia por ainda não terem capturado quem desapareceu com seu precioso e mimado filho, Gulliver.

 

— Se você fizer isso, eu estaria entrando no time por ser filha do delegado aterrorizante, não por ser uma boa jogadora — digo ao me jogar no sofá livre, revirando os olhos ao ver o mais velho rir da minha cara emburrada — Isso não tem graça, Papa Fred.

 

— Você quem acha, Mary Jane. — Ele começou a comer, apressado, por estar atrasado como sempre, mas com os olhos vidrados no jogo de beisebol que passava na televisão — Qual o problema em se aproveitar um pouco do pai que tem?

 

— O problema é que eu deveria entrar porque ao contrário dos varapaus daquele colégio, eu sei segurar uma bola, mas a gente mora 'numa fazenda patriarcal e antiquada que gosta de fingir ser uma cidade! — Cruzo os braços sobre o peito, me assustando ao ter o homem de madeixas loiras como as minhas encostado no sofá em que eu estava.

 

— Você vai conseguir as coisas do seu jeito, gatinha. — Ele bagunçou os fios da minha franja, apertando minha bochecha antes de se levantar — Mas por enquanto, seja um boa filha e lave a louça do almoço.

 

— Achei que hoje fosse seu dia! — Ergo meu corpo para sentar e encarar o cara que já abria a porta para sair, mas não sem antes sorrir ainda mais e mandar um beijinho, completamente irritante.

 

— Papai te ama! — Completou antes de fechar a porta, o que me fazia acreditar que eu só o veria pela noite depois disso.

 

Larguei os tênis vermelhos em um canto qualquer da sala, arrastando os pés até a cozinha, e colocando o almoço congelado no microondas. Era uma consequência de viver sozinha com um pai que mal parava em casa, o bônus era que a quantidade de pratos a lavar era bem menor do que seria caso comessemos comida de verdade, o ônus era evidente, lasanha congelada já tinha perdido a graça.

Enquanto o prato girava dentro do eletrodoméstico, um arrepio percorreu minha espinha. A insuportável sensação de estar sendo observada se estabeleceu naquele momento. Mas era irracional, irracional demais. Eu sabia que ninguém mais estava em casa, e graças ao medo que meu pai tinha de algum criminoso ou vândalo querer vingança do delegado Lewis, aquela casa era praticamente uma fortaleza, senha nas portas, cerca elétrica, câmeras e um rottweiler que era um doce, quando não estava atacando pessoas desconhecidas. Não tinha motivo algum para ter medo, então por que eu estava começando a tremer? 

Após o sinal de aviso do microondas cessar, o silêncio era tão intenso que eu conseguia ouvir minha respiração, pesada como os pensamentos que rondavam minha mente. Soltei a respiração que nem ao menos sabia que estava prendendo ao ouvir o ringtone de mensagens, agudo e estridente, um dos motivos que fazia o modo silencioso do celular o meu favorito.

"Você tem uma nova mensagem: Número desconhecido", era o que a notificação dizia, mas eu sabia quem estava do outro lado, o mal, era que ninguém mais poderia saber.


 



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