Sábado de manhã, por volta das 7:00hrs minha mãe disse que sairia pra comprar pão, eu então fiquei sozinho em casa assistindo tv, mas acabo pegando no sono.
Acordo um tempinho depois por causa do telefone que estava chamando. Ao atender uma mulher responde dizendo ser de um Daegu Hospital, que ficava próximo daqui de casa.
No começo eu não entendo o que estava acontecendo, ela faz algumas pergunta como : quão sua idade ? esta acompanhado de algum responsável ? Como continuo sem entender nada resolvo perguntar.
- moça, por que você ligou aqui em casa? Se você quiser você pode ligar depois, porque agora eu tô sozinho, assim que minha mãe voltar você pode falar com ela...
- bem... A senhorita Min acabou de fazer uma entrada aqui no hospital, ela foi atropelada, não há nenhum responsável por perto pra poder vir até aqui ?
- minha mãe o que ?!
- foi atropelada...
-... Em que hospital ela tá mesmo ? - eu disse com a voz já bem trêmula
- sinto muito, mas você precisa de um adulto pra vir até aqui
- t-tudo bem, só me fala em que hospital ela tá !!! - eu disse com o choro já preso na garganta
- Daegu Hospit...
Antes que ela terminasse eu desligo o telefone e corro até a casa de Cho-Hee, uma senhora de 52 anos que morava na casa ao lado e era amiga da minha mãe. Após explicar a situação pra ela nós vamos voando para o hospital.
Ao chegar lá, ela teve de assinar alguns papéis e os médicos disseram que só poderíamos visita-la mais tarde, pois o estado dela era grave e teriam de fazer uma breve cirurgia, e só caso seu estado ficasse estável poderíamos ve-la.
Eles então nos levam a um corredor que dava acesso a UTI para esperamos notícias la.
Havia se passado nem 5 minutos quando um homem aparece perguntando se Cho-Hee era a responsável por minha mãe, ela confirmou e ele a chama para conversar.
Não sei dizer se ele era médico, pois não estava de jaleco nem nada, mas estava de roupa social.
Eles conversaram brevemente e ele entrega um papelzinho pra ela que volta a sentar do meu lado.
- quem era ?
- o homem que atropelou ela...
Nessa hora meu coração pula uma batida, e mesmo não sabendo se o acidente era culpa dele ou não, eu quase explodo de raiva.
- ... E o que... O que ele queria ?!...
- veio oferecer ajuda e perguntar se estávamos bem - ao dizer isso considero não sentir raiva dele
Depois do que pareceu ser uma eternidade um médico aparece dizendo que podíamos ve-la.
Quando entramos no quarto ela estava desacordada. Ve-la daquele jeito foi muito doloroso, mas eu tinha de ser forte, apesar dela estar desacordada eu não queria chorar na sua frente. Eu queria acreditar que ela ficaria bem, eu queria ter pensamentos positivos, eu queria pensar que aquilo acabaria logo e que nós voltaríamos pra casa logo, mas não foi possível.
De repente o monitor cardíaco mostra que o coração dela havia parado, e vários médicos entram na sala. Enquanto uns tentavam reanima-la outros nos levavam pra fora do quarto. Depois de um bom tempo, o que parecia ser o "líder" deles saiu e disse a notícia que eu não queria ouvir, disse que ela não havia resistido.
Nesse momento o mundo para pra mim. Eu corro pra dentro do quarto desesperado gritando por ela.
- NÃO... ELA NÃO PODE TER MORRIDO - me jogo na cama dela e a abraço - MÃÃÃÃEEE... NÃO, NÃO MÃÃEE - alguns médicos vêm e tentam me tirar de perto dela, porém eu a abraço mais forte- ACORDAAA VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR MÃE...
Ao conseguir fazer eu largar dela eles me levam pra fora do quarto
- não mãe, não vai ... - nesse momento o ar começa a faltar - Mãããee - eu já estava caído no chão as lágrimas
Ao olhar pro lado vejo o homem que tinha falado com Cho-Hee antes, eu sinto uma onda de raiva e e avanço nele.
- É TUDO CULPA SUA, SE NÃO FOSSE VOCÊ A GENTE ESTARIA EM CASA AGORA - eu comecei a dar socos nele- VOCÊ MATOU ELA... V-VOCE M-MATOU... - eu voltei a chorar- foi você... você... vo... cê - foi então que eu percebi que ele também chorava
- desculpa... D-desculpa - ainda chorando ele se ajoelha e me olha nos olhos - m-me desculpa...
Fico sem palavras, não sabia como agir, ele realmente não teve intenção, mas ainda assim a culpa era dele, então sem dizer mais nada eu me afasto e continuei o encarando.
De repente um garoto aparece, ele tinha o cabelo bem escuro e era mais novo, ele me olha com os olhos grandes e negros que ele tinha, então vem até mim e me abraça.
- eu sei que você tá com raiva do papai... Mas ele não fez por querer, desculpa ele... ele também tá triste - ele fala no meu ouvido quase num sussurro, eu então me afasto
- ... Mesmo que ele não tenha feito por querer... A culpa é dele
- mas...
-não precisa Jungkook... Ele tem razão... A culpa é minha - ele pega o garoto no colo e se vira pra Cho-he - se precisar de algo, eu já disse que é só ligar - ela assente com a cabeça e ele vai embora
Nessa hora eu volto a chorar e me jogo no chão, não era possível, minha mãe não tinha morrido, aquilo era um pesadelo, só podia ser um pesadelo, e eu iria acordar em breve ! Não ia ?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.