História Dark Angel - O início

O vento estava favorável. O dia estava perfeito para… Ah! Lá está ele!
Olhei novamente pela lente e apertei o gatilho. Mais um idiota morto com sucesso.
Irei receber meu pagamento,e irei tirar férias...ou não.
Guardei minha arma com calma,escutar gritos,choros,barulhos de sirenes e o pânico das pessoas era um calmante para mim. Todas as minhas vítimas são mortas em público,menos os que têm pouco poder na economia do nosso país.
Coloquei minha mochila nas costas,desembrulhei um pirulito e o coloquei na boca. Comecei a andar para a saída da cobertura mexendo meus ombros de acordo com a música cantarolada por mim. Empurrei a porta com meu quadril e a fechei do mesmo modo. Desci as escadas correndo chegando no térreo. Fiz cara de inocente e andei até a recepção.
. “ Cada dia mais dedicada aos estudos não é mesmo pequena Angel.” - falou o velhinho da recepção.
. “ Ah sim.” - sorri pra ele - “ E agradeço novamente por me deixar ficar lá na cobertura.”
. “ Por nada filha. Eu sei que a cobertura é um lugar seguro e silencioso”. - sorriu gentil - “ Experiência própria”.
Um garoto entrou afobado no prédio.
. “ POR FAVOR! ALGUÉM ME EMPRESTA O TELEFONE?! PRECISO LIGAR PARA UMA PESSOA! MEU PAI FOI ASSASSINADO!”
Todos - inclusive eu - olhamos assustados para o garoto. O velhinho da recepção mostrou o telefone para ele,indicando que ele poderia usá-lo.  Olhei para o velhinho pedindo permissão para que eu saísse,e ele assentiu.
Comecei a andar ‘Insegura’ para fora,olhei ao redor e vi a quantidade de policiais,pessoas curiosas,jornalistas,pessoas que presenciaram a morte do idiota chorando ou em pânico.
 Peguei o caminho contrário onde ocorria o caos e comecei a caminhar encolhida,como se estivesse com medo. Assim que vi a esquina,sorri internamente e apressei meus passos.  Dobrei a mesma e peguei meu celular,discando o número do meu cliente.
. “ Serviço feito com sucesso. Onde eu irei te encontrar para pegar o pagamento?”.
. “ Ainda não passou no jornal querida,se não passa no jor...Oh! Espere um pouco,não desligue.”
Bufei e fiquei na linha. Escutei o barulho do jornal interrompendo a programação,anunciando a morte do nosso querido e amado senador.
. “ Pode vir até a minha casa. Aqui podemos conversar sem problema algum.” - falou contente.
. “ Tudo bem.” - desliguei o telefone e pus-me a caminhar para a casa do cliente.
 Faltando uma vida para chegar na casa do infeliz,reparo em um carro preto me seguindo. Apresso meus passos e noto que o carro dá uma pequena acelerada ficando do meu lado,a porta se abre e de lá sai dois homens de preto e encapuzados tampando minha boca com um pano úmido e me arrastando para o carro. Minha visão começou a ficar turva “ Droga! Clorofila”! E desmaiei.

Sabia onde estava,o cheiro entregava. Só queria uma confirmação.
Puxaram o saco da minha cabeça,que mantinha minha visão coberta. Olhei ao meu redor e o local se encontrava no total escuro,menos o lugar onde uma velha lâmpada iluminava minha cabeça. Não tentei gritar,muito menos debater meu corpo,já que é completamente inútil.
. “ Onde a princesinha estava indo?” - escutar a voz dele me causava um arrepio nada bom.
. “ Pegar meu salário. Nada melhor que uma boa quantia por um trabalho bem feito.” - me encostei na cadeira sorrindo.
. “ Não sei se você já sabe,mas,você está sendo procurada por aquele detetive mongó”.
. “ Aquela lá nem desmamou ainda.” - olhei pro lado,como se ele estivesse escutado. Mal sabia eu que em um certo canto da cidade,o garoto sentiu que alguém falava dele. - “ E ele está a procura de uma,das grandes lendas de assassinos da grande e poderosa Seul”.
. “ Uma?”
. “ Claro meu amor!” - escutei um soco,mas não foi em mim. “ Não estou sozinha” pensei. - “ Desde que eu abandonei vocês,nunca fui capturada. E olha que eu só mato grandes nomes ou quando me pagam muito bem.”
. “ Eu tenho total consciência que eu criei um monstro”.
. “ Filhão. Você me sequestrou quando eu tinha cinco anos,matou meus pais e meus familiares e, me treinou para matar e você quer o quê?!”
. “ E que informalidade é essa garota”? - vi ele sair da escuridão vindo até mim.
. “ A gente aprende”. - dei de ombros.
. “ Quero saber quem é o cliente da vez”. - ficou cara a cara comigo.
. “ Se-gre-do!”
. “ Soube que você tem um namorado”.
. “ Tinha. Mandei ele pra Rússia. Ele estava enchendo meu saco.” - falei com desdém.
. “ Suas amigas parecem ser bem interessantes.”
. “ Elas estão no Japão. Mandei elas como forma de pagamento de uma dívida que fiz com o poderoso chefão.”
. “ Você tem coração?” - perguntou indignado.
. “ Não sei.” - fiz bico - “ Faz tempo que eu não sinto compaixão,amor ou alegria.”
. “ Soltem ela!” - gritou me olhando fixamente - “ Você pode seguir com sua vidinha. Mas,eu vou dar uma dica para aquele detetive molenga onde é a localização do grande Anjo Negro.”
Dois brutamontes vieram e desamarraram as cordas. Sim. As cordas. Me levantei e bati minhas mãos na minha roupa para tirar a sujeira. - “ Cadê minha mochila?”
. “ Está te esperando.” - apontou para um armário que segurava minha mochila em suas mãos. - “ Você só pega aquela mochila se você derrubar ele.”
Escutei várias risadas de deboche,olhei para aquela carinha albina com cabelos negros e olhei novamente para o armário. Estralei todos os ossos possíveis e tomei distância,comecei a correr na direção do cara,pisei na sua coxa direita tomando impulso para grudar nas costas dele,só que ele pegou meu cabelo e tentou me tirar de cima dele,porém girei meu corpo prendendo minhas pernas no seu ombro,derrubando ele e quebrando seu braço durante a queda - como se fosse um brinde. Peguei minha mochila das mãos dele e voltei minha atenção para o albino - “ Foi bom te ver YoonGi. Quase conseguiu me derrubar. Melhore seus homens na questão de atenção,agilidade e força,assim quem sabe um dia você consiga me derrubar.”
. “ Foi bom te ver pirralha.”
 Abriram a porta do galpão e eu saí de  lá.
“ Ótimo! Aonde eu ‘tô?”

Ponto de visão do narrador.

Longe dali,o pequeno - grande - detetive analisava o lugar onde ocorreu o crime.
. “ Não encontraram ninguém?” - perguntou para um policial.
. “ Não senhor.” - o policial ergueu seu cap coçando sua cabeça - “ Só encontramos um desenho.”
Os olhos do detetive brilharam.
. “ Mostre-me então.” - o policial pediu para o fotógrafo da perícia mostrar a foto.
Era um par de asas negras perdendo algumas penas. - “ Onde foi fotografado?” - perguntou analisando a imagem.
O fotógrafo olhou para o policial,no qual assentiu - “ Atrás do prédio”.
O detetive entregou a câmara ao fotógrafo e chamou seu ajudante. - “ Senhor?”
. “ Jimim,lembra daquele mural super legal que tem no meu escritório?”
. “ Aquele cheio de fotografias que tem um par de asas e as vítimas?”
. “ Esse mesmo. Já reparou que todas elas estão no prédio,e não onde a vítima foi morta? Como daqueles psicopatas que fazem sua assinatura na hora.”
. “ Tem razão.” - olhou para o prédio - “ Mas,senhor JungKook…”
. “ Sem formalidades.”
. “ Então você está querendo dizer,que essas asas são como um alvo e o assassino é a flecha?”
. “ Exato!”
. “ Então,ele ou ela pinta as asas no local onde vai ocorrer o assassinato e depois mata?” - perguntou o auxiliar tentando raciocinar.
. “ Sim! Mas tem uma coisa que eu não entendo,o assassino faz essas marcas antes de matar pessoas,mas às vezes também faz essa marca depois do ato”. - virou para seu ajudante e ficou olhando para a cara do menor como se fosse achar uma resposta.
JungKook sente seu celular vibrar e pega o aparelho,desbloqueando o mesmo e olhando perplexo para o visor.
. “ JungKook…? O que foi?” - Jimin perguntou preocupado com o seu superior.
. “ Pegue o carro”.
. “ O quê?”
. “ Pegue o carro. Vamos até um lugar.” - olhou para seu ajudante,dando leves tapas em seu ombro.

. “ Ainda não entendi JungKook.” - e começa Jimin novamente - “ Você recebeu uma mensagem de sebe-se lá quem enviou com um endereço,falando que é onde o Anjo Negro mora?”
. “ Isso mesmo Jimin.” - falou JungKook dando seta.
. “ E se for um psicopata querendo vingança?” - Jimin perguntou exaltado.
. “ Vingança do que Jimin”? - JungKook olhou para o mais velho rapidamente,dando um sorriso mínimo. O mais velho tinha uma imaginação incrível.
. “ A gente já acabou com a vida de muitos malfeitores por aí JungKook. Vai que um deles escapou e quer nos matar?! Ou pior!”
JungKook já ria demasiado por conta da besteira que seu companheiro falou - “ Pior como Jimin? Tem coisa pior do que morrer?”
. “ Claro que tem!” - JungKook olhou para Jimin curioso e logo voltou a olhar para a estrada - “ Eles deixarem a gente sem comer,e eles ficarem comendo na nossa frente!”
JungKook freia o carro e começa a gargalhar - “ Por que você está rindo assim? E porque paramos?” - falou Jimin olhando ao redor.
JungKook respirou fundo,enxugou a única lágrima que ainda escorria de seu rosto e olhou sério para Jimin,causando um pavor no maior - “ Você fala muita besteira,é medroso e não presta atenção nas coisas ao seu redor. Por isso que nunca aumentou de cargo.” - abriu a porta deixando o maior com a boca aberta.
JungKook parou na frente do prédio abandonado,e Jimin logo se pôs ao seu lado - “ Que lugar é esse?”
. “ O doce lar do Anjo Negro.” - fechou os olhos e respirou fundo. - “ O doce aroma da vitória.” - sorriu de canto e começou a andar para dentro do prédio.
Jimin fez a mesma coisa,fechou os olhos e respirou fundo,porém fez a careta ao sentir o odor do local - “ JungKook,a vitória tem cheiro de chiqueiro e coco de cavalo?” - correu atrás do menor que já estava sumindo de seu campo de visão.

. “ ESSE LUGAR NÃO TEM NADA!” - JungKook chutou uma lata - “ ME FIZERAM DE TROUXA!”
. “ JungKook… Esse cara não conta?” - Jimin apontou para o cara que estava amarrado,desacordado e com uns roxos no rosto.
. “ Ele é só um traficante de merda.”
. “ Mas você apanhou dele.”
. “ EU SEI JIMIN! MAIS ALGUMA COISA?”
. “ Não. Nada.” - Jimin deu meia volta e ficou olhando a janela do último andar. Notou uma pequena figura frágil adentrando o terreno. - “ Ér... JungKook.”
. “ O QUE FOI?!”
. “ Tem uma garota entrando aqui”. - falou olhando para o menor.
. “ Impossível.” - empurrou Jimin para o lado e olhou a janela. De fato,tinha uma garota entrando no terreno. - “ Vamos nos esconder. Deixa que ela veja esse cara,e vamos ver a reação dela.”
. “ Você está desconfiando dessa menininha?”
JungKook olhou friamente para Jimin e os dois foram se esconder.

. “ Preciso criar um mapa urgente de cada esconderijo daqueles merdas. Hoje quase não chego.” - falou a pequena Angel parando no segundo andar para descansar. - “ PAI! CHEGUEI! E CONSEGUI UM POTE DE SOPA! Só acho que está vencido,mas dá pra comer. O desgraçado do YoonGi me sequestrou de novo e não deu tempo de comprar o rango”. - continuou a subir,rumando para último andar.
. “ Pai olha só! É um pote de feij-” - Angel olha assustada para o suposto pai,larga suas coisas e corre se ajoelhando do seu lado. - “ Pai! Vamos! Acorde!” - deu leves tapas no rosto do homem.
. “ Os tiras…”
. “ Você está seguro aqui pai. Você não está fazendo nada de errado. Você não se envolve mais com aqueles caras e não machuca mais as meninas e muito menos se droga.”
O homem negava com a cabeça - “ Dois tiras...Aqui.” Angel coloca delicadamente a cabeça do homem no chão e se levanta olhando ao redor.
Olhou milimetricamente e não achou nada,ou melhor,não achou ninguém.  Ela pensou em retirar sua arma,mas lembrou que se fizesse isso incriminaria ela,pensou novamente e olhou sua mochila preocupada,sua arma favorita estava nela,mas lembrou que trocou de bolsa lá embaixo num esconderijo que nem mesmo seu pai sabia e pegou a mochila comum. Ela olhou para a janela e olhou os pássaros. Sorriu com sua ideia e respirou fundo - “ AHA! AÍ ESTÃO VOCÊS!”
. “ Eu me rendo!” - Jimin se levantou colocando as mãos na cabeça e saindo do local. JungKook colocou a mão na testa “ Por que eu ainda sou amigo desse retardado?” pensou. JungKook também se levantou do mesmo jeito que Jimin,a diferença era que ele tinha uma cara neutra.
. “ É sério que vocês estavam aí?” - Angel olhou para a mesa tombada onde treina sua mira. - “ Preciso analisar melhor minha casa.”
. “ Você não sabia aonde a gente estava?” - Jimin perguntou surpreso.
. “ É óbvio que não né babaca!” - JungKook deu um tapa na nuca do mais velho.
. “ Esse é um truque velho”. - olhou para a janela. - “ Por que vocês estão aqui?”
. “ Recebemos um SMS de um número anônimo,que no texto estava escrito o endereço desse lugar.” - falou JungKook olhando o prédio todo pichado e abandonado.
“ YoonGi.” pensou Angel. “ Agora não posso mais me mudar,se não eles desconfiaram de mim.”