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História Dark Paradise - Another Memory


Escrita por: taina_pitanga

Capítulo 5 - Another Memory


Em uma moto, com um completo estranho, de noite e ainda indo para um lugar deserto.

O que uma pessoa tem na cabeça para entrar em uma dessas?

Mesmo ele parecendo tão legal, não se dá pra confiar de cara, ele pode ser um psicopata ou um serial killer.

Mas parecia que nada disso importava no momento. Era tudo uma loucura e ao mesmo tempo parecia que ela estava indo direto para o portal da liberdade.

O vento batia nas suas costas como se ela estivesse sem nenhuma roupa e passava pelos seus braços e pernas causando-lhe arrepios. A cada curva que a moto fazia, ela apertava a cintura de James com mais força e depois relaxava. E quando tinha fechado os olhos só por um momento sentindo toda a força do vento contra ela e a quentura do corpo de James contra o dela, sentiu a velocidade da moto diminuir, até que tinha parado.

- Chegamos. - disse James.

Elizabeth não fazia ideia de quanto tempo tinha levado até chegarem até ali. O tempo também não pareceu importante.

O céu estava escuro, iluminado por pontinhos brilhantes e um ponto maior que todos os outros que era de um branco brilhante e intenso.

- Foi rápido. - falou ela sem nem perceber.

James deu um sorriso de lado quando olhou pra ela.

Beth olhou ao seu redor e viu que estava em uma praia. Pelo menos ele não tinha mentido e a levado para uma floresta. Pesou ela. Foi um pensamento tão rápido que logo virou fumaça e se desfez no ar que tinha o cheiro da maré.

A praia estava realmente vazia, era como se estivessem em uma pequena ilha. Só os dois.

Sentaram há um quilômetro de distância do mar. Era muito relaxante ficar ali observando os movimentos do mar.

James abriu a garrafa de gim, tomou um gole e passou para Beth.

Depois de alguns minutos, ele quebrou o silêncio que antes era só preenchido pelo som da ondas do mar.

- O que faz uma garota aceitar ir para um lugar deserto como esse com um estranho que nunca tinha visto antes?

A pergunta a surpreendeu. Ela tomou mais outros dois bons goles da bebida.

- Sei lá. - disse.

Ele riu.

- Você foi sempre louca assim ou está só tentando chamar a atenção de alguém?

Ela parou a garrafa no meio do caminho para outro gole e olhou para ele.

- O que o faz pensar algo assim?

- Bom. Uma garota em seu perfeito juízo já ouviu várias vezes dos pais que não se deve confiar em estranhos.

Agora ela riu e ele pegou a garrafa, virando-a em sua boca e bebendo como se fosse água.

O silêncio voltou. Ele parecia ser legal, pelo menos ainda não tinha falado nem feito nada estúpido.

O clima e a explosão do sabor da bebida trouxe memórias quase esquecidas a tona.

Não foi há tanto tempo assim, talvez só uns dois anos atrás, mas era suficiente para agora se tornar algo que se esqueça facilmente.

A casa estava cheia, era aniversário do papai. Ele não ia fazer nada, mas mamãe chamou todos os amigos dele secretamente e lhe fez uma surpresa.

No início que ela teve a ideia, nem eu e nem a Caroline imaginávamos que seria tanta gente. Era só para ser uma surpresa entre amigos mais próximos.

Mamãe fez questão de procurar amigos antigos do papai. Afinal, não é todos os dias que se faz 40 anos.

Não tínhamos feito muita coisa, só encomendado alguns salgados como aperitivos e uma torta e algumas bebidas.

Acontece que quando alguns dos convidados começaram a chegar, eles não chegaram sozinhos. Sempre estavam acompanhados de suas esposas e alguns já tinham até filhos. Outros trouxeram mais amigos e por aí foi.

Mamãe estava começando a ficar preocupada pela quantidade de pessoas que estava chegando.

- E se não der para todo mundo? Não posso convidar pessoas para uma festa e deixá-las passar fome!

Ela ficava sempre falando algo assim quando eu ou a Carol estávamos por perto.

- A ideia da mamãe de juntar amigos do papai é realmente incrível, mas se chegar mais uns dez com a família inteira ela vai surtar! - desabafou Caroline.

- Ela já está surtando. - Falei e a campainha tocou mais uma vez. Já tinha perdido a conta de quantas vezes havia tocado naquele fim de tarde.

Alguém abriu a porta e eu vi Carol olhar para ver quem era e logo um sorriso surgiu em seu rosto. Olhei e vi quem era. Era o namorado dela.

- Pensei que era só para os amigos do papai. - Falei.

- O Tom é quase da família. - Ela disse e foi correndo falar com ele.

Não sabia se eu estava sendo meio ciumenta ou a Carol sendo cega por namorar alguém tão idiota.

- Tom! Estou tão feliz que conseguiu vir! - ouvi ela gritar.

Eu não havia convidado ninguém. Não ia ficar na cola da mamãe e muito menos segurando vela.

Estava começando a sentir-me uma estranha dentro da minha própria casa. A mamãe e o papai haviam sumido entre os amigos e não tinha nem sinal da Caroline no meio disso tudo. Era até provável que ela e Tom tivessem saído para um lugar mais tranquilo.

Aquilo tudo estava ficando muito chato. Não conhecia ninguém por ali. Fui para o meu quarto que dividia com Carol, por um momento achei que ela estivesse ali com Tom, mas não estava, fechei a porta e peguei um livro. Já era noite e o zunido das pessoas conversando lá em baixo só aumentava. Então ouvi um barulho de batida. Toc-toc. E de novo mais duas batidinhas. Esperei mais uns segundos.

- Beth! Abre! Sou eu.

Era a Carol.
Desci da cama e abri a porta.

- Não me diga que você está aqui desde da hora que sai?

- Oi Beth. - disse Tom atrás de Carol, com um sorriso no rosto.

- Oi. - respondi rapidamente.

- A mamãe tá louca atrás de você.

- E o que ela quer?

- Eu não sei.

Fitei Carol por uns segundos e depois sai do quarto.

Foi tão difícil encontrar a mamãe no meio de tanta gente. Contudo, a encontrei.  Ela estava conversando com uma mulher que eu nunca tinha visto na vida. Pelo menos era o que eu achava.

- Mãe. - Falei assim que me aproximei delas.

- Oh! Elizabeth! - Ela me segurou deixando-me de frente para a mulher que estava segurando uma taça de vinho. - Lembra-se dela? Miranda?

Continuei muda.

- Tudo bom Elizabeth? Olhe para você! Está tão crescida. - disse Miranda dando-me beijinhos na bochecha.

Podia sentir o hálito dela, puro vinho. O aroma deixou-me até meio enjoada.

- Ela não deve se lembrar. Foi há tanto tempo...- continuou Miranda.

- Filha. Ela que é a Madrinha da sua irmã. Só que ela tinha se mudado para o Canadá  e por sorte ela estava de passagem por Nova Jersey e...

- É tão bom revê-los! - exclamou Miranda.

- É. - Falei desanimada e tenho certeza que nem mamãe e nem Miranda ouviram.  - E o papai? - perguntei.

- Está se divertindo a beça  com os amigos dele. - falou ela toda animada. Ela já tinha me soltado, não queria ser mal educada, então disse a Miranda que foi bom revê-la e sai dali.

Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, lá pelo menos eu tinha sossego e sentia-me mais em casa. Abri a porta e dei de cara com Carol e Tom se beijando, ela estava no colo dele e segurava uma garrafa de uísque. Meus olhos passou deles para a garrafa em segundos. Nunca tinha visto a Carol beber antes, apesar do namorado idiota, ela era até certinha e super responsável.

Eles pararam o que estavam fazendo e olharam para mim que continuava parada na porta e com o olhar fixo na garrafa como se fosse uma coisa de outro mundo.

Carol percebeu o que eu estava olhando e se levantou.

- Beth. Eu posso explicar.



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